Letramento e surdez um novo olhar sobre as práticas educacionais baseadas no bilinguismo
1. Letramento e Surdez: Um novo olhar sobre
as práticas educacionais baseadas no bilinguismo1
Valeria de Oliveira Silva2
Programa de Pós-Graduação em Educação – ProPEd/UERJ
Mestranda
Prof.valeria_libras-braille@hotmail.com
Eixo Temático: Práticas de Educação Inclusiva com surdos
Resumo
A acessibilidade que antecede os conceitos de inclusão não é identificada pelo surdo se
ele não tem seus direitos lingüísticos respeitados. Tendo em vista que a Língua
Portuguesa é a língua de instrução privilegiada nas escolas, embora muitas instituições
de ensino regular ofereçam educação com bilinguismo para surdos e atendimento
educacional especializado, em geral, acabam levando este indivíduo ao analfabetismo
funcional. Partindo dos instrumentos legais que garantem o uso da Língua Brasileira de
Sinais - LIBRAS3 como língua de instrução para o surdo, esta pesquisa buscou
evidências teóricas que contribuam para a mudança do cenário de exclusão ainda
presente na educação de surdos. Apesar de alguns autores sinalizarem que a educação
do surdo deve priorizar a Língua Portuguesa e que a LIBRAS é um detalhe no seu
cotidiano social, Lacerda (2006), Goldfeld (2002), Quadro (1997), ratificam a
importância da LIBRAS para o desenvolvimento dos processos cognitivos e de
formação de conceitos do surdo. Neste contexto em que, ainda, prevalecem ideias
divergentes entre profissionais que tentam fazer do surdo um quase ouvinte e quem
respeita sua identidade linguística, destacamos o conceito de letramento que corrobora a
importância da LIBRAS como língua de instrução para o aprendizado, inclusive, do
Português instrumental.
Palavras-chaves: Educação de Surdos; Letramento e Surdez; Minoria Lingüística.
1
Este trabalho é resultante da pesquisa realizada no curso de Pós-Graduação “Surdez e Letramento em
Anos Iniciais para Crianças e EJA” – MEC-I_ES / FAETEC-ISERJ
2
Mestranda em Educação – ProPEd/UERJ, Espec. Linguística Aplicada à Surdez - UERJ e em Surdez e
Letramento - INES/MEC, Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Docência e Cibercultura – UERJ. Professor
Auxiliar - UNIMSB. Coordenadora Pedagógica do Programa Rompendo Barreiras: Luta pela Inclusão
FACEDU/UERJ, http://uerjrompendobarreiras.blogspot.com/ - http://lattes.cnpq.br/5035048769549386
3
Língua Nacional do Brasil, lei 10.436/2002.
2. Referências
BRASIL. Decreto legislativo n° 186/2.008 - Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência e o seu Protocolo Facultativo - de nove julho de 2008.
______. MEC. Pró Letramento: Programa de Formação Continuada de Professores dos
Anos/Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Alfabetização e Linguagem. Ed. ver. e
ampl. Incluindo SAEB/Prova Brasil matriz de referência / Secretaria de Educação
Básica - Brasília: MEC/SEB, 2007.
______. Decreto 5626 de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24
de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da
Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
GOLDFELD, M. A criança Surda: Linguagem e cognição – numa perspectiva
sóciointeracionista. 2ª ed. São Paulo: Plexus, 2002.
LACERDA, Cristina B. F. Um pouco da história das diferentes abordagens na educação
dos surdos. Disponível em e acessado em 14/08/210
http://www.sj.cefetsc.edu.br/~nepes/docs/midiateca_artigos/historia_educacao_surdos/t
exto29.pdf.
QUADROS, R. M. de. Políticas lingüísticas e educação de surdos In: V Congresso
Internacional e XI Seminário Nacional do INES, 2006, Rio de Janeiro. Anais do
Congresso: Surdez, família, linguagem e educação. Rio de Janeiro: INES, 2007.v.1.
p.94 – 102.