Stephen Gill, baseou seus escritos no ético-racionalismo de Antonio Gramsci -- ex-líder do partido comunista italiano, que produziu a obra Os Cadernos do Cárcere, no qual elaborou conceitos muito utilizados nas relações internacionais que apresentaremos adiante. No texto posto (Hegemonia global e o poder estrutural do capital), o autor em questão visa expor e diferenciar as formas de poder -- que podem ser diretas e estruturais -- utilizando-se dos das ideias gramiscianas de hegemonia, Estado “ampliado” e bloco histórico. Usa esses aspectos para explicar a integração dos níveis “nacional” e “internacional” de análise e relacionar a teorização das relações complementares e contraditórias entre o poder dos Estados e o capital. Por hegemonia entende-se o domínio cultural e ideológico exercido por uma classe social mais abastada em detrimento a outra que transferem isso para a sociedade política e utilizam meios de coerção, como leis, influência nos meios de comunicação e cultura para manter a dominação da sociedade civil. O Estado ampliado consiste na fusão orgânica entre a sociedade civil e a sociedade política. Desta forma, podemos compreender que bloco histórico e a concordância histórica entre as forças matérias, institucionais e ideológicas.
Para Gill, essa concepção considera a transformação da estrutura global e das ordens mundiais em torno da dialética, abrangendo as perspectivas éticas, ideológicas, práticas e também as materiais. O autor faz sua analise a fim de elucidar a teoria do poder e da hegemonia a partir das concepções normativa e material, estrutural e existencial das relações sociais.
3. AUTOR
• Nascido em 1950 no Reino Unido;
• Formação: Literatura e Ciências Sociais;
• Se mudou para a cidade de Toronto, no
Canadá, em 1990;
• Distinguished Research Professor of
Political Science, Communication and Culture
na York University, 2005.
4. OBRA
• Suas áreas de interesse incluem: economia
política global, teoria social, ciência política,
relações internacionais e direito;
• Contribuição para o campo teórico das RI
(Teoria Crítica): Globalização, Hegemonia,
Imperialismo, Trilateralismo (EUA, UE, Japão).
1993 | Gill, Cox, Kees van der Pijl, Giovanni Arrighi | Neo-Gramscismo
6. METODOLOGIA
Abordagens
• Distinção entre formas diretas e estruturais de poder;
• Relações entre Hegemonia, Estado Ampliado e Bloco Histórico.
Problematização
• Integrar os níveis nacional e internacional de análise;
• Teorizar as contradições presentes entre o Estado e o Capital.
8. BLOCOS HISTÓRICOS E REGIMES DE ACUMULAÇÃO
• Passagem do Capitalismo para seu estágio transnacional e o
surgimento de blocos históricos em escala global;
• Regimes de Acumulação menos centrados nos Estados;
• Regimes Extensivos e Intensivos;
• Hegemonia dos EUA.
9. ESTADOS, MERCADOS E O PODER DO CAPITAL
• Relação entre os Estados e o Mercado de Capital: proteção
política em troca de impostos;
• Necessidade dos Estados em atrair investimentos;
• Desregulamentação competitiva;
• Poder estrutural do capital: o Estado disciplinado;
• Hegemonia, em termos gramscianos, do capital.
10. O COMPORTAMENTO DO CAPITAL INTERNACIONAL
• A ascensão do capital internacional: ETNs, economia
integrada e interconexão dos meios de comunicação;
• Crítica ao realismo e ao idealismo;
• As ETNs no Sistema Internacional:
• Modus Operandi;
• Oligopólios;
• Influência nos países-sede e nas OIs.
11. O PODER ESTRUTURAL DO CAPITAL: NÍVEL GLOBAL
• A análise dos riscos políticos promovida pelas ETNs;
• A flexibilidade e a competição entre os Estados;
• Neo-mercantilismo e a relação de mútuo benefício entre as
ETNs e seus Estados-sede;
• Status hegemônico do capital: o “combate à inflação”;
• Capital transnacional vs Capital nacional.
12. O PODER ESTRUTURAL DO CAPITAL: NÍVEL GLOBAL
O Capital Transnacional e os Sindicatos
Estados com movimentos trabalhistas
mais fracos atraem mais investimentos
por parte das ETNs
Formação de sindicatos e
criação de leis trabalhistas
por esses Estados
Retorno das ETNs aos
seus Estados-sede
Busca por novos Estados
13. O PODER ESTRUTURAL DO CAPITAL: NÍVEL GLOBAL
• Criação de um Bloco Histórico Transnacional:
• Desenvolvimento do setor de serviços;
• Valorização do trabalho especializado;
• Geração de um novo sindicalismo;
• Desenvolvimento dos meios de comunicação.
• Criação de uma sociedade civil internacional.
14. LIMITES E CONTRADIÇÕES
• Valorização do capital nacional;
• Heterogeneidade do Sistema Internacional:
• A rivalidade entre os Estados;
• Militarização;
• Economia integrada e a falácia da composição.
• Ciência, cultura e educação.
16. CONCLUSÃO
• A dificuldade da legitimação hegemônica promovida por
uma possível Sociedade Política Internacional a partir das
relações presentes na Sociedade Civil Internacional em
desenvolvimento.
• Ideias contra hegemônicas de reconstrução de um novo bloco
histórico.
17. REFERÊNCIAS
GILL, Stephen. Gramsci, Materialismo
Histórico e Relações Internacioais. 1° ed.
UFRJ: Rio de Janeiro, 2007.
GILL, Stephen. Power and Resistance in The
New World Order. 2° ed. Palgrave
Macmillan: Nova Iorque, 2008. p. 1 a 8.
STEPHEN GILL. Biography.
Disponível em:
<http://stephengill.com/biography.htm>.
Acesso em: 21 fev. 2016.
Gabriel Resende Miranda
Matheus Barcellos S. Brandão
Mônica Fernanda P. Mendonça
Samuel Vieira Campos
INTEGRANTES
Relações Internacionais (1° Período)
UFRJ - Campus Praia Vermelha