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REDES ETHERNET INDUSTRAIS: VISÃO GERAL.
1 - Msc. Alexandre Baratella Lugli
Professor coordenador do grupo de Automação Industrial e consultor de soluções para a
empresa Sense Eletrônica LTDA, INATEL.
Rua João de Camargo, 510 – Santa Rita do Sapucaí / MG – Brasil (www.inatel.br).
Cel.: 055-35-9156-2232
baratella@inatel.br
2 - Ph.D. Max Mauro Dias Santos
Professor coordenador do laboratório de sistemas de Tempo Real (LTR), UNILESTE / MG.
Av. Tancredo Neves, 3500 – Coronel Fabriciano / MG – Brasil.
Fone: 055-31-3842-9420
maxmauro@unilestemg.br
3 - Ph.D. Lucia Regina Horta Rodrigues Franco
Professora coordenadora do laboratório de Fieldbus, UNIFEI / MG.
Av. BPS, S/N - Itajubá / MG, Brasil.
Fone: 055-35-3629-1416
lfranco@unifei.edu.br
Resumo: O padrão TCP/IP é uma das arquiteturas mais difundidas para comunicação a longa
distância envolvendo computadores. Assim, tentando uma padronização das redes industriais
adotou-se há alguns anos tal padrão no meio industrial, dando origem às redes Ethernet
industriais.
Hoje, existem quatorze redes Ethernet industriais já comercializadas em todo o
mundo. As principais são: Profinet, Ethernet IP e HSE (High Speed Ethernet).
O artigo explora parte desta tecnologia voltada para os ambientes industriais, chamada
de Ethernet industrial. Evidencia os principais protocolos do mercado, suas características e
aplicações principais.
Palavras chaves: Ethernet, Redes Industriais, Meio Físico.
2
1 - A Evolução dos Fieldbuses
Os precursores da Ethernet na indústria foram as primeiras redes industriais: os
fieldbuses.
O termo fieldbus, mencionado anteriormente, é um termo genérico que descreve as
redes digitais de comunicação com a finalidade de substituir os antigos padrões 4-20mA
existentes. [1]
Nos anos 40, a instrumentação de processo confiava em sinais de pressão de 3–15 psi
para monitorar os dispositivos de controle no chão-de-fábrica.
Já nos anos 60 os sinais analógicos de 4-20mA foram introduzidos na indústria para
monitorar dispositivos.
Com o desenvolvimento de processadores nos anos 70, surgiu a idéia de se utilizar
computadores para monitoração de processos e se fazer o controle de um ponto central. [1]
Com os computadores, várias etapas do controle poderiam ser feitas de forma diferentes de
modo a se adaptar mais precisamente as necessidades de cada processo.
Nos anos 80 começou-se a desenvolver os primeiros sensores inteligentes assim como
os controles digitais associados a esses sensores. [1]
Tendo-se os instrumentos digitais era
necessário algo que pudesse interligá-los. Aqui, já se tinha a idéia de uma rede que ligaria
todos os dispositivos e disponibilizasse todos os sinais do processo num mesmo meio. A
partir daí, a necessidade de uma rede (fieldbus) era clara, assim como um padrão que pudesse
deixá-lo padronizado para o controle de instrumentos inteligentes.
A busca pela definição de um padrão internacional levou vários grupos a se unirem.
Entre eles: a Instrument Society of America (ISA) [2]
, a International Electrotechnical
Commission (IEC) [3], o comitê de padronização do Profibus (norma alemã) [4]
e o comitê de
padronização do FIP (norma francesa). [5]
Formaram o comitê IEC/ISA SP50 Fieldbus.
O desenvolvimento deste padrão internacional demorou muitos anos. Em 2000, todas
as organizações interessadas convergiram para criar o fieldbus padrão IEC, que foi
denominado IEC 61158 [6]
com oito protocolos diferentes chamados "tipos”:
• Tipo 1 — FOUNDATION Fieldbus H1
• Tipo 2 — ControlNet
• Tipo 3 — Profibus
• Tipo 4 — P - Net
• Tipo 5 — FOUNDATION Fieldbus HSE (High Speed Ethernet)
• Tipo 6 — Interbus
3
• Tipo 7 — SwiftNet
• Tipo 8 — WorldFIP
Mesmo estes padrões não abrangiam todas as aplicações na indústria. Mais tarde,
então, foi criada a IEC 61784 [6]
como uma definição dos chamados “perfis” e ao mesmo
tempo foram corrigidas as especificações de IEC 61158. A Tabela 1 mostra os padrões com
os perfis.
Tabela 1 - Padrões e protocolos de acordo com a IEC 61784 e IEC 61158 [5]
Como pode ser observado na Tabela 1, os padrões para vários protocolos de Ethernet
já foram incluídos. Estes padrões usam o meio físico da Ethernet bem como os protocolos IP,
TCP e UDP.
1.1. A Ethernet na Indústria
Há vários fieldbuses no ambiente industrial. Devicenet, Profibus, Interbus, Fieldbus
Foundation e outros são usados em muitas aplicações. Todos podem ser usados de acordo
com a preferência e, às vezes, com a aplicação. O que era necessário era que estes fieldbuses,
de fabricantes diferentes, pudessem ser adaptados à tecnologia Ethernet e desta forma
pudessem interagir uns com os outros.
Atualmente, cada fabricante já tem sua solução para o ambiente industrial em Ethernet:
Profinet [7]
da associação Profibus, (que é uma evolução do Profibus-DP), o Ethernet/IP da
ODVA [8]
(onde IP quer dizer Industrial Protocol) e cuja proposta é uma evolução do
4
Devicenet e Controlnet, e o HSE High Speed Ethernet da Fieldbus Foundation (que
interconecta as redes H1) são exemplo e padrões, conforme apresentados na Tabela 1.
Com a existência de uma grande quantidade de soluções para Ethernet Industrial,
acabou-se por não ter a interoperabilidade desejada. Isto porque cada fabricante ou grupo
desenvolveu suas soluções incompatíveis com os demais, por exemplo, Profinet da associação
Profibus não se comunica com o Ethernet/IP da ODVA.
De uma forma ou outra a Ethernet conseguiu sua penetração no ambiente industrial,
porém alguns problemas começaram a surgir nesta fase inicial.
1.2. Switch como solução para o determinismo
No principio a Ethernet não foi considerada ideal para a industrial por não ser
determinística. [6]
No meio de acesso ao sistema CSMA/CD [9]
as colisões são detectadas e em
seguida há contagem de tempo aleatória para uma nova transmissão. Este método não parecia
uma solução muito atraente para a indústria porque não se garantia realmente que os dados
fossem realmente transmitidos. Podem ocorrer várias colisões sucessivas e algumas
informações podem perder sua importância durante este tempo em que ocorrem os conflitos.
O uso do switch amenizou este problema. [6]
O switch é composto de várias portas com buffer mantendo o controle de colisão,
especificada no método CSMA/CD. Se houver duas transmissões simultâneas, como o switch
tem portas independentes, pode-se transmitir o frame de uma porta e guardar o frame da outra
em um buffer para ser transmitida posteriormente. Assim, assegura-se que sempre um dado
transmitido vai chegar ao seu destino. Desta forma, a Ethernet teve realmente uma chance
mais concreta de penetrar no chão-de-fábrica e se havia alguma duvida da sua participação na
indústria [10]
, hoje sua presença no chão-de-fábrica é um fato concreto.
Mesmo com o uso de switchs, eventuais colisões poderiam acontecer: se houvesse um
broadcasting no switch, poderia haver eventuais colisões com um dispositivo transmitindo
numa mesma porta. Para resolver mais este problema, o sistema full duplex foi aplicado, onde
há um canal de transmissão e um canal de recepção, evitando assim a situação citada
anteriormente, pois mesmo que o switch dê um broadcasting e um dispositivo transmita neste
mesmo momento, eles estariam fisicamente em conexões diferentes e desta forma não
ocorreria colisão. Assim a Ethernet pode ser considerada mais aplicável ao ambiente
industrial. [11]
5
1.3. As vantagens e desvantagens da Ethernet na Indústria
A Ethernet de escritório que está sendo levado ao chão-de-fábrica traz inúmeras
vantagens agregadas. Por ser um padrão já consolidado no mercado, não havia maiores
problemas de aceitação. A utilização dos conceitos e equipamentos já existentes no mercado
(conectores, placas, cabos, etc.) torna-se um fator positivo aos envolvidos na manipulação
desta nova tecnologia, que na verdade não é nova, só adaptada.
A velocidade alcançada com a Ethernet na indústria (comercialmente 10 Mbps, 100
Mbps e até 1 Gbps) é algo novo visto que nenhum fieldbus existente no mercado conseguiria
sequer se aproximar desta taxa.
Tudo o que for usado na indústria, pode ser usado no escritório, porém a recíproca não
é verdadeira. Um dispositivo simples de escritório pode não suportar as agressões de um
ambiente industrial.
Tabela 2 - Diferenças entre Ethernet na indústria e no escritório
Conforme descrito anteriormente, um grande atrativo da Ethernet na indústria é que ela
é uma rede já consolidada e de grande penetração em todo mundo. A adequação do meio
físico não apresenta impacto significativo para as pessoas que vão usá-la na indústria.
Na Tabela 2 as principais diferenças da Ethernet na indústria e no escritório são
mostradas. Dentre as diferenças principais, algumas são bem significativas como a variação
de temperatura, a presença de umidade e as interferências sofridas. Desta forma, um
6
dispositivo industrial exigirá outros testes funcionais e também normas mais exigentes para se
obter as certificações necessárias para a venda de dispositivos no chão-de-fábrica. O que
aconteceu com isto é que, em geral, os testes feitos em fieldbuses como vibração,
temperatura, EMC tem de ser feitos também em dispositivos para Ethernet usados na
indústria.
1.4. Meio Físico
O meio físico é responsável pela transmissão da informação da origem ao destino. Esta
informação pode ser transmitida como bit na forma elétrica, luminosa ou eletromagnética. Na
indústria estes 3 padrões e outros mais podem estar presentes.
Se for usado o meio físico elétrico, um cabo será necessário e conforme dito
anteriormente a agressividade do chão-de-fábrica exige um cabo especial e conexões
especiais.
1.4.1. Conectores
A estrutura física da Ethernet é muito importante na indústria devido ao ambiente
agressivo em que se instala.
Figura 1 - Conectores [12]
Os conectores têm uma grande importância nesta atmosfera industrial, podendo
garantir, por exemplo, a proteção de umidade, a proteção mecânica, poeira e outras situações
comuns no chão de fabrica. [12]
A Figura 1 mostra um problema ocorrido de corrosão.
Uma solução para estes problemas é a adoção de conectores mais robustos [13]
com
necessidades de IP67 (a prova de imersão em água), por exemplo, conforme mostra a Figura
1, com um conector M12 IP67 e um RJ 45 também IP67.
7
1.5. A Ethernet no mercado atual
Na seqüência serão mostrados os principais protocolos existentes no mercado e a
interação que foi realizada com IP, TCP e UDP.
1.5.1. Ethernet/IP
Ethernet Industrial Protocol (Ethernet/IP) [14]
é um padrão de rede industrial aberto que
suporta mensagem em tempo real e troca de mensagens. O Ethernet/IP usa o chip de
comunicação Ethernet padrão e também o mesmo meio físico.
Figura 2 - ODVA – CIP [14]
Ethernet/IP é uma rede aberta baseada em:
• IEEE 802.3 padrões Físicos e link de dados.
• Ethernet TCP/IP protocol suite (Transmission Control Protocol/Internet Protocol),
o padrão Ethernet industrial.
• Common Industrial Protocol - CIP mostrado na Figura 2, é o protocolo de
aplicação presente nas redes ControlNet, Devicenet e Ethernet/IP.
1.5.1.1. Comunicação
A CIP provê uma grande quantidade de padrões e serviços de acesso de dados e para
controle de dispositivos na rede via as chamadas mensagens “implícitas” e “explícitas”
mostradas na Figura 3. O pacote de dados CIP pode ser encapsulado antes que eles sejam
8
enviados via Ethernet e é inserido um cabeçalho no datagrama que depende da característica
do serviço.
Figura 3 - Comunicação Explícita e Implícita [14]
1.5.1.2. A CIP encapsulada no UDP e TCP
A Figura 3 mostra como os dados são enviados para rede usando-se o protocolo UDP
ou o protocolo TCP.
• A Transferência de dados não crítica – tipicamente pacotes grandes, conexões
explícitas de um produtor para um consumidor. Os pacotes de Informações usam o
protocolo TCP/IP e tem a vantagem das características de tratamento de dados do
TCP, ou seja, sendo orientados a conexão garante o envio e o recebimento dos dados.
9
Figura 4 - Configuração Típica [15]
• Os Dados de I/O (Input/Output) usam transferência crítica de dados, tipicamente
pacotes de dados pequenos. Troca de dados I/O são conexões implícitas de longo
alcance entre um produtor e um consumidor. Pacotes de Dados de I/O usam o
protocolo UDP/IP e tem a vantagem da alta velocidade (throughput) do UDP. Neste
caso não há verificação de recepção, uma vez que, conforme discutido no início deste
trabalho, qualquer dados retransmitido na Ethernet já estará obsoleto.
• Há também uma sincronização em Tempo-Real que é uma sincronização cíclica de
dados entre um produtor e um consumidor ou consumidores. Os pacotes de
Sincronização em Tempo-Real usam o protocolo UDP/IP. Como são dados de
sincronismo, é necessária a velocidade oferecida pelo UDP.
10
No tipo de aplicação da Figura 4, pode-se notar que todos os dispositivos têm conexão
com a rede Ethernet/IP. [15]
Na utilização de Flex I/Os, por exemplo, esta família de dispositivos [15]
tem interfaces
que podem se comunicar com Devicenet (ODVA) e Ethernet/IP. Assim, as antigas interfaces
Devicenet, que tem possibilidade, podem ser trocadas gradativamente por interfaces
Ethernet/IP.
1.5.2. Profinet
Profinet é um padrão de automação do PROFIBUS internacional para implementação
de integração e soluções consistentes baseadas em Ethernet Industrial. [4]
Profinet suporta a
integração de um simples dispositivo de campo e aplicações de tempo crítico em
comunicações Ethernet, bem como a integração de automação de sistemas distribuídos
baseados em componentes. [16]
A arquitetura do Profinet é similar ao do Profibus DP, incluindo a comunicação
mestre-escravo. O mestre DP corresponde ao controlador I/O no Profinet. [17]
Figura 5 - Profibus x Profinet [17]
Profinet I/O distingue-se em três tipos de dispositivo: Controlador I/O, Dispositivo I/O
e Supervisor I/O:
• Controlador I/O: Controlador no qual o programa de automatização é executado.
• Dispositivo I/O: dispositivo de campo remoto que é designado para um
Controlador I/O.
• IO-Supervisor: Dispositivo/PC programável que comissiona e tem funções de
diagnósticos
11
1.5.2.1. Dispositivos de campo distribuídos (Profinet I/O)
Dispositivos de campo distribuídos são integrados através do Profinet I/O. Ele usa a
visão convencional do I/O do Profibus DP, de acordo com o qual os dados do I/O do
dispositivo de campo são ciclicamente transmitidos para a imagem do CLP.
Profinet I/O [16]
descreve um modelo de dispositivo que é baseado em características
chaves do Profibus DP e inclui slots e canais. As características dos dispositivos de campo são
descritas via um GSD (General Station Description) [18]
em uma base XML.
1.5.2.2. Interação com outros Fieldbuses
Para a integração de outros dispositivos e outros fieldbus, o Profinet tem o Proxy: ele
funciona como um gateway e assim transfere dados deste fieldbuses para o Profinet onde o
controle é implementado. Vale lembrar que existe um padrão especifico para este Proxy e
desta forma os únicos existentes até o momento são para o Profibus DP e para o Interbus [19]
conforme mostrado na Figura 6.
Figura 6 - Integração de Outros Fieldbuses via Proxy [17]
1.5.2.3. Comunicação
O Profinet utiliza diversos níveis de comunicação:
• O Profinet transfere dados não críticos, como parâmetros, dados de configuração e
informações de conexão em cima do canal padrão TCP/UDP e IP. Isto satisfaz as
exigências para as conexões de níveis de automação de outras redes (MES, ERP).
• Para transmissão de dados de processo em tempo críticos dentro da planta de
produção, usa-se o canal de tempo real - Soft Real Time (SRT).
• Para aplicações de tempo onde é necessário sincronização, a comunicação de
Tempo Real Isócrona (Isochronous Real Tempo - IRT) está disponível permitindo
jitter acumulados de 1 µs em um ciclo de 1 ms.
12
Figura 7 - Tempo de resposta [17]
De acordo com Figura 7, cada etapa do processo tem um tipo de comunicação diferente.
Figura 8 - Comunicação em Tempo Real [17]
Para a comunicação de dados e parâmetros que não exijam tempo de resposta crítico, o
Profinet usa o TCP (Figura 7). Para dados com tempo de resposta de 10 ms (Figura 8) é usado
o UDP por ser mais rápido que o TCP.
Para dados com tempo de resposta muito pequenos, é utilizado uma comunicação
especial que é chamada isócrona. Este encapsulamento é feito através de um bypass na
camada de encapsulamento IP, conforme Figura 8. Assim o dado será mais rapidamente
processado e enviado, pois há duas camadas a menos no protocolo.
A desvantagem deste tipo de implementação é a necessidade de um hardware dedicado
deixando o Profinet não totalmente compatível com os sistemas normais Ethernet. [20]
1.5.3. HSE - High Speed Ethernet
A Fieldbus Foundation tem a solução HSE para a rede Ethernet. Conforme já mostrado
na Tabela 1, o H1 e o HSE são subclasses da IEC 61158.
A função desta rede não seria substituir as redes H1 existentes (rede convencional
Fieldbus Foundation), mas interconectá-las e liga-las a sistemas de supervisão. [21]
Esta rede
usa UDP/IP sobre as camadas de enlace Ethernet. [22]
13
Figura 9 - H1 e HSE [21]
Na Figura 9, pode-se observar as diferenças entre a rede H1 (Fieldbus Foundation) e a
HSE. A questão da velocidade é limitada pelo próprio limite da rede Ethernet que pode ser de
até 100 Mbps e também com a limitação física de 100 metros do cabo.
O determinismo só pode ser alcançado, de acordo com o que já foi citado no início
deste capitulo, pela presença do switch full duplex. Caso esta consideração não seja feita, a
rede HSE, como as demais redes, não conseguiria alcançar este “determinismo”.
1.5.3.1. Categoria de dispositivos
O HSE (High Speed Ethernet) é baseado na Ethernet, IP e TCP/UDP e tem quatro
tipos básicos de categorias de dispositivos (Figura 10):
Figura 10 - Categoria de dispositivos [21]
• O Host Device (HD) é estação de trabalho.
• O Link Device (LD) é um nó HSE para conectar um ou mais segmentos Fieldbus
H1 à HSE.
14
• O Gateway Device (GD) é um nó HSE para conectar uma ou mais redes externas à
HSE.
• O Ethernet Device (ED) é um nó HSE com condições de conexão direta às
aplicações de controle e medição.
Dispositivos em Redes H1 diferentes podem se comunicar através do HSE via um Link
Device (LD) (Figura 11).
Figura 11 - Comunicação entre H1's pela HSE [21]
1.5.3.2. Comunicação
O UDP se ajusta muito bem dentro do esquema sincronizado de cliente/servidor usado
no HSE. A entrega garantida de dados é controlada pela camada de aplicação em vez da
camada de transporte. Se a camada de aplicação não está adquirindo os dados que quer,
tentará novamente, e se falha entra em uma ação segura.
Como já foi mencionada anteriormente, uma característica da automação de dados é
que eles são atualizados várias vezes por segundo. Até que se retransmita uma mensagem
falha, os dados já estão obsoletos. Então, a retransmissão provida pelo TCP com entrega
garantida realmente não é requerida. É simplesmente melhor enviar o valor novo disponível
no sensor em lugar de tentar uma retransmissão de valores obsoletos que serão descartados de
qualquer maneira, ou seja, usa-se o UDP.
O UDP é multicast assim pode ser usado por vários receptores em uma única
comunicação. Este é tipicamente o caso para automação onde um sensor de leitura é
freqüentemente usado em mais de um lugar.
15
2. CONCLUSÃO
Com a realização deste trabalho, foi possível ampliar o conhecimento de um sistema
interligado em rede, apresentando como resultado importantes características da rede Ethernet
industrial no nível de usuário de sistemas de automação.
O artigo evidencia as tecnologias inovadoras do mercado de redes industriais, mostra o
funcionamento e as características de cada um dos principais protocolos e visões de aplicação,
evidenciando topologia, tamanho de segmentos, switchs industriais, cabos e conectores
especiais.
Assim, o usuário final pode ter uma boa noção dos equipamentos e tecnologias novas
que estão surgindo no mercado mundial.
16
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] LOPEZ, Ricardo Aldabó. Sistemas de Redes para controle e Automação. Editora
Express. 2000.
[2] http://www.isa.org/ International Society for Measurement and Control. Acesso em
Jan. 2007.
[3] http://www.iec.org/ International Engineering Consortium. Acesso em Fev. 2007.
[4] http://www.profibus.com/ Profibus: The Industrial Communications Community
Delivering Greater Enterprise Advantage. Acesso em Jan. 2007.
[5] FRENCH ASSOCIATION FOR STANDARDIZATION. FIP. Bus for Exchange of
Information Between Transmitters, Actuators and Programmable Controllers, NF
C46 601-607, Mar. 1990.
[6] FELSER, Max, SAUTER, Thilo. The Fieldbus War: History or Short Break
Between Battles? 4th IEEE International Workshop on Factory Communication System,
Vasteras, Sweded. Ago. 2002
[7] POSCHMANN, A.; NEUMANN, P. Institut fur Automation und Kommunikation
Magdeburg Architecture and Model of Profinet. Germany. IEEE 2004.
[8] BROOKS, Paul. Ethernet/IP – Industrial Protocol–Logix/NetLinx Technology
Adoption, Rockwell Automation’s European Marketing Manager, Belgium, IEEE 2001.
[9] 802.3 IEEE Standard for Information technology Telecommunications and information
exchange between systems. Local and metropolitan area networks — Specific
requirements Part 3: Carrier sense multiple access with collision detection
(CSMA/CD) access method and physical layer specifications. IEEE 2002.
[10] DECOTIGNIE, Jean Dominique. A perspective on Ethernet-TCP/IP as a fieldbus.
IFAC International Conference on Fieldbus Systems and their Applications, 2001.
[11] CRWKETT, Neil. Connecting the Factory Floor. Business Development Director,
Manufacturing Sector, Cisco Systems EMEA. IEE Manufacturing Engeneer, Jun. 2003.
[12] INDUSTRIAL ETHERNET BOOK, edição 10. Connectors for harsh conditions.
Jun. 2002.
[13] INDUSTRIAL ETHERNET BOOK, edição 12. Industrial 100Mbps connectors:
signed, sealed and delivered? Nov. 2002.
17
[14] ETHERNET/IP. Specification Release 1.0. Disponível no site: www.odva.org.
Acesso em Jun. 2001.
[15] www.ab.com/en/epub/catalogs/12762/2181376/214372/1810894/3404056/tab7.html
Allen Bradley. Acesso em Ago. 2005.
[16] IEC/PAS 62411 Ed. 1.0:2005. Real-time Ethernet PROFINET IO. Jun. 2005
[17] www.sitrain.com/modules/profinet_en/times/index_1024.htm Curso Siemens de
Profinet, Acesso em Abr. 2007.
[18] POPP, Manfred; WEBBWE, Karl. The Rapid Way to Profinet, Nov. 2004.
[19] FELSER, Max. Real-Time Ethernet – Industry Prospective. Proceedings of the
IEEE, edição 6. Jun. 2005. Pág.: 1118 – 1129.
[20] www.automation.siemens.com/profinet/html_76/produkte/ertec_400.htm Profinet,
Siemens Automação. Acesso em Dez. 2006.
[21] SMAR, HSE - High Speed Ethernet, Set. 2003.
[22] SILVA NETO, Eugenio F. da; BERRIE, Peter G. High Speed Ethernet - Promoting
openness in hybrid control. Endress+Hauser Process Solutions AG, atp international. Abr.
2006. Pág. 39-45.

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Artigo 2009 - redes ethernet industrais visao geral

  • 1. 1 REDES ETHERNET INDUSTRAIS: VISÃO GERAL. 1 - Msc. Alexandre Baratella Lugli Professor coordenador do grupo de Automação Industrial e consultor de soluções para a empresa Sense Eletrônica LTDA, INATEL. Rua João de Camargo, 510 – Santa Rita do Sapucaí / MG – Brasil (www.inatel.br). Cel.: 055-35-9156-2232 baratella@inatel.br 2 - Ph.D. Max Mauro Dias Santos Professor coordenador do laboratório de sistemas de Tempo Real (LTR), UNILESTE / MG. Av. Tancredo Neves, 3500 – Coronel Fabriciano / MG – Brasil. Fone: 055-31-3842-9420 maxmauro@unilestemg.br 3 - Ph.D. Lucia Regina Horta Rodrigues Franco Professora coordenadora do laboratório de Fieldbus, UNIFEI / MG. Av. BPS, S/N - Itajubá / MG, Brasil. Fone: 055-35-3629-1416 lfranco@unifei.edu.br Resumo: O padrão TCP/IP é uma das arquiteturas mais difundidas para comunicação a longa distância envolvendo computadores. Assim, tentando uma padronização das redes industriais adotou-se há alguns anos tal padrão no meio industrial, dando origem às redes Ethernet industriais. Hoje, existem quatorze redes Ethernet industriais já comercializadas em todo o mundo. As principais são: Profinet, Ethernet IP e HSE (High Speed Ethernet). O artigo explora parte desta tecnologia voltada para os ambientes industriais, chamada de Ethernet industrial. Evidencia os principais protocolos do mercado, suas características e aplicações principais. Palavras chaves: Ethernet, Redes Industriais, Meio Físico.
  • 2. 2 1 - A Evolução dos Fieldbuses Os precursores da Ethernet na indústria foram as primeiras redes industriais: os fieldbuses. O termo fieldbus, mencionado anteriormente, é um termo genérico que descreve as redes digitais de comunicação com a finalidade de substituir os antigos padrões 4-20mA existentes. [1] Nos anos 40, a instrumentação de processo confiava em sinais de pressão de 3–15 psi para monitorar os dispositivos de controle no chão-de-fábrica. Já nos anos 60 os sinais analógicos de 4-20mA foram introduzidos na indústria para monitorar dispositivos. Com o desenvolvimento de processadores nos anos 70, surgiu a idéia de se utilizar computadores para monitoração de processos e se fazer o controle de um ponto central. [1] Com os computadores, várias etapas do controle poderiam ser feitas de forma diferentes de modo a se adaptar mais precisamente as necessidades de cada processo. Nos anos 80 começou-se a desenvolver os primeiros sensores inteligentes assim como os controles digitais associados a esses sensores. [1] Tendo-se os instrumentos digitais era necessário algo que pudesse interligá-los. Aqui, já se tinha a idéia de uma rede que ligaria todos os dispositivos e disponibilizasse todos os sinais do processo num mesmo meio. A partir daí, a necessidade de uma rede (fieldbus) era clara, assim como um padrão que pudesse deixá-lo padronizado para o controle de instrumentos inteligentes. A busca pela definição de um padrão internacional levou vários grupos a se unirem. Entre eles: a Instrument Society of America (ISA) [2] , a International Electrotechnical Commission (IEC) [3], o comitê de padronização do Profibus (norma alemã) [4] e o comitê de padronização do FIP (norma francesa). [5] Formaram o comitê IEC/ISA SP50 Fieldbus. O desenvolvimento deste padrão internacional demorou muitos anos. Em 2000, todas as organizações interessadas convergiram para criar o fieldbus padrão IEC, que foi denominado IEC 61158 [6] com oito protocolos diferentes chamados "tipos”: • Tipo 1 — FOUNDATION Fieldbus H1 • Tipo 2 — ControlNet • Tipo 3 — Profibus • Tipo 4 — P - Net • Tipo 5 — FOUNDATION Fieldbus HSE (High Speed Ethernet) • Tipo 6 — Interbus
  • 3. 3 • Tipo 7 — SwiftNet • Tipo 8 — WorldFIP Mesmo estes padrões não abrangiam todas as aplicações na indústria. Mais tarde, então, foi criada a IEC 61784 [6] como uma definição dos chamados “perfis” e ao mesmo tempo foram corrigidas as especificações de IEC 61158. A Tabela 1 mostra os padrões com os perfis. Tabela 1 - Padrões e protocolos de acordo com a IEC 61784 e IEC 61158 [5] Como pode ser observado na Tabela 1, os padrões para vários protocolos de Ethernet já foram incluídos. Estes padrões usam o meio físico da Ethernet bem como os protocolos IP, TCP e UDP. 1.1. A Ethernet na Indústria Há vários fieldbuses no ambiente industrial. Devicenet, Profibus, Interbus, Fieldbus Foundation e outros são usados em muitas aplicações. Todos podem ser usados de acordo com a preferência e, às vezes, com a aplicação. O que era necessário era que estes fieldbuses, de fabricantes diferentes, pudessem ser adaptados à tecnologia Ethernet e desta forma pudessem interagir uns com os outros. Atualmente, cada fabricante já tem sua solução para o ambiente industrial em Ethernet: Profinet [7] da associação Profibus, (que é uma evolução do Profibus-DP), o Ethernet/IP da ODVA [8] (onde IP quer dizer Industrial Protocol) e cuja proposta é uma evolução do
  • 4. 4 Devicenet e Controlnet, e o HSE High Speed Ethernet da Fieldbus Foundation (que interconecta as redes H1) são exemplo e padrões, conforme apresentados na Tabela 1. Com a existência de uma grande quantidade de soluções para Ethernet Industrial, acabou-se por não ter a interoperabilidade desejada. Isto porque cada fabricante ou grupo desenvolveu suas soluções incompatíveis com os demais, por exemplo, Profinet da associação Profibus não se comunica com o Ethernet/IP da ODVA. De uma forma ou outra a Ethernet conseguiu sua penetração no ambiente industrial, porém alguns problemas começaram a surgir nesta fase inicial. 1.2. Switch como solução para o determinismo No principio a Ethernet não foi considerada ideal para a industrial por não ser determinística. [6] No meio de acesso ao sistema CSMA/CD [9] as colisões são detectadas e em seguida há contagem de tempo aleatória para uma nova transmissão. Este método não parecia uma solução muito atraente para a indústria porque não se garantia realmente que os dados fossem realmente transmitidos. Podem ocorrer várias colisões sucessivas e algumas informações podem perder sua importância durante este tempo em que ocorrem os conflitos. O uso do switch amenizou este problema. [6] O switch é composto de várias portas com buffer mantendo o controle de colisão, especificada no método CSMA/CD. Se houver duas transmissões simultâneas, como o switch tem portas independentes, pode-se transmitir o frame de uma porta e guardar o frame da outra em um buffer para ser transmitida posteriormente. Assim, assegura-se que sempre um dado transmitido vai chegar ao seu destino. Desta forma, a Ethernet teve realmente uma chance mais concreta de penetrar no chão-de-fábrica e se havia alguma duvida da sua participação na indústria [10] , hoje sua presença no chão-de-fábrica é um fato concreto. Mesmo com o uso de switchs, eventuais colisões poderiam acontecer: se houvesse um broadcasting no switch, poderia haver eventuais colisões com um dispositivo transmitindo numa mesma porta. Para resolver mais este problema, o sistema full duplex foi aplicado, onde há um canal de transmissão e um canal de recepção, evitando assim a situação citada anteriormente, pois mesmo que o switch dê um broadcasting e um dispositivo transmita neste mesmo momento, eles estariam fisicamente em conexões diferentes e desta forma não ocorreria colisão. Assim a Ethernet pode ser considerada mais aplicável ao ambiente industrial. [11]
  • 5. 5 1.3. As vantagens e desvantagens da Ethernet na Indústria A Ethernet de escritório que está sendo levado ao chão-de-fábrica traz inúmeras vantagens agregadas. Por ser um padrão já consolidado no mercado, não havia maiores problemas de aceitação. A utilização dos conceitos e equipamentos já existentes no mercado (conectores, placas, cabos, etc.) torna-se um fator positivo aos envolvidos na manipulação desta nova tecnologia, que na verdade não é nova, só adaptada. A velocidade alcançada com a Ethernet na indústria (comercialmente 10 Mbps, 100 Mbps e até 1 Gbps) é algo novo visto que nenhum fieldbus existente no mercado conseguiria sequer se aproximar desta taxa. Tudo o que for usado na indústria, pode ser usado no escritório, porém a recíproca não é verdadeira. Um dispositivo simples de escritório pode não suportar as agressões de um ambiente industrial. Tabela 2 - Diferenças entre Ethernet na indústria e no escritório Conforme descrito anteriormente, um grande atrativo da Ethernet na indústria é que ela é uma rede já consolidada e de grande penetração em todo mundo. A adequação do meio físico não apresenta impacto significativo para as pessoas que vão usá-la na indústria. Na Tabela 2 as principais diferenças da Ethernet na indústria e no escritório são mostradas. Dentre as diferenças principais, algumas são bem significativas como a variação de temperatura, a presença de umidade e as interferências sofridas. Desta forma, um
  • 6. 6 dispositivo industrial exigirá outros testes funcionais e também normas mais exigentes para se obter as certificações necessárias para a venda de dispositivos no chão-de-fábrica. O que aconteceu com isto é que, em geral, os testes feitos em fieldbuses como vibração, temperatura, EMC tem de ser feitos também em dispositivos para Ethernet usados na indústria. 1.4. Meio Físico O meio físico é responsável pela transmissão da informação da origem ao destino. Esta informação pode ser transmitida como bit na forma elétrica, luminosa ou eletromagnética. Na indústria estes 3 padrões e outros mais podem estar presentes. Se for usado o meio físico elétrico, um cabo será necessário e conforme dito anteriormente a agressividade do chão-de-fábrica exige um cabo especial e conexões especiais. 1.4.1. Conectores A estrutura física da Ethernet é muito importante na indústria devido ao ambiente agressivo em que se instala. Figura 1 - Conectores [12] Os conectores têm uma grande importância nesta atmosfera industrial, podendo garantir, por exemplo, a proteção de umidade, a proteção mecânica, poeira e outras situações comuns no chão de fabrica. [12] A Figura 1 mostra um problema ocorrido de corrosão. Uma solução para estes problemas é a adoção de conectores mais robustos [13] com necessidades de IP67 (a prova de imersão em água), por exemplo, conforme mostra a Figura 1, com um conector M12 IP67 e um RJ 45 também IP67.
  • 7. 7 1.5. A Ethernet no mercado atual Na seqüência serão mostrados os principais protocolos existentes no mercado e a interação que foi realizada com IP, TCP e UDP. 1.5.1. Ethernet/IP Ethernet Industrial Protocol (Ethernet/IP) [14] é um padrão de rede industrial aberto que suporta mensagem em tempo real e troca de mensagens. O Ethernet/IP usa o chip de comunicação Ethernet padrão e também o mesmo meio físico. Figura 2 - ODVA – CIP [14] Ethernet/IP é uma rede aberta baseada em: • IEEE 802.3 padrões Físicos e link de dados. • Ethernet TCP/IP protocol suite (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), o padrão Ethernet industrial. • Common Industrial Protocol - CIP mostrado na Figura 2, é o protocolo de aplicação presente nas redes ControlNet, Devicenet e Ethernet/IP. 1.5.1.1. Comunicação A CIP provê uma grande quantidade de padrões e serviços de acesso de dados e para controle de dispositivos na rede via as chamadas mensagens “implícitas” e “explícitas” mostradas na Figura 3. O pacote de dados CIP pode ser encapsulado antes que eles sejam
  • 8. 8 enviados via Ethernet e é inserido um cabeçalho no datagrama que depende da característica do serviço. Figura 3 - Comunicação Explícita e Implícita [14] 1.5.1.2. A CIP encapsulada no UDP e TCP A Figura 3 mostra como os dados são enviados para rede usando-se o protocolo UDP ou o protocolo TCP. • A Transferência de dados não crítica – tipicamente pacotes grandes, conexões explícitas de um produtor para um consumidor. Os pacotes de Informações usam o protocolo TCP/IP e tem a vantagem das características de tratamento de dados do TCP, ou seja, sendo orientados a conexão garante o envio e o recebimento dos dados.
  • 9. 9 Figura 4 - Configuração Típica [15] • Os Dados de I/O (Input/Output) usam transferência crítica de dados, tipicamente pacotes de dados pequenos. Troca de dados I/O são conexões implícitas de longo alcance entre um produtor e um consumidor. Pacotes de Dados de I/O usam o protocolo UDP/IP e tem a vantagem da alta velocidade (throughput) do UDP. Neste caso não há verificação de recepção, uma vez que, conforme discutido no início deste trabalho, qualquer dados retransmitido na Ethernet já estará obsoleto. • Há também uma sincronização em Tempo-Real que é uma sincronização cíclica de dados entre um produtor e um consumidor ou consumidores. Os pacotes de Sincronização em Tempo-Real usam o protocolo UDP/IP. Como são dados de sincronismo, é necessária a velocidade oferecida pelo UDP.
  • 10. 10 No tipo de aplicação da Figura 4, pode-se notar que todos os dispositivos têm conexão com a rede Ethernet/IP. [15] Na utilização de Flex I/Os, por exemplo, esta família de dispositivos [15] tem interfaces que podem se comunicar com Devicenet (ODVA) e Ethernet/IP. Assim, as antigas interfaces Devicenet, que tem possibilidade, podem ser trocadas gradativamente por interfaces Ethernet/IP. 1.5.2. Profinet Profinet é um padrão de automação do PROFIBUS internacional para implementação de integração e soluções consistentes baseadas em Ethernet Industrial. [4] Profinet suporta a integração de um simples dispositivo de campo e aplicações de tempo crítico em comunicações Ethernet, bem como a integração de automação de sistemas distribuídos baseados em componentes. [16] A arquitetura do Profinet é similar ao do Profibus DP, incluindo a comunicação mestre-escravo. O mestre DP corresponde ao controlador I/O no Profinet. [17] Figura 5 - Profibus x Profinet [17] Profinet I/O distingue-se em três tipos de dispositivo: Controlador I/O, Dispositivo I/O e Supervisor I/O: • Controlador I/O: Controlador no qual o programa de automatização é executado. • Dispositivo I/O: dispositivo de campo remoto que é designado para um Controlador I/O. • IO-Supervisor: Dispositivo/PC programável que comissiona e tem funções de diagnósticos
  • 11. 11 1.5.2.1. Dispositivos de campo distribuídos (Profinet I/O) Dispositivos de campo distribuídos são integrados através do Profinet I/O. Ele usa a visão convencional do I/O do Profibus DP, de acordo com o qual os dados do I/O do dispositivo de campo são ciclicamente transmitidos para a imagem do CLP. Profinet I/O [16] descreve um modelo de dispositivo que é baseado em características chaves do Profibus DP e inclui slots e canais. As características dos dispositivos de campo são descritas via um GSD (General Station Description) [18] em uma base XML. 1.5.2.2. Interação com outros Fieldbuses Para a integração de outros dispositivos e outros fieldbus, o Profinet tem o Proxy: ele funciona como um gateway e assim transfere dados deste fieldbuses para o Profinet onde o controle é implementado. Vale lembrar que existe um padrão especifico para este Proxy e desta forma os únicos existentes até o momento são para o Profibus DP e para o Interbus [19] conforme mostrado na Figura 6. Figura 6 - Integração de Outros Fieldbuses via Proxy [17] 1.5.2.3. Comunicação O Profinet utiliza diversos níveis de comunicação: • O Profinet transfere dados não críticos, como parâmetros, dados de configuração e informações de conexão em cima do canal padrão TCP/UDP e IP. Isto satisfaz as exigências para as conexões de níveis de automação de outras redes (MES, ERP). • Para transmissão de dados de processo em tempo críticos dentro da planta de produção, usa-se o canal de tempo real - Soft Real Time (SRT). • Para aplicações de tempo onde é necessário sincronização, a comunicação de Tempo Real Isócrona (Isochronous Real Tempo - IRT) está disponível permitindo jitter acumulados de 1 µs em um ciclo de 1 ms.
  • 12. 12 Figura 7 - Tempo de resposta [17] De acordo com Figura 7, cada etapa do processo tem um tipo de comunicação diferente. Figura 8 - Comunicação em Tempo Real [17] Para a comunicação de dados e parâmetros que não exijam tempo de resposta crítico, o Profinet usa o TCP (Figura 7). Para dados com tempo de resposta de 10 ms (Figura 8) é usado o UDP por ser mais rápido que o TCP. Para dados com tempo de resposta muito pequenos, é utilizado uma comunicação especial que é chamada isócrona. Este encapsulamento é feito através de um bypass na camada de encapsulamento IP, conforme Figura 8. Assim o dado será mais rapidamente processado e enviado, pois há duas camadas a menos no protocolo. A desvantagem deste tipo de implementação é a necessidade de um hardware dedicado deixando o Profinet não totalmente compatível com os sistemas normais Ethernet. [20] 1.5.3. HSE - High Speed Ethernet A Fieldbus Foundation tem a solução HSE para a rede Ethernet. Conforme já mostrado na Tabela 1, o H1 e o HSE são subclasses da IEC 61158. A função desta rede não seria substituir as redes H1 existentes (rede convencional Fieldbus Foundation), mas interconectá-las e liga-las a sistemas de supervisão. [21] Esta rede usa UDP/IP sobre as camadas de enlace Ethernet. [22]
  • 13. 13 Figura 9 - H1 e HSE [21] Na Figura 9, pode-se observar as diferenças entre a rede H1 (Fieldbus Foundation) e a HSE. A questão da velocidade é limitada pelo próprio limite da rede Ethernet que pode ser de até 100 Mbps e também com a limitação física de 100 metros do cabo. O determinismo só pode ser alcançado, de acordo com o que já foi citado no início deste capitulo, pela presença do switch full duplex. Caso esta consideração não seja feita, a rede HSE, como as demais redes, não conseguiria alcançar este “determinismo”. 1.5.3.1. Categoria de dispositivos O HSE (High Speed Ethernet) é baseado na Ethernet, IP e TCP/UDP e tem quatro tipos básicos de categorias de dispositivos (Figura 10): Figura 10 - Categoria de dispositivos [21] • O Host Device (HD) é estação de trabalho. • O Link Device (LD) é um nó HSE para conectar um ou mais segmentos Fieldbus H1 à HSE.
  • 14. 14 • O Gateway Device (GD) é um nó HSE para conectar uma ou mais redes externas à HSE. • O Ethernet Device (ED) é um nó HSE com condições de conexão direta às aplicações de controle e medição. Dispositivos em Redes H1 diferentes podem se comunicar através do HSE via um Link Device (LD) (Figura 11). Figura 11 - Comunicação entre H1's pela HSE [21] 1.5.3.2. Comunicação O UDP se ajusta muito bem dentro do esquema sincronizado de cliente/servidor usado no HSE. A entrega garantida de dados é controlada pela camada de aplicação em vez da camada de transporte. Se a camada de aplicação não está adquirindo os dados que quer, tentará novamente, e se falha entra em uma ação segura. Como já foi mencionada anteriormente, uma característica da automação de dados é que eles são atualizados várias vezes por segundo. Até que se retransmita uma mensagem falha, os dados já estão obsoletos. Então, a retransmissão provida pelo TCP com entrega garantida realmente não é requerida. É simplesmente melhor enviar o valor novo disponível no sensor em lugar de tentar uma retransmissão de valores obsoletos que serão descartados de qualquer maneira, ou seja, usa-se o UDP. O UDP é multicast assim pode ser usado por vários receptores em uma única comunicação. Este é tipicamente o caso para automação onde um sensor de leitura é freqüentemente usado em mais de um lugar.
  • 15. 15 2. CONCLUSÃO Com a realização deste trabalho, foi possível ampliar o conhecimento de um sistema interligado em rede, apresentando como resultado importantes características da rede Ethernet industrial no nível de usuário de sistemas de automação. O artigo evidencia as tecnologias inovadoras do mercado de redes industriais, mostra o funcionamento e as características de cada um dos principais protocolos e visões de aplicação, evidenciando topologia, tamanho de segmentos, switchs industriais, cabos e conectores especiais. Assim, o usuário final pode ter uma boa noção dos equipamentos e tecnologias novas que estão surgindo no mercado mundial.
  • 16. 16 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] LOPEZ, Ricardo Aldabó. Sistemas de Redes para controle e Automação. Editora Express. 2000. [2] http://www.isa.org/ International Society for Measurement and Control. Acesso em Jan. 2007. [3] http://www.iec.org/ International Engineering Consortium. Acesso em Fev. 2007. [4] http://www.profibus.com/ Profibus: The Industrial Communications Community Delivering Greater Enterprise Advantage. Acesso em Jan. 2007. [5] FRENCH ASSOCIATION FOR STANDARDIZATION. FIP. Bus for Exchange of Information Between Transmitters, Actuators and Programmable Controllers, NF C46 601-607, Mar. 1990. [6] FELSER, Max, SAUTER, Thilo. The Fieldbus War: History or Short Break Between Battles? 4th IEEE International Workshop on Factory Communication System, Vasteras, Sweded. Ago. 2002 [7] POSCHMANN, A.; NEUMANN, P. Institut fur Automation und Kommunikation Magdeburg Architecture and Model of Profinet. Germany. IEEE 2004. [8] BROOKS, Paul. Ethernet/IP – Industrial Protocol–Logix/NetLinx Technology Adoption, Rockwell Automation’s European Marketing Manager, Belgium, IEEE 2001. [9] 802.3 IEEE Standard for Information technology Telecommunications and information exchange between systems. Local and metropolitan area networks — Specific requirements Part 3: Carrier sense multiple access with collision detection (CSMA/CD) access method and physical layer specifications. IEEE 2002. [10] DECOTIGNIE, Jean Dominique. A perspective on Ethernet-TCP/IP as a fieldbus. IFAC International Conference on Fieldbus Systems and their Applications, 2001. [11] CRWKETT, Neil. Connecting the Factory Floor. Business Development Director, Manufacturing Sector, Cisco Systems EMEA. IEE Manufacturing Engeneer, Jun. 2003. [12] INDUSTRIAL ETHERNET BOOK, edição 10. Connectors for harsh conditions. Jun. 2002. [13] INDUSTRIAL ETHERNET BOOK, edição 12. Industrial 100Mbps connectors: signed, sealed and delivered? Nov. 2002.
  • 17. 17 [14] ETHERNET/IP. Specification Release 1.0. Disponível no site: www.odva.org. Acesso em Jun. 2001. [15] www.ab.com/en/epub/catalogs/12762/2181376/214372/1810894/3404056/tab7.html Allen Bradley. Acesso em Ago. 2005. [16] IEC/PAS 62411 Ed. 1.0:2005. Real-time Ethernet PROFINET IO. Jun. 2005 [17] www.sitrain.com/modules/profinet_en/times/index_1024.htm Curso Siemens de Profinet, Acesso em Abr. 2007. [18] POPP, Manfred; WEBBWE, Karl. The Rapid Way to Profinet, Nov. 2004. [19] FELSER, Max. Real-Time Ethernet – Industry Prospective. Proceedings of the IEEE, edição 6. Jun. 2005. Pág.: 1118 – 1129. [20] www.automation.siemens.com/profinet/html_76/produkte/ertec_400.htm Profinet, Siemens Automação. Acesso em Dez. 2006. [21] SMAR, HSE - High Speed Ethernet, Set. 2003. [22] SILVA NETO, Eugenio F. da; BERRIE, Peter G. High Speed Ethernet - Promoting openness in hybrid control. Endress+Hauser Process Solutions AG, atp international. Abr. 2006. Pág. 39-45.