SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 24
Downloaden Sie, um offline zu lesen
AMOSTRAGEM E RASTREABILIDADE




Débora Pires Paula
Controle Biológico
Laboratórios de Ecologia e Biossegurança e Bioquímica e Biologia Molecular
debora.pires@embrapa.br
AMOSTRAGEM


 Estudo de um pequeno grupo de elementos, considerado idôneo, retirado de uma
 população que se pretende conhecer, com margem de erro aceitável.




     Pré-liberação comercial                        Pós


Caracterização do OGM
                               Amostragem
     Fluxo de genes                                Fiscalização MAPA

 Organismos não-alvo
                                            Monitoramento pós-liberação comercial
      Segurança alimentar
Critérios ideais para amostragem

- Grupo controle (comparador – isolínea – e linhagens de referência) (EFSA, 2008)
no mesmo estágio fisiológico, idade e condições ambientais.

- Número de repetições (importância do experimento piloto). Determinação do
número ideal baseada no estudo caso-a-caso.

- Réplicas múltiplas temporal e espacial para capturar uma série de interações
entre ambiente vs gene (pressões bióticas e abióticas) (p.18, Codex 2003).

- Reprodutibilidade (importância de aliquotar e preservar amostras).

- Boas Práticas de Laboratório (BPL) (OECD, 1998).

Boas Práticas de Laboratório (BPL) tratam da organização, processo e das condições
sob as quais estudos de laboratório são planejados, executados, monitorados,
registrados e relatados. As BPL têm como intenção promover a qualidade e validação
dos resultados de pesquisa (OECD, 1998).

- Análise estatística descritiva e inferencial.
Exemplo 1:
Milho com alto teor de lisina (LY038), o OGM e seu comparador em cinco locais diferentes
(Reynolds et al., 2004), porém apenas comparou um único ano.




A: Isolínea vs linhagens de referência. A       B: Os componentes individuais "C", "M" e
isolínea é a linhagem mais estreitamente        "Y“ são também comparados ao OGM e
relacionada ao OGM teste e deve ser             sua isolínea para determinar se o OGM e
cultivada conjuntamente com o OGM em            a isolínea estão fora do intervalo do
vários locais e anos (pS9, EFSA 2008).          parâmetro estudado relatado para as
                                                culturas convencionais com um histórico
                                                de uso seguro.
Exemplo 2 (fictício):

       Deseja-se averiguar se joaninhas são afetadas pela uma proteína exógena X


      ESTUDO : Comparação do número médio de ovos eclodidos das joaninhas
   alimentadas com pulgões, entre plantas que expressam uma proteína X (GM) e que
               não a expressam (isolínea ou linhagens de referência)




Slide adaptado da aula
“Experimentação e Estatística”,
Dra. Joseane Padilha, Cenargen
Antes de tudo precisamos formular as hipóteses a serem testadas:

 M1 = Número médio de ovos eclodidos ao consumir pulgões das plantas GM

M2 = Número médio de ovos eclodidos ao consumir pulgões das plantas não-GM




 Hipótese do pesquisador (Hipótese Nula) H0 (Usual testar a igualdade)
                                        H0: M1 = M2

                 A média de ovos eclodidos é estatisticamente
equivalente quando as joaninhas se alimentam de pulgões das plantas GM e não-GM


      Hipótese alternativa (“contra-hipótese” ) H1
                                        H1: M1 ≠ M2

                  A média de ovos eclodidos é estatisticamente
é diferente quando as joaninhas se alimentam de pulgões das plantas GM e não-GM

Slide adaptado da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
Montagem do experimento



  Do lado direito de uma casa-de-vegetação colocou-se um vaso com a planta (idade = 2 meses)
  que expressa a proteína X (T1);

  Do lado esquerdo da estufa colocou-se um vaso com a planta (idade = 1 ano)
  que não expressa a proteína X (T2);

  Em cada planta foram colocadas 2 joaninhas e 2 pulgões;


   Unidade experimental: planta



  • 24 horas depois, observou-se em T1 o número de ovos eclodidos pelas joaninhas;

  • 48 horas depois, observou-se em T2 o número de ovos eclodidos pelas joaninhas;




                      P1                                                        P2
Slide adaptado da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
RESULTADO:
                                     Planta 1          Planta 2
                   Joaninha1             30              60
                   Joaninha2             100             120                 Variabilidade experimental
                     Média               65              90                     “Erro experimental”
                    Desvio               49              42
                     CV%                 76              47

    O coeficiente de variação (C.V.) é o desvio padrão expresso como uma
                             porcentagem média.

                                                                                        Quão homogênea
                                                DESVIO PADRÃO                             é a amostra
                                     s
                         CV         
                                         *100%
                                     x             MÉDIA
Baixa dispersão: CV  15%                                                    Depende muito
Média dispersão: CV 15-30%                                                   da área pesquisada
Alta dispersão: CV  30%

Conclusão do pesquisador: O número médio de ovos eclodidos é significativamente
maior para as joaninhas não expostas a proteína.
                                                                                         Posso confiar???
Slide adaptado da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
Influência da variabilidade experimental no teste
                          de hipótese
            Média do Grupo 1
                                                                       d1
    Di  Distância de cada ponto em relação a média         d6
                                                                             d2
                                                             d5              d3
           Média do Grupo 2                                           d4
    Di  Distância de cada ponto em relação a média
                                                                                 d3
                                                                            d4             d2
 Uso um valor para representar as repetições
 de todo o grupo.
                                                                  d5
                                                                                      d1
                                                                        d6

  Esse ponto deve ser acompanhado de uma medida
  que demonstre o quanto ele é confiável.
                                                                                            uma soma
  Esse acompanhante pode ser a média das distâncias di
                                                                                            de quadrados
                                             (d1)2 + (d2)2 +...+(d6)2/(6-1)
Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
Para comparar esses dois grupos, decompomos a variabilidade em duas partes:


  Parte que mede o efeito real
          dos grupos                  +        Parte que contém aquilo que não é possível
                                                        controlar no experimento
                                                           ERRO (RESIDUO)



 SOMA DE QUADRADOS DOS                            SOMA DE QUADRADOS DOS
      TRATAMENTOS                                        RESÍDUOS

         (PARTE 1)                                              (PARTE 2)


   PARTE1              Se isso for muito grande, indica que meus tratamentos diferem
   PARTE2

   PARTE1         Se for pequeno, indica que os tratamentos não diferem
   PARTE2         significativamente que a diferença é por conta do acaso.

   COM BASE NESSAS OBSERVAÇÕES
   REJEITAMOS OU NÃO A HIPÓTESE TESTADA.
                  Slide adaptado da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
Se esforços não forem feitos no sentido de controlar ao máximo as possíveis
causas de variabilidade do experimento podemos cometer erros graves, como:




Falar que as joaninhas são afetadas pela
proteína X quando na verdade não são!                           Falar que as joaninhas
                                                                 não são afetadas pela
                                                          proteína X quando na verdade são!


                Slide adaptado da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
Em suma....
Podemos controlas as causas de variação de um experimento, através de:


     •       Repetição de unidades experimentais;

         •   Uniformidade da amostra;

         •    Casualização      dos       indivíduos         experimentais           aos
         tratamentos;

         •    Uniformidade do meio;

         •    Uniformidade na aplicação de tratamento.




                         Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
Número de Repetições


 Deve-se saber que esse número depende de vários fatores:
  variabilidade do meio em que se realiza o experimento;
 número de tratamentos em estudo;
  recursos financeiros, físico, humano, etc.

Na Literatura, existem vários métodos para determinar o número ótimo de repetições:

Ensaios de uniformidade;
Métodos de simulação;
Métodos baseados em ensaios anteriores;
Curvas características de operação;
 Alguns usam a fórmula:


Tais meios são trabalhosos e nem sempre chegam a resultados satisfatórios.

                       Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
Uma regra prática, que tem surtido bons resultados na experimentação agrícola e
zootécnica, é a de que os ensaios devem ter, no mínimo, 20 parcelas e/ou 10
graus de liberdade para o resíduo ou erro experimental.


Voltando em nosso exemplo...
Vamos supor que o experimento foi feito em esquema inteiramente casualizado (DIC),
são dois tratamentos, então...


Lembrando que os G.L do resíduo no DIC é kr – k, então:

              kr – k ≥ 10
              2r ≥ 12
              r≥6

Para cada tratamento usar pelo menos 6 plantas.


E o número de Joaninhas e Pulgões????



                        Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
Podemos usar a ferramenta de amostragem aleatória simples (AAS)




             desvio padrão          valor da variável normal padrão associado
                                            ao grau de confiança adotado

                 SZ 
                                      2                              90% = 1.645

              n     
                                                                     95% = 1.96
                                                                     99% = 2.58
                 E 
Amostragem       é o erro permissível
 Aleatória
  Simples
    para
  a média                        Então, o tamanho da amostra
   (AAS)                    irá depender, além da variabilidade dos
                           dados, do erro que o pesquisador permite
                           cometer e do grau de confiança adotado.

                    Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
Exemplo de aplicação da AAS
     Vamos supor que em experimentos passados detectou-se que em média
   as joaninhas apresentaram uma variabilidade em torno de 25 ovos eclodidos.
E que o pesquisador quer ter 90% de confiança que seu erro de estimativa (E) seja
             de no máximo 5. Quantas Joaninhas serão necessárias?


                                                             2
              1.645  (25) 
           n                70
                   5       
   Seriam necessárias 70 joaninhas.




                       Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
Outras Técnicas de amostragem
• Vimos que quanto mais heterogênea uma população maior será a exigência
quanto ao tamanho amostral.

  Então, se a população for muito heterôgenea, teremos :




                     +                                   =
SOLUÇÃO:

   PODEMOS HOMOGENEIZAR A POPULAÇÃO:
        DIVIDIR EM ESTRATOS HOMOGÊNEOS


                   AMOSTRAGEM ESTRATIFICADA


                   Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
AAS
                            Divido a população
                            em estratos homogêneos



                                                     AAS
                                                                                       AAS
                                                               +     +       =n

                                                            Nossa amostra!!!
População Heterogênea




 Em cada estrato posso fazer uma amostragem aleatória simples (AAS)!




                 Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
Outras técnicas (não muito utilizadas nas Ciências Biológicas) ...




        • Amostragem Sistemática




                • Amostragem por Conglomerados




                   Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
Exemplo 3: Caso do algodão Bt Bollgard Evento 531 Monsanto – Março 2005



  “(...) Diante do exposto, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio após a
  análise de biossegurança do algodão Bollgard evento 531, processo 01200.001471/2003-
  01, delibera favoravelmente à sua liberação para plantio comercial e consumo humano e
  animal, mediante as condicionantes: (i) a Monsanto do Brasil Ltda., empresa detentora da
  tecnologia Bollgard, deverá fornecer as seqüências dos iniciadores (primers) para
  detecção de evento específico aos órgãos de registro e fiscalização; (ii) respeitar as
  zonas de exclusão para o plantio de algodão geneticamente modificado, conforme
  proposto por Barroso e Freire (2004) e definir e limitar a época de plantio do algodão
  Bollgard evento 531 nas diferentes regiões produtoras de algodão, principalmente em
  localidades com cultivos de algodão safrinha; (iii) deverão ser preconizadas áreas de
  refúgio com cultivares não transgênicas de algodão correspondentes a 20% da área a ser
  cultivada com o algodão Bollgard evento 531, localizadas a distâncias inferiores a 800 m;
  (iv) adotar práticas de manejo conservacionista da cultura do algodoeiro, tais como a
  destruição da soqueira, a queima para controle de doenças, a rotação de culturas, o
  emprego de culturas armadilhas e o controle biológico. Aos órgãos de fiscalização
  competentes cabe garantir o cumprimento das exigências contidas no Parecer Técnico
  Prévio Conclusivo, principalmente aquelas relativas às áreas de refúgio e zonas de
  exclusão. Não há restrições ao uso do OGM em análise e seus derivados, desde que
  obedecidas as exigências contidas no Parecer Técnico Prévio Conclusivo. Assim sendo,
  a CTNBio considera que essa atividade não é potencialmente causadora de significativa
  degradação do meio ambiente e da saúde humana. (...)”
RASTREABILIDADE

Cadeia logística de informação sobre determinado produto que permite conhecer o histórico de
  produção (matérias-prima, local, circunstância, intervenientes), os processos de recepção,
     armazenamento, produção e expedição até comercialização (cadeia de distribuição).


                                    Indústria agro-alimentar




     Objetivos:

     * Informar os consumidores graças à rotulagem de produtos derivados de OGM

     * Criar uma rede de segurança baseada na rastreabilidade dos produtos em qualquer
     fase da produção e colocação no mercado
A rede de segurança permite o controle e verificação das alegações nutricionais feitas
nos rótulos, o acompanhamento dos potenciais efeitos na saúde humana e no ambiente
e a retirada de produtos do mercado, se for verificado um risco imprevisto para a saúde
humana ou para o ambiente.

A rastreabilidade dos OGM abrange tanto produtos ou elementos de produtos, inclusive
sementes, quanto dos produtos destinados à alimentação humana ou animal
produzidos a partir de OGM.

Rotulagem de OGM no Brasil: Decreto 4680/03, IN 1 e 22, Portaria 2658/03

“Art. 2º - Na comercialização de alimentos e ingredientes alimentares destinados ao
consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de OGMs, com
presença acima do limite de 1% do produto, o consumidor deverá ser informado da
natureza transgênica do produto.
(...)
- Os alimentos e ingredientes produzidos a partir de animais alimentados com ração
contendo ingredientes transgênicos deverão ser rotulados (rastreabilidade).”
União Européia
Garante a rastreabilidade e a rotulagem dos organismos geneticamente modificados e dos
produtos produzidos a partir de OGM ao longo de toda a cadeia alimentar.


As regras de rastreabilidade aplicam-se a todos os OGM; consequentemente, os
pedidos de OGM destinados à alimentação humana ou animal (Regulamento
1829/2003/CE) devem respeitá-las, tal como os pedidos de OGM destinados a cultivo
(Directiva 2001/18/CE, parte C).


No caso dos produtos destinados à alimentação humana ou animal, incluindo os
destinados diretamente à transformação, os vestígios de OGM continuarão a ser
isentos da obrigação de rotulagem se não ultrapassarem o limite máximo de 0,9% e
se a sua presença for involuntária e tecnicamente impossível de evitar.


Os Estados-Membros asseguram a aplicação de medidas de inspecção e de controle
dos produtos, incluindo o controle por amostragem e as análises quantitativas e
qualitativas dos alimentos.
Sites sobre OGM e Biossegurança

Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
http://www.ctnbio.gov.br/

Biosafety Clearing House (BCH):
http://bch.cbd.int/

European Food Safety Authority (EFSA):
http://www.efsa.europa.eu/EFSA/efsa_locale-1178620753812_home.htm

Codex Alimentarius:
http://www.codexalimentarius.net/web/index_en.jsp

Biosafety Assessment Tool (BAT):
https://bat.genok.org/bat/

Weitere ähnliche Inhalte

Ähnlich wie Amostragem e rastreabilidade de OGMs

ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico
ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico
ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico Ricardo Portela
 
ICSA17 - Critérios de validação imunodiagnóstico
ICSA17 - Critérios de validação imunodiagnósticoICSA17 - Critérios de validação imunodiagnóstico
ICSA17 - Critérios de validação imunodiagnósticoRicardo Portela
 
C R I T E R I O S D E V A L I D A Ç Ã O
C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã OC R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O
C R I T E R I O S D E V A L I D A Ç Ã OLABIMUNO UFBA
 
Critérios de Validação
Critérios de ValidaçãoCritérios de Validação
Critérios de ValidaçãoLABIMUNO UFBA
 
Hipóteses e Estimativa do tamanho da amostra (aula 6)
Hipóteses e Estimativa do tamanho da amostra (aula 6)Hipóteses e Estimativa do tamanho da amostra (aula 6)
Hipóteses e Estimativa do tamanho da amostra (aula 6)Sandra Lago Moraes
 
Delineamentos estatísticos
Delineamentos estatísticosDelineamentos estatísticos
Delineamentos estatísticosUERGS
 
Testes de dispersão
Testes de dispersãoTestes de dispersão
Testes de dispersãounesp
 
ICSA29 Imunodiagnostico - Criterios de validacao
ICSA29 Imunodiagnostico - Criterios de validacaoICSA29 Imunodiagnostico - Criterios de validacao
ICSA29 Imunodiagnostico - Criterios de validacaoRicardo Portela
 
Utilidade dos testes diagnosticos para decisões em saúde
Utilidade dos testes diagnosticos para decisões em saúde Utilidade dos testes diagnosticos para decisões em saúde
Utilidade dos testes diagnosticos para decisões em saúde CONITEC
 
Impacto dos novos valores do espermograma (OMS 2010) no manejo do homem infértil
Impacto dos novos valores do espermograma (OMS 2010) no manejo do homem infértilImpacto dos novos valores do espermograma (OMS 2010) no manejo do homem infértil
Impacto dos novos valores do espermograma (OMS 2010) no manejo do homem infértilSandro Esteves
 
02 maria de fátima pedroso
02 maria de fátima pedroso02 maria de fátima pedroso
02 maria de fátima pedrosoradarrt
 
Cap5 - Parte 2 - Intervalo De Confiança 1
Cap5 - Parte 2 - Intervalo De Confiança 1Cap5 - Parte 2 - Intervalo De Confiança 1
Cap5 - Parte 2 - Intervalo De Confiança 1Regis Andrade
 
Validação de Testes Diagnósticos (aula 9)
Validação de Testes Diagnósticos (aula 9)Validação de Testes Diagnósticos (aula 9)
Validação de Testes Diagnósticos (aula 9)Sandra Lago Moraes
 

Ähnlich wie Amostragem e rastreabilidade de OGMs (20)

ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico
ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico
ICSA17 Imunologia (Prática) - Critérios de validação de ensaios de diagnóstico
 
ICSA17 - Critérios de validação imunodiagnóstico
ICSA17 - Critérios de validação imunodiagnósticoICSA17 - Critérios de validação imunodiagnóstico
ICSA17 - Critérios de validação imunodiagnóstico
 
C R I T E R I O S D E V A L I D A Ç Ã O
C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã OC R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O
C R I T E R I O S D E V A L I D A Ç Ã O
 
Critérios de Validação
Critérios de ValidaçãoCritérios de Validação
Critérios de Validação
 
13991
1399113991
13991
 
Hipóteses e Estimativa do tamanho da amostra (aula 6)
Hipóteses e Estimativa do tamanho da amostra (aula 6)Hipóteses e Estimativa do tamanho da amostra (aula 6)
Hipóteses e Estimativa do tamanho da amostra (aula 6)
 
Delineamentos estatísticos
Delineamentos estatísticosDelineamentos estatísticos
Delineamentos estatísticos
 
Anova 2__fatores_prof._ivan (2)
Anova  2__fatores_prof._ivan (2)Anova  2__fatores_prof._ivan (2)
Anova 2__fatores_prof._ivan (2)
 
Estatistica
EstatisticaEstatistica
Estatistica
 
Curso rs e ma
Curso rs e maCurso rs e ma
Curso rs e ma
 
Testes de dispersão
Testes de dispersãoTestes de dispersão
Testes de dispersão
 
ICSA29 Imunodiagnostico - Criterios de validacao
ICSA29 Imunodiagnostico - Criterios de validacaoICSA29 Imunodiagnostico - Criterios de validacao
ICSA29 Imunodiagnostico - Criterios de validacao
 
Utilidade dos testes diagnosticos para decisões em saúde
Utilidade dos testes diagnosticos para decisões em saúde Utilidade dos testes diagnosticos para decisões em saúde
Utilidade dos testes diagnosticos para decisões em saúde
 
Impacto dos novos valores do espermograma (OMS 2010) no manejo do homem infértil
Impacto dos novos valores do espermograma (OMS 2010) no manejo do homem infértilImpacto dos novos valores do espermograma (OMS 2010) no manejo do homem infértil
Impacto dos novos valores do espermograma (OMS 2010) no manejo do homem infértil
 
02 maria de fátima pedroso
02 maria de fátima pedroso02 maria de fátima pedroso
02 maria de fátima pedroso
 
Cap5 - Parte 2 - Intervalo De Confiança 1
Cap5 - Parte 2 - Intervalo De Confiança 1Cap5 - Parte 2 - Intervalo De Confiança 1
Cap5 - Parte 2 - Intervalo De Confiança 1
 
Princípios de Avaliação Genética
Princípios de Avaliação GenéticaPrincípios de Avaliação Genética
Princípios de Avaliação Genética
 
Amostragem
AmostragemAmostragem
Amostragem
 
Amostragem
AmostragemAmostragem
Amostragem
 
Validação de Testes Diagnósticos (aula 9)
Validação de Testes Diagnósticos (aula 9)Validação de Testes Diagnósticos (aula 9)
Validação de Testes Diagnósticos (aula 9)
 

Mehr von Sofia Iba

Relatorio workshop ameaças sanitárias para cadeias produtivas de carnes
Relatorio workshop ameaças sanitárias para cadeias produtivas de carnesRelatorio workshop ameaças sanitárias para cadeias produtivas de carnes
Relatorio workshop ameaças sanitárias para cadeias produtivas de carnesSofia Iba
 
C arp.milhogm waquilbh_2012 (1)
C arp.milhogm waquilbh_2012 (1)C arp.milhogm waquilbh_2012 (1)
C arp.milhogm waquilbh_2012 (1)Sofia Iba
 
Biossegurança embrapa 2012_fernando
Biossegurança embrapa 2012_fernandoBiossegurança embrapa 2012_fernando
Biossegurança embrapa 2012_fernandoSofia Iba
 
Biosegurança 2012 (1)
Biosegurança 2012 (1)Biosegurança 2012 (1)
Biosegurança 2012 (1)Sofia Iba
 
Biossegurança ogm 2012 paulo
Biossegurança ogm   2012 pauloBiossegurança ogm   2012 paulo
Biossegurança ogm 2012 pauloSofia Iba
 
281112 andrea v2
281112 andrea v2281112 andrea v2
281112 andrea v2Sofia Iba
 
Lucia algodão sete lagoas
Lucia algodão sete lagoasLucia algodão sete lagoas
Lucia algodão sete lagoasSofia Iba
 
Milho bt curso1 simone 2
Milho bt curso1 simone 2Milho bt curso1 simone 2
Milho bt curso1 simone 2Sofia Iba
 
Apresentação -curso_biossegurança_og_ms_ch ristiane_microrganismos2
Apresentação  -curso_biossegurança_og_ms_ch ristiane_microrganismos2Apresentação  -curso_biossegurança_og_ms_ch ristiane_microrganismos2
Apresentação -curso_biossegurança_og_ms_ch ristiane_microrganismos2Sofia Iba
 
Sidney workshop biossegurança nov 2012-5
Sidney workshop biossegurança nov 2012-5Sidney workshop biossegurança nov 2012-5
Sidney workshop biossegurança nov 2012-5Sofia Iba
 
Regina embrapa milho e sorgo regina
Regina  embrapa milho e sorgo reginaRegina  embrapa milho e sorgo regina
Regina embrapa milho e sorgo reginaSofia Iba
 
Efeitos organismos não alvo carmen pires
Efeitos organismos não alvo carmen piresEfeitos organismos não alvo carmen pires
Efeitos organismos não alvo carmen piresSofia Iba
 
Edison sujii impacto a biodiversidade e sa
Edison sujii impacto a biodiversidade e sa Edison sujii impacto a biodiversidade e sa
Edison sujii impacto a biodiversidade e sa Sofia Iba
 
Andrea a. carneiro introdução da tecnologia do dna recombinante e producao de...
Andrea a. carneiro introdução da tecnologia do dna recombinante e producao de...Andrea a. carneiro introdução da tecnologia do dna recombinante e producao de...
Andrea a. carneiro introdução da tecnologia do dna recombinante e producao de...Sofia Iba
 
Deise capalbo principios para analise de risco ambiental
Deise capalbo principios para analise de risco ambientalDeise capalbo principios para analise de risco ambiental
Deise capalbo principios para analise de risco ambientalSofia Iba
 
O serviço de avaliação de risco para importação de pescado/Dr. Henrique Fique...
O serviço de avaliação de risco para importação de pescado/Dr. Henrique Fique...O serviço de avaliação de risco para importação de pescado/Dr. Henrique Fique...
O serviço de avaliação de risco para importação de pescado/Dr. Henrique Fique...Sofia Iba
 
Avaliação de risco
Avaliação de riscoAvaliação de risco
Avaliação de riscoSofia Iba
 
Worshopp análise de risco embrapa novembro de 2012
Worshopp análise de risco embrapa novembro de 2012Worshopp análise de risco embrapa novembro de 2012
Worshopp análise de risco embrapa novembro de 2012Sofia Iba
 
Guia de Etiqueta RIT DA
Guia de Etiqueta RIT DAGuia de Etiqueta RIT DA
Guia de Etiqueta RIT DASofia Iba
 
Guia de Etiqueta RIT DA
Guia de Etiqueta RIT DAGuia de Etiqueta RIT DA
Guia de Etiqueta RIT DASofia Iba
 

Mehr von Sofia Iba (20)

Relatorio workshop ameaças sanitárias para cadeias produtivas de carnes
Relatorio workshop ameaças sanitárias para cadeias produtivas de carnesRelatorio workshop ameaças sanitárias para cadeias produtivas de carnes
Relatorio workshop ameaças sanitárias para cadeias produtivas de carnes
 
C arp.milhogm waquilbh_2012 (1)
C arp.milhogm waquilbh_2012 (1)C arp.milhogm waquilbh_2012 (1)
C arp.milhogm waquilbh_2012 (1)
 
Biossegurança embrapa 2012_fernando
Biossegurança embrapa 2012_fernandoBiossegurança embrapa 2012_fernando
Biossegurança embrapa 2012_fernando
 
Biosegurança 2012 (1)
Biosegurança 2012 (1)Biosegurança 2012 (1)
Biosegurança 2012 (1)
 
Biossegurança ogm 2012 paulo
Biossegurança ogm   2012 pauloBiossegurança ogm   2012 paulo
Biossegurança ogm 2012 paulo
 
281112 andrea v2
281112 andrea v2281112 andrea v2
281112 andrea v2
 
Lucia algodão sete lagoas
Lucia algodão sete lagoasLucia algodão sete lagoas
Lucia algodão sete lagoas
 
Milho bt curso1 simone 2
Milho bt curso1 simone 2Milho bt curso1 simone 2
Milho bt curso1 simone 2
 
Apresentação -curso_biossegurança_og_ms_ch ristiane_microrganismos2
Apresentação  -curso_biossegurança_og_ms_ch ristiane_microrganismos2Apresentação  -curso_biossegurança_og_ms_ch ristiane_microrganismos2
Apresentação -curso_biossegurança_og_ms_ch ristiane_microrganismos2
 
Sidney workshop biossegurança nov 2012-5
Sidney workshop biossegurança nov 2012-5Sidney workshop biossegurança nov 2012-5
Sidney workshop biossegurança nov 2012-5
 
Regina embrapa milho e sorgo regina
Regina  embrapa milho e sorgo reginaRegina  embrapa milho e sorgo regina
Regina embrapa milho e sorgo regina
 
Efeitos organismos não alvo carmen pires
Efeitos organismos não alvo carmen piresEfeitos organismos não alvo carmen pires
Efeitos organismos não alvo carmen pires
 
Edison sujii impacto a biodiversidade e sa
Edison sujii impacto a biodiversidade e sa Edison sujii impacto a biodiversidade e sa
Edison sujii impacto a biodiversidade e sa
 
Andrea a. carneiro introdução da tecnologia do dna recombinante e producao de...
Andrea a. carneiro introdução da tecnologia do dna recombinante e producao de...Andrea a. carneiro introdução da tecnologia do dna recombinante e producao de...
Andrea a. carneiro introdução da tecnologia do dna recombinante e producao de...
 
Deise capalbo principios para analise de risco ambiental
Deise capalbo principios para analise de risco ambientalDeise capalbo principios para analise de risco ambiental
Deise capalbo principios para analise de risco ambiental
 
O serviço de avaliação de risco para importação de pescado/Dr. Henrique Fique...
O serviço de avaliação de risco para importação de pescado/Dr. Henrique Fique...O serviço de avaliação de risco para importação de pescado/Dr. Henrique Fique...
O serviço de avaliação de risco para importação de pescado/Dr. Henrique Fique...
 
Avaliação de risco
Avaliação de riscoAvaliação de risco
Avaliação de risco
 
Worshopp análise de risco embrapa novembro de 2012
Worshopp análise de risco embrapa novembro de 2012Worshopp análise de risco embrapa novembro de 2012
Worshopp análise de risco embrapa novembro de 2012
 
Guia de Etiqueta RIT DA
Guia de Etiqueta RIT DAGuia de Etiqueta RIT DA
Guia de Etiqueta RIT DA
 
Guia de Etiqueta RIT DA
Guia de Etiqueta RIT DAGuia de Etiqueta RIT DA
Guia de Etiqueta RIT DA
 

Amostragem e rastreabilidade de OGMs

  • 1. AMOSTRAGEM E RASTREABILIDADE Débora Pires Paula Controle Biológico Laboratórios de Ecologia e Biossegurança e Bioquímica e Biologia Molecular debora.pires@embrapa.br
  • 2. AMOSTRAGEM Estudo de um pequeno grupo de elementos, considerado idôneo, retirado de uma população que se pretende conhecer, com margem de erro aceitável. Pré-liberação comercial Pós Caracterização do OGM Amostragem Fluxo de genes Fiscalização MAPA Organismos não-alvo Monitoramento pós-liberação comercial Segurança alimentar
  • 3. Critérios ideais para amostragem - Grupo controle (comparador – isolínea – e linhagens de referência) (EFSA, 2008) no mesmo estágio fisiológico, idade e condições ambientais. - Número de repetições (importância do experimento piloto). Determinação do número ideal baseada no estudo caso-a-caso. - Réplicas múltiplas temporal e espacial para capturar uma série de interações entre ambiente vs gene (pressões bióticas e abióticas) (p.18, Codex 2003). - Reprodutibilidade (importância de aliquotar e preservar amostras). - Boas Práticas de Laboratório (BPL) (OECD, 1998). Boas Práticas de Laboratório (BPL) tratam da organização, processo e das condições sob as quais estudos de laboratório são planejados, executados, monitorados, registrados e relatados. As BPL têm como intenção promover a qualidade e validação dos resultados de pesquisa (OECD, 1998). - Análise estatística descritiva e inferencial.
  • 4. Exemplo 1: Milho com alto teor de lisina (LY038), o OGM e seu comparador em cinco locais diferentes (Reynolds et al., 2004), porém apenas comparou um único ano. A: Isolínea vs linhagens de referência. A B: Os componentes individuais "C", "M" e isolínea é a linhagem mais estreitamente "Y“ são também comparados ao OGM e relacionada ao OGM teste e deve ser sua isolínea para determinar se o OGM e cultivada conjuntamente com o OGM em a isolínea estão fora do intervalo do vários locais e anos (pS9, EFSA 2008). parâmetro estudado relatado para as culturas convencionais com um histórico de uso seguro.
  • 5. Exemplo 2 (fictício): Deseja-se averiguar se joaninhas são afetadas pela uma proteína exógena X ESTUDO : Comparação do número médio de ovos eclodidos das joaninhas alimentadas com pulgões, entre plantas que expressam uma proteína X (GM) e que não a expressam (isolínea ou linhagens de referência) Slide adaptado da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 6. Antes de tudo precisamos formular as hipóteses a serem testadas: M1 = Número médio de ovos eclodidos ao consumir pulgões das plantas GM M2 = Número médio de ovos eclodidos ao consumir pulgões das plantas não-GM Hipótese do pesquisador (Hipótese Nula) H0 (Usual testar a igualdade) H0: M1 = M2 A média de ovos eclodidos é estatisticamente equivalente quando as joaninhas se alimentam de pulgões das plantas GM e não-GM Hipótese alternativa (“contra-hipótese” ) H1 H1: M1 ≠ M2 A média de ovos eclodidos é estatisticamente é diferente quando as joaninhas se alimentam de pulgões das plantas GM e não-GM Slide adaptado da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 7. Montagem do experimento Do lado direito de uma casa-de-vegetação colocou-se um vaso com a planta (idade = 2 meses) que expressa a proteína X (T1); Do lado esquerdo da estufa colocou-se um vaso com a planta (idade = 1 ano) que não expressa a proteína X (T2); Em cada planta foram colocadas 2 joaninhas e 2 pulgões; Unidade experimental: planta • 24 horas depois, observou-se em T1 o número de ovos eclodidos pelas joaninhas; • 48 horas depois, observou-se em T2 o número de ovos eclodidos pelas joaninhas; P1 P2 Slide adaptado da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 8. RESULTADO: Planta 1 Planta 2 Joaninha1 30 60 Joaninha2 100 120 Variabilidade experimental Média 65 90 “Erro experimental” Desvio 49 42 CV% 76 47 O coeficiente de variação (C.V.) é o desvio padrão expresso como uma porcentagem média. Quão homogênea DESVIO PADRÃO é a amostra s CV   *100% x MÉDIA Baixa dispersão: CV  15% Depende muito Média dispersão: CV 15-30% da área pesquisada Alta dispersão: CV  30% Conclusão do pesquisador: O número médio de ovos eclodidos é significativamente maior para as joaninhas não expostas a proteína. Posso confiar??? Slide adaptado da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 9. Influência da variabilidade experimental no teste de hipótese  Média do Grupo 1 d1 Di  Distância de cada ponto em relação a média d6 d2 d5 d3  Média do Grupo 2 d4 Di  Distância de cada ponto em relação a média d3 d4 d2 Uso um valor para representar as repetições de todo o grupo. d5 d1 d6 Esse ponto deve ser acompanhado de uma medida que demonstre o quanto ele é confiável. uma soma Esse acompanhante pode ser a média das distâncias di de quadrados (d1)2 + (d2)2 +...+(d6)2/(6-1) Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 10. Para comparar esses dois grupos, decompomos a variabilidade em duas partes: Parte que mede o efeito real dos grupos + Parte que contém aquilo que não é possível controlar no experimento ERRO (RESIDUO) SOMA DE QUADRADOS DOS SOMA DE QUADRADOS DOS TRATAMENTOS RESÍDUOS (PARTE 1) (PARTE 2) PARTE1 Se isso for muito grande, indica que meus tratamentos diferem PARTE2 PARTE1 Se for pequeno, indica que os tratamentos não diferem PARTE2 significativamente que a diferença é por conta do acaso. COM BASE NESSAS OBSERVAÇÕES REJEITAMOS OU NÃO A HIPÓTESE TESTADA. Slide adaptado da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 11. Se esforços não forem feitos no sentido de controlar ao máximo as possíveis causas de variabilidade do experimento podemos cometer erros graves, como: Falar que as joaninhas são afetadas pela proteína X quando na verdade não são! Falar que as joaninhas não são afetadas pela proteína X quando na verdade são! Slide adaptado da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 12. Em suma.... Podemos controlas as causas de variação de um experimento, através de: • Repetição de unidades experimentais; • Uniformidade da amostra; • Casualização dos indivíduos experimentais aos tratamentos; • Uniformidade do meio; • Uniformidade na aplicação de tratamento. Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 13. Número de Repetições Deve-se saber que esse número depende de vários fatores:  variabilidade do meio em que se realiza o experimento; número de tratamentos em estudo;  recursos financeiros, físico, humano, etc. Na Literatura, existem vários métodos para determinar o número ótimo de repetições: Ensaios de uniformidade; Métodos de simulação; Métodos baseados em ensaios anteriores; Curvas características de operação;  Alguns usam a fórmula: Tais meios são trabalhosos e nem sempre chegam a resultados satisfatórios. Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 14. Uma regra prática, que tem surtido bons resultados na experimentação agrícola e zootécnica, é a de que os ensaios devem ter, no mínimo, 20 parcelas e/ou 10 graus de liberdade para o resíduo ou erro experimental. Voltando em nosso exemplo... Vamos supor que o experimento foi feito em esquema inteiramente casualizado (DIC), são dois tratamentos, então... Lembrando que os G.L do resíduo no DIC é kr – k, então: kr – k ≥ 10 2r ≥ 12 r≥6 Para cada tratamento usar pelo menos 6 plantas. E o número de Joaninhas e Pulgões???? Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 15. Podemos usar a ferramenta de amostragem aleatória simples (AAS) desvio padrão valor da variável normal padrão associado ao grau de confiança adotado  SZ  2 90% = 1.645 n  95% = 1.96 99% = 2.58  E  Amostragem é o erro permissível Aleatória Simples para a média Então, o tamanho da amostra (AAS) irá depender, além da variabilidade dos dados, do erro que o pesquisador permite cometer e do grau de confiança adotado. Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 16. Exemplo de aplicação da AAS Vamos supor que em experimentos passados detectou-se que em média as joaninhas apresentaram uma variabilidade em torno de 25 ovos eclodidos. E que o pesquisador quer ter 90% de confiança que seu erro de estimativa (E) seja de no máximo 5. Quantas Joaninhas serão necessárias? 2  1.645  (25)  n   70  5  Seriam necessárias 70 joaninhas. Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 17. Outras Técnicas de amostragem • Vimos que quanto mais heterogênea uma população maior será a exigência quanto ao tamanho amostral. Então, se a população for muito heterôgenea, teremos : + = SOLUÇÃO: PODEMOS HOMOGENEIZAR A POPULAÇÃO: DIVIDIR EM ESTRATOS HOMOGÊNEOS AMOSTRAGEM ESTRATIFICADA Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 18. AAS Divido a população em estratos homogêneos AAS AAS + + =n Nossa amostra!!! População Heterogênea Em cada estrato posso fazer uma amostragem aleatória simples (AAS)! Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 19. Outras técnicas (não muito utilizadas nas Ciências Biológicas) ... • Amostragem Sistemática • Amostragem por Conglomerados Slide da aula “Experimentação e Estatística”, Dra. Joseane Padilha, Cenargen
  • 20. Exemplo 3: Caso do algodão Bt Bollgard Evento 531 Monsanto – Março 2005 “(...) Diante do exposto, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio após a análise de biossegurança do algodão Bollgard evento 531, processo 01200.001471/2003- 01, delibera favoravelmente à sua liberação para plantio comercial e consumo humano e animal, mediante as condicionantes: (i) a Monsanto do Brasil Ltda., empresa detentora da tecnologia Bollgard, deverá fornecer as seqüências dos iniciadores (primers) para detecção de evento específico aos órgãos de registro e fiscalização; (ii) respeitar as zonas de exclusão para o plantio de algodão geneticamente modificado, conforme proposto por Barroso e Freire (2004) e definir e limitar a época de plantio do algodão Bollgard evento 531 nas diferentes regiões produtoras de algodão, principalmente em localidades com cultivos de algodão safrinha; (iii) deverão ser preconizadas áreas de refúgio com cultivares não transgênicas de algodão correspondentes a 20% da área a ser cultivada com o algodão Bollgard evento 531, localizadas a distâncias inferiores a 800 m; (iv) adotar práticas de manejo conservacionista da cultura do algodoeiro, tais como a destruição da soqueira, a queima para controle de doenças, a rotação de culturas, o emprego de culturas armadilhas e o controle biológico. Aos órgãos de fiscalização competentes cabe garantir o cumprimento das exigências contidas no Parecer Técnico Prévio Conclusivo, principalmente aquelas relativas às áreas de refúgio e zonas de exclusão. Não há restrições ao uso do OGM em análise e seus derivados, desde que obedecidas as exigências contidas no Parecer Técnico Prévio Conclusivo. Assim sendo, a CTNBio considera que essa atividade não é potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente e da saúde humana. (...)”
  • 21. RASTREABILIDADE Cadeia logística de informação sobre determinado produto que permite conhecer o histórico de produção (matérias-prima, local, circunstância, intervenientes), os processos de recepção, armazenamento, produção e expedição até comercialização (cadeia de distribuição). Indústria agro-alimentar Objetivos: * Informar os consumidores graças à rotulagem de produtos derivados de OGM * Criar uma rede de segurança baseada na rastreabilidade dos produtos em qualquer fase da produção e colocação no mercado
  • 22. A rede de segurança permite o controle e verificação das alegações nutricionais feitas nos rótulos, o acompanhamento dos potenciais efeitos na saúde humana e no ambiente e a retirada de produtos do mercado, se for verificado um risco imprevisto para a saúde humana ou para o ambiente. A rastreabilidade dos OGM abrange tanto produtos ou elementos de produtos, inclusive sementes, quanto dos produtos destinados à alimentação humana ou animal produzidos a partir de OGM. Rotulagem de OGM no Brasil: Decreto 4680/03, IN 1 e 22, Portaria 2658/03 “Art. 2º - Na comercialização de alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de OGMs, com presença acima do limite de 1% do produto, o consumidor deverá ser informado da natureza transgênica do produto. (...) - Os alimentos e ingredientes produzidos a partir de animais alimentados com ração contendo ingredientes transgênicos deverão ser rotulados (rastreabilidade).”
  • 23. União Européia Garante a rastreabilidade e a rotulagem dos organismos geneticamente modificados e dos produtos produzidos a partir de OGM ao longo de toda a cadeia alimentar. As regras de rastreabilidade aplicam-se a todos os OGM; consequentemente, os pedidos de OGM destinados à alimentação humana ou animal (Regulamento 1829/2003/CE) devem respeitá-las, tal como os pedidos de OGM destinados a cultivo (Directiva 2001/18/CE, parte C). No caso dos produtos destinados à alimentação humana ou animal, incluindo os destinados diretamente à transformação, os vestígios de OGM continuarão a ser isentos da obrigação de rotulagem se não ultrapassarem o limite máximo de 0,9% e se a sua presença for involuntária e tecnicamente impossível de evitar. Os Estados-Membros asseguram a aplicação de medidas de inspecção e de controle dos produtos, incluindo o controle por amostragem e as análises quantitativas e qualitativas dos alimentos.
  • 24. Sites sobre OGM e Biossegurança Comissão Técnica Nacional de Biossegurança http://www.ctnbio.gov.br/ Biosafety Clearing House (BCH): http://bch.cbd.int/ European Food Safety Authority (EFSA): http://www.efsa.europa.eu/EFSA/efsa_locale-1178620753812_home.htm Codex Alimentarius: http://www.codexalimentarius.net/web/index_en.jsp Biosafety Assessment Tool (BAT): https://bat.genok.org/bat/