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São Caetano do Sul, 06 de março de 2013.

DOCUMENTO 003/2013 – Comissão Mista de Diálogo Pró-Fundação das Artes
Solicita resposta e tomada de providências da Secretaria de Segurança e da Guarda Civil
Municipal de São Caetano do Sul.

Senhor
JOSÉ QUESSADA FARINA
Secretário de Segurança da
Prefeitura de São Caetano do Sul.

com cópia para
Senhor
LUIZ BRASIL
Corregedor da Guarda Civil Municipal da
Prefeitura de São Caetano do Sul.


        Prezados Senhores,

        A Comissão Mista de Diálogo Pró-Fundação das Artes é formada por alunos, ex-
alunos, pais e professores da instituição e tem como objetivo estabelecer um canal de
comunicação e diálogo entre a comunidade da Fundação das Artes e as diversas instâncias e
setores da sociedade civil e da Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, divulgando, em
especial, o movimento “Fundação das Artes Faço Parte”.

        A partir da decisão tomada na reunião geral da Comissão realizada em 27 de fevereiro
e esclarecidas a constituição e natureza da Comissão responsável por este texto, apresentamos
o motivo desta solicitação. Para tanto, cremos ser necessário apresentar uma cronologia
resumida dos fatos que precederam ao dia 21 de fevereiro de 2013, data em que se deu o fato
gerador deste documento:

(1) 07 de fevereiro de 2013: Em reunião realizada na Secretaria de Cultura, o Secretário
   Jander de Lira informa aos vinte professores do Programa Viva arte que fará uma
   cerimônia, na Câmara Municipal, de posse do Conselho de Política Cultural e um ato pela
   aprovação do Plano Municipal de Cultura. Pede que haja mobilização de professores e
   alunos no evento.

(2) 13 de fevereiro de 2013: Após diálogo com professores, pais e alunos da Fundação das
   Artes, o convite do Secretário é aceito e inicia-se a organização de uma caminhada
   artística, no mesmo modelo de caminhadas já feitas anualmente.

(3) 16 de fevereiro de 2013: O Secretário Jander de Lira é notificado acerca da realização da
   caminhada artística. A concentração ocorrerá no Teatro Santos Dumont, no dia 21 de
   fevereiro, a partir das 18h. Haverá uma caminhada de 450 metros até a Câmara Municipal,
   onde ocorrerá a posse do Conselho e ato pela aprovação do Plano. É solicitada a abertura
do teatro, sob gestão da Secretaria de Cultura e apoio da Guarda Civil Municipal durante a
  caminhada.




                      (4)    18 de fevereiro de 2013: O Secretário Jander de Lira confirma
                      o recebimento da notificação. Em reunião realizada na Fundação das
                      Artes com a presença de mais de 50 pessoas, o Secretário, o Diretor da
                      Fundação e o Assessor Jurídico, a caminhada artística é confirmada
                      como atividade a ser realizada durante a semana.

(5) 19 de fevereiro de 2013: A Secretaria Municipal de Cultura emite release para imprensa e
   nota no site da Prefeitura confirmando o evento na Câmara, bem como a realização da
   Caminhada artística.

(6) 20 de fevereiro de 2013: Tanto no site da Prefeitura, como na página oficial da
   Administração do Facebook, bem como em diversos órgãos de imprensa, é publicada nota
   informando a realização da Caminhada Artística.

(7) 21 de fevereiro de 2013:
 A partir das 17h30, a funcionária Diva Stabile, conforme
   informado pelo Secretário, abre o teatro Santos Dumont para que
   os participantes da Caminhada possam utilizar banheiros, se trocar
   e ter acesso ao bebedouro.
 Às 19h10, cerca de 200 participantes, entre artistas da cidade,
   pais, alunos e professores da Fundação das Artes iniciam Caminhada de 450 metros em
   direção à Câmara Municipal. Às 19h30, horário marcado, chegam ao prédio da Câmara.
   No entanto, o responsável da Guarda Municipal pela segurança, que não havia sido
   notificada pelo Secretário, chama reforços e impede a entrada dos participantes.
 Uma professora da Fundação das Artes que estava dentro do Plenário exige um
   posicionamento do Secretário. No entanto, ninguém quer se responsabilizar pela entrada
   dos participantes (crianças, jovens, pais, artistas da cidade). Assumindo a responsabilidade
   pela entrada dos participantes, a professora da Fundação das Artes orienta a entrada do
   público.
 Os participantes são constrangidos pelos guardas civis. Bolsas de alunos, pais e professores
   são revistadas, instrumentos musicais foram impedidos de entrar e deixados no saguão,
   guardas circulam em meio aos presentes com mãos nas armas e de forma ameaçadora e
   desnecessária.


        Destacando o papel pacífico, colaborativo e lúdico do movimento, registramos nossa
indignação diante da atuação da Guarda Civil Municipal: em um primeiro momento
impedindo a entrada de artistas, pais, alunos e professores, posteriormente revistando pais e
alunos e ostentando força de forma desnecessária. É aviltante que a sociedade civil seja
tratada da forma como o foi, principalmente porque se tratou de (1) uma ação que atendeu a
um convite do poder público, (2) avisada com antecedência e inclusive publicada no site da
própria prefeitura e página a Secretaria de Cultura. Dentro do Plenário da Câmara, se o
movimento pareceu contemplar apenas aos problemas da Fundação, vale lembrar as camisetas
“Eu aprovo!”, bótons pedindo a aprovação do Plano Municipal de Cultura. Nossas faixas,
especialmente feitas pedindo a aprovação do Plano, produzidas para a última sessão da
Câmara do ano passado, desta vez não puderam colorir a sessão de posse do novo conselho,
pois foram consideradas “armas brancas” e tiveram que ser deixadas do lado de fora, no
saguão (assim como instrumentos musicais).

       Em nosso entendimento, valendo-se de decisões similares sobre o tema, não havia
“Fundada Suspeita” para a revista policial e a ostentação de força dos Guardas Municipais.
Não havia, em hipótese alguma, motivo para os referidos policiais circular pelo recinto,
esbarrando suas armas nas pessoas que estavam sentadas.

       Cremos que a cultura é um vetor de desenvolvimento econômico, mas sobretudo
simbólico e humano. E assim como sempre diz o Professor e pensador da Cultura, Teixeira
Coelho, ela deve sempre se pautar pela ideia de uma larga e boa conversa e não pela
ostentação de força.

       Destacamos abaixo alguns depoimentos de participantes do ocorrido:

      Eu me senti muito constrangida. Era passeata artística, pacífica, informada. Parecia
       que éramos bandidos. Em vários momentos os guardas esbarravam as armas no meu
       ombro, enquanto estava sentada.
       Célia Luca, professora da escola.

      Eu e minha irmã estávamos com uma malinha de violão. Tive que abrir na entrada.
       Fui revistada. Nossa mãe ficou muito assustada com a postura dos guardas. No ano
       passado, quando participamos de outra sessão da Câmara sobre o Plano Municipal,
       não houve essa postura da guarda. Não fomos revistados. Eu achei aquilo muito
       estranho.
       Dominique Maffei, aluna de teatro .

      Durante o início da sessão, guardas ficaram no meio das pessoas, encarando os
       presentes, com a mão na arma.
       Danilo Oliveira, aluno da Fundação das Artes.

      O Secretário de Cultura agiu como se não soubesse da manifestação. Ele viu os
       alunos e artistas chegando e não fez nada para resolver a situação. Nós atendemos a
       um pedido dele mesmo para prestigiar a posse dos conselheiros. Foi uma situação
       bem triste.
       Vanessa Senatori, professora da escola.

      Minha mãe tem 79 anos e foi a primeira vez que ela entrou na Câmara Municipal.
       Fiquei assustada com a postura dos guardas e preocupada com ela.
       Denise Aguillar, participante da sociedade civil.
Diante do que foi exposto, a Comissão Mista de Diálogo Pró-Fundação das Artes
solicita providências e esclarecimentos, oficiais e por escrito, diante do que foi apresentado e
das seguintes questões:

         (1) Ao chegar à Câmara Municipal, o responsável pelo espaço acionou a Guarda para
             que fosse enviado reforço policial, o que ocorreu em instantes. Por quê? A
             Secretaria de Cultura não avisou sobre a caminhada artística, mesmo tendo
             colocado a informação no site da Prefeitura e em diversos veículos de imprensa
             (como segue anexo)?

         (2) Por que os Guardas Civis Municipais tomaram medidas extremas de segurança,
             como revistar as pessoas, exigir que pertences pessoais fossem deixados do lado de
             fora e manter postura ostensiva e agressiva, circulando com as mãos nas armas
             dentro do Plenário, como se os alunos representassem um risco?

         (3) Quais serão as medidas serão tomadas pela Secretaria de Segurança e pela
             Corregedoria da Guarda Civil Municipal diante do ocorrido?


         Por fim, incluímos documentos e imagens de comprovação do que foi relatado, como
anexo.

       Diante do que foi colocado, colocamo-nos à disposição para reuniões de
esclarecimentos que forem necessárias. Assinam este documento alguns representantes da
Comissão.

         Sem mais para o momento,


                                  Comissão Mista de Diálogo
                                   Pró-Fundação das Artes

                       (nomes, assinaturas e contato na página seguinte)

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  • 1. São Caetano do Sul, 06 de março de 2013. DOCUMENTO 003/2013 – Comissão Mista de Diálogo Pró-Fundação das Artes Solicita resposta e tomada de providências da Secretaria de Segurança e da Guarda Civil Municipal de São Caetano do Sul. Senhor JOSÉ QUESSADA FARINA Secretário de Segurança da Prefeitura de São Caetano do Sul. com cópia para Senhor LUIZ BRASIL Corregedor da Guarda Civil Municipal da Prefeitura de São Caetano do Sul. Prezados Senhores, A Comissão Mista de Diálogo Pró-Fundação das Artes é formada por alunos, ex- alunos, pais e professores da instituição e tem como objetivo estabelecer um canal de comunicação e diálogo entre a comunidade da Fundação das Artes e as diversas instâncias e setores da sociedade civil e da Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, divulgando, em especial, o movimento “Fundação das Artes Faço Parte”. A partir da decisão tomada na reunião geral da Comissão realizada em 27 de fevereiro e esclarecidas a constituição e natureza da Comissão responsável por este texto, apresentamos o motivo desta solicitação. Para tanto, cremos ser necessário apresentar uma cronologia resumida dos fatos que precederam ao dia 21 de fevereiro de 2013, data em que se deu o fato gerador deste documento: (1) 07 de fevereiro de 2013: Em reunião realizada na Secretaria de Cultura, o Secretário Jander de Lira informa aos vinte professores do Programa Viva arte que fará uma cerimônia, na Câmara Municipal, de posse do Conselho de Política Cultural e um ato pela aprovação do Plano Municipal de Cultura. Pede que haja mobilização de professores e alunos no evento. (2) 13 de fevereiro de 2013: Após diálogo com professores, pais e alunos da Fundação das Artes, o convite do Secretário é aceito e inicia-se a organização de uma caminhada artística, no mesmo modelo de caminhadas já feitas anualmente. (3) 16 de fevereiro de 2013: O Secretário Jander de Lira é notificado acerca da realização da caminhada artística. A concentração ocorrerá no Teatro Santos Dumont, no dia 21 de fevereiro, a partir das 18h. Haverá uma caminhada de 450 metros até a Câmara Municipal, onde ocorrerá a posse do Conselho e ato pela aprovação do Plano. É solicitada a abertura
  • 2. do teatro, sob gestão da Secretaria de Cultura e apoio da Guarda Civil Municipal durante a caminhada. (4) 18 de fevereiro de 2013: O Secretário Jander de Lira confirma o recebimento da notificação. Em reunião realizada na Fundação das Artes com a presença de mais de 50 pessoas, o Secretário, o Diretor da Fundação e o Assessor Jurídico, a caminhada artística é confirmada como atividade a ser realizada durante a semana. (5) 19 de fevereiro de 2013: A Secretaria Municipal de Cultura emite release para imprensa e nota no site da Prefeitura confirmando o evento na Câmara, bem como a realização da Caminhada artística. (6) 20 de fevereiro de 2013: Tanto no site da Prefeitura, como na página oficial da Administração do Facebook, bem como em diversos órgãos de imprensa, é publicada nota informando a realização da Caminhada Artística. (7) 21 de fevereiro de 2013:  A partir das 17h30, a funcionária Diva Stabile, conforme informado pelo Secretário, abre o teatro Santos Dumont para que os participantes da Caminhada possam utilizar banheiros, se trocar e ter acesso ao bebedouro.  Às 19h10, cerca de 200 participantes, entre artistas da cidade, pais, alunos e professores da Fundação das Artes iniciam Caminhada de 450 metros em direção à Câmara Municipal. Às 19h30, horário marcado, chegam ao prédio da Câmara. No entanto, o responsável da Guarda Municipal pela segurança, que não havia sido notificada pelo Secretário, chama reforços e impede a entrada dos participantes.  Uma professora da Fundação das Artes que estava dentro do Plenário exige um posicionamento do Secretário. No entanto, ninguém quer se responsabilizar pela entrada dos participantes (crianças, jovens, pais, artistas da cidade). Assumindo a responsabilidade pela entrada dos participantes, a professora da Fundação das Artes orienta a entrada do público.  Os participantes são constrangidos pelos guardas civis. Bolsas de alunos, pais e professores são revistadas, instrumentos musicais foram impedidos de entrar e deixados no saguão, guardas circulam em meio aos presentes com mãos nas armas e de forma ameaçadora e desnecessária. Destacando o papel pacífico, colaborativo e lúdico do movimento, registramos nossa indignação diante da atuação da Guarda Civil Municipal: em um primeiro momento impedindo a entrada de artistas, pais, alunos e professores, posteriormente revistando pais e alunos e ostentando força de forma desnecessária. É aviltante que a sociedade civil seja tratada da forma como o foi, principalmente porque se tratou de (1) uma ação que atendeu a um convite do poder público, (2) avisada com antecedência e inclusive publicada no site da
  • 3. própria prefeitura e página a Secretaria de Cultura. Dentro do Plenário da Câmara, se o movimento pareceu contemplar apenas aos problemas da Fundação, vale lembrar as camisetas “Eu aprovo!”, bótons pedindo a aprovação do Plano Municipal de Cultura. Nossas faixas, especialmente feitas pedindo a aprovação do Plano, produzidas para a última sessão da Câmara do ano passado, desta vez não puderam colorir a sessão de posse do novo conselho, pois foram consideradas “armas brancas” e tiveram que ser deixadas do lado de fora, no saguão (assim como instrumentos musicais). Em nosso entendimento, valendo-se de decisões similares sobre o tema, não havia “Fundada Suspeita” para a revista policial e a ostentação de força dos Guardas Municipais. Não havia, em hipótese alguma, motivo para os referidos policiais circular pelo recinto, esbarrando suas armas nas pessoas que estavam sentadas. Cremos que a cultura é um vetor de desenvolvimento econômico, mas sobretudo simbólico e humano. E assim como sempre diz o Professor e pensador da Cultura, Teixeira Coelho, ela deve sempre se pautar pela ideia de uma larga e boa conversa e não pela ostentação de força. Destacamos abaixo alguns depoimentos de participantes do ocorrido:  Eu me senti muito constrangida. Era passeata artística, pacífica, informada. Parecia que éramos bandidos. Em vários momentos os guardas esbarravam as armas no meu ombro, enquanto estava sentada. Célia Luca, professora da escola.  Eu e minha irmã estávamos com uma malinha de violão. Tive que abrir na entrada. Fui revistada. Nossa mãe ficou muito assustada com a postura dos guardas. No ano passado, quando participamos de outra sessão da Câmara sobre o Plano Municipal, não houve essa postura da guarda. Não fomos revistados. Eu achei aquilo muito estranho. Dominique Maffei, aluna de teatro .  Durante o início da sessão, guardas ficaram no meio das pessoas, encarando os presentes, com a mão na arma. Danilo Oliveira, aluno da Fundação das Artes.  O Secretário de Cultura agiu como se não soubesse da manifestação. Ele viu os alunos e artistas chegando e não fez nada para resolver a situação. Nós atendemos a um pedido dele mesmo para prestigiar a posse dos conselheiros. Foi uma situação bem triste. Vanessa Senatori, professora da escola.  Minha mãe tem 79 anos e foi a primeira vez que ela entrou na Câmara Municipal. Fiquei assustada com a postura dos guardas e preocupada com ela. Denise Aguillar, participante da sociedade civil.
  • 4. Diante do que foi exposto, a Comissão Mista de Diálogo Pró-Fundação das Artes solicita providências e esclarecimentos, oficiais e por escrito, diante do que foi apresentado e das seguintes questões: (1) Ao chegar à Câmara Municipal, o responsável pelo espaço acionou a Guarda para que fosse enviado reforço policial, o que ocorreu em instantes. Por quê? A Secretaria de Cultura não avisou sobre a caminhada artística, mesmo tendo colocado a informação no site da Prefeitura e em diversos veículos de imprensa (como segue anexo)? (2) Por que os Guardas Civis Municipais tomaram medidas extremas de segurança, como revistar as pessoas, exigir que pertences pessoais fossem deixados do lado de fora e manter postura ostensiva e agressiva, circulando com as mãos nas armas dentro do Plenário, como se os alunos representassem um risco? (3) Quais serão as medidas serão tomadas pela Secretaria de Segurança e pela Corregedoria da Guarda Civil Municipal diante do ocorrido? Por fim, incluímos documentos e imagens de comprovação do que foi relatado, como anexo. Diante do que foi colocado, colocamo-nos à disposição para reuniões de esclarecimentos que forem necessárias. Assinam este documento alguns representantes da Comissão. Sem mais para o momento, Comissão Mista de Diálogo Pró-Fundação das Artes (nomes, assinaturas e contato na página seguinte)