Ride the Storm: Navigating Through Unstable Periods / Katerina Rudko (Belka G...
Apresentação da semana de humanidades antonio
1. A DESOCUPAÇÃO DO
MUNICÍPIO DE SÃO RAFAEL NA
CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM
ENGENHEIRO ARMANDO
RIBEIRO GONÇALVES
(1975 – 1983)
Antonio Carlos Meira(UERN)
2. Momento histórico:
29 de junho de 1975 – Decreto da
desapropriação de algumas cidades do Vale
do Açu para a construção da Barragem
Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves;
Insatisfação dos habitantes do município de
São Rafael, por serem os mais afetados e
pelo fato da indenização não corresponder às
expectativas;
Resgate da memória, construção de
identidades dos ribeirinhos na cidade nova;
3. Resumo
Em 29 de junho de 1975 corre a notícia de
desapropriação de algumas áreas do Vale do
Açu, envolvendo os municípios de Jucurutu,
Ipanguaçu, Açu e São Rafael, sendo este
último o mais afetado com a desapropriação.
Dentre os municípios que tiveram áreas
desocupadas, São Rafael, é o único que vai
ser afetado nas áreas rurais e na totalidade da
área urbana, mudando desta forma, o modo
de vida da comunidade
4. Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é
investigar os efeitos causados, em
decorrência da desapropriação da população
rafaelense na implantação do Projeto Baixo-
Açu e na construção da Barragem Engenheiro
Armando Ribeiro Gonçalves.
5. Metodologicamente, o trabalho se configura
em uma análise de documentos e poesias, no
intuito de compreender melhor a formação de
um novo espaço e os anseios da comunidade
em questão. Teoricamente, a discussão
respalda-se nas concepções de espaço,
historiografia local e memória, a partir dos
pressupostos de Vargas, Lopes e Fernandes.
6. Ao interpretarmos os significados existentes nas
análises poéticas propostas por Vargas,
observamos que, ao expressar as angústias do
sertanejo, a autora, de certa forma, pretende
demonstrar as dificuldades enfrentadas por esta
comunidade ao deixar suas terras e seus
afazeres em nome do “progresso”. Ao viver um
novo contexto, surge a dúvida do beneficiário
deste progresso.
Palavras-chave: Desocupação, Barragem,
História Local
7. Poema de Rafael Arcanjo:
[...] O Engenheiro fala forçudo
Ou sai ou morre afogado!
Projeto do Presidente
Não pode ser condenado
Ele não teme a voz
De Senador nem Deputado
Vão pra o baixo Amazonas
Que tem chão desocupado!
8. [...] A Lei Monetária é dura
E com ela ninguém caçoa...
Dentro de São Rafael
Vai se andar em canoa...
Só dão prazo de dois anos
Assim o boato zoa
Vão cobrir tudo com água
Mas o INCRA não perdoa...
9. Conclusões preliminares...
A partir da análise do primeiro poema de
Rafael Arcanjo, revelamos como a autora
Vargas concebe a angústia e o
desapontamento dos ribeirinhos, no
momento da desapropriação do município de
São Rafael para a construção da Barragem
Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves.
Importa observar também o resgate da
memória de uma cidade submersa e ao
mesmo tempo, a constituição da identidade
dos moradores da cidade nova.
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13. Referências.
FERNANDES, Ana Amélia. Autoritarismo e
resistência no Baixo-Açu. Natal: CCHLA –
UFRN, 1992.
VARGAS, Nazira Abib Oliveira. Beiradeiros do
Baixo-Açu: Canto e Lamento de Rafael
Arcanjo da Costa. Rio: FUNARTE, 1987.
VARGAS, Nazira Abib Oliveira. História Que o
Povo Conta: Opressão e Sobrevivência.
Recife: FUNDAJ, Ed. Massangana, 1987.
CARVALHO, Jô; LOPES, Alexandre. São Rafael:
memória de uma cidade submessa. Natal, RN:
EDUFRN, 1999.