Este documento discute vários modelos para ajudar pessoas idosas a viverem de forma mais saudável. Apresenta modelos médicos, de mudança comportamental, educacionais, centrados no usuário, de mudança social e transteórico, discutindo propostas de intervenção para cada um.
Ajudar As Pessoas Idosas A Viver De Forma Mais SaudáVel
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Ajudar as pessoas idosas a viver de forma mais saudável
As pessoas idosas têm ideias diferentes acerca do que é saúde, sendo
portanto importante que, antes de começarmos a ajudar a pessoa a ter uma
vida mais saudável e a aplicar este ou aquele modelo, sabermos a ideia que
essa pessoa idosa em questão tem sobre saúde, pois a forma como as
próprias pessoas perspectivam a saúde é tão importante como as perspectivas
dos profissionais (Pike e Forster, 1995). Só depois poderemos começar a
ajudar a pessoa idosa a melhorar a sua saúde e o seu comportamento face à
saúde, isto é, caso seja necessário.
Existem muitos modelos e abordagens de promoção de saúde que nos
ajudam a promover a saúde dos idosos. Os modelos baseiam-se em teorias,
que se baseiam nos nossos valores e crenças, ou seja, a nossa filosofia de
promoção de saúde. Os modelos que escolhemos reflectem as nossas
ideologias e os nossos princípios, mas é importante trabalhar também com as
crenças da pessoa idosa.
De acordo com Baric (1985), “um modelo delimita um enquadramento
conceptual, identificando os métodos apropriados para atingir as metas
definidas.” Tones (1990) sugere que a característica mais importante é a
“posse de um corpo teórico sólido, juntamente com o código de conduta
associado à autonomia dada às profissões” pois, de acordo com o autor, é a
teoria e a consciência da contribuição num determinado campo que constituem
a pratica eficiente.
Seedhouse (1997) acrescenta quatro razões para a fundamentação
teórica da promoção da saúde:
• Poder contestar e justificar formas da saúde;
• Impor limites às intervenções;
• Obrigar à explicitação;
• Para fins de avaliação.
Ewles e Simnett (1995) chamam “abordagens” aos seus modelos, que
podem ser usados individualmente ou combinados, ou seja, os promotores
podem tomar cada modelo individualmente, observando os seus objectivos,
propósitos, valores e aplicação pratica na promoção de saúde das pessoas
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idosas. As abordagens de Ewles e Simnett são úteis para planear as
actividades de promoção da saúde e ajudar as pessoas idosas rumo a uma
vida saudável.
Abordagem médica (ou modelo preventivo)
Pode concentrar-se em populações inteiras, grupos de alto risco ou no
indivíduo. O objectivo fundamental é reduzir a morbilidade e mortalidade,
encorajando os idosos a procurar tratamento adequado e a manter esse
tratamento. Para isso é necessário persuadir a pessoa idosa a tomar decisões
responsáveis para prevenir a doença.
Brennan (1996) afirma que um das maiores criticas a este modelo é a
forma como ele percepciona o doente/utente como um receptor de
conhecimento e encoraja a dependência face ao profissional médico ou
promotor de saúde.
Este modelo tem sido bem sucedido no planeamento de saúde
preventivo, sob a forma de programas de vacinação e na redução de
mortalidade e morbilidade com recurso a um método de planeamento
epidemiológico.
Proposta de intervenção:
Este modelo é puramente médico, pelo qual o psicopedagogo não o
pode utilizar, pois não tem conhecimentos para isso.
Abordagem da mudança comportamental
Visa alterar as atitudes e comportamentos dos indivíduos de forma a
encorajar um “estilo de vida saudável”. Este modelo pode ser útil quando a
pessoa idosa ou comunidade esta “pronta para a mudança”, e desde que
sejam consideradas as condições sociais, económicas e ambientais, mas pode
ser considerada problemática caso a pessoa idosa não concorde com o “estilo
de vida saudável” proposto pelo promotor de saúde. Alem disso, este modelo,
implica a questão ética dos profissionais, que definem o que é um estilo de vida
são, terem ou não o direito de decidir aquilo que constitui um “comportamento
saudável.”
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Proposta de intervenção:
O objectivo é que o idoso modifique o seu comportamento no que se
refere à alimentação. Para tal a psicopedagoga clínica deverá primeiro
alertar o idoso da importância de realizar uma alimentação saudável e os
seus benefícios, depois juntamente com o idoso deve elaborar um plano
alimentar mais saudável. É importante que o idoso dê a sua opinião e
participe na elaboração do plano alimentar saudável, para que assim a sua
motivação seja maior, e consiga manter esse plano por mais tempo.
Abordagem educacional
Propõe-se a conceder à pessoa idosa informações, conhecimentos e
compreensão sobre as questões de saúde, o que lhes possibilita a tomada de
decisões conscientes. Os idosos são ajudados a explorar as suas atitudes,
valores e crenças sobre a saúde e apoiados a fazer escolhas esclarecidas e
assim podem fazer as suas escolhas de saúde baseando-se na informação que
lhes é fornecida e desenvolver capacidades para explorar os seus valores e
atitudes face à saúde.
Proposta de intervenção:
Tem como objectivo ajudar o idoso a tomar correctamente, no horário
certo toda a sua medicação. Para isso a psicopedagoga explicará de forma
sucinta e simplista para que serve os medicamentos em questão, para que o
idoso tenha consciência da sua importância, isto é, o efeito da medicação. De
seguida elaborará um horário de acordo com a agenda do idoso para este
tomar a medicação, tendo sempre em conta qual será para o idoso o melhor
horário, de preferência associando-o a alguma rotina diária do idoso (exemplo:
refeições) para que este se lembre mais facilmente.
O modelo centrado no utente
Tem como objectivo ajudar os idosos a identificar as suas próprias
preocupações e a potenciar o controlo sobre a sua saúde. É o próprio utente
que identifica as questões e acções de saúde, e o trabalho é feito segundo a
agenda deste, o que pode trazer algumas dificuldades se o utente tiver
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dificuldades em estabelecer a agenda devido a, por exemplo, limitada
habilitação cognitiva.
Este modelo valoriza as crenças do utente e reconhece os seus
conhecimentos, capacidades e habilitações para melhorar a sua própria saúde.
Proposta de intervenção:
O objectivo seria ajudar o idoso para que este saiba o que deverá
escrever na sua agenda, quais os aspectos mais relevantes, ou seja, o idoso
deverá escrever como se sente, se houve alteração no seu estado físico, como
se sente psicologicamente, ao escrever o idoso está também a estimular a sua
capacidade cognitiva.
O modelo de mudança social (ou modelo político radical)
Também conhecido por modelo colectivista (French e Adams, 1986) por
se dirigir à comunidade ao nível social em vez de aos indivíduos, o modelo de
mudança social visa atingir a mudança social e ambiental através da acção
politica.
Tones e Tilford (1994) afirmam existirem dois importantes conceitos
neste modelo:
• Desenvolvimento da comunidade:
Concentra-se no empowerment de uma comunidade, pelo facto de
serem as próprias pessoas a estabelecerem a agenda. A comunidade identifica
assim os seus próprios objectivos e necessidades, e trabalha conjuntamente
para atingir as metas a que se propõe.
• Desenvolvimento da consciência critica:
Pretende-se a tomada de consciência por parte da comunidade, em
relação aos factores determinantes que estão a afectar a sua saúde.
Tones e tilford (1994) sugerem um processo de quatro passos na
aplicação pratica deste modelo:
1. Provocar a reflexão sobre a realidade presente.
2. Encorajar a identificação das razões dessa realidade.
3. Investigar quais as implicações dessa realidade.
4. Desenvolver meios para mudar essa realidade.
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Outro aspecto do modelo seria dar informação e desenvolver a
consciência acerca do estado de saúde. Este modelo visa alterar o ambiente
físico e social, colocando a promoção da saúde na agenda politica a todos os
níveis, a fim de promover e possibilitar um estilo de vida saudável.
Proposta de intervenção:
Tem como fim encorajar o indivíduo a frequentar centros de dia, para que
possa entrar em contacto com outras pessoas, incluindo idosos, para que
possa falar, conversar, jogar, etc. para que assim possam também desenvolver
a sua capacidade cognitiva e, ao mesmo tempo, não se sentirem sozinhas.
Importa ainda referir da extrema importância da relação inter-geracional entre
os idosos e os mais novos, para que assim haja um intercâmbio de informação.
O modelo de acção de saúde (MAS)
Este modelo ajuda-nos a pensar acerca do que pode levar as pessoas a
modificar ou não o seu comportamento face à saúde, e destaca a importância
da auto-estima e auto-conceito das pessoas, pois, como afirma Tones, as
pessoas com uma alta auto-estima e auto-conceito positivo são provavelmente
mais capazes de se motivarem ruma a uma vida mais saudável.
O MAS indica que o comportamento face à saúde é influenciado pelas
nossas crenças sobre a saúde, os nossos valores, a nossa motivação, o
interesse e reacções de outras pessoas, bem como pela nossa auto-estima e
auto-conceito.
Proposta de intervenção:
Esta proposta tem por objectivo aumentar a auto-estima do idoso e a
sua auto-confiança. Para isso a psicopedagoga deverá tentar facilitar a
acção do idoso, se este tem dificuldades físicas, por exemplo, ajudar à sua
locomoção. É importante também que o idoso se sinta útil. Assim a
psicopedagoga deve explorar as qualidades da pessoa idosa, levando-a a
fazer, e querer fazer, coisas que ainda faz bem (exemplo: cozinhar bolinhos
para dividir com colegas).
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O modelo transteórico (ou modelo de etapas de mudança)
Este modelo ajuda-nos a identificar a prontidão de uma pessoa idosa
para modificar um comportamento ou estilo de vida de risco e ajudá-lá a
planear as mudanças.
Marcus 6 tal (1992) afirmam que o cerne do modelo consiste na
sequência de cinco etapas ao longo de um contínuo de mudança
comportamental:
• Da pré-contemplação: onde a pessoa idosa não tomou em
consideração modificar o seu comportamento ou não tem
consciência dos riscos aos quais se pode estar a expor.
• À contemplação: onde a pessoa idosa pensa acerca da mudança
e pode procurar informação sobre como pode mudar.
• À preparação: onde a pessoa idosa está agora a preparar-se para
mudar.
• Até ao inicio afectivo do novo comportamento: onde a pessoa
idosa pode precisar de ajuda e de um grande apoio para
estabelecer metas.
• Até à manutenção: o qual inclui a permanência da mudança com
o tempo.
Prochaska e DiClemente sugerem que as primeiras três etapas sejam
referidas como etapas motivacionais, enquanto que as últimas duas são etapas
de acção.
Proposta de intervenção:
O objectivo será fazer com que o idoso fumador deixe de fumar, mas em
primeiro lugar é o fundamental o idoso querer realizar a mudança e querer
deixar de fumar, o idoso tem que estar motivado para esta mudança, o papel
da psicopedagoga será ajudar o idoso a perceber a importância de deixar de
fumar e os malefícios do tabaco, e ajudá-lo também durante essa mudança e
fazer com que a mesma permaneça.
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O modelo de entrevista motivacional
Foi concebido de modo a ser utilizado com utentes em diferentes etapas
do contínuo de mudança, com igual eficiência, tal como o modelo de etapas de
mudança.
Rollnick e Miller (1995) definem a entrevista motivacional como “um
estilo de aconselhamento directivo e centrado no utente para permitir a
mudança comportamental, ajudando os utentes a explorar e resolver as
ambivalências”. A teoria da entrevista motivacional foi desenvolvida
especificamente para o uso junto de doentes/utentes com graus variados de
“prontidão para a mudança” e em consultas de tempo limitado. O principal
conceito deste modelo é o ser centrado no utente e reconhecer que a
persuasão directa dos utentes que não estão certos acerca da mudança
comportamental é capaz de reforçar a sua resistência à mudança.
o Menu de estratégias
Foi desenvolvido um menu de estratégias para ajudar os promotores de
saúde a orientarem a sua entrevista de modo a ser usado na prática. O
objectivo é dar à pessoa idosa a oportunidade de identificar as suas áreas de
preocupação e sentir-se encorajada a apresentar as suas razões para a
mudança. O menu de estratégias oferece oito opções sob a forma de
“prontidão para a mudança percepcionada”:
• Estratégia aberta, estilo de vida e uso de substâncias;
• Estratégia aberta, saúde e uso de substâncias;
• Um dia/ sessão típico;
• As coisas boas e as coisas menos boas;
• Proporcionar informação;
• O futuro e o presente;
• Explorar preocupações;
• Ajudar na tomada de decisões.
o Níveis de motivação e confiança
Rollnick e tal (1997) sugerem que o promotor de saúde peça para o
utente dizer o quão motivado e confiante se sente, numa escala de 1-10.
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o Self-empowerment
Trabalhar com pessoas idosas, ajudando-as a fazer as suas escolhas e
apoiá-las quando desejarem mudar o seu comportamento pode ajudar a
melhorar não apenas a sua saúde e bem-estar, mas também a sua auto-estima
e o seu controlo sobre a saúde e a vida.
O conceito de empowerment é diversificado e inclui características
técnicas e ideológicas. Segundo Jones (1997), o “empowermet implica a auto-
determinação e a capacidade e liberdade para assumir responsabilidade sobre
si próprio, para expressar ideias, tomar decisões e influenciar as políticas a
todos os níveis”. Importa referir que os reforços para promover o empowerment
têm também que se centrar em conceitos alternativos, tais como a
interdependência.
Proposta de intervenção:
O objectivo desta proposta é evitar que o idoso seja sedentário. Para
isso a psicopedagoga deve encorajar o idoso a fazer mais exercício físico,
começando, por exemplo, por ser o próprio idoso a fazer as suas compras, ou,
no caso de já ser ele a fazer as compras, deixar de as fazer na mercearia mais
próxima, mas andar um pouco mais até à mercearia seguinte. Pode propor
ainda que o idoso passeie aos fins-de-semana, a pé, o que possibilita também
se distrair.
O modelo de empowerment
Tones e Tillford (1994) afirmam que o modelo de empowerment deriva
do modelo educacional, sendo que o objectivo é facilitar as escolhas e a
tomada de decisões genuína, ao remover os obstáculos e providenciar
capacidades, tanto ao nível individual como a nível comunitário. Este modelo
baseia-se numa abordagem invertida que requer diferentes capacidades por
parte do promotor de saúde. A formação por empowerment requer que
trabalhemos com as pessoas idosas para desenvolver as nossas atitudes,
permitindo-nos transferir o poder das mãos de profissionais como os
promotores de saúde para as mãos das pessoas idosas.
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Ewles e Simnet (1999) consideram que os seguimentos das fases do
modelo de mudança contribui para o empowerment das pessoas idosas porque
estas podem acompanhar o seu próprio progresso.
Para usar o modelo de self-empowerment na prática, os promotores de
saúde podem atender a algumas das seguintes questões:
• Ajudar as pessoas a modificar a forma como se sentem consigo
próprio, a, serem positivas relativamente à sua vida e à sua
saúde;
• Aumentar a sua auto-estima e auto-consciência;
• Permitir que se corram riscos;
• Agir como negociador;
• Valorizar o conhecimento, capacidades e sistema de valores das
pessoas idosas e encorajá-las a valorizarem-se a si próprias;
• Ter consciência das razoes que levam as pessoas idosas ou
comunidade a resistir à doença;
• Tratá-las como iguais a cooperar de igual para igual;
• Encorajar a auto-eficácia.
o Desenvolvimento da consciência crítica
O termo empowerment relaciona-se com a consciencialização das
pessoas idosas acerca de questões e situações que afectam a sua saúde e
também com o desenvolvimento das suas capacidades, tais como a
assertividade.
Tones (2001) descreve o desenvolvimento da consciência crítica como a
prática de pensar, dizendo ainda que o papel de empowering do promotor de
saúde corresponde à prática do desenvolvimento da comunidade.
o Facilitar a tomada de decisões de saúde
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Determinar as necessidades de saúde individuais das pessoas idosas
deve constituir o principal foco da promoção de saúde. Pode-se concentrar o
trabalho na promoção de saúde com as pessoas idosas na manutenção e
promoção da sua auto-estima. Ao valorizar as pessoas idosas e o seu direito à
auto-determinação, pode-se maximizar o seu controlo sobre as suas vidas e,
desse modo, melhorar o seu sentimento de bem-estar.
Aquando o contacto do profissional com os idosos, este deverá fazer
uma lista das áreas com as quais pensa em que o idoso terá mais
necessidade.
De seguida segue-se algumas formas práticas de trabalhar com as
pessoas idosas para promover o self-empowerment. De seguida apresenta-se
uma lista exaustiva:
o Finanças
Poderá não ser capaz de ajudar directamente no que diz respeito a
problemas financeiros, mas pode aconselhar as pessoas idosas acerca dos
benefícios a que têm direito e indicá-las aos serviços sociais, caso elas
concordem.
o Comunicação
É importante que as pessoas idosas percebam o que está a dizer, assim
como é importante que o profissional oiça cuidadosamente o que elas dizem.
o Educação
A educação para a saúde é uma parte importante da promoção da
saúde. Os promotores de saúde podem ensinar as pessoas idosas, ao darem
informação e habilitações, de forma a que sintam encorajadas a ter uma visão
mais positiva acerca da sua própria saúde e bem-estar.
o Apoio
É muito fácil dizer que apoiamos as pessoas idosas, mas afinal o que se
quer dizer com isso? Pode ser precisa informação, podem ser necessárias
competências, ouvir pode ser o maior apoio de que a pessoa necessita, assim
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como ter tempo, uma melhor comunicação, mudanças no ambiente e apoio
social.
o Treino de capacidades
Os promotores de saúde podem ajudar as pessoas idosas a assumir um
maior controlo, ao ensinar-lhe capacidades, tais como a assertividade, a gestão
de tempo, a avaliação dos seus pontos fortes e fracos e a elevação da sua
auto-imagem.
o Emprego
Pode não ser possível arranjar emprego para as pessoas idosas, mas
elas podem assumir um papel activo na comunidade em que vivem.
o Motivação
A exploração das crenças e atitudes da pessoa relativamente à sua
saúde irá ajudá-lá a clarificar as suas próprias ideias e ajudá-lá a ela e a si a
ver as mudanças que a pessoa deseja fazer.
Como promotores de saúde, podemos ajudar as pessoas idosas a
desenvolver capacidades e confiança para melhorarem e manterem a sua
saúde. A abordagem de sel-empowerment tem a ver com ajudar as pessoas
idosas a identificar as suas próprias preocupações e a ganhar um maior
controlo sobre a sua própria saúde.
Proposta de intervenção:
O objectivo será que o psicopedagogo transmita, em primeiro lugar, que
o idoso é capaz, e que têm capacidade para fazer o que se propõe. De seguida
o psicopedagogo deverá transmitir as noções fundamentais para que o idoso
possa tratar de si próprio e seja capaz de realizar as tarefas mais elementares
sem ajuda, como por exemplo, ser capaz de tomar a medicação correctamente.
Envolver as pessoas idosas nos seus próprios cuidados de saúde
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O que se torna fundamental neste ponto é assegurar que o profissional
oiça as pessoas idosas acerca das suas ideias, relativamente à forma como a
sua saúde pode ser merlhorada e mantida. De acordo com Blaxter (1990) as
expectativas de saúde das pessoas idosas podem ser baixas devido ao
gerontismo, sexismo, racismo, privação e pobreza. Ao envolver as pessoas
idosas os seus próprios cuidados de saúde, podemos aumentara sua confiança
e auto-estima e encorajá-las a participar, dizendo o que precisam enquanto
indivíduos e enquanto grupo. As pessoas idosas têm de constituir um parceiro
informado na determinação das suas próprias necessidades de saúde. Ouvir os
idosos irá ajudar o profissional ajudar a ganhar uma compreensão mais
profunda dos seus problemas. A Patient Charter (1992) realça a importância da
escolha do doente na forma como os doentes e os utentes podem desejar ser
tratados. Visa também ajudar as pessoas a tirar o maior partido dos serviços
de saúde. Os promotores de saúde podem dar empowerment às pessoas
idosas, ao ajudá-las a ganhar conhecimento e capacidades, para que consigam
fazer escolhas se saúde positivas. Como promotores de saúde, os profissionais
podem promover a saúde ao dar mais poder às pessoas idosas, mas, como
sustenta Tones (1993) para o fazer é necessário uma politica forte que assente
no Patient Charter. Os promotores de saúde podem promover o valor pessoal
das pessoas idosas, ao deixá-las assumir um papel activo na comunidade, as
suas próprias casas e nos contextos voluntário e profissional.
Em primeiro lugar, os serviços sociais e de saúde podem garantir a
qualidade de vida da pessoas idosas e verificar se elas recebem tratamento,
sempre que um serviço exequível e apropriado não esteja disponível.
Em segundo lugar, os promotores de saúde podem ajudar o
empowerment das pessoas idosas, ensinando-lhes as capacidades de vida que
precisam para elevar a sua auto-estima.
Tem também sido demonstrado que uma auto-estima baixa nas pessoas
idosas pode conduzir à depressão.
O estudo de Banerjee e MacDonald mostra a importância de os
promotores de saúde trabalharem em equipa para promover a saúde mental
das pessoas idosas.
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Walker e Warren (1996) elaborou uma lista para verificar o empowermet
e que se tona útil para os promotores de saúde e para as organizações.
Jones (1997) sugere critérios para o estabelecimento de exemplos da
melhor prática no empowerment das pessoas idosas.
O empowerment pode significar dar poder, mas parece mais útil falar da
criação de oportunidades que facilitam, encorajam ou permitem que as
pessoas idosas se tornem autónomas. Não se pode simplesmente dar
“empower” às pessoas idosas; tem que e pensar primeiramente na forma como
se está a esvaziar o seu poder, o profissional deve mudar as suas atitudes,
práticas, politicas e estruturas para promover a possibilidade de escolha e a
auto-de-determinação.
Estratégias para a mudança do comportamento
o Identificar problemas que inibem a mudança de comportamentos
Rosenstock (1998) considera que existe a possibilidade de “culpar” a
pessoa idosa pelos seus problemas de saúde ou, mesmo que não lhe seja
atribuída a culpa pela doença, muitas vezes espera-se que ela seja
responsável pela solução do problema. As pessoas idosas nem sempre têm a
liberdade de mudar os comportamentos relacionados com a saúde, de escolher
comidas saudáveis. O seu rendimento pode ser muito baixo, de forma que não
podem comprar frutas e legumes ou podem não ter a possibilidade de se dirigir
às lojas mais baratas devido à falta de transporte ou à sua fraca mobilidade.
Ser saudável pode nem sempre estar sob o nosso controlo pessoal, pelo
que, ao focarmos apenas os factores individuais determinantes do
comportamento de saúde das pessoas idosas, corre-se o risco de estarmos a
culpá-las pela sua doença.
As pessoas idosas não têm a possibilidade de assumir o controlo sobre
as suas vidas se estiverem em desvantagem devido à pobreza. Existe um largo
e crescente fosso entre os padrões de vida das pessoas idosas, no geral, e os
das mais pobres em particular.
o Tornar a vida saudável mais fácil
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O Carnegie Inquiry (1993) centrou-se nas pessoas idosas com baixos
níveis de educação e formação, trabalhos mal remunerados, períodos de
desemprego ou doença e concluiu que elas têm poucas expectativas
relativamente à sua terceira idade, devido à pobreza e falta de recursos.
O Carnegie Inquiry concluiu que é menos provável que estas pessoas
idosas procurem actividades educacionais e de lazer, podendo ficar solitárias e
isoladas, especialmente se o seu parceiro tiver falecido e viverem sozinhos.
o Usar estratégias de forma eficaz
Uma vez que o envelhecimento deve constituir uma experiência positiva
para todos, dai a importância de realizar uma série de estratégias que ajudarão
à inter-relação entre a pessoa idosa e o promotor de saúde.
o Explorar os conhecimentos de saúde da pessoa idosa
Para escolherem a forma adequada de ajudar cada pessoa idosa, os
promotores de saúde podem começar por descobrir quais são os
conhecimentos de saúde e as atitudes da pessoa idosa relacionada com o
aspecto da saúde que desejam abordar.
o Auto-estima
Algumas pessoas idosas têm uma baixa auto-estima e podem precisar
de ajuda, antes de mudarem o seu comportamento de saúde. O promotor de
saúde deverá ajudar o idoso a melhorar as suas competências, assertividade
entre outras.
o Etapas de mudança
Os promotores podem tentar perceber em que etapa do cotinuum da
mudança se encontra a pessoa idosa e em que alteração do comportamento
de saúde ela está interessada.
o Metas a estabelecer
As metas devem ser realistas e acordadas entre a pessoa e o promotor
de saúde.
o Plano de acção
Adequar o plano de acção especificamente a cada pessoa.
o Estímulo
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O promotor de saúde e a pessoa idosa podem proporcionar
continuamente estímulos que ajudem a mudar o comportamento e a manter a
mudança.
o Trabalho de equipa
A taxa de sucesso pode ser melhorada se todos trabalharem em
conjunto para obter o comportamento de saúde desejado.
o Criar um ambiente de apoio favorável
Pode ser um ambiente de não fumadores se a pessoa idosa deseja
deixar de fumar ou um programa de exercício para a pessoa idosa num centro
de lazer melhorar a resistência, a flexibilidade a força.
o Encorajar a escrita de um diário
Recordar as mudanças no comportamento irá ajudar a pessoa idosa a
manter essas mudanças.
O promotor de saúde e a pessoa idosa devem debater os seguintes
aspectos:
o Self-empowerment, assumir o controlo
Qual é o nível de envolvimento das pessoas idosas na tomada de
decisões acerca d seu próprio estilo de vida.
o Comportamento pessoal
Aqui temos de considerar a saúde física, psicológica/emocional e sexual
e a parte espiritual.
o Questões ambientais
Este ponto deve incluir os transportes públicos, o alojamento, o que está
disponível para as pessoas idosas.
o Questões sociais e culturais
Este ponto pode incluir questões sociais.
o Planos futuros de curto e longo prazo
Os planos centrar-se-iam nas questões que já foram debatidas e nas
mudanças comportamentais que a pessoa idosa deseja alcançar. Os planos
têm que ser revistos para avaliar se as metas foram ou não alcançá-las.
o Pontos práticos
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Os promotores de saúde podem recorrer e uma abordagem invertida; o
foco está nos principais conceitos de saúde da pessoa idosa; a comunicação
eficaz é conduzida pelo idoso; a abordagem é individualizada.
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Conclusão
A natureza da saúde e da promoção é muito complexa, sendo
influenciada por muitos acontecimentos da vida. A promoção da saúde recorre
a um amplo leque de disciplinas para adaptar os modelos, abordagens e
teorias ao desenvolvimento eficiente e bem-sucedido das suas diligências. É
necessária uma abordagem holística e flexível, devido às diferentes
necessidades de saúde e bem-estar das pessoas idosas.
Existem muitas abordagens, modelos e teorias que alegam estar
envolvidas a promoção da saúde e isto pode ser confuso para o promotor de
saúde, quando este tenta relacionar a teoria e a prática.
Uma filosofia da promoção da saúde precisa de estabelecer, para as
necessidades individuais e para as necessidades da comunidade. A derradeira
meta é a mudança de uma visão autoritária da promoção da saúde conduzida
por peritos, por forma a incluir as crenças e valores leigos das pessoas idosas
para a manutenção, promoção e melhoria da sua saúde e bem-estar. A escolha
individual da pessoa idosa deve ser respeitada e apoiada.
Trabalho realizado por:
Letícia Silva – 20061577
Helena dias - 20062269
Psicopedagogia Clínica – Intervenção Psicopedagógica na População Idosa 17