3. A revelação bíblica mostra-nos a existência humana como resultado da bondade divina, isto é, como um dom que suscita em nós gratidão e não nos dispensa da responsabilidade de cuidar dele. Para o crente, a vida não está à inteira disposição de quem quer que seja, não é arbitrariamente disponível, mas tem de ser respeitada como a condição básica de realização pessoal. Cuidar da vida até à morte ano CAD A dignidade da vida humana UL 1
4. A vida humana é prévia a qualquer projecto pessoal, por isso ninguém é senhor absoluto da sua própria vida e muito menos senhor da vida dos outros. A convicção de que só Deus é o Senhor da vida não retira ao ser humano a sua responsabilidade de procurar as melhores opções para cuidar da vida que tem diante de si. Cada pessoa deve ser respeitada como sujeito da sua própria existência e nunca simplesmente como objecto do qual se possa dispor arbitrariamente. ano CAD A dignidade da vida humana UL 1
5. Idosos vítimas de crime É urgente mudar mentalidades e recuperar o respeito pelo saber de experiência feito. Com o aumento da esperança de vida prevê-se que o número de pessoas com mais de sessenta anos duplique até 2015, passando de 542 milhões em 1995 para 1200 milhões nessa data. Nos últimos anos aumentaram as queixas de violência contra idosos. O aumento da esperança média de vida, a par com o enfraquecimento dos sistemas de protecção social, coloca-os numa situação de grande fragilidade. ano CAD A dignidade da vida humana UL 1
6. A Organização Mundial de Saúde (OMS) receia que este aumento, associado a uma certa quebra de laços entre gerações e ao enfraquecimento dos sistemas de protecção social, venha a agravar as situações de violência. Dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) revelam que, nos últimos anos, se verificou um aumento de 20,4% do total de pessoas idosas vítimas de crime. ano CAD A dignidade da vida humana UL 1
7. A doação de órgãos é uma forma peculiar de testemunho da caridade. Numa época como a nossa, com frequência marcada por diversas formas de egoísmo, torna-se cada vez mais urgente compreender quanto é determinante para uma correcta concepção da vida entrar na lógica da gratuidade. Doação de órgãos Bento XVI, Novembro de 2008 De facto, existe uma responsabilidade do amor e da caridade que compromete a fazer da própria vida uma doação aos outros, se quisermos verdadeiramente realizar-nos a nós próprios. Como nos ensinou o Senhor Jesus, só aquele que doa a vida a poderá salvar. ano CAD A dignidade da vida humana UL 1
9. «Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que, depois de o despojarem e encherem de pancadas, o abandonaram, deixando-o meio morto. 31 Por coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote que, ao vê-lo, passou ao largo. 32 Do mesmo modo, também um levita passou por aquele lugar e, ao vê-lo, passou adiante. 33 Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão. 34 Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. 35 No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo: ‘Trata bem dele e, o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar.’ 36 Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?» 37 Respondeu: «O que usou de misericórdia para com ele.» Jesus retorquiu: «Vai e faz tu também o mesmo.» Lc 10, 25-37 O Bom Samaritano ano CAD A dignidade da vida humana UL 1
10. A Parábola é um recurso literário muito utilizado por Jesus. Trata-se de uma narrativa fictícia construída a partir de ambientes reais, com o objectivo de iluminar um ensinamento ético ou religioso e provocar uma transformação de comportamentos Os doutores da Lei ou escribas eram peritos na interpretação da Lei de Moisés, cujo cumprimento procuravam impor ao povo. Os sacerdotes , no tempo de Jesus, eram ministros sagrados encarregues de oferecer diariamente sacrifícios no Templo de Jerusalém. Além das tarefas cultuais, competia-lhes a instrução do povo em assuntos religiosos e a administração dos bens do Templo. Os levitas eram auxiliares dos sacerdotes, constituindo uma espécie de baixo clero. ano CAD A dignidade da vida humana UL 1
11. dar a própria vida pelo outro ano CAD A dignidade da vida humana UL 1
12. Gianna Beretta Molla (1922-1962), médica italiana, casada e mãe de quatro filhos, foi proclamada santa pela Igreja católica. Fruto do seu matrimónio com Pietro Molla nasceram quatro crianças: Pierluigi, Mariolina, Laura e Gianna Emanuela. Na última gestação, aos 39 anos, descobriu que tinha um fibroma no útero. Foram-lhe apresentadas três opções: retirar o útero doente, o que ocasionaria a morte da criança, abortar o feto ou, a mais arriscada, submeter-se a uma cirurgia de risco e preservar a gravidez. Não hesitou! Disse: «Salvem a criança, pois tem o direito de viver e ser feliz!» Submeteu-se à cirurgia no dia 6 de Setembro de 1961. ano CAD A dignidade da vida humana UL 1
13. Alguns dias antes do parto, sempre com grande confiança em Deus, disponibilizou-se para sacrificar a sua vida se essa fosse a condição para salvar a do filho: «Se tiverem de decidir entre mim e o meu filho, nenhuma hesitação: exijo que escolham a criança. Salvem-na». Deu entrada, para o parto, no hospital de Monza, na Sexta-feira Santa de 1962. No dia seguinte, 21 de Abril de 1962, nasceu Gianna Emanuela. Gianna Beretta morreu no dia 28 de Abril seguinte. Foi beatificada no dia 24 de Abril de 1994, no Ano Internacional da Família, e canonizada no dia 16 de Maio de 2004, recebendo do papa João Paulo II o sugestivo título de «Mãe de Família». Na cerimónia estiveram presentes o seu marido, as filhas Gianna Emanuela e Laura e o filho Pierluigi. ano CAD A dignidade da vida humana UL 1
14. valores éticos o respeito , a tolerância , a paciência , a solidariedade , o carinho , a dedicação , o diálogo , a justiça … é essencial ao reconhecimento efectivo da dignidade da vida humana. Perspectivas de futuro ano CAD A dignidade da vida humana UL 1
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17. Cada pessoa vale por si mesma. Não porque alguém a ama e lhe quer bem, ou porque é reconhecida pelos demais ou pelo Estado (embora, por ser pessoa, mereça ser amada e respeitada por todos). É por causa do valor inalienável de cada pessoa que todos têm direito a ser reconhecidos e valorizados, sobretudo os mais vulneráveis, os que se sentem excluídos e aqueles cuja voz não é escutada pela sociedade. Onde não há reconhecimento da dignidade, não há humanidade. Daí se exija a responsabilidade de cada um pelo seu próximo. ano CAD A dignidade da vida humana UL 1
18. ano CAD A dignidade da vida humana UL 1 Não pode haver paz verdadeira sem respeito pela vida. João Paulo II