SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 6
Downloaden Sie, um offline zu lesen
MAIORIA
           para a


           MUDANÇA




ACORDO POLÍTICO



MAIORIA
para a


MUDANÇA
PEDRO PASSOS COELHO
PAULO PORTAS
16 Junho 2011




                1
MAIORIA
                                                  para a


                                                  MUDANÇA



    ACORDO POLÍTICO DE COLABORAÇÃO ENTRE
    O PSD E O CDS/PP PARA O ESTABELECIMENTO
    DE UM PROJECTO POLÍTICO DE LEGISLATURA

Portugal está hoje confrontado com uma situação extremamente delicada, caracterizada por uma profunda
debilidade económico-financeira que nos obrigou a recorrer, pela primeira vez em mais de três décadas, à
ajuda externa. Uma debilidade económico-financeira que se projecta, de forma dramática, na degradação
das condições de vida da generalidade dos Portugueses e que está inclusive a pôr em causa o desempenho,
pelo Estado, das suas responsabilidades indelegáveis de protecção dos mais desfavorecidos e daqueles que
se encontram numa situação de maior debilidade, bem como a promoção da igualdade de oportunidades e
da mobilidade social.

As eleições legislativas do passado dia 5 de Junho representaram, porém, o surgimento de um novo hori-
zonte de esperança. Porque deram nota, clara e inequívoca, da vontade dos nossos compatriotas de não se
resignarem. Porque os seus resultados traduzem um claro desejo de mudança. E, sobretudo, porque torna-
ram patente que existem soluções, credíveis e claras, para retirar o País do actual estado de coisas e para o
recolocar na senda do progresso e do desenvolvimento.

Enquanto representantes e intérpretes privilegiados da vontade popular, constitui dever de responsabilidade
dos responsáveis políticos – de todos eles – retirar as indispensáveis ilações da vontade popular então ex-
pressa. E fazê-lo com sentido de responsabilidade e tendo em mente o objectivo primeiro para cuja realização
lhes compete trabalhar: a defesa do interesse de Portugal e dos Portugueses.

Os desafios com que estamos confrontados são complexos e pesados. E os tempos que vivemos são, por
isso mesmo, de exigência e de responsabilidade. Porque, mais do que mudar de políticas, o que está em
causa é mudar o próprio modelo de desenvolvimento económico e social do País.

É possível, e é necessário, governar de forma diferente e, sobretudo, governar melhor. Para o conseguir,
porém, é indispensável delinear uma solução política que não se traduza num mero arranjo de conveniência,
preocupado apenas com a ocupação de lugares no poder, mas que seja tradução de um projecto coerente
para mudar Portugal, para melhorar, de modo sustentado, as condições de vida dos nossos compatriotas e
para voltar a colocar Portugal numa rota de convergência com os nossos parceiros europeus, de cooperação
estreita com os Países de Língua Oficial Portuguesa e de renovado prestígio na comunidade internacional.

Assim, o PSD e o CDS/PP:

  • Atenta a absoluta necessidade de dotar o País de um Executivo que assegure, com coerência e esta-
    bilidade, a condução dos assuntos da governação pelo período da XII Legislatura da Assembleia da
    República;
  • Fiéis aos valores que os orientam, nomeadamente a preocupação central com a pessoa humana e a
    sua dignidade, aos princípios que definem a identidade de cada partido e ao percurso histórico que os
    caracteriza;
  • Interpretando os resultados das eleições legislativas de 5 de Junho de 2011, das quais resultou uma
    maioria parlamentar dos dois partidos, correspondendo a uma maioria social de votantes superior a
    50%;
  • Tendo em conta o apelo, feito pelo Senhor Presidente da República, para que seja encontrada, no novo
    quadro parlamentar, uma solução governativa que disponha de apoio maioritário e consistente,

subscrevem o presente Acordo Político de Colaboração para o Estabelecimento de um Projecto Político de
Legislatura, que se consubstancia nas seguintes regras:


                                                       2
MAIORIA
                                                para a


                                                MUDANÇA




                             I
                   FORMAÇÃO E ORIENTAÇÃO
                  PROGRAMÁTICA DO GOVERNO

1. O PSD e o CDS/PP reconhecem a absoluta necessidade de dotar Portugal de um Governo maioritário de
   coligação, condição primeira para fazer sair o País da crise actual e para criar as condições indispen-
   sáveis ao cumprimento dos compromissos estabelecidos com a União Europeia e o Fundo Monetário
   Internacional.

2. Para tal efeito, será constituído um Governo de coligação entre os dois partidos, sob a liderança do Pre-
   sidente da Comissão Política Nacional do PSD e Primeiro-Ministro indigitado, Dr. Pedro Passos Coelho,
   ao qual cabe, nos termos constitucionais, a responsabilidade pela constituição do Governo.

3. Embora sustentado no apoio parlamentar dos dois partidos subscritores, o Governo terá a preocupação
   de alargar a sua base de apoio, para isso estabelecendo o indispensável diálogo com personalidades,
   organizações e instituições da sociedade civil, que se revejam no propósito de mudança que aquele
   visa protagonizar.

4. A criação das condições de confiança, tanto junto dos portugueses como dos nossos parceiros interna-
   cionais, requer absolutamente que o nosso País tenha um Governo de Legislatura. Nessa medida, o PSD
   e o CDS/PP comprometem-se, através das respectivas direcções políticas e dos seus órgãos próprios,
   a empreender todos os esforços com vista a garantir a estabilidade e a continuidade desse Governo.

5. O Governo de coligação terá como preocupação fundamental da sua actuação ao longo da legislatura
   a realização dos seguintes objectivos:

    a. Gerir e resolver a grave situação financeira, assumindo os custos e as condicionantes inerentes.
       Para o efeito, o Governo compromete-se com a execução de um Plano de Estabilização Financeira
       e de um Plano de Emergência Social que proteja os mais vulneráveis, bem como com o cumpri-
       mento dos termos do Memorando de Políticas Económicas e Financeiras acordado entre o Governo
       Português, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional. Queremos reconstruir a confiança
       da comunidade internacional em Portugal e acautelar o prestígio do nosso país no processo de
       construção europeia e no quadro da Lusofonia;

    b. Criar condições para acelerar a retoma do crescimento económico e a geração de emprego, com
       vista à melhoria das condições de vida dos cidadãos, apostando na valorização do trabalho e re-
       pondo a mobilidade social, especialmente para os mais jovens. O Governo promoverá o aumento
       da produtividade e da competitividade como via para o crescimento económico sustentado e para
       a criação de emprego, tornando-se um factor de segurança para os Portugueses.

    c. Garantir o Estado Social através da criação de condições para a sua sustentabilidade económica,
       financeira e inter-geracional, evitando a exclusão social, assegurando uma mais justa repartição
       dos sacrifícios, mediante uma ética social na austeridade que proteja em particular os grupos mais
       frágeis da sociedade, nomeadamente os pensionistas com pensões mais degradadas.


                                                     3
MAIORIA
                                               para a


                                               MUDANÇA




    d. Iniciar as transformações estruturais necessárias para um crescimento sustentável a todos os ní-
       veis: travar e reduzir o endividamento do Estado e diminuir a sua despesa, nomeadamente através
       da redução de estruturas e dirigentes em todos os níveis do Estado e do seu sector empresarial;
       assegurar o reforço da independência e da autoridade do Estado, garantindo a não partidarização
       das estruturas e empresas da Administração e assegurando uma cultura de mérito, excelência e
       rigor em todas, com enfoque na qualidade dos serviços prestados ao cidadão.

    e. Abrir um novo horizonte de futuro à juventude, preparando-a para a empregabilidade e a competiti-
       vidade na nova sociedade do conhecimento, actuando sobre a qualidade e a exigência do sistema
       de ensino com promoção do mérito, do esforço e da avaliação; e desenvolvendo a ciência, a tecno-
       logia, a inovação, o ensino técnico-profissional e a formação contínua no mundo empresarial.

    f. Aumentar a poupança, reduzir o endividamento externo, exportar mais e melhor e depender menos
       das importações, através de políticas adequadas de ajustamento macroeconómico e reforçando a
       inovação, o empreendedorismo, a acção externa coerente e uma nova política energética. Acredi-
       tamos no papel insubstituível da iniciativa privada, pelo que daremos atenção especial às PME e
       adoptaremos políticas que contribuam para o aumento da sua produtividade e competitividade. O
       Governo valorizará os novos sectores estratégicos, designadamente os que têm maior impacto nos
       bens transaccionáveis, dando a devida prioridade à agricultura e florestas, à economia do mar e
       das pescas, ao turismo e à cultura, promovendo uma política de proteção ambiental e um desen-
       volvimento sustentado do território, sem descurar todos os restantes sectores que contribuam para
       o aumento da capacidade exportadora, que será crítica no curto e médio prazo para a criação de
       postos de trabalho e para o aumento do rendimento.

    g. Remover bloqueios e constrangimentos à recuperação económica, com especial destaque para
       as seguintes reformas: da concorrência e dos respectivos reguladores; do mercado de trabalho,
       viabilizando a empregabilidade e a contratação; do mercado de arrendamento, promovendo a mo-
       bilidade, a reabilitação urbana e a diminuição do endividamento das famílias; do sistema fiscal,
       valorizando nomeadamente o trabalho, a família e a poupança; da Segurança Social, garantindo a
       sua sustentabilidade, a solidariedade inter-geracional e a progressiva liberdade de escolha, nome-
       adamente dos mais jovens.

    h. Reformar a justiça, tendo em vista a obtenção de decisões mais rápidas e com qualidade, tornando-
       a num estímulo ao desenvolvimento económico e ao investimento. Será prioridade do próximo Go-
       verno a recuperação da credibilidade, eficácia e responsabilização do sistema judicial e o combate
       à corrupção.

    i. Promover o desenvolvimento humano e social, qualificando os portugueses para a era da globali-
       zação onde o conhecimento terá uma importância acrescida. O Governo defenderá a humanização
       da prestação de cuidados de saúde e a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde. O Governo
       reconhece a importância da economia social e pugnará pela máxima utilização da capacidade ins-
       talada, nomeadamente nos sectores da educação, saúde e solidariedade.

    j. Garantir a condição primeira do exercício da liberdade, que é a segurança dos cidadãos, nomea-
       damente através do reforço da motivação das forças de segurança e da sua eficácia operacional.

6. A realização desses objectivos centrais será feita em obediência às orientações traçadas no “Acordo
   relativo às Bases Programáticas do Governo de Coligação”.

7. Os partidos signatários assumem, desde já, que o acordo referido no ponto anterior constituirá o funda-
   mento do programa do Governo a apresentar à Assembleia da República.




                                                    4
MAIORIA
                                               para a


                                               MUDANÇA




                    II
     COLABORAÇÃO NO PLANO PARLAMENTAR
1. Por forma a garantir, permanentemente, a coerência e a estabilidade do projecto político que o Governo
   de coligação corporiza, o PSD e o CDS/PP, no respeito pela identidade própria de cada um, assumem
   o princípio de colaboração activa no apoio, em sede parlamentar, à sua actuação, seja no que toca às
   orientações estratégicas por ele delineadas, seja no que respeita às medidas concretas por ele propos-
   tas.

2. Para isso, os partidos signatários comprometem-se a acordar previamente e votar solidariamente, em
   sede parlamentar, designadamente, as seguintes questões:

    a. Programa do Governo;
    b. Moções de confiança e de censura;
    c. Orçamentos, grandes opções do plano e iniciativas de suporte ao Programa de Estabilidade e Cres-
       cimento;
    d. Medidas de concretização dos compromissos constantes dos entendimentos celebrados com a
       União Europeia e o Fundo Monetário Internacional;
    e. Propostas de lei oriundas do Governo;
    f. Actos parlamentares que requeiram maioria absoluta ou qualificada, incluindo projectos de revisão
       constitucional;
    g. Propostas de referendo nacional;
    h. Eleições dos órgãos internos da Assembleia da República, com excepção da do Presidente da
       Assembleia, em que os Partidos têm compromissos prévios, ou dos órgãos a ela externos em que
       deva fazer representar-se, assegurando uma adequada representação de ambos.

3. A listagem prevista no ponto anterior é exemplificativa, devendo a concertação entre ambos os partidos
   estender-se a outras matérias ou questões, sempre que tal for considerado conveniente, após consultas
   prévias entre as direcções dos respectivos Grupos Parlamentares.

4. No âmbito da actuação parlamentar, o PSD e o CDS/PP comprometem-se ainda a:

    a. Garantir a informação e consulta prévias em todas as iniciativas legislativas da responsabilidade de
       qualquer dos partidos;
    b. Apresentar, em termos e prazos a definir, um projecto conjunto de revisão constitucional, sem preju-
       ízo da existência de ante-projectos próprios. No âmbito desse projecto conjunto, deverão merecer
       especial atenção, entre outros, os temas relacionados com a reforma do sistema político, do sistema
       judicial e dos órgãos de regulação, bem como, ainda, a problemática da limitação do endividamen-
       to público;
    c. Abster-se de apresentar qualquer iniciativa parlamentar que colida com a actividade do Governo;
    d. Desenvolver os melhores esforços no sentido de procurar viabilizar as iniciativas parlamentares de
       cada um dos partidos.

5. A concertação na actividade em sede parlamentar será assegurada por via de uma estrita e permanente
   articulação entre as Direcções dos respectivos Grupos Parlamentares e da realização, sempre que tal
   for considerado adequado, de reuniões conjuntas desses Grupos.




                                                    5
MAIORIA
                                                 para a


                                                MUDANÇA




                    III
  COLABORAÇÃO POLÍTICA EXTRA-PARLAMENTAR
  1. Reconhecendo a necessidade de a coerência e estabilidade do seu projecto político conjunto ser asse-
     gurada a todos os níveis, o PSD e o CDS/PP assumem que a colaboração mútua deve abranger, ainda:

      a. No respeito pela identidade própria de cada partido, a cooperação e a mobilização das respectivas
         estruturas e responsáveis, em todos os escalões da sua organização interna;
      b. A troca de informações e a consulta mútua no que respeita a actos eleitorais que venham a ocorrer
         no decurso da vigência do presente Acordo.

  2. Sem prejuízo do disposto no ponto anterior, a decisão sobre matérias relativas às Regiões Autónomas
     dos Açores e da Madeira respeitará a autonomia estatutária dos órgãos regionais de ambos os partidos.



                                      IV
                              DISPOSIÇÕES FINAIS
  1. O presente Acordo entra em vigor na data da sua assinatura e vigorará por todo o período da XII Legis-
     latura da Assembleia da República.

  2. O presente Acordo é celebrado num espírito de colaboração empenhada, permanente, leal e franca e
     em obediência a um propósito único: a promoção do interesse nacional.




Lisboa, 16 de Junho de 2011




O Presidente do PSD                                           O Presidente do CDS/PP




Pedro Passos Coelho                                                Paulo Portas




                                                      6

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

UM ESTADO PORTUGUÊS MELHOR
UM ESTADO PORTUGUÊS MELHOR UM ESTADO PORTUGUÊS MELHOR
UM ESTADO PORTUGUÊS MELHOR
Cláudio Carneiro
 
Intple (27)
Intple (27)Intple (27)
Intple (27)
eadl
 
Moção José Sócrates 2011
Moção José Sócrates 2011Moção José Sócrates 2011
Moção José Sócrates 2011
pedroribeiro1973
 
CAMINHO PARA O CRESCIMENTO UMA ESTRATÉGIA DE REFORMA DE MÉDIO PRAZO PARA ...
CAMINHO PARA  O CRESCIMENTO  UMA ESTRATÉGIA DE  REFORMA DE MÉDIO PRAZO  PARA ...CAMINHO PARA  O CRESCIMENTO  UMA ESTRATÉGIA DE  REFORMA DE MÉDIO PRAZO  PARA ...
CAMINHO PARA O CRESCIMENTO UMA ESTRATÉGIA DE REFORMA DE MÉDIO PRAZO PARA ...
Cláudio Carneiro
 
Senado aprova mudanças em projeto que destina royalties à educação e à saúde
Senado aprova mudanças em projeto que destina royalties à educação e à saúdeSenado aprova mudanças em projeto que destina royalties à educação e à saúde
Senado aprova mudanças em projeto que destina royalties à educação e à saúde
José Ripardo
 

Was ist angesagt? (17)

Um+estado+melhor
Um+estado+melhorUm+estado+melhor
Um+estado+melhor
 
guião reforma estado
guião reforma estadoguião reforma estado
guião reforma estado
 
PS
PSPS
PS
 
UM ESTADO PORTUGUÊS MELHOR
UM ESTADO PORTUGUÊS MELHOR UM ESTADO PORTUGUÊS MELHOR
UM ESTADO PORTUGUÊS MELHOR
 
Intple (27)
Intple (27)Intple (27)
Intple (27)
 
Parlamento do Mercosul
Parlamento do MercosulParlamento do Mercosul
Parlamento do Mercosul
 
Resoluçãoo PSB
Resoluçãoo PSBResoluçãoo PSB
Resoluçãoo PSB
 
Paulo bufalo
Paulo bufaloPaulo bufalo
Paulo bufalo
 
Moção José Sócrates 2011
Moção José Sócrates 2011Moção José Sócrates 2011
Moção José Sócrates 2011
 
Análise do Orçamento do Estado 2019
Análise do Orçamento do Estado 2019Análise do Orçamento do Estado 2019
Análise do Orçamento do Estado 2019
 
Boletim 26 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 26 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 26 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 26 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
A educação superior nas universidades de fronteira
A  educação  superior nas universidades de fronteiraA  educação  superior nas universidades de fronteira
A educação superior nas universidades de fronteira
 
CAMINHO PARA O CRESCIMENTO UMA ESTRATÉGIA DE REFORMA DE MÉDIO PRAZO PARA ...
CAMINHO PARA  O CRESCIMENTO  UMA ESTRATÉGIA DE  REFORMA DE MÉDIO PRAZO  PARA ...CAMINHO PARA  O CRESCIMENTO  UMA ESTRATÉGIA DE  REFORMA DE MÉDIO PRAZO  PARA ...
CAMINHO PARA O CRESCIMENTO UMA ESTRATÉGIA DE REFORMA DE MÉDIO PRAZO PARA ...
 
Senado aprova mudanças em projeto que destina royalties à educação e à saúde
Senado aprova mudanças em projeto que destina royalties à educação e à saúdeSenado aprova mudanças em projeto que destina royalties à educação e à saúde
Senado aprova mudanças em projeto que destina royalties à educação e à saúde
 
Agenda para a Decada
Agenda para a DecadaAgenda para a Decada
Agenda para a Decada
 
O parlamento do MERCOSUL, formação, estrutura atual, competência e produção l...
O parlamento do MERCOSUL, formação, estrutura atual, competência e produção l...O parlamento do MERCOSUL, formação, estrutura atual, competência e produção l...
O parlamento do MERCOSUL, formação, estrutura atual, competência e produção l...
 
Linhas orientadoras-2015 CDS-PP PSD
Linhas orientadoras-2015  CDS-PP PSDLinhas orientadoras-2015  CDS-PP PSD
Linhas orientadoras-2015 CDS-PP PSD
 

Andere mochten auch

Seminar Crowdsourcing 2
Seminar   Crowdsourcing 2Seminar   Crowdsourcing 2
Seminar Crowdsourcing 2
renevdbrand
 
Poluição
PoluiçãoPoluição
Poluição
punkstar
 
Prediction guide
Prediction guidePrediction guide
Prediction guide
chagenbuch
 
Guidebook Practice Series 2013
Guidebook Practice Series 2013Guidebook Practice Series 2013
Guidebook Practice Series 2013
MoBarCLE
 
Wheels in motion summary
Wheels in motion summaryWheels in motion summary
Wheels in motion summary
JCDecauxUK
 
Best British Beaches Tesco Magazine
Best British Beaches Tesco MagazineBest British Beaches Tesco Magazine
Best British Beaches Tesco Magazine
LizJarvis
 
PURPOSE IN THE DIGITAL AGE: CAN BUSINESS BE THE BIGGEST DRIVER OF CHANGE?
PURPOSE IN THE DIGITAL AGE: CAN BUSINESS BE THE BIGGEST DRIVER OF CHANGE? PURPOSE IN THE DIGITAL AGE: CAN BUSINESS BE THE BIGGEST DRIVER OF CHANGE?
PURPOSE IN THE DIGITAL AGE: CAN BUSINESS BE THE BIGGEST DRIVER OF CHANGE?
Chantal Oosman
 
Classroom%20 assessment
Classroom%20 assessmentClassroom%20 assessment
Classroom%20 assessment
Mario Gonzalez
 
Ccube promozioni 2010 2
Ccube promozioni 2010 2Ccube promozioni 2010 2
Ccube promozioni 2010 2
Rodolfo Misasi
 
Sims 3 pets summary
Sims 3 pets summarySims 3 pets summary
Sims 3 pets summary
JCDecauxUK
 
Colgate - Dental hero
Colgate - Dental heroColgate - Dental hero
Colgate - Dental hero
Jim Pino
 

Andere mochten auch (20)

Mis ídolos
Mis ídolosMis ídolos
Mis ídolos
 
Seminar Crowdsourcing 2
Seminar   Crowdsourcing 2Seminar   Crowdsourcing 2
Seminar Crowdsourcing 2
 
Tercero.xsl
Tercero.xslTercero.xsl
Tercero.xsl
 
Gondomar proposta
Gondomar propostaGondomar proposta
Gondomar proposta
 
Poluição
PoluiçãoPoluição
Poluição
 
Prediction guide
Prediction guidePrediction guide
Prediction guide
 
Soy adicto a las redes sociales
Soy  adicto  a  las  redes  socialesSoy  adicto  a  las  redes  sociales
Soy adicto a las redes sociales
 
Guidebook Practice Series 2013
Guidebook Practice Series 2013Guidebook Practice Series 2013
Guidebook Practice Series 2013
 
Martha mapa de ideas
Martha mapa de ideasMartha mapa de ideas
Martha mapa de ideas
 
Wheels in motion summary
Wheels in motion summaryWheels in motion summary
Wheels in motion summary
 
Best British Beaches Tesco Magazine
Best British Beaches Tesco MagazineBest British Beaches Tesco Magazine
Best British Beaches Tesco Magazine
 
PURPOSE IN THE DIGITAL AGE: CAN BUSINESS BE THE BIGGEST DRIVER OF CHANGE?
PURPOSE IN THE DIGITAL AGE: CAN BUSINESS BE THE BIGGEST DRIVER OF CHANGE? PURPOSE IN THE DIGITAL AGE: CAN BUSINESS BE THE BIGGEST DRIVER OF CHANGE?
PURPOSE IN THE DIGITAL AGE: CAN BUSINESS BE THE BIGGEST DRIVER OF CHANGE?
 
Śniadanie Daje Moc
Śniadanie Daje MocŚniadanie Daje Moc
Śniadanie Daje Moc
 
Classroom%20 assessment
Classroom%20 assessmentClassroom%20 assessment
Classroom%20 assessment
 
Appointed Favor (Ruth)
Appointed Favor (Ruth)Appointed Favor (Ruth)
Appointed Favor (Ruth)
 
Ccube promozioni 2010 2
Ccube promozioni 2010 2Ccube promozioni 2010 2
Ccube promozioni 2010 2
 
Sims 3 pets summary
Sims 3 pets summarySims 3 pets summary
Sims 3 pets summary
 
Adventures in South Korea
Adventures in South KoreaAdventures in South Korea
Adventures in South Korea
 
Clipagem FCDL-RS - Fevereiro 2012
Clipagem FCDL-RS - Fevereiro 2012Clipagem FCDL-RS - Fevereiro 2012
Clipagem FCDL-RS - Fevereiro 2012
 
Colgate - Dental hero
Colgate - Dental heroColgate - Dental hero
Colgate - Dental hero
 

Ähnlich wie Acordo político PSD/CDS

O Programa de Governo 2011
O Programa de Governo 2011O Programa de Governo 2011
O Programa de Governo 2011
Umberto Pacheco
 
Sumula do Programa Eleitoral PSD
Sumula do Programa Eleitoral PSDSumula do Programa Eleitoral PSD
Sumula do Programa Eleitoral PSD
PSD-SOP
 
Bloco Esquerda
Bloco EsquerdaBloco Esquerda
Bloco Esquerda
amattos76
 
Acordo concertação social_2012
Acordo concertação social_2012Acordo concertação social_2012
Acordo concertação social_2012
pedroribeiro1973
 
Acordo concertação social_2012
Acordo concertação social_2012Acordo concertação social_2012
Acordo concertação social_2012
pedroribeiro1973
 
Os números e as pessoas final
Os números e as pessoas   finalOs números e as pessoas   final
Os números e as pessoas final
Cdjp Aveiro
 
Resolucao cm 118_2006
Resolucao cm 118_2006Resolucao cm 118_2006
Resolucao cm 118_2006
tanilenatic
 
Discurso de-
sua-excelência-o-primeiro-ministro-engº-domingos-simões-pereira-...
Discurso de-
sua-excelência-o-primeiro-ministro-engº-domingos-simões-pereira-...Discurso de-
sua-excelência-o-primeiro-ministro-engº-domingos-simões-pereira-...
Discurso de-
sua-excelência-o-primeiro-ministro-engº-domingos-simões-pereira-...
Novas da Guiné Bissau
 
Europa 2020
Europa 2020Europa 2020
Europa 2020
home
 
Cds pp manifest_ eleitoral_2011
Cds pp manifest_ eleitoral_2011Cds pp manifest_ eleitoral_2011
Cds pp manifest_ eleitoral_2011
amattos76
 
Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..
Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..
Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..
Janelas21
 
PROGRAMA DO XIX Governo Constitucional
PROGRAMA DO XIX Governo Constitucional PROGRAMA DO XIX Governo Constitucional
PROGRAMA DO XIX Governo Constitucional
Cláudio Carneiro
 

Ähnlich wie Acordo político PSD/CDS (20)

Programa GC19
Programa GC19Programa GC19
Programa GC19
 
O Programa de Governo 2011
O Programa de Governo 2011O Programa de Governo 2011
O Programa de Governo 2011
 
Sumula do Programa Eleitoral PSD
Sumula do Programa Eleitoral PSDSumula do Programa Eleitoral PSD
Sumula do Programa Eleitoral PSD
 
Bloco Esquerda
Bloco EsquerdaBloco Esquerda
Bloco Esquerda
 
Acordo concertação social_2012
Acordo concertação social_2012Acordo concertação social_2012
Acordo concertação social_2012
 
Acordo concertação social_2012
Acordo concertação social_2012Acordo concertação social_2012
Acordo concertação social_2012
 
Programa eleitoral 2015 - Saúde - PS
Programa eleitoral 2015 - Saúde - PSPrograma eleitoral 2015 - Saúde - PS
Programa eleitoral 2015 - Saúde - PS
 
Austeridade, Crescimento e Emprego por António d'Orey Capucho
Austeridade, Crescimento e Emprego por António d'Orey CapuchoAusteridade, Crescimento e Emprego por António d'Orey Capucho
Austeridade, Crescimento e Emprego por António d'Orey Capucho
 
Os números e as pessoas final
Os números e as pessoas   finalOs números e as pessoas   final
Os números e as pessoas final
 
Comunicacão do Presidente
Comunicacão do PresidenteComunicacão do Presidente
Comunicacão do Presidente
 
Resolucao cm 118_2006
Resolucao cm 118_2006Resolucao cm 118_2006
Resolucao cm 118_2006
 
Discurso de-
sua-excelência-o-primeiro-ministro-engº-domingos-simões-pereira-...
Discurso de-
sua-excelência-o-primeiro-ministro-engº-domingos-simões-pereira-...Discurso de-
sua-excelência-o-primeiro-ministro-engº-domingos-simões-pereira-...
Discurso de-
sua-excelência-o-primeiro-ministro-engº-domingos-simões-pereira-...
 
Roteiro economico
Roteiro economicoRoteiro economico
Roteiro economico
 
Europa 2020
Europa 2020Europa 2020
Europa 2020
 
FEH Frente Ecologia e Humanismo Programa Eleitoral Eleição Deputados à ...
FEH   Frente Ecologia e Humanismo   Programa Eleitoral   Eleição Deputados à ...FEH   Frente Ecologia e Humanismo   Programa Eleitoral   Eleição Deputados à ...
FEH Frente Ecologia e Humanismo Programa Eleitoral Eleição Deputados à ...
 
FEH Frente Ecologia e Humanismo Programa Eleitoral Eleição Deputados à ...
FEH   Frente Ecologia e Humanismo   Programa Eleitoral   Eleição Deputados à ...FEH   Frente Ecologia e Humanismo   Programa Eleitoral   Eleição Deputados à ...
FEH Frente Ecologia e Humanismo Programa Eleitoral Eleição Deputados à ...
 
Cds pp manifest_ eleitoral_2011
Cds pp manifest_ eleitoral_2011Cds pp manifest_ eleitoral_2011
Cds pp manifest_ eleitoral_2011
 
Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..
Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..
Compromisso de cooperação para o setor social e solidário 2015 2016..
 
Moção Política - Mobilizar Portugal
Moção Política - Mobilizar PortugalMoção Política - Mobilizar Portugal
Moção Política - Mobilizar Portugal
 
PROGRAMA DO XIX Governo Constitucional
PROGRAMA DO XIX Governo Constitucional PROGRAMA DO XIX Governo Constitucional
PROGRAMA DO XIX Governo Constitucional
 

Mehr von Umberto Pacheco

Função publica 1869
Função publica 1869Função publica 1869
Função publica 1869
Umberto Pacheco
 
Maus tratos de animais - Programa 9ª semana
Maus tratos de animais - Programa 9ª semanaMaus tratos de animais - Programa 9ª semana
Maus tratos de animais - Programa 9ª semana
Umberto Pacheco
 
AS RAZÕES DE ANTÓNIO CAPUCHO
AS RAZÕES DE ANTÓNIO CAPUCHOAS RAZÕES DE ANTÓNIO CAPUCHO
AS RAZÕES DE ANTÓNIO CAPUCHO
Umberto Pacheco
 
Em Estremoz, dias antes do 25 de Abril, já se cantavam canções de liberdade !
Em Estremoz, dias antes do 25 de Abril, já se cantavam canções de liberdade !Em Estremoz, dias antes do 25 de Abril, já se cantavam canções de liberdade !
Em Estremoz, dias antes do 25 de Abril, já se cantavam canções de liberdade !
Umberto Pacheco
 
Évora é a melhor cidade do alentejo para viver, visitar e investir !
Évora é a melhor cidade do alentejo para viver, visitar e investir !Évora é a melhor cidade do alentejo para viver, visitar e investir !
Évora é a melhor cidade do alentejo para viver, visitar e investir !
Umberto Pacheco
 
Ascenção e queda de Passos !
Ascenção e queda de Passos !Ascenção e queda de Passos !
Ascenção e queda de Passos !
Umberto Pacheco
 
A verdade sobre o défice da Caixa Geral de Aposentações, na opinião de Freita...
A verdade sobre o défice da Caixa Geral de Aposentações, na opinião de Freita...A verdade sobre o défice da Caixa Geral de Aposentações, na opinião de Freita...
A verdade sobre o défice da Caixa Geral de Aposentações, na opinião de Freita...
Umberto Pacheco
 
Autárquicas Cascais 2013-2009 !
Autárquicas Cascais 2013-2009 !Autárquicas Cascais 2013-2009 !
Autárquicas Cascais 2013-2009 !
Umberto Pacheco
 
A carta de demissão de Gaspar !
A carta de demissão de Gaspar !A carta de demissão de Gaspar !
A carta de demissão de Gaspar !
Umberto Pacheco
 
Entrevista de João Cordeiro, candidato à CMC
Entrevista de João Cordeiro, candidato à CMCEntrevista de João Cordeiro, candidato à CMC
Entrevista de João Cordeiro, candidato à CMC
Umberto Pacheco
 
"Um verdadeiro artista" !
"Um verdadeiro artista" !"Um verdadeiro artista" !
"Um verdadeiro artista" !
Umberto Pacheco
 

Mehr von Umberto Pacheco (20)

A CARTA DE SÓCRATES (Integral) !
A CARTA DE SÓCRATES (Integral) !A CARTA DE SÓCRATES (Integral) !
A CARTA DE SÓCRATES (Integral) !
 
A saída voluntária de um estado membro da zona euro (e da UE)
A saída voluntária de um estado membro da zona euro (e da UE)A saída voluntária de um estado membro da zona euro (e da UE)
A saída voluntária de um estado membro da zona euro (e da UE)
 
Função publica 1869
Função publica 1869Função publica 1869
Função publica 1869
 
Maus tratos de animais - Programa 9ª semana
Maus tratos de animais - Programa 9ª semanaMaus tratos de animais - Programa 9ª semana
Maus tratos de animais - Programa 9ª semana
 
AS RAZÕES DE ANTÓNIO CAPUCHO
AS RAZÕES DE ANTÓNIO CAPUCHOAS RAZÕES DE ANTÓNIO CAPUCHO
AS RAZÕES DE ANTÓNIO CAPUCHO
 
Em Estremoz, dias antes do 25 de Abril, já se cantavam canções de liberdade !
Em Estremoz, dias antes do 25 de Abril, já se cantavam canções de liberdade !Em Estremoz, dias antes do 25 de Abril, já se cantavam canções de liberdade !
Em Estremoz, dias antes do 25 de Abril, já se cantavam canções de liberdade !
 
Évora é a melhor cidade do alentejo para viver, visitar e investir !
Évora é a melhor cidade do alentejo para viver, visitar e investir !Évora é a melhor cidade do alentejo para viver, visitar e investir !
Évora é a melhor cidade do alentejo para viver, visitar e investir !
 
Mulher a ler !
Mulher a ler !Mulher a ler !
Mulher a ler !
 
Ascenção e queda de Passos !
Ascenção e queda de Passos !Ascenção e queda de Passos !
Ascenção e queda de Passos !
 
A verdade sobre o défice da Caixa Geral de Aposentações, na opinião de Freita...
A verdade sobre o défice da Caixa Geral de Aposentações, na opinião de Freita...A verdade sobre o défice da Caixa Geral de Aposentações, na opinião de Freita...
A verdade sobre o défice da Caixa Geral de Aposentações, na opinião de Freita...
 
Autárquicas Cascais 2013-2009 !
Autárquicas Cascais 2013-2009 !Autárquicas Cascais 2013-2009 !
Autárquicas Cascais 2013-2009 !
 
João Brandão
João BrandãoJoão Brandão
João Brandão
 
A carta de demissão de Gaspar !
A carta de demissão de Gaspar !A carta de demissão de Gaspar !
A carta de demissão de Gaspar !
 
Entrevista de João Cordeiro, candidato à CMC
Entrevista de João Cordeiro, candidato à CMCEntrevista de João Cordeiro, candidato à CMC
Entrevista de João Cordeiro, candidato à CMC
 
A quem serve a desinformação ?
A quem serve a desinformação ?A quem serve a desinformação ?
A quem serve a desinformação ?
 
"Um verdadeiro artista" !
"Um verdadeiro artista" !"Um verdadeiro artista" !
"Um verdadeiro artista" !
 
Especialistas
EspecialistasEspecialistas
Especialistas
 
Dieta e futuro ... !
Dieta e futuro ... !Dieta e futuro ... !
Dieta e futuro ... !
 
D. Claudete !
D. Claudete !D. Claudete !
D. Claudete !
 
As 12 maiores cidades !
As 12 maiores cidades !As 12 maiores cidades !
As 12 maiores cidades !
 

Acordo político PSD/CDS

  • 1. MAIORIA para a MUDANÇA ACORDO POLÍTICO MAIORIA para a MUDANÇA PEDRO PASSOS COELHO PAULO PORTAS 16 Junho 2011 1
  • 2. MAIORIA para a MUDANÇA ACORDO POLÍTICO DE COLABORAÇÃO ENTRE O PSD E O CDS/PP PARA O ESTABELECIMENTO DE UM PROJECTO POLÍTICO DE LEGISLATURA Portugal está hoje confrontado com uma situação extremamente delicada, caracterizada por uma profunda debilidade económico-financeira que nos obrigou a recorrer, pela primeira vez em mais de três décadas, à ajuda externa. Uma debilidade económico-financeira que se projecta, de forma dramática, na degradação das condições de vida da generalidade dos Portugueses e que está inclusive a pôr em causa o desempenho, pelo Estado, das suas responsabilidades indelegáveis de protecção dos mais desfavorecidos e daqueles que se encontram numa situação de maior debilidade, bem como a promoção da igualdade de oportunidades e da mobilidade social. As eleições legislativas do passado dia 5 de Junho representaram, porém, o surgimento de um novo hori- zonte de esperança. Porque deram nota, clara e inequívoca, da vontade dos nossos compatriotas de não se resignarem. Porque os seus resultados traduzem um claro desejo de mudança. E, sobretudo, porque torna- ram patente que existem soluções, credíveis e claras, para retirar o País do actual estado de coisas e para o recolocar na senda do progresso e do desenvolvimento. Enquanto representantes e intérpretes privilegiados da vontade popular, constitui dever de responsabilidade dos responsáveis políticos – de todos eles – retirar as indispensáveis ilações da vontade popular então ex- pressa. E fazê-lo com sentido de responsabilidade e tendo em mente o objectivo primeiro para cuja realização lhes compete trabalhar: a defesa do interesse de Portugal e dos Portugueses. Os desafios com que estamos confrontados são complexos e pesados. E os tempos que vivemos são, por isso mesmo, de exigência e de responsabilidade. Porque, mais do que mudar de políticas, o que está em causa é mudar o próprio modelo de desenvolvimento económico e social do País. É possível, e é necessário, governar de forma diferente e, sobretudo, governar melhor. Para o conseguir, porém, é indispensável delinear uma solução política que não se traduza num mero arranjo de conveniência, preocupado apenas com a ocupação de lugares no poder, mas que seja tradução de um projecto coerente para mudar Portugal, para melhorar, de modo sustentado, as condições de vida dos nossos compatriotas e para voltar a colocar Portugal numa rota de convergência com os nossos parceiros europeus, de cooperação estreita com os Países de Língua Oficial Portuguesa e de renovado prestígio na comunidade internacional. Assim, o PSD e o CDS/PP: • Atenta a absoluta necessidade de dotar o País de um Executivo que assegure, com coerência e esta- bilidade, a condução dos assuntos da governação pelo período da XII Legislatura da Assembleia da República; • Fiéis aos valores que os orientam, nomeadamente a preocupação central com a pessoa humana e a sua dignidade, aos princípios que definem a identidade de cada partido e ao percurso histórico que os caracteriza; • Interpretando os resultados das eleições legislativas de 5 de Junho de 2011, das quais resultou uma maioria parlamentar dos dois partidos, correspondendo a uma maioria social de votantes superior a 50%; • Tendo em conta o apelo, feito pelo Senhor Presidente da República, para que seja encontrada, no novo quadro parlamentar, uma solução governativa que disponha de apoio maioritário e consistente, subscrevem o presente Acordo Político de Colaboração para o Estabelecimento de um Projecto Político de Legislatura, que se consubstancia nas seguintes regras: 2
  • 3. MAIORIA para a MUDANÇA I FORMAÇÃO E ORIENTAÇÃO PROGRAMÁTICA DO GOVERNO 1. O PSD e o CDS/PP reconhecem a absoluta necessidade de dotar Portugal de um Governo maioritário de coligação, condição primeira para fazer sair o País da crise actual e para criar as condições indispen- sáveis ao cumprimento dos compromissos estabelecidos com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional. 2. Para tal efeito, será constituído um Governo de coligação entre os dois partidos, sob a liderança do Pre- sidente da Comissão Política Nacional do PSD e Primeiro-Ministro indigitado, Dr. Pedro Passos Coelho, ao qual cabe, nos termos constitucionais, a responsabilidade pela constituição do Governo. 3. Embora sustentado no apoio parlamentar dos dois partidos subscritores, o Governo terá a preocupação de alargar a sua base de apoio, para isso estabelecendo o indispensável diálogo com personalidades, organizações e instituições da sociedade civil, que se revejam no propósito de mudança que aquele visa protagonizar. 4. A criação das condições de confiança, tanto junto dos portugueses como dos nossos parceiros interna- cionais, requer absolutamente que o nosso País tenha um Governo de Legislatura. Nessa medida, o PSD e o CDS/PP comprometem-se, através das respectivas direcções políticas e dos seus órgãos próprios, a empreender todos os esforços com vista a garantir a estabilidade e a continuidade desse Governo. 5. O Governo de coligação terá como preocupação fundamental da sua actuação ao longo da legislatura a realização dos seguintes objectivos: a. Gerir e resolver a grave situação financeira, assumindo os custos e as condicionantes inerentes. Para o efeito, o Governo compromete-se com a execução de um Plano de Estabilização Financeira e de um Plano de Emergência Social que proteja os mais vulneráveis, bem como com o cumpri- mento dos termos do Memorando de Políticas Económicas e Financeiras acordado entre o Governo Português, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional. Queremos reconstruir a confiança da comunidade internacional em Portugal e acautelar o prestígio do nosso país no processo de construção europeia e no quadro da Lusofonia; b. Criar condições para acelerar a retoma do crescimento económico e a geração de emprego, com vista à melhoria das condições de vida dos cidadãos, apostando na valorização do trabalho e re- pondo a mobilidade social, especialmente para os mais jovens. O Governo promoverá o aumento da produtividade e da competitividade como via para o crescimento económico sustentado e para a criação de emprego, tornando-se um factor de segurança para os Portugueses. c. Garantir o Estado Social através da criação de condições para a sua sustentabilidade económica, financeira e inter-geracional, evitando a exclusão social, assegurando uma mais justa repartição dos sacrifícios, mediante uma ética social na austeridade que proteja em particular os grupos mais frágeis da sociedade, nomeadamente os pensionistas com pensões mais degradadas. 3
  • 4. MAIORIA para a MUDANÇA d. Iniciar as transformações estruturais necessárias para um crescimento sustentável a todos os ní- veis: travar e reduzir o endividamento do Estado e diminuir a sua despesa, nomeadamente através da redução de estruturas e dirigentes em todos os níveis do Estado e do seu sector empresarial; assegurar o reforço da independência e da autoridade do Estado, garantindo a não partidarização das estruturas e empresas da Administração e assegurando uma cultura de mérito, excelência e rigor em todas, com enfoque na qualidade dos serviços prestados ao cidadão. e. Abrir um novo horizonte de futuro à juventude, preparando-a para a empregabilidade e a competiti- vidade na nova sociedade do conhecimento, actuando sobre a qualidade e a exigência do sistema de ensino com promoção do mérito, do esforço e da avaliação; e desenvolvendo a ciência, a tecno- logia, a inovação, o ensino técnico-profissional e a formação contínua no mundo empresarial. f. Aumentar a poupança, reduzir o endividamento externo, exportar mais e melhor e depender menos das importações, através de políticas adequadas de ajustamento macroeconómico e reforçando a inovação, o empreendedorismo, a acção externa coerente e uma nova política energética. Acredi- tamos no papel insubstituível da iniciativa privada, pelo que daremos atenção especial às PME e adoptaremos políticas que contribuam para o aumento da sua produtividade e competitividade. O Governo valorizará os novos sectores estratégicos, designadamente os que têm maior impacto nos bens transaccionáveis, dando a devida prioridade à agricultura e florestas, à economia do mar e das pescas, ao turismo e à cultura, promovendo uma política de proteção ambiental e um desen- volvimento sustentado do território, sem descurar todos os restantes sectores que contribuam para o aumento da capacidade exportadora, que será crítica no curto e médio prazo para a criação de postos de trabalho e para o aumento do rendimento. g. Remover bloqueios e constrangimentos à recuperação económica, com especial destaque para as seguintes reformas: da concorrência e dos respectivos reguladores; do mercado de trabalho, viabilizando a empregabilidade e a contratação; do mercado de arrendamento, promovendo a mo- bilidade, a reabilitação urbana e a diminuição do endividamento das famílias; do sistema fiscal, valorizando nomeadamente o trabalho, a família e a poupança; da Segurança Social, garantindo a sua sustentabilidade, a solidariedade inter-geracional e a progressiva liberdade de escolha, nome- adamente dos mais jovens. h. Reformar a justiça, tendo em vista a obtenção de decisões mais rápidas e com qualidade, tornando- a num estímulo ao desenvolvimento económico e ao investimento. Será prioridade do próximo Go- verno a recuperação da credibilidade, eficácia e responsabilização do sistema judicial e o combate à corrupção. i. Promover o desenvolvimento humano e social, qualificando os portugueses para a era da globali- zação onde o conhecimento terá uma importância acrescida. O Governo defenderá a humanização da prestação de cuidados de saúde e a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde. O Governo reconhece a importância da economia social e pugnará pela máxima utilização da capacidade ins- talada, nomeadamente nos sectores da educação, saúde e solidariedade. j. Garantir a condição primeira do exercício da liberdade, que é a segurança dos cidadãos, nomea- damente através do reforço da motivação das forças de segurança e da sua eficácia operacional. 6. A realização desses objectivos centrais será feita em obediência às orientações traçadas no “Acordo relativo às Bases Programáticas do Governo de Coligação”. 7. Os partidos signatários assumem, desde já, que o acordo referido no ponto anterior constituirá o funda- mento do programa do Governo a apresentar à Assembleia da República. 4
  • 5. MAIORIA para a MUDANÇA II COLABORAÇÃO NO PLANO PARLAMENTAR 1. Por forma a garantir, permanentemente, a coerência e a estabilidade do projecto político que o Governo de coligação corporiza, o PSD e o CDS/PP, no respeito pela identidade própria de cada um, assumem o princípio de colaboração activa no apoio, em sede parlamentar, à sua actuação, seja no que toca às orientações estratégicas por ele delineadas, seja no que respeita às medidas concretas por ele propos- tas. 2. Para isso, os partidos signatários comprometem-se a acordar previamente e votar solidariamente, em sede parlamentar, designadamente, as seguintes questões: a. Programa do Governo; b. Moções de confiança e de censura; c. Orçamentos, grandes opções do plano e iniciativas de suporte ao Programa de Estabilidade e Cres- cimento; d. Medidas de concretização dos compromissos constantes dos entendimentos celebrados com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional; e. Propostas de lei oriundas do Governo; f. Actos parlamentares que requeiram maioria absoluta ou qualificada, incluindo projectos de revisão constitucional; g. Propostas de referendo nacional; h. Eleições dos órgãos internos da Assembleia da República, com excepção da do Presidente da Assembleia, em que os Partidos têm compromissos prévios, ou dos órgãos a ela externos em que deva fazer representar-se, assegurando uma adequada representação de ambos. 3. A listagem prevista no ponto anterior é exemplificativa, devendo a concertação entre ambos os partidos estender-se a outras matérias ou questões, sempre que tal for considerado conveniente, após consultas prévias entre as direcções dos respectivos Grupos Parlamentares. 4. No âmbito da actuação parlamentar, o PSD e o CDS/PP comprometem-se ainda a: a. Garantir a informação e consulta prévias em todas as iniciativas legislativas da responsabilidade de qualquer dos partidos; b. Apresentar, em termos e prazos a definir, um projecto conjunto de revisão constitucional, sem preju- ízo da existência de ante-projectos próprios. No âmbito desse projecto conjunto, deverão merecer especial atenção, entre outros, os temas relacionados com a reforma do sistema político, do sistema judicial e dos órgãos de regulação, bem como, ainda, a problemática da limitação do endividamen- to público; c. Abster-se de apresentar qualquer iniciativa parlamentar que colida com a actividade do Governo; d. Desenvolver os melhores esforços no sentido de procurar viabilizar as iniciativas parlamentares de cada um dos partidos. 5. A concertação na actividade em sede parlamentar será assegurada por via de uma estrita e permanente articulação entre as Direcções dos respectivos Grupos Parlamentares e da realização, sempre que tal for considerado adequado, de reuniões conjuntas desses Grupos. 5
  • 6. MAIORIA para a MUDANÇA III COLABORAÇÃO POLÍTICA EXTRA-PARLAMENTAR 1. Reconhecendo a necessidade de a coerência e estabilidade do seu projecto político conjunto ser asse- gurada a todos os níveis, o PSD e o CDS/PP assumem que a colaboração mútua deve abranger, ainda: a. No respeito pela identidade própria de cada partido, a cooperação e a mobilização das respectivas estruturas e responsáveis, em todos os escalões da sua organização interna; b. A troca de informações e a consulta mútua no que respeita a actos eleitorais que venham a ocorrer no decurso da vigência do presente Acordo. 2. Sem prejuízo do disposto no ponto anterior, a decisão sobre matérias relativas às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira respeitará a autonomia estatutária dos órgãos regionais de ambos os partidos. IV DISPOSIÇÕES FINAIS 1. O presente Acordo entra em vigor na data da sua assinatura e vigorará por todo o período da XII Legis- latura da Assembleia da República. 2. O presente Acordo é celebrado num espírito de colaboração empenhada, permanente, leal e franca e em obediência a um propósito único: a promoção do interesse nacional. Lisboa, 16 de Junho de 2011 O Presidente do PSD O Presidente do CDS/PP Pedro Passos Coelho Paulo Portas 6