O documento discute materiais cerâmicos e sua fabricação. Aborda definições de argila e cerâmica, origem e tipos de argila, propriedades de argilas e cerâmicas, e o processo de fabricação de cerâmicas, incluindo extração da matéria-prima, preparação, moldagem, secagem e cozimento.
2. CONTEÚDO
Parte 1
Definições
Histórico
Origem e tipos de argilas
Propriedades das argilas e das cerâmicas
Fabricação das cerâmicas
Parte 2
Materiais de construção de
cerâmica
Revestimento cerâmico
4. DEFINIÇÕES
• Materiais que substituem as pedras em
suas aplicações ou têm aparência geral
semelhante
• Podem ter propriedades completamente
diferentes das apresentadas pelas
pedras
Pedras Artificiais
Materiais de cerâmica
Materiais de cimento
5. DEFINIÇÕES
Estoque de argila
• Pedras artificiais obtidas pela moldagem,
secagem e cozedura de argilas ou de
misturas que as contenham.
Materiais cerâmicos
6. DEFINIÇÕES
• Conjunto de minerais que possuem a
propriedade de formarem com a água uma
pasta plástica suscetível de manter a forma
moldada (alta plasticidade), secar e endurecer
sob a ação do calor.
Argila
7. DEFINIÇÕES
• São constituídas essencialmente de partículas cristalinas extremamente pequenas,
formadas por um número restrito de substâncias chamadas de argilo-minerais.
• Uma argila pode ter um ou mais argilo-minerais.
Argila
8. DEFINIÇÕES
• São silicatos hidratados de alumínio, ferro e magnésio;
• Junto com esses elementos básicos vem sílica, alumina, mica, ferro, cálcio, magnésio,
matéria orgânica, etc;
• São a mistura de substância minerais resultante da degradação do feldspato das
rochas ígneas, por ação da água e gás carbônico;
• Os depósitos de argila possuem natureza extremamente variada tendo, às vezes,
diferenças acentuadas até numa mesma jazida;
Argilo-minerais
9. DEFINIÇÃO
Estoque de blocos cerâmicos
• Material composto por partículas de diâmetro
inferior a 0.005mm, com alta plasticidade
quando úmidas e que, quando secas, formam
torrões dificilmente desagregáveis pela pressão
dos dedos.
Argila - Definição da ABNT
11. HISTÓRICO
A indústria da cerâmica é uma das mais antigas
do mundo devido à facilidade de fabricação e
abundância de matéria-prima;
São frágeis mas muito duráveis, por isso,
geralmente são um dos primeiros sinais encontrados
em escavações arqueológicas;
12. HISTÓRICO
O homem pré-histórico calafetava cestas de vime com barro. Depois fez potes só de barro.
Descobriu-se que o calor endurecia o barro, surgindo a cerâmica propriamente dita.
13. HISTÓRICO
No ano 4000 a.C. os assírios já obtinham cerâmica vidrada;
Os semitas inventaram o torno de oleiro, que permitiu melhor qualidade, rapidez e acabamento;
14. HISTÓRICO
No século VII os chineses fabricavam a porcelana;
No século XVIII, na Inglaterra, surgiu a louça branca.
16. ORIGEM E TIPOS DE ARGILAS
Origem das argilas
Rochas sedimentares
Solo
Classificação quanto ao local de extração
Residuais
Sedimentares
17. ORIGEM E TIPOS DE ARGILAS
Argilas Residuais
• Encontradas no mesmo local da rocha da qual
derivou;
• O depósito é no próprio local onde houve a
decomposição da rocha;
18. ORIGEM E TIPOS DE ARGILAS
Argilas Sedimentares
• Provenientes de níveis mais elevados, lavados e transportados até lagos e lagoas;
• Podem ser transportados pelo vento, adquirindo uma característica mais porosa, enquanto que a
transportada pela água é estratificada;
19. ORIGEM E TIPOS DE ARGILAS
Argilas de cor de cozimento branca: caulins e argilas plásticas.
Argilas refratárias: caulins, argilas refratárias e argilas altamente aluminosas.
Argilas para produtos de grês
Argilas para materiais cerâmicos estruturais, amarelas e vermelhas.
20. COMPONENTES DAS ARGILAS
• Argila com amplo predomínio de caulinita, pó branco que é a matéria-prima da
porcelana
Caulim
• Forma mais pura de argilo-minerais, mas geralmente está misturada com grãos de
areia, óxido de ferro e etc
• Muito plástica quando umedecida
• Apresenta alta retração ao secar
• Dá dureza às cerâmicas
Caulinita
21. COMPONENTES DAS ARGILAS
• Normal nas rochas ígneas
• Geralmente mistura-se com a caulinita e dá cor vermelha ou amarelada a maioria
das argilas
• Reduz a capacidade da argila de ser refratária
Óxido de ferro
22. COMPONENTES DAS ARGILAS
• Reduz a plasticidade e o trincamento das argilas
• Diminui também a retração
• Facilita a secagem
• Diminui a resistência mecânica
Sílica livre (areia)
• Conforme o tipo, pode aumentar ou diminuir o ponto de fusão
• Reduz a plasticidade e a resistência mecânica das argilas
• Diminui as deformações
Alumina livre
23. COMPONENTES DAS ARGILAS
• Baixam o ponto de fusão e dão porosidade, o que facilita a secagem e o
cozimento
• Reduz a plasticidade
Álcalis
• Age como fundente e clareia a cerâmica
Cálcio
24. COMPONENTES DAS ARGILAS
• São perniciosos porque dão eflorescências de mau
aspecto
Sais solúveis
• Embora dê mais plasticidade, torna a argila mais porosa
Matéria orgânica
25. ORIGEM E TIPOS DE ARGILAS
As argilas são classificadas em gordas e magras:
Argila gorda Argila magra
São muito plásticas
devido à alumina;
Deformam-se muito mais
no cozimento;
São mais porosas e
frágeis devido ao
excesso de sílica.
26. ORIGEM E TIPOS DE ARGILAS
Água de constituição
• Também chamada de
absorvida ou de
inchamento
• Faz parte da estrutura
da molécula
Água de plasticidade
• Adere à superfície das
partículas coloidais
Água de capilaridade
• Também chamada de
livre ou de poros
• Preenche os poros e
vazios
29. Plasticidade
• Um corpo plástico é definido como o que pode ser
continuamente deformado sem que sobrevenha a
ruptura
• Conserva a deformação, após a retirada da ação
que a produziu
• Nas argilas é função direta da quantidade de
água
PROPRIEDADES DAS ARGILAS
• Líquido
• Plástico
• Semi-sólido
• Sólido
Estados de
plasticidade
30. Retração
• É a variação de volume com a variação de
umidade das argilas
• Ocorre com a saída de água das argilas,
formando vazios no interior e diminuindo o volume
do conjunto
• Como a retração não é uniforme, a peça pode
se deformar
• Quanto menor for a quantidade
de água que uma argila
necessita para ser moldada,
melhor será a qualidade do
produto final.
PROPRIEDADES DAS ARGILAS
31. Efeitos do calor
Aquecendo a argila entre 20°C e 150°C, ela perde somente água de capilaridade e
amassamento
De 150°C a 600°C, perde água adsorvida e começa a enrijecer
Até essa temperatura só acontecem alterações físicas
PROPRIEDADES DAS ARGILAS
32. PROPRIEDADES DAS ARGILAS
A partir de 600°C acontecem alterações químicas em três etapas:
Desidratação
química
Água de constituição é
expulsa;
Resulta no endurecimento;
Matérias orgânicas são
queimadas;
Oxidação
Carbonetos são
calcinados e se
transformam em óxidos
Vitrificação
Começa em 950°C;
A sílica de constituição e a
das areias formam uma
pequena quantidade de
vidro, que aglutina os
demais elementos, dando
resistência e compactação
ao conjunto;
33. PROPRIEDADES DAS CERÂMICAS
A qualidade de um artigo cerâmico depende, acima de tudo, da quantidade de vidro formado. É
ínfima nos tijolos comuns e grande nas porcelanas.
A experiência demonstrou que os produtos cerâmicos são tanto mais resistentes quanto mais
homogênea, fina e cerrada a granulação, e quanto melhor o cozimento, afora a vitrificação.
34. PROPRIEDADES DAS CERÂMICAS
Resistência ao desgaste
• Depende muito da quantidade de vidro formado
Absorção ou porosidade aparente
• Porcentagem de aumento de peso que a peça apresenta após 24 horas de imersão na água
Resistência mecânica
• Depende muito da quantidade de água usada na moldagem
• O excesso de água lava as partículas menores, que mais facilmente fundirão para formar o
vidrado
35. FATORES DE DEGRADAÇÃO DAS CERÂMICAS
Agentes
Físicos
• Umidade, vegetação e fogo
• Os dois primeiros agem através dos poros, daí a importância da porosidade
• O fogo diminui a resistência à compressão
• Como os componentes se dilatam de modo não uniforme, o calor pode
facilmente desagregar uma peça.
36. FATORES DE DEGRADAÇÃO DAS CERÂMICAS
Agentes
Químicos
• Cerâmicas com sais solúveis: a umidade pode dissolver os sais que cristalizam
na superfície causando eflorescências
• Essas eflorescências têm má aparência e pode ocasionar o deslocamento e
queda do revestimento.
37. FATORES DE DEGRADAÇÃO DAS CERÂMICAS
Agentes
Mecânicos
• Os esforços mecânicos podem destruir as peças
• Geralmente, as cerâmicas possuem maior resistência à compressão do que à
flexão e demais solicitações
• Devem ter boa resistência ao choque que é comum no transporte e uso
40. Extração do barro
A grande variedade de produtos cerâmicos é resultado
da grande variabilidade do barro, dependendo da
profundidade da barreira (depósito natural de argila),
composição granulométrica, teor de argila, umidade.
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
41. Tratamento da matéria-prima
Misturador que
homogeneiza os elementos
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
Depuração
Eliminação das impurezas (grãos duros, nódulos
de cal, sais solúveis)
Divisão Redução a fragmentos pequenos
Homogene
ização Mistura entre os componentes (argila e
desengordurantes)
42. Regularização da matéria-prima
Umidificação: quanto mais água, maior facilidade de homogeneização; maior custo e retração no
processo de secagem.
Meteorização: expor a ação dos agentes atmosféricos. É um processo barato, mas envolve a
necessidade de grandes áreas próximas às olarias.
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
43. Regularização da matéria-prima
Amadurecimento: a argila é deixada em repouso, abrigada às intempéries, com a umidade
distribuída uniformemente na mistura.
Tratamento mecânico: trituração e peneiramento
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
44. Moldagem
Quanto mais água, mais fácil a moldagem; maior contração na secagem, maior deformação no
cozimento, maior consumo de combustível.
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
45. Pasta fluida: processo de barbotina.
A cerâmica é dissolvida em água e vertida em moldes porosos
de gesso.
Utilizada na confecção de porcelanas, louças sanitárias, peças
para instalações elétricas e peças de formato complexo.
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
Moldagem
46. Pasta plástica mole: processo manual (torno de
oleiro, molde de madeira). Dá origem aos tijolos
brutos, vasos, pratos e xícaras.
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
Moldagem
47. Pasta plástica consistente: produção por
extrusão. Produz os tijolos, tubos cerâmicos,
telhas e refratários.
Máquina onde está ocorrendo a
extrusão da argila
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
Moldagem
48. Moldagem a seco: processo de prensagem.
A argila é moldada quase seca em prensas de 5
a 700 MPa.
Fabrica os ladrilhos, azulejos, refratários,
isoladores elétricos, tijolos e telhas de alta
qualidade.
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
Moldagem
49. Secagem
• Eliminação da umidade superficial do material.
• Ao sair dos moldadores os produtos cerâmicos contêm cerca de 7 a 30% de umidade.
• Parte desta umidade é removida na secagem e o que sobra é removida no cozimento.
• Se a argila for levada ainda úmida para o forno, a umidade interior ficará retida pela crosta
externa, aparecendo tensões internas e o consequente fendilhamento.
• Se a secagem não for uniforme, aparecerão distorções nas peças.
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
51. Secagem
Secagem natural:
Material exposto a lugares bem aerados, sem ventos e
raios solares;
Comum em olarias;
É demorado e exige grandes superfícies;
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
52. Secagem por ar quente-úmido: o material é posto em secadores onde recebe ar quente com alto teor
de umidade, até desaparecer a água absorvida. Aí recebe ar quente para perder água de
capilaridade.
Secadores de túnel: são túneis pelos quais se faz passar o calor residual dos fornos (40 a 150°). As
peças são colocadas em vagonetas que percorrem o túnel lentamente no sentido da menor para a
maior temperatura.
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
Secagem
54. O calor fornecido pelo forno durante o processo de cozimento elimina todo tipo de água presente nas
argilas.
Esse fenômeno é reversível, já
que a estrutura cristalina
ainda não foi quebrada e o
material pode novamente
hidratar-se.
Entre 100 e 110 °C A água de absorção é eliminada.
Entre 300 e 400 °C A água zeolítica é eliminada.
Queima ou Cozimento
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
A água zeolítica fica entre as moléculas dos minerais, é proporcional a porosidade, não existe em todos
os tipos de argilas
55. Destrói a estrutura cristalina do
material.
A sílica e a alumina se
recombinam e cristalizam,
formando novos minerais.
Entre 400 e 700 0C
A água de constituição é
eliminada.
Entre 900 e 1000 0C
A estrutura cristalina
transforma-se em massa
amorfa.
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
56. A formação de vidro no interior da cerâmica, pela fusão da sílica livre (1200 0C) com posterior
solidificação, também contribui para a estabilidade estrutural das cerâmicas, principalmente as de alta
vitrificação.
FABRICAÇÃO DAS CERÂMICAS
58. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO DE CERÂMICA
Materiais de cerâmica vermelha
Materiais de louça
Materiais refratários
59. MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
• São materiais que servem para dividir compartimentos ou
vedá-los
• Quando sobrepostos e rejuntados formam a alvenaria
• Os blocos também podem desempenhar função estrutural,
formando alvenarias portantes
Tijolos e Blocos Cerâmicos
60. MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
• NBR 15270-1:2017 Componentes cerâmicos – Blocos e tijolos para alvenaria - Parte 1:
Requisitos
• Tem como objetivo especificar os requisitos dimensionais, propriedades físicas e mecânicas de
blocos e tijolos cerâmicos a serem utilizados em obras de alvenaria com ou sem função estrutural e
executadas de forma racionalizada
• ABNT NBR15270-2:2017 Componentes cerâmicos – Blocos e tijolos para alvenaria- Parte
2: Métodos de ensaios.
• Especifica os métodos para a execução dos ensaios dos blocos e tijolos cerâmicos estruturais e de
vedação.
Normas ABNT
61. Tijolo Maciço
Tipo Dimensões (mm)
1 190 x 90 x 57
2 190 x 90 x 90
Seu principal emprego é feito em alvenaria externa e fundação.
Características de qualidade:
- regularidade de forma e dimensão;
- arestas vivas e cantos resistentes;
- cozimento uniforme (produz som metálico quando percutido com martelo);
- resistência à compressão dentro dos limites da NBR 15270-1:2017;
- absorção de água em torno de 15%.
MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
62. Tipo Resistência à compressão (MPa)
A 1,5
B 2,5
C 4,0
A NBR 15270-1:2017 estabelece que, de acordo com a resistência, os tijolos maciços podem ser de
categoria A, B ou C. A norma descreve o ensaio para determinação da resistência à compressão.
MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
Tijolo Maciço
63. A NBR 15270-1:2017 estabelece que as
tolerâncias máximas de fabricação para os
tijolos comuns devem ser de 3 mm para mais ou
para menos, nas três dimensões.
MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
Tijolo Maciço
64. Bloco Cerâmico de Vedação
• A NBR 15270-1:2017 classifica em bloco
cerâmico de vedação como um componente
de alvenaria não participante da estrutura,
que possui furos ou vazamentos prismáticos
perpendiculares as faces que os contém.
MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
65. • Tanto suas medidas como o número
e a forma dos furos variam.
• Os furos podem ser prismáticos,
com base quadrada, ou cilíndricos.
MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
Bloco Cerâmico de Vedação
66. • A NBR 15270-1 estabelece que as
características do bloco de vedação
são as características geométricas,
físicas e mecânicas:
MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
Características geométricas
• Medidas das faces – dimensões efetivas
• Espessura dos septos e paredes externas dos blocos
• Desvio em relação ao esquadro
• Planeza das faces
• Área bruta
Características físicas
• Massa seca
• Índice de absorção de água
Característica mecânica
• Resistência à compressão
Bloco Cerâmico de Vedação
67. A resistência à compressão é determinada por ensaios, devendo apresentar os seguintes valores mínimos:
MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
Bloco Cerâmico de Vedação
Bloco usado com furos na
vertical
≥ 3,0 MPa
Bloco usado com furos na
horizontal
≥1,5 MPa
68. Principais vantagens dos tijolos furados sobre os tijolos maciços:
• Menor peso por unidade de volume
• Aspecto mais uniforme, arestas e cantos mais fortes
• Menor propagação da umidade
• Melhor isolante térmico e acústico
MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
Bloco Cerâmico de Vedação
69. Bloco Especial Furado
É utilizado na confecção de lajes mistas (pré-moldadas).
MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
70. MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
• Usados na confecção de coberturas.
• Na fabricação das telhas são usados
o mesmo processo e a mesma
matéria-prima dos tijolos comuns.
• NBR 15310:2009: Componentes
cerâmicos - Telhas - Terminologia,
requisitos e métodos de ensaio
Telhas cerâmicas
71. MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
• A diferença está na argila, que deve ser fina e homogênea, não só por ser a
telha um material mais impermeável, dada a sua condição de uso, mas também
para não provocar grandes deformações na peça durante o cozimento.
Telhas cerâmicas
72. MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
Características
ideais
• Apresentar bom acabamento
• Superfície pouco rugosa
• Sem deformações
• Sem defeitos (fissuras, esfoliações, quebras e rebarbas) que dificultem
o acoplamento entre elas e prejudiquem a estanqueidade do telhado
• Não possuir manchas, eflorescência ou nódulos de cal
73. Na avaliação da efetividade da queima e da eventual presença
de fissuras, as telhas devem emitir som metálico, semelhante ao de
um sino, quando suspensas por uma extremidade e devidamente
percutidas.
MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
74. O conjunto de normas técnicas brasileiras estabelece para as telhas cerâmicas as seguintes condições
específicas:
MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
Impermeabilidade
• As telhas cerâmicas submetidas a uma coluna de água com 25 cm de altura, durante 24
horas consecutivas, não devem apresentar vazamentos ou formação de gotas na face oposta
à da ação da água;
Absorção de água
• O nível deve ser inferior a 20%
75. MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
• a carga de ruptura à flexão das telhas cerâmicas de encaixe deve ser igual ou superior a 70
kgf, elevando-se para 100 kgf nas telhas de capa e canal
Resistência à flexão
• dimensões ≥ 50 mm ⇒ tolerância ± 2%
• dimensões < 50 mm ⇒ tolerância ± 1 mm
• espessura ⇒ tolerância ± 2 mm
Tolerâncias dimensionais
• Em relação ao plano de apoio, as telhas não devem apresentar empenamento superior a 5 mm
Empenamento
76. Francesa Romana
Termoplan
MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
• Apresentam em suas bordas saliências
e reentrâncias que permitem o encaixe
(acoplamento) entre as mesmas,
quando da execução do telhado.
Telhas de encaixe
78. Colonial
Paulista
Plan
MATERIAIS DE CERÂMICA VERMELHA
Telhas de capa e canal
• Apresentam formato de meia-cana
fabricadas pelo processo de
prensagem e caracterizadas por
peças côncavas (canais), que se
apoiam sobre as ripas, e por peças
convexas (capas), que apoiam sobre
os canais.
82. MATERIAIS DE LOUÇA
Materiais de Louça
• Caracterizam-se por sua matéria-prima ser quase
isenta de óxido de ferro.
• São as “argilas brancas” (caulim quase puro), com
granulometria fina e uniforme e com alto grau de
compacidade e vitrificação da superfície.
• Resulta em um material que tem como característica
principal a impermeabilização (absorção de água em
torno de 2%).
Azulejos
Louça sanitária
Pastilhas
83. Azulejos
São placas de louça de pouca espessura, vidradas numa das faces.
Podem levar corantes e possuir padrão liso ou decorado.
A face posterior e as arestas são porosas, a fim de garantir melhor aderência
das placas ao paramento.
O azulejo comum mede, em geral, 15 cm x 15 cm.
São usados para revestimento e requerem, neste caso, 45 unidades para cobrir
1 m2 de parede.
MATERIAIS DE LOUÇA
84. Pastilhas
As pastilhas são fabricadas pelo mesmo processo dos
azulejos e têm, normalmente, forma quadrada ou
sextavada.
Quando quadradas, as pastilhas medem 2,5 cm x 2,5 cm.
São usadas para fins de revestimento; para facilitar sua
colocação, vêm coladas em folha de papel, que depois é
retirada por lavagem.
MATERIAIS DE LOUÇA
85. Louça Sanitária
Os aparelhos sanitários (lavatórios, vasos, bidês) são feitos
por moldagem.
Seu vidrado é obtido pela pintura da peça com esmalte de
bórax com feldspato.
Existe louça branca e colorida (a cor é obtida pelo uso de
pigmentos), bem como vários elementos decorativos, tais
como saboneteiras, papeleiras, etc.
MATERIAIS DE LOUÇA
86. São materiais que possuem ponto de fusão elevado e,
consequentemente, não se deformam quando expostos
a altas temperaturas.
São feitos com argila refratária, que é uma argila
mais pura, rica em silicatos de alumínio e pobre em
óxido de cálcio (material expansivo) e óxido de ferro
(fundente).
MATERIAIS REFRATÁRIOS
87. Os materiais refratários mais comuns são os tijolos maciços de 50 mm x 100 mm x 200 mm, próprios
para a execução de fornos, lareiras, chaminés, etc.
É importante ressaltar que o assentamento dos tijolos deve ser feito com argamassa também refratária,
obtida com a mesma argila do tijolo.
MATERIAIS REFRATÁRIOS
89. Além de servir de revestimento, as cerâmicas e os porcelanatos são importantes elementos de
decoração, sendo uma opção mais sustentável que as rochas naturais.
REVESTIMENTO CERÂMICO
90. REVESTIMENTO CERÂMICO
NBR 13753:1996 - Revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante -
Procedimento
NBR 13754:1996 - Revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento
Normas
NBR 13755:2017 Revestimentos cerâmicos de fachadas e paredes externas com utilização de argamassa colante - Projeto,
execução, inspeção e aceitação - Procedimento
NBR 13818:1997 Placas cerâmicas para revestimento - Especificação e métodos de ensaios
NBR 15463:2013 - Placas cerâmicas para revestimento — Porcelanato
91. REVESTIMENTO CERÂMICO
Principais
propriedades
dos pisos e
revestimentos
cerâmicos
Grupo de Absorção de Água
Dimensional
Carga de Ruptura
Resistência Mecânica
Resistência a Abrasão (PEI) e Abrasão Profunda
Resistência ao Ataque Químico
Resistência ao Manchamento
Determinação da Resistência ao Risco MHOS
Atrito (antideslizante)
Expansão Umidade e Gretamento
Resistência ao Congelamento
Resistência ao Impacto
Choque Térmico
Dilatação Térmica
92. REVESTIMENTO CERÂMICO
Esmalte
• Abrasão
• Risco
• Coeficiente de atrito (antideslizante)
• Manchas
• Ataque químico
• Impermeabilidade
Base
• Absorção de água
• Resistência Mecânica
• Expansão por umidade
93. REVESTIMENTO CERÂMICO
Absorção de água
É a capacidade das placas cerâmicas para revestimentos absorverem água através da base
expressa em percentagem.
No Brasil, os produtos estão na faixa de 6% a 10%.
A absorção de água é a principal propriedade das placas cerâmicas para revestimento.
É através da absorção de água que classificamos as placas cerâmicas quanto ao uso e as suas
especificações.
95. REVESTIMENTO CERÂMICO
Carga de Ruptura
É o quanto um piso ou revestimento cerâmico suporta ao ser comprimido.
A resistência às altas cargas depende da espessura da placa, queima e forma de assentamento.
96. REVESTIMENTO CERÂMICO
PEI – Resistência à Abrasão Superficial
É o quanto uma placa cerâmica suporta ao ter um corpo arrastado sobre si.
A sigla PEI é a abreviatura do Porcelane Enamel Institute que desenvolveu o sistema de
avaliação de abrasão nos pisos e revestimentos cerâmicos, e que ficou como padrão de
medição para esta propriedade.
97. REVESTIMENTO CERÂMICO
Resistência à Abrasão - PEI Aplicação
0 Uso exclusivo em parede
1 Baixíssimo tráfego
2 Baixo tráfego
3 Médio tráfego
4 Alto tráfego
5 Altíssimo tráfego
98. REVESTIMENTO CERÂMICO
Resistência ao Atrito ( Antiderrapante)
É o quanto uma placa cerâmica suporta ao ter um corpo sobre si sem deixá-lo escorregar.
Preocupação com o escorregamento em áreas públicas e locais industriais, contato com água, barro,
óleos e gorduras.
Aparelho torton utilizado para medir a
resistência ao atrito (antiderrapante).
100. REVESTIMENTO CERÂMICO
• As características de
resistência à abrasão e
resistência de ruptura
mudam para cada caso.
Parede ou Piso
101. REVESTIMENTO CERÂMICO
Paredes
• PEI 0
• Resistência mínima à ruptura de 18 N/mm²
• Carga de 400 N
Pisos
• Considerar o tráfego de pessoas define preocupações com a resistência à abrasão
• O tipo de carga e a possibilidade de impacto no revestimento define a resistência à ruptura
• O coeficiente de atrito é dado em função do escorregamento do chão
• A resistência à manchas vai definir a facilidade de limpeza
102. REVESTIMENTO CERÂMICO
Uso Interno - as exigências de uso dependem fundamentalmente das outras
variáveis: se é piso ou parede; seco ou úmido; e residencial, público, industrial
ou especial.
Uso externo - as solicitações ambiente exigem: baixa absorção de água
(evita entrada agentes agressivos por umidade) e resistente ao
congelamento e ao choque térmico.
103. REVESTIMENTO CERÂMICO
Ambientes Secos
• Deve haver preocupação com a absorção de água e
expansão por umidade, mas como o contato com a água
acontece esporadicamente, não há necessidade de
grandes exigências quanto a esse parâmetro.
104. REVESTIMENTO CERÂMICO
Ambientes Úmidos
• Exige-se um baixo índice de absorção d’água, mínima expansão
por umidade e o ensaio antigretagem.
• Ainda deve-se observar com maior cuidado a resistência à manchas
e ao ataque químico, pois locais úmidos em geral estão mais
propensos a ter contato com agentes agressivos.
105. USOS ESPECIAIS DOS REVESTIMENTOS CERÂMICOS
Saunas
• Ensaio antigretagem especial para a sauna úmida
• Total resistência ao choque térmico
• Dilatação térmica mínima
• Expansão por umidade de 0,2 a 0,4 mm/m
• No entorno, usar piso antiderrapante com coeficiente de
atrito > 0,7.
106. Piscinas
• Deve-se usar resistência à manchas classe 5
Resistência ao ataque químico A
• Ensaio antigretagem especial
• Expansão por umidade de 0,4 mm/m no
máximo.
Uso à Beira Mar
Para esse tipo de uso a resistência ao risco deve ser no mínimo 7, tanto para paredes (fachadas,
principalmente) quanto para pisos.
USOS ESPECIAIS DOS REVESTIMENTOS CERÂMICOS
107. Lareiras e Churrasqueiras
• Resistente ao choque térmico
• Completa resistência à manchas
• Dilatação térmica mínima
Laboratórios Químicos e Bioquímicos
• Há necessidade de preocupar-se com: resistência à manchas classe 5
• Resistência ao ataque químico H
• Os produtos devem ser ensaiados nas mesmas condições de concentração e temperatura em que terão
contato com o revestimento
USOS ESPECIAIS DOS REVESTIMENTOS CERÂMICOS