ENTREPRENEURSHIP KNOCKS ON UNIVERSITY'S DOOR. ENTREPRENEURIAL PROFILES AND EDUCATIONAL IMPLICATIONS AMONG GRADUATES, póster de Ana Paula Marques y Rita Moreira, Grupo Sociología de la Educación, Congreso FES Madrid 2013
1. 1
Entrepreneurship knocks on university’s door.
Entrepreneurial profiles and educational
implications among graduates
XI Congreso de la Federación Española de Sociología
Crisis y cambio: Propuestas desde la Sociología
Madrid – Espanha (10-12 Jully 2013)
Ana Paula Marques
(amarques@ics.uminho.pt)
Rita Moreira
(rmoreira@ics.uminho.pt)
Departamento de Sociologia
Centro de Investigação em Ciências Sociais Universidade do Minho
3. 3
Investigação: Objetivos gerais
1. Analisar a propensão para o empreendedorismo
entre os licenciados e a eventual heterogeneidade entre
os diferentes cursos/áreas científica e a dimensão
género;
2. Identificar a percepção dos licenciados face aos
obstáculos, dificuldades e factores críticos do
processo de empreendedorismo;
3. Analisar o grau de adequação dos cursos e propensão
da formação pós-graduada direccionada para o
empreendedorismo.
4. 4
Desenho metodológico
Estudo de caso
• Questionário online (2010) sobre o potencial
empreendedor aplicado a 283 licenciados da
Universidade do Minho;
• Entrevistas aprofundadas (2011) aos
licenciados que participaram na 1ª fase desta
investigação, especialmente aqueles com
elevado potencial empreendedor (8
entrevistas).
5. 5
Quadro 1: Distribuição
da amostra por áreas
científicas
ÁreasÁreas científicas %%
Educação 21%
Artes e Humanidades 5%
Ciências Sociais,
Comércio e Direito
34%
Ciências, Matemática e
Informática
20 %
Engenharia, Indústria
transformadora e
Construção
19%
Saúde e protecção social 1%
Total 283
Quadro 2: Trabalho empírico
Questionários on-line: 283
Universo 1419
Grupo-alvo
Diplomados da UM
que concluíram o
curso entre 2002
e 2008
Técnica de
pesquisa
Questionário
online
Amostra Quota (20%)
Respostas (N) 283
Aplicação
Dez 09 a Fev. de
2010
Fonte: Potencial de empreendedorismo na UM (2010)
Total de cursos abrangidos: 43
Desenho metodológico (I)
6. Desenho metodológico (II)
Entrevistas aprofundadas
6
Tipo Sexo Idade
Estado
civil
Habilitações
académicas Área científica/curso
PE1 Masculino 29 Casado Licenciatura
Geografia e Planeamento –
Ramo de Desenvolvimento
Regional
PE2 Masculino 29 Solteiro
Licenciatura, pós-
graduação
Ensino em Biologia/Geologia,
Tecnologias da Informação e
Comunicação
PE3 Feminino 29 Casada Licenciatura Sociologia
PE4 Masculino 30 Solteiro Licenciatura Sociologia
PE5 Masculino 36 Solteiro Licenciatura Relações Internacionais
PE6 Masculino 35 Solteiro
Licenciatura,
Mestrado
Administração Pública
PE7 Feminino 30 Solteiro
Licenciatura, Master
Europeu
Educação, Gestão da
Formação e Recursos
Humanos
PE8 Masculino 30 Solteiro
Licenciatura,
Mestrado
Engenharia Ambiental, Gestão
em Auditoria Ambiental
8. 8
Caracterização sociográfica dos universitários
• Feminização (60%) nos cursos da UM, com
segmentação por área científica (todavia, em alguns
dos cursos de Engenharia há maior equilíbrio entre
homens e mulheres);
• Idade média nos 29 anos;
• Solteiro (66%): adiamento da constituição de uma
família;
• Seletividade social: mais de 40% dos pais dos
jovens têm menos de 4 anos de escolaridade. Posse
de licenciatura: Pai (17%); Mãe (19%);
Cônjuges/companheiros (66%).
9. Origem social dos universitários
Níveis de
escolaridade da
família de origem
Área de formação (CNAEF/2008)
Total
Educação Humanidades
Ciências
Sociais e
Direito
Ciências e
Informática
Engenharias
Saúde e
protecção
social
Pai (%) Mãe (%) Pai (%) Mãe (%) Pai (%) Mãe (%) Pai (%) Mãe (%) Pai (%) Mãe (%) Pai (%) Mãe (%) Pai (%) Mãe (%)
EB 1º ciclo
53,4 55,2 46,2 61,5 49,5 47,4 31,6 37,9 49,1 47,2 - - 45,9 47,2
EB 2º ciclo
15,5 6,9 - 7,7 8,4 12,4 14,0 19,0 5,7 3,8 - 33,3 10,0 11,0
EB 3º ciclo
6,9 12,1 15,4 7,7 13,7 12,4 14,0 6,9 7,5 17,0 - - 11,1 11,7
Secundário
(12º ano) 12,1 8,6 15,4 7,7 12,6 7,3 19,3 15,5 18,8 13,2 66,6 33,3 15,4 10,6
Superior 12,1 17,2 23,1 7,7 15,8 17,5 17,5 17,2 18,9 17,0 ,- 33,3 16,1 17,0
Pós-graduação
- - - 7,7 1,1 2,1 1,8 1,7 - 1,9 33,3 - 1,1 1,8
Outra ,- ,- - - - 1,0 1,8 1,7 - - - ,- 0,4 0,7
Total (N) 58 58 13 13 95 97 57 58 53 53 3 3 279 282
Fonte: Questionário online potencial de empreendedorismo na UM (2010)
Quadro 1: Nível habilitacional da família de origem por área de formação
10. Origem social dos entrevistados
Profissões (grandes grupos)
Área de formação (CNAEF/2008)
Total
Educação Humanidades
Ciências
Sociais e
Direito
Ciências e
Informática
Engenharias
Saúde e
protecção
social
Pai
(%)
Mãe
(%)
Pai
(%)
Mãe
(%)
Pai
(%)
Mãe
(%)
Pai
(%)
Mãe
(%)
Pai
(%)
Mãe
(%)
Pai
(%)
Mãe
(%)
Pai
(%)
Mãe
(%)
Membros das Forças
Armadas
5,4 - - - 3,1 - 8,3 - - - - - 3,7 -
Empresários, Dirigentes e
Profissionais Liberais
21,6 12 8,3 11,1 25,0 14,3 25,0 22,2 25,0 13 - - 22,9 14,7
Quadros e Técnicos
Superiores
16,2 32 16,7 22,2 21,9 36,7 16,7 33,3 19,4 30,4 33,3 66,7 19,1 33,8
Quadros e Técnicos Médios 5,4 4 8,3 - 10,9 10,2 22,2 14,8 11,1 8,7 33,3 - 12,2 8,8
Comerciantes e pequenos
vendedores
13,5 8 16,7 11.1 9,4 4,1 8,3 7,4 11,1 26,1 - 33,3 10,6 10,3
Agricultores e trabalhadores
similares
2,7 - - - - - - - - - - - 0,5 -
Operários, Artífices e
trabalhadores similares
29,7 12 16,6 22,2 23,4 22,4 13,9 11,1 25 13 33,3 - 22,8 16,2
Trabalhadores não
qualificados
5,4 32 33,3 33,3 6,3 12,2 5,6 11,1 8,3 8,7 - - 8,0 16,2
Total 37 25 12 9 64 49 36 27 36 23 3 3 188 136
Quadro 2: Profissão da família de origem por área de formação
Fonte: Questionário online potencial de empreendedorismo na UM (2010)
11. Elevado potencial de empreendedorismo na UM (72%)
Potencial empreendedor
Fonte: Questionário online potencial de empreendedorismo na UM (2010)
Sectores de actividade preferenciais:
• Educação, Saúde e Acção Social - 29,4 %
• Outras áreas (e.g. Cultura, Turismo, Comunicação, Marketing, TIC, Biotecnologia,
etc.) - 27,4%
• Comércio, Alojamento e Restauração – 17,3%
• Actividades financeiras, imobiliárias, alugueres e serviços a empresas – 14,2%
Quadro 3: Pensou/desejou criar uma empresa/ autoemprego nos últimos
anos?
(%)Sim
Áreade
formação
Educação 72,9
Humanidades 50,0
Ciências Sociais e Direito 76,9
Ciências e Informática 67,3
Engenharias 75,0
Saúde e protecção social 66,7
Sexo
Masculino 79,8
Feminino 67,9
Total (%) 72 %
Total (n) 197
12. Quadro 4: Orientações subjetivas para a criação do negócio/ autoemprego
Perfis-tipo
Perfil 1
Potenciais empreendedores
tradicionais
Perfil 2
Potenciais empreendedores
inovadores
Origem social
Baixo nível habilitacional dos pais
Provenientes de famílias de Operários e
Trabalhadores Não Qualificados
Capital escolar mais elevado
Provenientes de famílias de Empresários,
Dirigentes, Profissionais Liberais
Quadros Técnicos Médios e Superiores
Área de formação
Ciências Sociais
Educação
Engenharia
Género
Feminino Masculino
Sector de actividade
preferencial para o auto-
emprego
Tradicionais, pouco qualificados e
feminizados
Educação, Saúde e Ação Social
[Comércio, Alojamento e Restauração]
Inovadores, qualificados e masculinizados:
Tecnologia e Ciência
[Atividades Financeiras, Consultadoria,
Imobiliárias, Alugueres e Serviços a
Empresas]
Motivação para o auto-emprego
Meio para garantir a subsistência
económica:
- dificuldade de arranjar emprego na
área da licenciatura;
- melhor conciliação entre a vida
profissional e familiar
Oportunidade e Inovação, ambição de
aplicar os conhecimentos adquiridos
durante a licenciatura:
- desejo de novos desafios;
- autonomia (ser o próprio patrão);
- perspectiva de ganhar mais dinheiro;
- ideia de novo produto/serviço.
Ensaio tipológico: Tradicionais vs. Inovadores
Fonte: Questionário online potencial de empreendedorismo na UM (2010)
13. 13
Projectos e motivações para o auto-emprego…o que está por detrás do
“gosto”?
“Podia dar muitas razões para avançar, mas nenhuma dela é a
questão da empregabilidade. É mesmo gosto, ok (…) eu não sou
só capaz de dar aulas, sou capaz de fazer outra coisa qualquer,
tenho talento para isso) (…)” (E2, Homem, Biologia/Geologia).
“Olhe… eu gostava de, por exemplo, abrir um ATL, uma cresce.
Para já porque gosto imenso de crianças…e acho que cada vez
é mais difícil arranjar emprego (…)” (E3, Mulher, Sociologia).
Fonte: Entrevistas - Potencial de Empreendedorismo na UM (2011)
Tradicionais vs. Inovadores…
14. 14
… modelo de influência parental/familiar
(..) Escolho a agricultura porque primeiro, desde pequenino me foi
incutido o valor de trabalhar no campo, e além disso, não precisava
de grandes investimentos porque os meus pais já tinham alguma
coisa, as minhas irmãs não mostram interesse nenhum naquilo,
portanto, porque não? Sempre fui menino do campo desde pequeno,
porque não continuar” (E2, Homem, Biologia/Geologia).
“É mais o marido, o marido é que diz que eu devia optar por
isso…mais o marido” (E3, 30 anos, Mulher, Sociologia).
Tradicionais vs. Inovadores…
15. 15
… persistência de uma segregação ocupacional da escolha
dos sectores de atividade por área científica
“O sector de actividade do meu negócio é o vestuário, ou seja,
a criação de uma linha de vestuário (…) iremos apostar nesse
projecto porque temos uma certa facilidade, ou seja, facilidade
a nível financeiro, não exigiu muito investimento (…). É um
projecto pequenino, ou seja, não é nada de novo… é mesmo
para tentar algo e ver se resulta” (E7, Mulher, Educação).
“Escolhi criar uma empresa de serviços de engenharia
ambiental, por uma questão de formação de base e os
conhecimentos que possuo nesta área (…) achei que
conseguíamos promover serviços de melhor qualidade, (eu)
tinha projectos de pessoais de investigação e
desenvolvimento, por isso fazia sentido sermos nós a lançar
este serviço” (E8, Homem, Engenharia Ambiental).
Source: Entrevistas - Potencial de Empreendedorismo na UM (2011)
Tradicionais vs. Inovadores…
16. 16
Percepção dos obstáculos ao empreendedorismo
“Nunca pensei tanto como agora em criar uma empresa (…) agora o
problema está em saber o que é que se deve fazer e saber medir o risco,
e depois há uma coisa muito complicada que é o medo de falhar, e o
falhar aqui é ao nível emocional e também a nível monetário” (E5, Homem,
Relações Internacionais).
“São questões de financiamento, são questões de angariação de novos
clientes, questões de validação dos nossos produtos e distinção dele
face à concorrência, questões do preço, porque existe uma certa
concorrência desleal em serviços técnicos… essencialmente isso” (E8,
Homem, Engenharia Ambiental).
“Penso que quando uma mulher se apresenta (no mundo dos negócios) e,
entre aspas, quer assumir uma liderança como um homem, as
pessoas…são mais receptivas a um homem do que uma mulher, penso que
esse estereótipo ainda continua muito na sociedade (…)” (E7, Mulher,
Educação).
Source: Entrevistas - Potencial de Empreendedorismo na UM (2011)
Tradicionais vs. Inovadores…
17. 1. Configuração das desigualdades sociais (origem social,
sexo e área científica) no campo do ensino superior
universitário;
2. Influência das estruturas disposicionais herdadas e do
capital social em relação ao potencial empreendedor e de
inovação;
3. Importância do papel do Ensino Superior quer ao nível
do contributo efectivo na formação de novas competências
e capacidades, quer na possibilidade de potenciar
experiências empreendedoras e inovadoras.
Num puzzle de (des)igualdades sociais
18. Pistas de investigação
• Clivagens em função da áreas científicas/curso, origem social/geográfica,
idade, género;
• Ensino do empreendedorismo e o seu impacto na configuração das trajetórias
de inovação.
• Motivações da opção pelo empreendedorismo (oportunidade vs necessidade
ou ambas);
• Sectores de actividade mais atractivos para a criação do auto-
emprego/negócio (convencionais vs. mais valor);
• Obstáculos, dificuldades e factores críticos do processo de empreendedorismo
e de inovação;
• Acompanhamento do ciclo de vida de star-up, redes de mentorização e
suportes;
• Conciliação e gestão vida privada/ familiar e estratégias de autoemprego;
• Representações e modelos de vida associados a empreendedores;
• (…)