O documento descreve as principais transformações ocorridas no Brasil nas últimas décadas em três áreas: demografia, educação e política. Em termos demográficos, houve uma queda na população jovem e um envelhecimento acentuado da população. Na educação, os índices de alfabetização aumentaram significativamente. Na política, houve a redemocratização do país com a eleição de presidentes de perfil mais progressista.
4. EDITORIAL
• Os bons jornais e revistas do país, em geral, buscam
a imparcialidade – evitam misturar notícia com
opinião.
• O editorial pertence ao grupo de textos
argumentativos, ou seja, aqueles que têm:
• finalidade de persuadir o leitor a partir de
argumentos consistentes:
• Comparações, depoimentos de autoridades, dados
estatísticos, de pesquisa, etc. .
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5. CONCEITO
• No Editorial é um texto por excelência opinativo,
veementemente opinativo (é o posicionamento da
empresa de comunicação sobre determinado
assunto), portanto é importante valorizar as
estratégias de convencimento.
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6. CARACTERÍSTICAS
• Expressa a opinião de um jornal ou revista a respeito de
um assunto da atualidade.
• Possui intenção de esclarecer ou alertar os leitores,
persuadi-los, modificando seu ponto de vista a respeito
de determinado assunto ou mobilizá-los para uma causa
de interesse coletivo;
• Estrutura organizada em três partes: introdução,
desenvolvimento e conclusão.
• Desenvolvimento estruturado, a partir de
exemplificações, comparações, depoimentos, pesquisas,
dados estatísticos citações e retrospectivas históricas,
etc.;
• Linguagem clara, objetiva e impessoal;
Slide Brasil 6
7. CARACTERÍSTICAS
• Predomínio do padrão culto formal da língua;
• Verbos, em geral, no presente do indicativo e na 3ª pessoa do
singular.
• A edição de editoriais começa, como qualquer matéria
jornalística, pela captação de informações concretas.
• Como se dá a captação de elementos para um Editorial? Pelo
acompanhamento do que acontece no nosso meio e no mundo,
e por uma apurada percepção do que é tema de relevância no
momento.
• Esta percepção só é possível se o Editorialista sintoniza
emissoras com programação jornalística, pela leitura de jornais
diários, revistas semanais e consultas a sites da Internet. Tudo
interessa ao Editorialista.
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8. CARACTERÍSTICAS
• A partir desta leitura generalizada, selecionará seus
recortes, as anotações de caderneta para a
elaboração do Editorial;
• Opinião, para ter credibilidade, precisa de
argumentos consistentes. Para isso a opinião deve vir
seguida de um exemplo concreto; ou, um exemplo
concreto seguido de uma opinião.
• Ao leitor não interessa nossas impressões, interessa
a crítica ou a defesa embasada;
• O leitor quer crítica contextualizada
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9. CARACTERÍSTICAS
• A partir desta leitura generalizada, selecionará seus
recortes, as anotações de caderneta para a
elaboração do Editorial;
• Opinião, para ter credibilidade, precisa de
argumentos consistentes. Para isso a opinião deve vir
seguida de um exemplo concreto; ou, um exemplo
concreto seguido de uma opinião.
• Ao leitor não interessa nossas impressões, interessa
a crítica ou a defesa embasada;
• O leitor quer crítica contextualizada
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10. Estratégia de construção de um Editorial
Parágrafo 1 - Apresentação do tema (situando o leitor) e já com
um posicionamento definido. Ser didático ao apresentar o
assunto ao leitor.
Parágrafo 2 - Contextualização do tema, comparando com a
realidade e trazendo as causas e indicativos concretos do
problema. Mais uma vez, posicionamento sobre o assunto.
Parágrafo 3 - Análise e as possíveis motivações que tornam o
tema polêmico (ou justificativas de especialista da área). É
preciso trazer dados factuais, exemplos concretos que ilustram a
argumentação.
Parágrafo 4 - Conclusivo, com o posicionamento crítico final,
retomando o posicionamento inicial sem se repetir.
O bom arremate opinativo é aquele que retoma o tema e traz
uma projeção, aponta para uma solução, dá uma "sugestão",
indica um caminho ancorado em exemplos concretos.
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12. Propaganda a ser limitada
É grande a força do lobby de cervejarias, TVs e e agências de propaganda.
Mais uma vez, conseguiu evitar que a publicidade de cervejas fosse
equiparada às demais bebidas alcoólicas e proibida das 6h às 21h.
O projeto de lei restituindo um pouco de lógica à legislação que
regula a propaganda de álcool estava pronto para ser votado. Mas um acordo
entre parlamentares e governo conseguiu retirar a proposta, que agora fica
sem prazo para ir ao plenário. A julgar pelos precedentes, isso dificilmente
ocorrerá antes dos jogos olímpicos ou quem sabe da Copa de 2014.
Em termos de saúde pública e ciência, não há justificativa para
tratar a publicidade de bebidas alcoólicas de qualquer gradação de forma
diversa da do tabaco, que é vedada totalmente.
O álcool é uma droga psicoativa com elevado potencial para provocar
dependência. Estudo da Organização Mundial de Saúde atribui ao abuso
etílico 3,2 % das mortes ocorridas no planeta(cerca de 1,8 milhão de óbitos
anuais). Metade delas tem como causa doenças, e a outra metade,
ferimentos. No Brasil, dados da secretaria Nacional antidrogas (2005)
apontam que 12% da população entre 12 e 65 anos pode ser considerada
dependente.
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13. Não se trata de proibir o uso de álcool, mas esses números deixam claro, por outro lado,
que ninguém deveria ser estimulado a beber. A propaganda é uma atividade legítima para
a esmagadora parte dos produtos e serviços existentes. O caso das drogas lícitas é uma
exceção. A constituição Federal, em seu artigo 220, prevê restrições a esse tipo de
publicidade. Não faz, portanto, sentido a campanha que a Associação Brasileira de
Agências de Publicidade mantém desde o final de abril afirmando que restrição à
publicidade de cervejas teria o mesmo efeito que proibir “a fabricação de abridores de
garrafa”.
Louvar as atitudes reais ou imaginárias de abridores de garrafa não costuma
levar jovens a consumir quantidades crescentes de drogas psicotrópicas. Já a
propaganda de cerveja o faz.
(Folha de São Paulo, 11/5/2008.Licenciado por Folhapress.)
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14. Exercitando o Editorial
O editoriais abordam um tema do momento, que está em
discussão na sociedade.
a) Qual é o tema abordado pelo editorial em estudo?
R = O fato de que a publicidade de cerveja não ser equiparada
à das demais bebidas alcoólicas.
b) Por que esse tema estava sendo debatido no Brasil naquele
momento? R= Porque o projeto de lei que regula a
propaganda de álcool teve sua votação adiada, devido a um
acordo entre parlamentares e governo.
c) Quais os argumentos contrários à liberação da propaganda de
cervejas? R= ‘Em termos de saúde…’ ‘Louvar as virtudes…’
d) Qual é a ideia principal que o texto desenvolve? R= A ideia de
que a cerveja deve ter, na publicidade, o mesmo tratamento
que têm outras drogas, como o tabaco.
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15. Exercitando o Editorial
e) No 4º e 5º parágrafos, o autor apresenta dois argumentos consistentes
para fundamentar o seu ponto de vista. Quais são eles? R= No 4º
parágrafo, vale-se do argumento de que o álcool provoca dependência,
doenças e acidentes. No 5º parágrafo, de que a Constituição Federal, em
seu artigo 220, prevê restrições à publicidade de drogas.
f) No 6º e no 7º parágrafos, o texto cita e rebate o ponto de vista e o
argumento de uma campanha. Que Argumento dessa Campanha é
combatido? R= O argumento de que restringir a publicidade de cervejas
é o mesmo que proibir a fabricação de abridores de garrafa.
g) Que argumento é utilizado para contra argumentar? R= O de que os
anúncios de abridores de garrafa não estimulam o consumo de bebida
alcoólica, mas os de cerveja sim.
h) Nos editoriais, a conclusão ocorre no último parágrafo e apresenta uma
síntese das ideias expostas ou uma sugestão ou proposta para a solução
do problema abordado. Nesse editorial a conclusão apresentou o que?
R= Uma conclusão do tipo síntese. Retomando a ideia de que os
anúncios de cerveja estimulam o consumo do álcool.
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16. Mínimo esforço
Reforma do ensino básico exige renúncia a soluções fáceis, da crença no
poder da tecnologia à ideia de educação só como prazer.
A discussão sobre a falência do ensino básico, no Brasil, resvala com facilidade para as falsas questões.
Soluções dispendiosas, como o uso de computadores na sala de aula, ganham ares de panaceias definitivas -até serem
fulminadas pelo teste implacável da empiria, como mostrou estudo do economista Naercio Menezes Filho noticiado
nesta Folha.
Professor da USP e do Ibmec-SP (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), Menezes Filho
investigou as variáveis que mais explicam o bom desempenho escolar. Tomou por base os testes do Sistema de
Avaliação da Educação Básica (Saeb) com alunos de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e da 3ª série do ensino
médio. Verificou que a informática na escola não melhora nem piora os resultados de seus alunos no Saeb.
Escolaridade e salário dos professores tampouco exercem peso significativo, segundo o estudo – uma
conclusão destinada a gerar controvérsia, decerto. Maior influência apresentam a idade de entrada no sistema
educacional e a quantidade de horas-aula. Alunos que passaram por creches e pré-escola e ficam mais tempo na
escola, a cada dia, apresentam desempenho significativamente superior.
Por isso a Folha incluiu os dois quesitos no conjunto de metas nacionais, até o ano 2022, aqui
elencadas no editorial "O básico em educação" (22/4): 80% das crianças de 0 a 3 anos com acesso a creches (hoje são
13%) e 90% dos alunos com aulas por 6 horas diárias (1,2%, atualmente). Não se conferiu prioridade a computadores
nas escolas, mesmo sendo objetivo desejável.
Slide Brasil 16
17. Prioridades são prioridades, afinal. Uma das mais prementes, contudo, se mostra
refratária à expressão na forma de uma meta quantificável: pôr fim à lei do mínimo esforço, à
crença de que a educação possa ter sucesso sem empenho e disciplina.
No gabinete dos tecnocratas, bastaria recorrer a fórmulas mirabolantes. Na sala
de aula, à criatividade lúdica, ao espírito crítico e ao universo cotidiano do aluno. O restante
viria como que por gravidade, cada estudante percorrendo à própria revelia as etapas
necessárias do desenvolvimento cognitivo descritas nalgum esquema abstrato.
O fracasso está aí, à vista de todos, para provar que não pode funcionar um
ensino em que professores são reduzidos a meros facilitadores, ainda por cima mal pagos e
sobrecarregados com jornadas extensas. Veem comprometida a condição de autoridade
encarregada de exigir dedicação nas tarefas e civilidade no trato com os colegas,
responsabilidade encarada por muitos como ônus a evitar (dificuldade partilhada com vários
pais, de resto).
Pode-se discutir indefinidamente se é ou não o caso de retroceder à obrigação de decorar
todos os afluentes do Amazonas. Para pôr termo ao descalabro do ensino básico, entretanto, é
preciso retomar princípios básicos da educação, a começar pelo combate à noção vigente de
que se possam realizar conquistas sem esforço proporcional.
EDITORIAL
Folha de S. Paulo
24/4/2007
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18. Slide Brasil 18
O Brasil ontem e o atual
O Brasil de 2012 pouco lembra o de 1972. No auge dos anos de chumbo, democracia era uma palavra
existente apenas nos sonhos da esquerda, a diminuta sociedade de consumo se contentava em comprar só produtos
nacionais e o divórcio existia somente nos dicionários.
19. Nos últimos anos, elegemos um sociólogo, um metalúrgico e uma ex-guerrilheira para a
presidência, os importados invadiram as prateleiras e o fim do casamento deixou de ser tabu. Nesse período, a população
também se tornou mais velha, mais alfabetizada e menos religiosa. O País evoluiu rumo a padrões semelhantes ao de nações
desenvolvidas, com menos desigualdade e uma classe média grande e pujante.
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20. A maior mudança das últimas décadas ocorreu no perfil etário nacional. Éramos um País de jovens, agora
caminhamos para ser um País de idosos. As crianças e adolescentes com idade inferior a 14 anos representavam cerca de
40% da população em 1970 e hoje são 24%. “A redução de pessoas em idade escolar significa uma enorme estrutura de ensino
e um bom quadro de professores para menos alunos. Facilita, por exemplo, a abertura de turnos integrais”, afirma o demógrafo
Frederico Luiz Barbosa de Melo, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Isso ajuda
a explicar o substancial aumento da alfabetização.
Hoje, 91% dos brasileiros com mais de 10 anos sabem ler e escrever, contra 66% 40 anos atrás. Apesar de a
qualidade do ensino público deixar a desejar, a simples existência da estrutura escolar tem impacto positivo por vários anos.
Além disso, como as famílias têm cada vez menos filhos, há mais recursos para investir na educação de cada criança.
O rápido envelhecimento populacional, porém, é um desafio. A expectativa de vida saltou de 53,4 para 73,4
anos em quatro décadas. As pessoas com mais de 60 anos atualmente são 12% da população e em 2050 representarão 30%
do total.
O efeito mais evidente dessa tendência é o aumento da pressão sobre a Previdência Social, que precisa
oferecer benefícios como aposentadoria a uma quantidade cada vez maior de pessoas enquanto diminuem os contribuintes em
idade economicamente ativa. “As soluções podem ir do aumento das exigências para receber os benefícios à diversificação das
fontes para conseguir os recursos”, explica o demógrafo Melo.
Slide Brasil 20
21. O sistema de saúde também sofrerá impactos. “O Brasil conseguiu combater as doenças infantis, mas agora a
questão é oferecer tratamento às doenças da velhice, como males do coração, e isso é muito mais difícil e mais caro”, diz ele.
A intensa urbanização de áreas remotas do País é outra marca das últimas décadas. Em termos gerais, a
população urbana saltou de 70% para 84% do total. Porém, em regiões historicamente menos desenvolvidas no Norte e no
Nordeste a transformação foi expressiva e rápida. O Acre, por exemplo, contava com menos de 30% de seus habitantes em
cidades em 1970. Hoje a situação se inverteu e 73% dos acreanos vivem em núcleos urbanos.
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22. Também houve uma acelerada alteração no perfil religioso nacional. O número de católicos, que levou 100
anos para cair de 99% da população, em 1872, para 92%, em 1970, sofreu uma queda brusca em apenas quatro décadas.
Segundo o Censo 2010 divulgado este ano, atualmente 64% das pessoas dizem seguir a Igreja de Roma no País. “Se essa
tendência for mantida, em 2030 os católicos serão menos da metade dos brasileiros”, diz José Eustáquio Diniz Alves, professor
titular do mestrado em estudos populacionais e pesquisas sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence/IBGE).
Esse rebanho, em sua maioria, deixou de ter religião ou se tornou evangélico. “As igrejas evangélicas criaram
estruturas para atender as periferias das grandes cidades e ainda conseguiram ‘customizar’ a fé, criando igrejas para
homossexuais ou para surfistas, por exemplo”, explica ele.
De todas as transformações, porém, nada tem sido mais comemorado do que a ascensão econômica do
brasileiro. Nos anos que se seguiram a 1970, as pessoas ainda estavam chegando do campo, saindo de lugares sem energia e
sem água para as cidades. Eram ajudados por comunidades da Igreja e outras associações. Nos anos 1980, houve uma
recessão tão forte que essa época ficou conhecida como a “década perdida”. Apenas nos anos 1990, quando a inflação foi
domada pelo Plano Real, o Brasil reencontrou o eixo para o crescimento da economia.
Os últimos dez anos foram marcados pela inclusão social. Mais de 30 milhões de pessoas subiram para as
classes A, B e C – e, desse contingente, 20 milhões saíram da pobreza. Agora, 53% da população são de classe média. O
Brasil de 2012 é mais democrático, mais justo e mais rico.
Fonte: Revista On line Isto é Independente – Especial 40 anos.Ed. 2242. 26 de outubro de 2012. Disponível em
>http://www.istoe.com.br/reportagens/248786_COMO+ANDOU+O+BRASIL?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage.> Acesso em 09. Nov. 2012.
Slide Brasil 22
23. Slide Brasil 23
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Escrito por: Sílvia Cláudia
Designer: Robson Melo
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