A Leitura, A Escrita E A InterpretaçãO ApresentaçãO
Projeto Creche 11/12
1.
2. Projeto curricular de turma 11/12
SUMÁRIO
1 – Introdução
2 – Diagnóstico
2.1- Caraterização socioeconómica e cultural das famílias
2.2- Identificação e caraterização das crianças com NEE
3- Avaliação diagnóstica do grupo
4- Princípios Pedagógicos
5- Prioridades Educativas
5.1- Definição das prioridades educativas
6- Organização do Ambiente Educativo
6.1- Equipa da sala
6.2- Organização do espaço físico da sala de atividades
6.3 - Organização do Tempo
6.4 - Organização do grupo
6.5 - Organização do estabelecimento educativo
6.6- Trabalho com parcerias
7 – Intenções para o ano letivo 2011/2012
7.1- Objetivos Gerais
7.2- Objetivos Específicos
8 – Metodologia e estratégias
9- Conteúdos e Competências
10 – Procedimentos de avaliação
11- Comunicação e divulgação de resultados
12 – Planificações
13- Bibliografia
Anexos
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3. Projeto curricular de turma 11/12
1 – Introdução
A integração na creche de crianças pequenas é um tema que tem
suscitado diferentes opiniões no seio de diferentes decisores sociais e da
própria opinião pública.
As exigências sociais e os novos estilos familiares incentivam a procura
destas respostas educativas para crianças entre os 4 meses e os 3 anos. Para
os pais e respetivos filhos, este processo pode ser difícil, e por isso é
necessário ter em conta uma série de fatores e princípios para que o processo
de separação-adaptação (separação da família e adaptação a um novo
contexto, uma nova rotina e outros adultos) decorra de forma tranquila,
respeitando a individualidade de todos os intervenientes.
Para a preparação do novo ano letivo na valência de creche tivemos em
conta três pontos fulcrais para que o processo de separação-adaptação seja o
mais adequado e tranquilo possível: em primeiro lugar ter consciência que a
família da criança, no papel dos pais ou encarregados de educação, quando a
entregam na sala de creche sentem um misto de emoções: ansiedade,
receio…; em segundo lugar, que a criança vai ficar fora de um quadro de vida
familiar e deve a partir desse dia adaptar-se ao ritmo de um grupo de forma
progressiva; em terceiro lugar devemos estar preparados para diferentes
modalidades comportamentais na experienciação da creche, ou seja,
comportamentos pacíficos e/ou reações dramáticas.
Definidos os pontos que consideramos essenciais para uma adequada
integração em creche entendemos como fundamental nomear alguns dos
fatores que consideramos substanciais para estruturar a organização do
ambiente educativo na sala parque, mais precisamente:
a) Atendimento centrado na criança, no seu nível de desenvolvimento e
necessidades;
b) Atenção individualizada prestada pelos adultos;
c) Ambiente seguro e estimulante;
d) Criar oportunidades de interagir com outras crianças;
e) Planificar diferentes experiências que possibilitem à criança diversas
oportunidades educativas.
A intervenção educativa não se pode resumir ao desencadear de
respostas automáticas, e por isso o sentido da nossa intervenção é contribuir
para o desenvolvimento da criança em todos os aspetos, alargando o seu
campo de relações e experiências.
As relações entre as famílias e a instituição são muito importantes de
forma a desenvolver-se um trabalho de equipa onde a criança é vista a partir
de uma perspetiva partilhada e todos passam a ter uma visão mais alargada da
individualidade emergente da criança.
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4. Projeto curricular de turma 11/12
“ Permitir a uma criança
Saber quem é,
Em todas as situações da vida,
Não importa com que adulto,
Eis o desafio
De toda a EDUCAÇÃO.”1
O projeto de estabelecimento tem por base o Plano Nacional de Leitura e
o Plano Tecnológico de Educação com a designação de “Literacia Emergente e
Literacia Digital: ler antes de ler e as narrativas digitais” sendo que o projeto
curricular de turma (designado por PCT) se fundamenta nos princípios
definidos pelo estabelecimento.
O Plano Nacional de Leitura e o Plano Tecnológico da Educação são uma
iniciativa do governo, do Ministério da Educação e da Cultura.
O ponto de partida do Plano Nacional de Leitura são os níveis de literacia
dos portugueses, que segundo estudos internacionais (PISA 2003 / 2006)
estão muito abaixo do ideal. As orientações governamentais prendem-se com a
necessidade de promover a emergência da escrita e da leitura, das
competências de literacia, desde que a criança ingressa na creche e durante o
seu percurso pelo jardim de infância, sempre numa ação de continuidade.
O Plano Tecnológico de Educação teve o seu início em 2007 e pretende
colocar Portugal entre os cinco países europeus mais avançados no
apetrechamento e implementação das novas tecnologias de informação e
comunicação (TIC).
Neste âmbito pretende-se que os colaboradores da instituição se sintam
capacitados para exercer as suas funções relacionando-se com as novas
tecnologias de informação e comunicação no seu quotidiano, promovendo
atividades, quer com as famílias, quer com as crianças em que estes novos
recursos sejam utilizados sem receios.
Decorrente do “à vontade” dos adultos da instituição com as TIC
pretende-se que esta se reflita nas atividades de sala a utilização destes
recursos para a sua dinamização. A utilização destes recursos deverá melhorar
as atividades, na sua qualidade, diversidade e atualidade. As crianças deverão
deste modo, conseguir desenvolver skills básicos no domínio das tecnologias
que as ajudem a desenvolver competências em todas as outras áreas de
conteúdo.
O estabelecimento educativo participa no projeto Eco-Escolas tendo
desenvolvido o projeto “Conhecer para agir” que pretende ser promotor da
transversalidade de aprendizagens, uma vez que são apresentadas propostas
e atividades onde se intercetam e interagem domínios das diferentes
1
SALOMÉ, J.(1989). Papá, Mamã, escutem-me com atenção – Para compreender as
diferentes linguagens da criança; Horizontes Pedagógicos, p. 137.
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5. Projeto curricular de turma 11/12
orientações curriculares de forma a contribuírem para a formação de crianças e
famílias conscientes, tolerantes e interventivas.
A nossa participação abrange atividades nas salas, intercâmbio entre
salas e iniciativas na comunidade.
O presente projeto curricular de turma abrange a sala parque e tem em
conta as caraterísticas e necessidades de crianças com idades compreendidas
entre os 25 meses e os 38 meses.
2- Diagnóstico
O grupo da sala parque é constituído por 14 crianças com idades compreendidas
entre os 25 meses e os 38 meses, sendo que 9 são rapazes e 5 são raparigas.
Identificação de género
35,7
Meninas
64,3
Meninos
Número de alunos por idade
3
2,5
2
1,5 Número de alunos por
idade
1
0,5
0
25m 26m 27m 30m 32m 33m 34m 35m 38m
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6. Projeto curricular de turma 11/12
Este grupo integra 10 crianças que transitam do 2º berçário, e 4 novas
admissões.
2.1- Caracterização socioeconómica e cultural das famílias
Este grupo de crianças caracteriza-se por famílias nucleares (8), filhos de pais
separados (2), de pais que vivem em união de facto (2) e um filho de mãe solteira
como se pode verificar no gráfico que carateriza o estado civil dos pais.
Estado civil dos pais
7,7
15,4
Casados
15,4 61,5 Separados
União de facto
Mãe solt.
No grupo existem 4 crianças com irmãos mais velhos, sete são filhos únicos, 1
tem uma irmã mais nova e existe um par de gémeos.
O desemprego atinge cerca de 25% dos adultos que constituem as famílias
destas crianças mas a maior percentagem, 67%, verifica-se nos adultos que trabalham
na indústria e serviços gerais. Neste grupo apenas 8% dos pais possui habilitações
académicas superiores e consequentemente têm uma profissão que se enquadra nos
quadros de técnicos superiores.
7
7. Projeto curricular de turma 11/12
Profissões dos Pais
8%
25%
Técnicos superiores
Indústria e serviços gerais
67% Desempregado
As habilitações literárias são na sua maior parte do 2º e 3º ciclo num total de 13
pessoas. No ensino secundário existem 3 pessoas que terminaram o 12º ano e 2 com
um grau superior, licenciatura e mestrado.
Habilitações Literárias dos Pais
40,0
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0 Habilitações Literárias dos
0,0 Pais
As famílias deste grupo residem no concelho do Barreiro sendo que a maioria
reside na freguesia do Lavradio, cerca de 57% enquanto que os restantes 42,9%
residem na freguesia da Verderena, Barreiro ou Alto Seixalinho.
8
8. Projeto curricular de turma 11/12
Área de residência
100%
90%
80%
70%
60%
57,1 42,9
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Lavradio Verderena, Barreiro,
Alto Seix.
9
9. Projeto curricular de turma 11/12
2.2- Identificação e caraterização das crianças com NEE
Não existem crianças referenciadas na equipa de intervenção precoce do
Barreiro. Contudo, e devido a algumas dúvidas que persistem em relação ao
comportamento e desenvolvimento de uma das crianças que faz parte deste grupo
pretendemos iniciar o processo de avaliação para uma possível referenciação à
equipa de intervenção precoce.
3- Avaliação diagnóstica do grupo
O trabalho definido para este ano letivo tem como ponto de partida a ficha de
avaliação do desenvolvimento global do grupo para a valência de creche, realizada no
início do ano (ver anexo 1). Esta ficha foi criada este ano letivo com base no livro de
Jacalyn Post e Mary Hohmann Educação de bebés em infantários – Cuidados e
primeiras aprendizagens (2004), e avalia essencialmente as competências a
desenvolver em crianças de idade de creche. Estas competências estão enquadradas
nas orientações curriculares para a educação pré-escolar definidas pelo Ministério da
Educação, facto que nos parece uma mais valia uma vez que consideramos que quer
na creche quer no jardim de infância, se abordam, holisticamente conteúdos e áreas
transversais às duas valências. Verificam-se algumas nuances, tendo em conta as
características das faixas etárias abrangidas pela valência de creche. Deste modo
passamos a nomear as referidas competências enquadrando-as na respetiva área de
conteúdo:
Área de Formação Pessoal e Social
Desenvolver o sentido de si próprio
Aprender acerca das relações sociais
Área da Expressão e Comunicação
Domínio da linguagem oral e - Aprender competências de comunicação e
linguagem
abordagem à escrita
Domínio das expressões: motora, - Ganhar competência no movimento e na
música;
dramática, plástica e musical
- Aprender a reter coisas através da
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10. Projeto curricular de turma 11/12
representação criativa;
Domínio da matemática - Aprender os primeiros conceitos de
quantidade e número;
- Desenvolver a compreensão do espaço
Área do Conhecimento do Mundo
Aprender sobre o mundo físico explorando objetos
Começar a aprender sobre o tempo
Com base nesta avaliação podemos opinar o seguinte:
Na área de formação pessoal e social, mais precisamente na competência de
desenvolver o sentido de si próprio, as crianças revelam alguma autonomia, no
entanto é imprescindível abordar as regras básicas de estar e trabalhar numa sala de
atividades, bem como algumas aquisições primárias, como por exemplo, o uso da
casa de banho e o controle dos esfíncteres, o refeitório e o dormitório, e algumas
regras de segurança na utilização do equipamento exterior.
Consideramos necessário investir na resolução de conflitos, na distinção do eu e
dos outros e na expressão de iniciativa, desenvolvendo atividades que permitam criar
um clima de segurança, onde se instale o diálogo para a resolução dos conflitos. É
pertinente ter presente que estas idades se caracterizam por comportamentos que
passam por morder, empurrar ou bater com a mão, devido não só à dificuldade em
verbalizar o que os atormenta mas também porque o querer um objeto é encarado
como um objetivo único.
No que diz respeito à competência de aprender acerca das relações sociais, este
grupo revela uma boa relação com os adultos com alicerces fortes, não só porque já
conheciam os elementos da equipa das auxiliares operacionais e a docente que
acompanham o grupo desde o passado ano letivo, mas também porque é um grupo
com facilidade de relações e muito expressivo ao nível afetivo. As relações com os
pares são também muito positivas verificando-se conflitos muito pontuais e apenas
pela disputa de um objeto ou lugar. Deste modo propomos desenvolver jogos e
atividades em que os sentimentos e necessidades de todos são tidos em conta, e em
que a inter-ajuda, a partilha e a solidariedade sejam uma exigência a cumprir. Ao
desenvolver o jogo social as crianças conseguirão expressar emoções, distinguir o eu
dos outros e relacionar-se com os pares mostrando empatia pelos seus interesses.
11
11. Projeto curricular de turma 11/12
Na área das expressões e comunicação que engloba as aprendizagens
relacionadas com o desenvolvimento psicomotor e simbólico que determinam a
compreensão e progressivo domínio de diferentes formas de linguagem, constatamos
a necessidade de investir no domínio da linguagem oral, mais precisamente na
linguagem expressiva, compreensiva e articulação com algumas crianças da sala que
revelam algumas dificuldades nesta área. Torna-se evidente a necessidade de investir
em praticamente todas as competências uma vez que estas crianças transitam de um
segundo berçário pelo que as suas aquisições ao nível da linguagem são muito
diminutas (também aqui uma característica da idade). Assim sendo, e no domínio da
linguagem oral, as crianças comunicam não verbalmente, exploram livros com muito
prazer e apreciam histórias, lengalengas e canções. Para sermos mais precisos
iremos trabalhar para alargar o vocabulário, a comunicação dar e receber e o ouvir e
responder, através de contos de histórias diários (definidos na nossa rotina como a
hora do conto e que acontece todos os dias), no reconto dessas mesmas histórias e
no diálogo que se pretende manter ao solicitar à criança que criem histórias com base
em imagens, no relembrar de atividades realizadas em casa ou na escola, etc.
No que diz respeito à abordagem à escrita, e no âmbito dos projetos de
promoção e animação da leitura que pretendemos desenvolver, convém referir a
leitura literária, a solicitação da participação ativa das famílias na animação de
sessões de leitura para os seus educandos, equipa da sala e restantes encarregados
de educação, a animação da leitura através de registos gráficos, dramatizações,
construção de livros sobre as leituras que se realizam na sala, etc..
No domínio da expressão motora, grossa e fina, é necessário investir em
movimentar partes do corpo, o corpo todo, desenvolver o movimento pinça, e para as
crianças com maior destreza manual e maturidade o uso correto da tesoura.
Pretendemos fazer jogos de movimento e canções em que seja necessário
movimentarmo-nos e nomear as diferentes partes do corpo desenvolvendo em
simultâneo a noção de esquema corporal. Para ajudar a desenvolver e aperfeiçoar os
movimentos finos pretendemos realizar, por exemplo, as seguintes atividades: massa
pão, rasgagem e colagem, plasticina, digitintas, etc.
Gostaríamos de cruzar a expressão musical com a expressão motora uma vez
que grande parte dos jogos de movimento são acompanhados de canções e músicas,
o que quer dizer que se irá trabalhar o ritmo e o som em simultâneo com as atividades
motoras. Pretendemos de igual modo, e ainda neste domínio, promover jogos em que
as crianças criem instrumentos musicais, explorem ritmos, sons, timbres e que
aprendam a escutar diferentes tipos de música.
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12. Projeto curricular de turma 11/12
No domínio da expressão dramática as crianças necessitam sentir-se à vontade
para imitar situações do seu dia a dia e brincar ao faz de conta, pelo que pretendemos
ir integrando materiais e objetos na área da casa que possibilitem este jogo social e
simbólico.
Na expressão plástica a exploração de novas técnicas e o aperfeiçoamento de
outras serão os objetivos, uma vez que este grupo realizou poucas atividades
artísticas no 2º berçário, pelas características das idades que o constituem.
No domínio da matemática, as crianças já sabem o poder do “mais” mas é
necessário investir no número das coisas e experimentar a correspondência um para
um. Como exemplos de atividades a realizar neste domínio podemos referir, o conto
de histórias onde será abordado o número das coisas, ou a contagem diária de
quantos meninos estão na sala solicitando às crianças que nomeiem o nome dos
meninos que faltam; promover jogos em que é necessário uma criança distribuir
objetos ou alimentos a cada um dos outros elementos do grupo.
Para desenvolver a compreensão do espaço será necessário explorar a
localização de objetos e pessoas, promovendo jogos espaciais e solicitando às
crianças que realizem determinadas tarefas que permitam limitar o seu espaço e o dos
outros criando uma noção espacial.
Na área do conhecimento do mundo é necessário aprender sobre o mundo
físico, explorando objetos com os cinco sentidos, as suas diferenças e semelhanças.
Pretendemos abordar ainda as questões relacionadas com a importância da
reciclagem integradas no projeto eco-escolas em que o estabelecimento está a
participar. As atividades no âmbto deste projeto incluem a criação de um ecoponto na
sala para que todos os elementos do grupo participem na ação conjunta de reciclar,
em diversas atividades comuns às diferentes salas e a outras que possam surgir no
seio da comunidade educativa do Lavradio e que se adequem à faixa etária das
crianças desta sala.
Nesta área serão ainda abordadas as questões das alterações climáticas com o
preenchimento diário de um mapa do tempo a partir do mês de janeiro. Neste mapa as
crianças poderão distinguir, numa primeira fase, o sol e a chuva, e posteriormente, já
numa segunda fase em que se exige um pouco mais, o vento, o sol com nuvens, o sol
e a chuva, o nevoeiro, etc.
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13. Projeto curricular de turma 11/12
Para que seja possível investir e responder adequadamente às necessidades
das crianças reveladas pela ficha de avaliação do grupo, será necessário poder contar
com duas auxiliares operacionais a tempo inteiro e uma auxiliar de apoio a tempo
parcial.
Em suma, o projeto curricular de turma da sala parque visa, através das
histórias, ajudar a desenvolver as aprendizagens necessárias a um desenvolvimento
equilibrado respondendo às necessidades que foram avaliadas e especificadas no
inicio do ano letivo.
As histórias que se leem e constroem durante o ano letivo deverão ajudar-nos a
aprofundar e a construir ativamente conhecimentos e aprendizagens e acima de tudo
a compreendermo-nos e ouvirmo-nos uns aos outros.
4- Princípios Pedagógicos
Desde que nasce a criança está preparada para a comunicação. Tem
necessidade de se fazer entender, de se exprimir e de compreender o que a rodeia, no
fundo de comunicar.
Esta aprendizagem começa primeiro na interação com a mãe, gratuitamente,
utilizando como língua o “maternalês”, através do pseudo-diálogo que existe entre
ambos. A mãe é o elemento mediador, que antecipa as respostas da criança, que está
atenta às suas reações e as verbaliza, que imita a criança acrescentando sempre mais
qualquer coisa à sua linguagem.
Cristina Figueira (1988) ao referir-se a Brunner sublinha: “(...) a atmosfera de
jogo de gratuitidade e de prazer partilhado são a condição sine qua non para a
aprendizagem da linguagem.”
O desenvolvimento da linguagem oral, facilita o processo de desenvolvimento
das competências de literacia que acontece em simultâneo e está ligado à fala.
A criança como ser social aprende e desenvolve a linguagem em interação com
os outros, que lhe permite passar da língua à palavra.
É com a palavra, com a fala que compreende e interioriza as ideias dos outros,
que exprime os seus sentimentos, as suas experiências e ideias.
14
14. Projeto curricular de turma 11/12
Precocemente as crianças têm um interesse pela escrita e pela leitura. Estas
competências são intrínsecas ao desenvolvimento tendo as interações com o meio
físico e social o papel primordial no seu desenvolvimento e aperfeiçoamento.
Numa perspetiva emergente, a criança, constrói de modo ativo a sua própria
compreensão de como a linguagem oral se relaciona com a linguagem escrita.
Constrói e testa hipóteses de forma reflexiva, sobre a leitura e a escrita desenvolvendo
o processo literácito.
É necessário que este processo se desenrole num ambiente educativo rico em
escrita, interações e leitores ativos.
Identificamo-nos com uma prespectiva sócio-construtivista, mais precisamente
com a pedagogia de Vygotsky e o currículo de orientação cognitiva (High Scope).
O papel do adulto é fundamental no desenrolar do processo literácito, não só na
construção do ambiente educativo, mas também na postura desafiante para com a
criança, agindo no que Vygotsky refere como “zona proximal de desenvolvimento”. Ou
seja, deverá estar atento às necessidades e interesses manifestados por cada criança
de um modo geral, e na escrita e na leitura em particular, agindo e apoiando nas
alturas em que o indivíduo sente mais dificuldades, facilitando a sua evolução
autónoma, criativa e livre.
Identificamo-nos no respeito pelo aluno, pela sua expressão livre em que o
educador valoriza os contributos dos elementos do grupo, que são considerados
importantes na medida em que permitem desenvolver uma dialética de conhecimento
e aprendizagem entre crianças e adultos na sala de atividades.
A utilização dos instrumentos de pilotagem definidos no movimento de escola
moderna, mais precisamente o Mapa de Presenças, o Mapa do Tempo e o Plano do
Dia promovem a democracia, cooperação, a negociação e a autorregulação no seio
grupo.
Para que a criança se torne um leitor ativo é essencial que se criem hábitos de
leitura, como refere António Prole, quer “ (…) para a emergência da apetência leitora e
instrumento facilitador da aprendizagem do código, das habilidades linguísticas
15
15. Projeto curricular de turma 11/12
básicas, quer para o desenvolvimento de competências específicas mais complexas
que levam à compreensão e à análise do escrito como porta de acesso à informação.”2
A criança deverá ser um leitor que interage com o texto, que dialoga com ele,
colocando questões para as quais obtém respostas que por sua vez a levam a colocar
novas questões, desenvolvendo o chamado círculo hermenêutico.
Tendo por base estes princípios parece-nos pertinente reforçar a importância de
inserir na rotina da sala parque, momentos de leitura literária, de promoção e
animação da leitura e de fomentar a aprendizagem e a compreensão leitora.
Neste nível de ensino em particular não nos parece possível dissociar a
promoção da animação da leitura e da leitura literária, uma vez que espontaneamente
as crianças recontam, antecipam finais de histórias, criam novas histórias ao
interpretar imagens de livros contribuem com os seus significados e experiências para
interpretar e compreender o que ouvem e o que “leem”. A animação da leitura
promove e ajuda a desenvolver atividades cognitivas, a procura de sentido e a
compreensão leitora antes da aprendizagem formal e convencional da leitura.
5- Prioridades Educativas
Tendo em conta a avaliação diagnóstica e a caracterização sócio-económica e
cultural do grupo e das respetivas famílias identificamos algumas áreas problemáticas,
nomeadamente:
- Pouca participação e conhecimento dos encarregados de educação do trabalho
desenvolvido na creche em que os cuidados básicos são considerados por estes, o
mais importante;
- Investir na autorregulação e na negociação para a resolução de conflitos bem
como na distinção do eu e dos outros e na expressão de iniciativa;
- Necessidade de trabalhar as regras básicas de estar e atuar numa sala de
atividades, bem como a utilização dos diferentes espaços por onde as crianças
passam no seu dia a dia escolar;
- Investir no domínio da linguagem oral, mais precisamente na linguagem
expressiva, compreensiva e articulação como meio de facilitar a socialização;
2
PROLE, António (2008) “Como fazer um Projecto de Promoção da Leitura”, artigo consultado a 21 de
novembro de 2008; disponível em: http://casadaleitura.pt; p.1
16
16. Projeto curricular de turma 11/12
- Necessidade de lidar e trabalhar com os livros, a leitura e o material escrito
desde a mais tenra idade, promovendo hábitos leitores que contagiem os diferentes
elementos da família da criança;
- Necessidade de investir no princípio da reciclagem recorrendo ao projeto eco-
escolas e incentivando os diferentes parceiros a participar nas diversas atividades que
se irão desenvolver durante o ano letivo.
5.1- Definição das prioridades educativas
Considerando as áreas problemáticas definidas a nossa intervenção educativa
deverá:
- Promover uma relação aberta com as famílias, em que a comunicação, a
informação e inter-ajuda surjam como objetivos primordiais;
- Desenvolver projetos onde a família seja solicitada a participar, nomeadamente
o Projeto a Família e a Escola: Vamos todos reciclar ou o Projeto da Biblioteca
Itinerante (salvaguardamos a hipótese de surgirem novos projetos no decorrer do ano
letivo);
- Adotar práticas pedagógicas que promovam a democracia e a autorregulação;
- Desenvolver projetos de promoção e animação da leitura com diferentes
histórias que trabalhem os temas considerados pertinentes aos interesses e
necessidades das crianças;
6- Organização do Ambiente Educativo
6.1- Equipa da sala
A equipa da sala é constituída por uma educadora de infância, duas assistentes
operacionais a tempo inteiro e uma assistente operacional de apoio.
Os horários a realizar pela mesma equipa são os seguintes:
Sónia Pacheco (educadora de infância) – 9h – 13h – 14h – 17h
Catarina Zacarias (assistente operacional a tempo inteiro) – 9h –13h – 14h –17h
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17. Projeto curricular de turma 11/12
Luisa Pão-Mole (assistente operacional a tempo inteiro) - 9h30m – 12h30 – 13h30 –
17h30m
Angelina Deus (auxiliar operacional de apoio) – horário flexível consoante as
necessidades.
6.2- Organização do espaço físico da sala de atividades
A sala parque está organizada por áreas, nomeadamente: a área da casinha,
das construções, a biblioteca e área da escrita, a arte e os jogos de mesa.
Esta organização por áreas vai de encontro ao sugerido pelo currículo de
orientação cognitiva, pedagogia que orienta a nossa prática.
A área da casinha é constituída por materiais e objetos que facilitam o jogo
simbólico e o brincar ao faz de conta. É um espaço onde as crianças podem reproduzir
situações do quotidiano familiar e social.
Esta área situa-se perto da área das construções porque consideramos que são
áreas que se interligam e cujos materiais podem ser utilizados em conjunto.
Na área das construções existe um tapete com percursos de estrada, carros,
jogos de lego duplo, e outros jogos de construções.
A área da biblioteca é constituída por um livreiro, livros, revistas, jornais, sofás e
um puff. Neste espaço funciona ainda a área da escrita que possui um desktop, vários
computadores para brincar ao faz de conta, agendas e revistas onde as crianças
podem escrever e ler; marcadores e lápis de cor; e um cavalete onde as crianças
podem escrever com caneta de quadro branco e giz.
É nesta área central da sala que se realiza a reunião diária para planificação do
dia e atividades de grande grupo. Existe um placard que irá servir de apoio ao mapa
de presenças (iniciado em setembro), mapa do tempo e planificação diária a iniciar no
mês de janeiro momento em que consideramos que o grupo já tem maturidade
suficiente para realizar este tipo de registos.
A área dos jogos de mesa é constituída por duas mesas, cadeiras e um móvel de
apoio aos jogos de encaixe, puzzles, enfiamentos, etc. O espaço e o mobiliário servem
de apoio para a área da arte.
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18. Projeto curricular de turma 11/12
A área da arte é onde se realizam as atividades plásticas (recorte, colagem,
modelagem, pintura, desenho, ilustração, etc.). É uma área que acumula outras
funções, mais precisamente:
- a culinária: momento em que se efetuam as receitas;
- as ciências, onde se realizam as experiências, uma vez que o número de
mesas e cadeiras e o acesso mais fácil e rápido aos lavatórios, facilita estas
atividades;
Junto às mesas encontram-se 2 lavatórios que apoiam as atividades de mesa e
servem para efetuar a higiene das crianças.
Esta sala tem acesso ao exterior - a zona coberta e a zona de relva - tem ligação
com o 2º berçário e vários placares interiores e exteriores.
Existe uma bancada para a muda de fraldas no interior da sala – móvel
improvisado - e três lavatórios, três sanitas pequenas e um poliban no corredor
exterior à sala.
6.3 - Organização do Tempo
Como já havia sido referido anteriormente a rotina da sala é flexível, respeitando
os diferentes ritmos das crianças e os cuidados quotidianos, de modo a proporcionar
segurança, novidade, brincadeiras, e um cuidado individualizado., como se pode
verificar no quadro abaixo.
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19. Projeto curricular de turma 11/12
Quadro 1- A rotina da sala
2ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA 5ª FEIRA 6ª FEIRA
- Acolhimento - Acolhimento - Acolhimento - Acolhimento - Acolhimento
- Reunião diária: - Reunião diária: - Reunião diária: - Reunião diária: - Reunião diária:
- Canção de boas vindas - Canção de boas vindas - Canção de boas vindas - Canção de boas vindas - Canção de boas vindas
- Hora do conto - Hora do conto - Hora do conto - Hora do conto - Hora do conto
- Conversas… - Conversas… - Conversas… - Conversas… - Conversas…
- Planificação do dia - Planificação do dia - Planificação do dia - Planificação do dia - Planificação do dia
Preenchimento dos mapas Preenchimento dos mapas Preenchimento dos mapas Preenchimento dos mapas Preenchimento dos mapas
(a partir de janeiro) (a partir de janeiro) (a partir de janeiro) (a partir de janeiro) (a partir de janeiro)
-Actividades nas áreas/ - Visita à Ludoteca do Cil -Expressão Musical -Movimento (jogos - Biblioteca Viva
Temático corporais)
-Arrumar -Arrumar -Arrumar
AM -Arrumar - Higiene - Higiene -Arrumar - Higiene
- Higiene - Recordar/ Avaliação e - Recordar/ Avaliação e - Higiene - Recordar/ Avaliação e
- Recordar/ Avaliação e Comunicações Comunicações - Recordar/ Avaliação e Comunicações
Comunicações - Reforço - Reforço Comunicações - Reforço
- Reforço - Atividades de Exterior - Atividades de Exterior - Reforço - Atividades de Exterior
- Atividades de Exterior - Atividades de Exterior
- Higiene - Higiene - Higiene
- Higiene - Higiene
- Almoço - Almoço - Almoço
- Almoço - Almoço
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21. Projeto curricular de turma 11/12
6.4 - Organização do grupo
A organização do grupo visa evitar conflitos e promover a inter-ajuda, autonomia
e cooperação entre os pares e adultos da sala.
Nesse sentido, e no momento das refeições, o grupo está dividido por mesas cujos
elementos foram colocados de modo estratégico de modo a que os mais velhos
ajudem os mais novos, os mais calmos com os mais agitados e os que comem melhor
com os que comem menos bem. Esta organização tem como principal objetivo
equilibrar e promover sentimentos e ações de inter-ajuda e cooperação no seio do
grupo.
A mesma estratégia foi adotada no momento da sesta de modo a que este
período decorra tranquilamente e sem conflitos.
6.5 - Organização do estabelecimento educativo
O estabelecimento educativo abre às 7h15m e encerra às 19h. O pessoal
docente assegura a componente letiva das 9h às 15h30, enquanto que o pessoal
assistente operacional está distribuído pelo restante horário, assegurando as entradas
e as saídas das crianças, bem como a manutenção e limpeza do estabelecimento.
A organização do estabelecimento educativo promove a inter-ligação entre salas
e valências. Deste modo, e como referimos anteriormente, os acolhimentos e as
saídas são efetuados por assistentes operacionais de diferentes salas e valências que
recebem e entregam as crianças numa sala comum, a sala de acolhimento.
Entre as 9h15 e as 10h é uma auxiliar que recebe as crianças das diferentes
valências e as entrega na sala, uma vez que os encarregados de educação não
podem entrar nas salas de atividades para que não perturbem o trabalho pedagógico
que aí já se está a realizar.
As educadoras de infância têm a componente não letiva das 15h30m às 17h.
O horário de atendimento aos encarregados de educação e famílias é o seguinte:
- Telefonicamente: todos os dias das 11h às 12h e das 15h30 às 17h, salvo,
quando a educadora se encontrar em reunião;
- Presencialmente todas as segundas quintas-feiras do mês com marcação
prévia;
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22. Projeto curricular de turma 11/12
- Sempre que alguma das partes o considere necessário e sempre com caráter
urgente.
6.6- Trabalho com parcerias
Pretendemos estabelecer parcerias com todas as entidades consideradas
necessárias e pertinentes para melhorar a qualidade da oferta que este
estabelecimento educativo pode oferecer, mais precisamente com o CAFAP, a
Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco, a Polícia de Segurança
Pública, a equipa de intervenção precoce do Barreiro, a Associação NÓS, médicos
especialistas que acompanhem as famílias e as crianças, a Junta de Freguesia do
Lavradio, a Câmara Municipal do Barreiro, Centro de Saúde do Lavradio e outras
entidades que se considerem importantes para o desenvolvimento equilibrado e
harmonioso das crianças.
7 – Intenções para o ano letivo 2011/2012
No que diz respeito às opções curriculares, e como já referimos anteriormente,
identificamo-nos com o currículo de orientação cognitiva e com o movimento de escola
moderna. As nossas prioridades, no que se refere ao primeiro, são mais visíveis na
organização do tempo e do espaço, enquanto que em relação ao MEM se verificam na
utilização dos instrumentos de monitorização (adequados a esta faixa etária), na
implementação democrática e na promoção da autorregulação nos elementos do
grupo.
A aprendizagem ativa e a construção do conhecimento pelo indivíduo são
orientadoras da nossa prática pedagógica.
Definimos como objetivos gerais e específicos o seguinte:
7.1- Objetivos Gerais
- “ Proporcionar o entendimento, individualizado da criança num clima de segurança
afetiva e física que contribua para o seu desenvolvimento global;
- Colaborar estreitamente com a família numa partilha de cuidados e
responsabilidades em todo o processo evolutivo de cada criança;
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23. Projeto curricular de turma 11/12
- Colaborar no despiste precoce de qualquer inadaptação ou deficiência
encaminhando adequadamente as situações detetadas;”3
- Sensibilizar para a importância do livro e da leitura como fator de enriquecimento
pessoal e instrumento de participação ativa na sociedade;
- Fomentar e/ou consolidar hábitos de leitura;
- Fomentar e/ou consolidar hábitos de reciclagem;
- Estabelecer uma relação cooperante com as crianças e as suas famílias.
7.2- Objetivos Específicos
- Ajudar a conhecer o meio circundante;
- Dar a conhecer o meio em que vive brincando ao faz de conta;
- Dar oportunidade à criança de se expressar através de canções mimadas,
dança, jogos de roda;
- Proporcionar à criança um ambiente calmo, seguro, limpo e desafiante;
- Promover a interação com o meio:
Social (pares e adultos)
Físico (objetos e espaço);
-Promover oportunidades e experiências variadas com segurança;
- Respeitar a individualidade da criança;
- Criar uma rotina flexível e securizante;
- Promover o conhecimento de si próprio e dos outros;
- Introduzir regras sociais e de higiene;
- Promover autonomia com segurança;
- Solicitar a participação das famílias no dia a dia da sala;
3
DR- 1ª Série nº 248 de 27-10-89
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24. Projeto curricular de turma 11/12
- Formar cidadãos ativos;
- Promover hábitos de reciclagem;
- Promover o prazer pela leitura e pela escrita;
- Promover uma cultura ambientalista.
8 – Metodologia e estratégias
Com base nestas duas pedagogias orientadoras da nossa prática definimos
algumas estratégias pedagógicas e organizativas das componentes educativa e de
apoio à família que nos irão conduzir durante o presente ano letivo.
Mais concretamente:
- A escolha de histórias, que pertencendo ou não à lista definida no plano
nacional de leitura, possam responder às necessidades e interesses das crianças.
- A adoção de diversos instrumentos de monitorização (mapa das presenças, do
tempo e respetivas avaliações) enquadra-se numa outra estratégia para promover e
fomentar a democracia no seio do grupo. Esta é também uma estratégia de
responsabilização e autorregulação de todos os intervenientes no processo de
aprendizagem e construção ativa do conhecimento.
- A organização do espaço e do tempo tenciona promover as nossas orientações
e opções curriculares, fazendo por isso parte da nossa lista de estratégias
pedagógicas com o fim de concretizar os objetivos definidos e as necessidades
avaliadas.
- Projeto Família e Escola: Vamos reciclar.
Com base neste projeto iremos solicitar às famílias que todas as semanas nos
tragam materiais para colocar no nosso ecoponto. Os pais serão solicitados a
participar em workshops sobre a reciclagem de modo a reduzir a sua pegada
ecológica e a desenvolver hábitos de reutilização e reciclagem. No final do ano será
distribuído um inquérito onde se solicita uma avaliação de todos os parceiros neste
projeto (inquérito em construção e será anexado atempadamente a este documento).
- Projeto da Biblioteca Itinerante:
Este projeto tem como um dos principais objetivos criar hábitos de leitura entre o
público-alvo da sala parque. Neste sentido cada criança irá escolher um livro da
biblioteca da sala que leva para casa onde será solicitado ao encarregado de
educação que leia o livro ao seu educando e registe as suas reações numa folha
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25. Projeto curricular de turma 11/12
própria (ver anexo 2). Este documento servirá de base à avaliação do dito projeto no
final do ano letivo.
Como principais intervenientes no processo educativo da sala 2 consideramos os
seguintes:
- O educador de infância a quem compete conceptualizar, concretizar e promover
as opções pedagógicas e curriculares definidas pela intencionalidade educativa e no
despiste e encaminhamento de situações complicadas quer ao nível do
desenvolvimento das crianças quer ao nível familiar;
- As assistentes operacionais que estando presentes na sala planeiam e apoiam
o educador de infância nas atividades participando com conhecimento na realização
das estratégias definidas por este. Deste modo poderá existir continuidade,
responsabilização e autorregulação nas atividades e atitudes por parte das mesmas.
- As crianças parte essencial de todo o processo educativo cuja participação
ativa e responsável é valorizada. Participam na planificação, concretização e avaliação
das atividades aprofundando as aprendizagens, construindo conhecimento e
promovendo a autorregulação.
- As famílias como primeiro interveniente no processo educativo, parceiro
principal cujo papel é conhecer e apoiar as suas crianças, participando na vida da sala
sempre que possível.
- Outros colaboradores do estabelecimento cujo papel é servirem de canal de
comunicação entre as famílias e a escola sempre que os elementos da sala não o
podem fazer.
- A comunidade educativa na promoção de visitas de estudo e apoio logístico.
- As parcerias como o CAFAP, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens
em Risco, a equipa de intervenção precoce do Barreiro, o Centro de Saúde do
Lavradio, a N.Ó.S., terapeutas da fala, médicos especialista e assistentes de casos
específicos que frequentem a sala parque.
9- Conteúdos e Competências
Tendo em conta a avaliação diagnóstica do grupo e as prioridades educativas
definidas parece-nos pertinente abordar os seguintes conteúdos e competências no
presente ano letivo:
9.1 -Na área de Formação Pessoal e Social:
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26. Projeto curricular de turma 11/12
- Componente Pessoal
Conteúdos Objetivos
- Promover a autonomia
Desenvolver o sentido de si próprio - Saber estar e trabalhar numa sala de
atividades desenvolvendo regras básicas
- Componente Social
Conteúdos Objetivos
- Tentar resolver conflitos sem recorrer às
agressões físicas
As relações sociais - Promover a inter-ajuda, partilha e
solidariedade
- Expressar emoções
- Distinguir o eu dos outros
- Componente de Educação Familiar
Conteúdos Objetivos
- Reconhecer a família e os seus
A família diferentes elementos;
- Nomear os nomes dos familiares mais
próximos.
- Componente de Educação para a Participação
Conteúdos Objetivos
- Regular a participação nas diferentes
- Respeito pelos outros situações comunicativas
- Cooperação - Saber utilizar os brinquedos e os
- Justiça materiais dos outros
- Tolerância - Apresentar e emitir opiniões sobre
- Respeito pela Diferença trabalhos individuais
- Responsabilização - Saber escolher e saber respeitar
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27. Projeto curricular de turma 11/12
- Liderança Democrática - Cumprir as tarefas distribuídas
- Proteção do ambiente - Saber estar em grupo
- Saber respeitar as regras dos jogos
-Desenvolver hábitos de proteção
ambiental
9.2 - Nas restantes áreas de conteúdo:
Exp. Plástica Exp. Dramática Exp. Motora Exp. Musical
Pintura/Desenho *Organizar-se/ orientar- *Deslocar-se no espaço *Ouvir sons
* Utilizar as mãos se no espaço e partir de * Reconhecer posições diferenciados
(digitinta) referências visuais, *Identificar posições * Identificar sons
* Utilizar os sentidos auditivas *Movimentar- (frente/ atrás; em cima * Cantar canções
* Explorar diferentes se sozinho e em baixo; ao lado de; * Explorar ritmos
materiais *Movimentar-se aos dentro/fora) * Experimentar a
* Manusear o pincel, o pares * Manipular: bolas, potencialidade sonora
marcador, o lápis e a *Sentir relaxamento arcos; dos objetos
tesoura * Reconhecer as partes * Lançar bolas * Construir instrumentos
* Misturar cores do corpo * Passar / receber bolas musicais
Modelagem * Explorar diferentes * Rolar *Reconhecer
* Utilizar os dedos expressões faciais * Rastejar auditivamente um
* Experimentar: massa * Exprimir-se por gestos *Saltar sobre instrumento
de cores, barro, pasta * Reproduzir cenas do obstáculos *Identificar sons da
de modelar quotidiano *Subir planos natureza
Colagem * Construir máscaras e superiores * Sentir a música do
* Amachucar fantoches * Equilibrar-se em corpo e com o corpo
* Rasgar * Descobrir sombras superfícies reduzidas * Acompanhar canções
* Recortar *Manipular, fantoches * Executar jogos com diferentes
* Dramatizar histórias * Explorar ritmos instrumentos
* Dançar
* Cooperar em jogos
* Orientar-se em
segurança em espaços
exteriores
Oral e Escrita Matemática
*Observar imagens * Fazer experiências simples
* Descodificar imagens * Expressar relações de causa/ efeito
* Escutar * Comparar tamanhos
* Relatar novidades * Seriar
* Descrever ações * Classificar
* Escolher atividades * Situar-se no espaço em relação aos outros
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28. Projeto curricular de turma 11/12
* Registar presenças, tempo * Fazer e desfazer construções
* Reproduzir pequenos textos com diferentes *Estabelecer relações de grandeza entre objetos
entoações (lenga-lengas ou rimas) * Agrupar: tamanho, forma e cor
* Inventar histórias
* Construir livros de histórias
* Completar histórias
* Interpretar imagens, sons e texto
10 – Procedimentos de avaliação
Com as crianças:
- Aplicação da ficha diagnóstica de desenvolvimento global do grupo no inicio do
ano letivo;
- Ficha de avaliação individual (ver anexo 3) construída com base em dois
documentos: o manual de qualidade da valência de creche e o Portage. Esta avaliação
será efetuada nos 3 períodos letivos sendo que os encarregados de educação serão
informados das aprendizagens e/ou dificuldades dos seus educandos;
- Através dos instrumentos de monitorização que permitem uma avaliação
cooperada integrada na ação e nas aprendizagens (Niza, 1993). As crianças são
implicadas paritariamente na avaliação destes instrumentos, promovendo a
autorregulação, o aprofundamento das relações inter-pessoais e das aprendizagens.
Prevê-se a realização de reuniões trimestrais com os encarregados de educação
para avaliação do progresso dos alunos e definição de objetivos e estratégias de ação,
e de reuniões periódicas com as diferentes parcerias que estejam a acompanhar as
crianças.
.
Com a equipa da sala:
- Reuniões semanais (sempre que possível), contactos informais, planificação
semanal.
Com a equipa de docentes:
- Reuniões periódicas previamente agendadas com diferentes objetivos de
avaliação.
Com a família:
- Reuniões de pais agendadas antecipadamente com uma periodicidade definida
entre 2 a 3 reuniões por ano letivo.
- Reuniões pontuais e individuais, sempre que se considere necessário, podendo
ser solicitadas pela escola ou a família.
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29. Projeto curricular de turma 11/12
- Reunião no final do ano letivo com cada encarregado de educação de modo a
informar sobre o progresso e aprendizagens das crianças.
Com a comunidade educativa:
- Reuniões propostas pelas partes envolvidas no processo educativo.
Processos e efeitos:
- Quanto à avaliação dos processos e efeitos promovidos durante o ano letivo
pensamos que podem ser avaliados através de: instrumentos de monitorização e
respetiva avaliação, registos individuais das observações realizadas às crianças que
se concretizam na ficha de avaliação por período letivo; reuniões com a família;
inquérito sobre o projeto Família e Escola: Vamos reciclar; avaliação dos registos
efetuados com base no projeto Biblioteca Itinerante; e inquéritos de satisfação aos
familiares e utentes deste estabelecimento.
11- Comunicação e divulgação de resultados
a. Através de reuniões agendadas com os parceiros educativos.
b. Registo das aprendizagens mais significativas de cada criança, realçando o
seu percurso, evolução e progressos num documento escrito que deverá
acompanhar a criança no seu percurso (ficha de avaliação da criança
construída por nós para o efeito).
12 – Planificações
Quadro 2
1º PERÍODO
SETEMBRO Receção e adaptação das crianças
Organização do ambiente educativo
- Introdução do mapa de presenças
OUTUBRO - Histórias diversas consoante as propostas no plano
nacional de leitura, os interesses manifestados pelas
crianças e as necessidades observadas pelo educador
da sala
NOVEMBRO
- Histórias sobre: o outono
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30. Projeto curricular de turma 11/12
-Os aniversários: Galeria dos artistas
- Comemoração da época natalícia:
- Histórias e canções de Natal
DEZEMBRO
- Atividades plásticas sobre o Natal
- Festa de Natal e lanche de Natal
- Participação no Concurso “ Árvores de Natal
Ecológicas”
2º PERÍODO
- Introdução do mapa do tempo
- O nosso corpo contornos do corpo das diferentes
crianças com identificação das suas principais
características.
JANEIRO
- Histórias sobre: As cores; os animais e o inverno.
- Atividades plásticas sobre o tema
- Projeto Eco-escolas: Projeto a Família e a Escola:
Vamos reciclar
- Construção do Ecoponto
- Projeto biblioteca itinerante
- Participação na ação “Pilhão vai à Escola”
Projeto a Família e a Escola: Vamos reciclar
Projeto biblioteca itinerante
Comemoração da época Carnavalesca: As cores do
FEVEREIRO Carnaval
Atividades plásticas sobre o tema
Histórias sobre: os números
MARÇO - Projeto a Família e a Escola: Vamos reciclar
- Projeto biblioteca itinerante
- Histórias sobre: A família e a primavera
- Atividades plásticas sobre o tema
- Participação na manutenção e desenvolvimento da
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Horta Biológica
3º PERÍODO
ABRIL Projeto a Família e a Escola: Vamos reciclar
Projeto biblioteca itinerante
Comemoração da época pascal: histórias, canções e
atividades plásticas
Histórias sobre: A família (continuação)
- Participação na manutenção e desenvolvimento da
Horta Biológica
MAIO Projeto a Família e a Escola: Vamos reciclar
Projeto biblioteca itinerante
Histórias sobre: Os amigos/ amizade
Atividades plásticas sobre o tema
- Participação na manutenção e desenvolvimento da
Horta Biológica
JUNHO Projeto a Família e a Escola: Vamos reciclar
Projeto biblioteca itinerante
Histórias sobre: o verão
- Participação na manutenção e desenvolvimento da
Horta Biológica
Atividades plásticas sobre o tema
Encerramento do ano letivo
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13- Bibliografia
DR- 1ª Série nº 248 de 27-10-89
MARTINS, M. A.; SANTOS, A. I.S. (2005). “ Avaliação das práticas de leitura e de
escrita em jardim de infância”, Revista Infância e Educação. Investigação e Práticas, 7,
Lisboa: GEDEI/Porto Ed., p. 59-70
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (1997). Orientações para a Educação Pré-Escolar,
Lisboa: Editorial do Ministério da Educação
NIZA, Sérgio (1996). “O Modelo curricular de educação Pré-escolar da Escola
Moderna Portuguesa”, in FORMOSINHO, Júlia Oliveira (org.), et. al. Modelos
Curriculares para a Educação de Infância, Porto: Porto editora, pp. 137 – 159.
POST, Jacalyn e HOHMANN, Mary (2004) Educação de bebés em infantários –
Cuidados e Primeiras Aprendizagens, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian
PROLE, António (2008) “Como fazer um Projecto de Promoção da Leitura”, artigo
consultado a 21 de novembro de 2008; disponível em: http://casadaleitura.pt; p.1
SALOMÉ, Jacques (1989). Papá, Mamã, escutem-me com atenção – Para
compreender as diferentes linguagens da criança; Horizontes Pedagógicos, p. 137.
BLUMA, Susan M.; et al. (s.d.) Guia de pais para a educação precoce, Associação
Portage, Portugal.
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Anexos
Anexo 1- Ficha de Avaliação do Desenvolvimento Global do Grupo
Anexo 2- Registos do Projeto da Biblioteca Itinerante
Anexo 3- Ficha de avaliação por período
Anexo 4- Inquérito sobre o projeto a Família e a Escola: Vamos reciclar (em
construção a anexar atempadamente)
Anexo 5- Inquérito de satisfação (em construção)
Anexo 6- Plano de Ação
Texto convertido pelo conversor da Porto Editora, respeitando o Acordo Ortográfico de
1990.
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