Oficio - reuniao com reitor sobre exoneracao de chefia da dinutri
Jornal do sintuperj nº 15
1. MAIO DE 2008 | JORNAL DO SINTUPERJ 1
Cartaz comemorativo ao
1º de Maio no Brasil,
em 1913.
Cartaz francês
com as bandeiras
de lutas do 1º de Maio:
8 horas de trabalho,
8 horas de estudo,
8 horas de sono.
Foto do ato do 1º de Maio de 1925,
na Praça Mauá, no Rio de Janeiro.
1º de MAIO:Em 1891, em Paris, trabalhadores socialistas dos países industrializados da época,
reunidos num congresso da Internacional Socialista, consagraram esta data como
o dia da luta pelas 8 horas de trabalho.
strializados da época,
Leia mais sobre o
1º de Maio, na Pág. 8,
desta edição.
Jornal do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais - RJ
Ano III - Nº 15 - Maio de 2008
Campanha
Salarial:
nem mais
um mês sem
reajuste!
33
Momentos
da luta dos
servidores da
Uerj nos últimos
dois anos.
55
Exerça o seu
direito de voto.
Participe
da eleição
do Consun.
Em reunião
com Sintuperj,
Hupe anuncia
medidas
emergenciais.
66 77
2. JORNAL DO SINTUPERJ | MAIO DE 20082
EXPEDIENTE: JORNAL DO SINTUPERJ
Rua São Francisco Xavier, 524 - sala 1020 D - Maracanã - Rio de Janeiro/RJ
CEP: 20.550-013 - Tel: (21) 2587-7126 / 2234-0945
internet: www.sintuperj.org.br / sintuperj@sintuperj.org.br /
imprensa@sintuperj.org.br
Coordenação de Imprensa: Rosalina Barros
Conselho Editorial: Alberto Dias Mendes, Carlos Alberto Crespo, José Arnaldo
Gama da Silva, Mirian de Oliveira Pires, Rosalina Barros, Sandro Hilário
Jornalista: Claudia Santiago (MTb 14915-RJ)
Estagiários: Jessica Santos e Arthur William - Colaboração: Raquel Junia
Programação Visual: Claudia Santiago - Diagramação: Daniel Costa
Tiragem: 4.000 exemplares - Fechamento: 08/04/2008
M
aio: marco da luta dos trabalhado-
res, momento histórico no qual se
comemora, no mundo inteiro, o dia
internacional do trabalho e o aniversário
de Karl Marx, grande revolucionário e inte-
lectual que lutou por uma sociedade justa
e igualitária. Realizar nosso VI congresso
neste mês é também uma forma que encon-
tramos para homenagear os trabalhadores
e trabalhadoras da UERJ e UENF.
Na pauta, como tema principal está a
discussão sobre “Autonomia Universitá-
ria”, agora mais atual ainda, com a queda
da Adin – Ação Direta de Inconstituciona-
lidade -, que impedia o repasse dos 6% da
receita tributária líquida
do Estado para a Uerj,
expressa no artigo 332 da
Constituição Estadual.
Diante disso, temos
como tarefa primordial
neste momento o forta-
lecimento de uma luta
conjunta com professores
e estudantes da UERJ para
arrancar do governador
Sérgio Cabral o cumpri-
mento da constituição.
Conforme dados fornecidos pela Secretaria
de Fazenda do Estado, o repasse de 6% equi-
valeria a cerca de R$ 900 milhões da receita
dos tributos estaduais. Cabe ressaltar que o
orçamento aprovado pelo Conselho Univer-
sitário para o ano de 2008 foi de R$ 1,2 bi.
Após os cortes do governo, o orçamento para
2008 destinou para a UERJ minguados R$ 400
milhões. Portanto a luta pelo “CUMPRA-SE” a
constituição estadual é fundamental!
Com esta vitória daríamos um salto
de qualidade nas condições de trabalho e
de estudo em nossa universidade. Também
seria possível recompor os salários aos tra-
balhadores, promover o reajuste das bolsas
estudantis e a recuperação estrutural do
Hospital Universitário Pedro Ernesto.
Luta na UENF
A luta pela autonomia universitária
plena na UENF também se faz necessária.
Pois, quando da criação da norma consti-
tucional ora vigente a universidade pública
de Campos ainda não havia sido criada.
Passados 13 anos de sua existência, sua
consolidação pode ser
comprovada na exce-
lência da qualidade
de serviços oferecidos
a sociedade do nosso
Estado. Portanto, este
também será um tema
que deveremos discutir
em nosso congresso.
A diretoria atu-
al do Sintuperj em-
penhou todos seus
esforços no sentido
de garantir as melhores condições aos
congressistas eleitos para o nosso 6º
Congresso, apostando num espaço de
discussão democrática onde as divergên-
cias de opiniões sirvam para chegarmos a
uma síntese que melhor nos conduza ao
caminho de importantes vitórias!
Bom Congresso a Todos!
Saudações Sindicais!
Diretoria Executiva
No novo tempo, apesar dos perigos
Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta...
(Novo Tempo, Ivan Lins)
Uma luta
conjunta para
arrancar do
governo o
cumprimento da
Constituição.
Seus Direitos
O Sintuperj disponibiliza seus advogados para auxiliar os servidores
sindicalizados que precisarem de atendimento jurídico.
Fique atento aos dias e horários:
2ª FEIRA – Das 13h30 às 17h – Dr. Lenílson SantosÁrea de atuação:
Causas Cíveis em Geral.
3ª FEIRA – Das 14 às 18h – Dr. Eduardo MagalhãesÁrea de atuação:
Causas Administrativas Individuais, quais sejam, processos administrativos,
disciplinares (sindicância ou inquérito) e Causas Trabalhistas Individuais
de competência das Varas de Fazenda Pública.
5ª feira – Das 9 às 12h30 – Dr. Leonardo Prudente.
Área de atuação: Causas de Família.
6ª feira – Das 10 às 13h30 – Dr. Jorge Braga.
Área de atuação: Causas Cíveis em Geral e Causas Trabalhistas
Coletivas de competência das Varas de Fazenda Pública.
Observações Importantes:
1. O sindicalizado deve SEMPRE fazer o agendamento prévio na
Secretaria do Sindicato, através do preenchimento de ficha de atendimento.
2. O atendimento jurídico será feito no Campus Uerj
Maracanã/Bloco D/Sala 1019, próxima à sede do Sindicato.
3. Nas causas individuais, o sindicalizado terá assegurado o direito
à assistência jurídica em até três ações. Válido para todas as áreas
de atuação do Depto. Jurídico.
4. Quantos às causas de competência dos Juizados Especiais (JEC e JEF),
ao sindicalizado será dada toda a orientação necessária, através de consulta
previamente agendada com o Dr. Leonardo, para que o mesmo se dirija
ao primeiro atendimento do respectivo Juizado, onde lhe será dada
assistência jurídica para a causa.
Sintuperj oferece
atendimento jurídico
No dia 5 de maio, em alguns lugares do mundo todo, foi lembrado
o 190º aniversário de Karl Marx. Marx e sua teoria influenciam, ainda hoje,
militantes e pensadores. Suas obras mais conhecidas são o Manifesto Comunista e O Capital.
ARQUIVOSINTUPERJ
A luta pelo “Cumpra-se”
a constituição estadual
é para já
Nossa Opinião Retratos da Vida
3. MAIO DE 2008 | JORNAL DO SINTUPERJ 3
Notícias do SINTUPERJ
Sintuperj, Asduerj e DCE lançam campanha salarial 2008
A Uerj está toda enfeitada.
Mas as ornamentações não são
para comemorar nada,
elas mostram, sim,
que a universidade está unida
por uma luta em comum:
o reajuste salarial. E no dia 15
de abril, técnico-administrativos,
professores e estudantes
se juntaram no hall do queijo
para o lançamento
da campanha unificada.
O
símbolo da luta pelo reajuste
permanece lá. A “Jóia da Coroa”
representa a promessa do governa-
dor Sérgio Cabral que, após quase um ano,
ainda não fez uma contraproposta à Uerj.
“A coroa vai ficar aqui até recebermos uma
proposta de reajuste salarial do governo”,
afirma o coordenador-geral do Sintuperj,
José Arnaldo Gama. Enquanto o governo
não se mexe, a universidade só piora. O
incêndio no final de 2007 e a falta de
leitos no são apenas uma parte visível dos
inúmeros problemas enfrentados por conta
do descaso do governo com a Uerj.
A capela ecumênica do campus
Maracanã estava lotada. Sentados
e em pé, técnico-administrativos,
docentes e estudantes participaram
de um momento que vai entrar
para a história da Uerj.
Na manhã da quarta-feira, 30/4,
a Comissão de Educação da Alerj,
realizou, pela primeira vez, uma
audiência pública na Uerj.
Na pauta, o orçamento e o reajuste
dos salários e bolsas estudantis.
Trazer a audiência para a Uerj foi
uma vitória dos servidores.
A proposta foi feita pelo Sintuperj
na última audiência pública,
realizada em março.
D
urante a audiência, o coordenador-
geral do SINTUPERJ, José Arnaldo
Gama, foi citado várias vezes
pelos deputados em uma demonstração
de reconhecimento do trabalho que o
sindicato vem realizando desde a posse
da nova diretoria. O deputado estadual
Marcelo Freixo, utilizou otermo incansá-
vel para referir-se às incontáveis vezes
que o Sindicato esteve na Alerj e em ou-
tros espaços para e reivindicar melhores
Coordenador do Sintuperj, José Arnaldo, durante o ato no hall do Queijo
Nem mais um mês sem reajuste: 66% JÁ!
Audiência pública reúne 300 pessoas na UERJ
A luta pelo reajuste salarial ganhou
reforços. No lançamento da campanha,
além de servidores técnico-administrativos,
docentes e alunos, também estiveram pre-
sentes representantes do Andes, UNE, CUT,
Conlutas e alunos da Universidade Aberta
da Terceira Idade.
Sete anos sem reajuste
O último reajuste foi concedido em
2001. O governador Sérgio Cabral disse que
a Uerj é a “Jóia da Coroa” de sua gestão, mas
ainda não respondeu ao pedido de reajuste.
O ex-presidente da Asduerj, José
Bruno, repetiu, diversas vezes, que este
governo tem dinheiro. “Não vamos parar
enquanto este governo não tratar a educa-
ção, a saúde e a segurança com a dignidade
que estas merecem”.
Os estudantes também lutam pelo
reajuste da bolsa estudantil congelada há
11 anos. O valor atual é de 190 reais. O
reitor disse que vai aumentar logo. Vamos
ver. Para o coordenador do DCE, Rodrigo
Lua, a coroa colocada pelas entidades no
hall do queijo representa a indignação da
comunidade da Uerj. “O reajuste das bolsas
dos estudantes é urgente. Assim como é
urgente o reajuste salarial”.
O que diz o governo
Em reunião com o Sintuperj e a As-
duerj, no dia 1º de abril, o secretário da
Casa Civil, Régis Fischtner, representando
o governador, voltou a dizer “que a situ-
ação do Estado ainda não comporta um
reajuste ideal para a universidade”.
JÉSSICA SANTOS
JÉSSICA SANTOS
remunerações e condições trabalho.
Para Arnaldo, a realização de uma
audiência pública na Uerj é uma vitória
da comunidade universitária. Ele destacou
o apoio que a Comissão de Educação tem
dado à luta pela universidade pública,
gratuita e qualidade. Em seguida, decla-
rou: “o secretário de Ciência e Tecnologia,
Alexandre Cardoso, tem em sua gaveta, há
um ano, a minuta que faz modificações no
enquadramento de algumas profissões no
Plano de Cargos e Carreira.” Para resolver
a pendência, Arnaldo propôs e a Comissão
de Educação aceitou convocar o secretário
para uma audiência.
A presidente da Asduerj, Inalda Pi-
mentel, acredita que a perda de docentes
e servidores para outras instituições pode
ser estancada com o cumprimento da lei
que determina o repasse de 6% da receita
tributária líquida do Estado à Uerj.
Marcelo Freixo (Psol) lembrou de uma
importante vitória, quando o governo não
conseguiu aprovar, devido à pressão dos
trabalhadores, a PEC-03, que acabaria com
o regime estatutário e abriria as portas para
as Fundações de Direito Privado.
Freixo propôs a manutenção da Frente
Parlamentar em Defesa das Universidades
Públicas, cobrou o reajuste das bolsas de
estudo e a abertura do bandejão. Para o
parlamentar, todas as audiências públicas
sobre a Uerj devem ser realizadas na uni-
versidade. A primeira visita da Comissão
à universidade se deu quando ocorreu o
incêndio. Na ocasião, os parlamentares
participaram de reunião no Sintuperj.
Regulamentação
do ensino superior
O deputado Comte Bittencourt (presi-
dente da Comissão de Educação) propôs
como ponto de pauta de uma futura
reunião, a elaboração de um documento
com as diretrizes para regulamentar o
Sistema Estadual de Educação do Ensino
Superior.
Comprometeu-se a intermediar
a solicitação de uma audiência da co-
munidade da Uerj com o governador e
também uma reunião com a Secretaria
de Fazenda.
4. JORNAL DO SINTUPERJ | MAIO DE 20084 JORNAL DO SINTUPERJ | MAIO DE 2008
Veja alguns bons momentos de luta d
DEZEMBRO DE 2006. Uma forte batalha contra a PEC 03 proposta pelo governo Sérgio Cabral. O objetivo era permitir
a contratação pela CLT, quebrar a estabilidade e ficar livre para demitir. O Sintuperj reagiu juntamente com os outros
servidores públicos: reuniões, atos públicos, protestos. A PEC não passou. Ela abriria o caminho para a privatização da Uerj.
JULHO DE 2007.
Sintuperj promove festa julina. Foi o Arraiá “Cadê o meu, Cabrá?”
DEZEMBRO DE 2006.
Uma grande festa em homenagem à garra dos servidores da Uerj.
JANEIRO DE 2007.
Sintuperj protesta no aniversário
de um ano do desabamento na Uerj
MARÇO DE 2008. Sintuperj comemora maior
índice de aprovação no vestibular dos alunos
do Pré mantido pelo Sindicato
ABRIL DE 2008.
Na UENF, a conquista do pagamento
das dívidas trabalhistas.
SAMUEL TOSTA
ARQUIVO SINTUPERJ
ARQUIVO SINTUPERJ
ARQUIVO SINTUPERJ
ARQUIVO SINTUPERJ
SAMUEL TOSTA
5. MAIO DE 2008 | JORNAL DO SINTUPERJ 5MAIO DE 2008 | JORNAL DO SINTUPERJ
do Sintuperj nos últimos dois anos
DE 2006 a 2008.
Distribuição do Kit-educação, reaproximação com
a Fasubra, negociação com a Comissão de Educação da Alerj,
pagamento do precatório, do atrasadinho, atendimento
jurídico, jornais para manter todo mundo informado sobre
o que acontece no Sindicato, luta pelo Hupe. Luta no Conselho
Universitário pelo PCC. Tudo isto fez do Sintuperj
um Sindicato respeitado, que é ouvido e dialoga dentro
e fora da universidade. O Sindicato se impôs frente
à reitoria e, hoje, os servidores são ouvidos. O Sintuperj
abriu o canal de negociação que estava fechado com
o Governo do Estado. Assim, os trabalhadores conquistaram
o PCC e vão conquistar muito mais.
A conquista do PCC é fruto do trabalho dos técnico-administrativos no
Conselho. O Plano de Carreira é uma conquista histórica, resultado do
sonho de muitos na ativa ou já aposentados.
MARÇO DE 2008. Momento emocionante do ano de 2008.
Debate sobre a participação das mulheres na luta contra a ditadura
militar com a participação das professoras Lená Medeiros (UERJ/SR-1) e
Cecília Scmubsky (Pré-vestibular do Sintuperj), a médica Iná Meireles
(Hupe/Asduerj) e Luiza Miriam, do Fórum Feminista.
OUTUBRO DE 2007. O incêndio na UERJ
é símbolo da degradação e abandono da
universidade. Como resposta da comunidade
universitária foi criado o Fórum de resistência
contra as fundações de direito privado. Depois,
veio a Frente parlamentar em Defesa das
Universidades Estaduais.
ARQUIVO SINTUPERJ
ARQUIVO SINTUPERJ
JÉSSICA SANTOS
ARQUIVO SINTUPERJ
6. JORNAL DO SINTUPERJ | MAIO DE 20086
Vote nas eleições para o CONSUN
De 13 a 15 de maio,
serão realizadas as próximas eleições
para o Conselho Universitário.
Irão concorrer chapas,
com titular e suplente, lotados em suas
respectivas unidades acadêmicas.
É importante a participação
de todos para que façamos valer
os nossos direitos.
Apesar de ser o órgão máximo de
deliberações da universidade, o Conselho
Universitário possui uma representação
Por dentro da UERJ
Servidor, faça valer o seu direito!
desigual entre os segmentos que o com-
põem. Professores têm 70% dos represen-
tantes de acordo com a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação. Os 30% restantes
devem ser divididos entre estudantes e
técnico-administrativos. Na Uerj, o con-
selho tem oito representantes estudantis,
oito técnico-administrativos e 40 profes-
sores, logo, um espaço que se propõe a ser
democrático, se configura como injusto a
partir da sua composição.
Também fazem parte do Conselho os
membros natos (reitor, vice-reitor, sub-
reitores e diretores do Centro Setorial). As
outras cadeiras são ocupadas por membros
eleitos por dois anos. O mandato dos
representantes dos estudantes é de um
ano. O candidato a conselheiro universi-
tário concorre à vaga juntamente com um
suplente que pode vir a substituí-lo em
possíveis ausências.
O Conselho Universitário (Consun)
tem duas funções principais: deliberar
sobre assuntos que digam respeito aos
interesses da Uerj e fiscalizar as ações da
administração vigente. O órgão deveria
ser, portanto, a expressão da comunidade
universitária que é composta pelos três
segmentos que fazem parte da universidade
mais o público externo.
Devemos ocupar as nossas cadeiras
no Consun sempre com o horizonte de
democratizá-lo. A eleição para os repre-
sentantes técnico-administrativos no Con-
selho será por meio de chapas. Haverá vo-
tação nas unidades acadêmicas, no centro
administrativo e no Hupe. Os servidores
lotados na administração poderão votar
em duas chapas, já os servidores lotados
tanto nas unidades acadêmicas, quanto no
Hupe poderão votar em três chapas. São
nove chapas concorrentes pelas unidades
acadêmicas, cinco pela administração
central e sete pelo Hospital Universitário
Pedro Ernesto.
O Sintuperj deseja a todos um bom VI Congresso
SINTUPERJ em São Gonçalo
SINTUPERJ na manutenção
SINTUPERJ com os aposentados
O VI Congresso dos Trabalhadores da UERJ e da UENFacontece nos dias 6, 7 e 8 de maio. Após dois anos, o congresso
volta a ser realizado e traz como tema central AutonomiaUniversitária e o Papel do Movimento Sindical.No mês de abril, a diretoria do Sindicato percorreu váriasunidades da Uerj para conversar com os trabalhadoressobre questões específicas de cada local de trabalho e participar
da eleição de delegados para o Congresso. Cada conjuntode dez trabalhadores tem direito a um delegado nocongresso, de acordo com o estatuto do sindicato.O prazo terminou no dia 30 de abril.
Outras informações sobre o Congresso, você podeacompanhar na página do Sintuperj: www.sintuperj.org.br
FOTOS:JÉSSICASANTOS
7. MAIO DE 2008 | JORNAL DO SINTUPERJ 7
Notícias do SINTUPERJ
Os participantes do 6º Congresso
do Sintuperj foram surpreendidos,
durante o debate de abertura do
evento, com a notícia de que o
Laboratório Central do Hospital Pedro
Ernesto acabara de ser terceirizado.
Imediatamente, a direção do Sindicato
propôs que todos se dirigissem para
o Hupe, no intervalo do almoço, a fim
de cobrar uma posição do diretor
Rodolfo Acatauassú Nunes.
O
s funcionários que trabalham no tur-
no da manhã do laboratório central
levaram um tremendo choque mati-
nal na terça-feira, 6 de maio. Viram empre-
gados de um laboratório particular instalar
máquinas dentro do setor. Foi quando sou-
beram que parte do trabalho havia sido ter-
ceirizada. Justamente, a maior parte: aque-
la responsável pelos exames provenientes
do atendimento ambulatorial, que repre-
senta 70% da demanda do laboratório.
“Foi como se tivessem tirado a gente
da nossa própria casa. Estamos sendo tra-
tados como inúteis, como se não fôssemos
capazes de realizar o serviço que sempre
fizemos”, afirmou uma servidora que pre-
feriu não se identificar, durante o protes-
to coordenado pelo Sindicato em frente à
sala do diretor do Hupe.
A colega Rosemeri fez coro: “somos
totalmente contra o que está acontecendo.
O Estado paga a gente para trabalhar e estão
tirando o nosso trabalho. Vão deixar a gente
à disposição. Não faz sentido terceirizar um
setor que é tão importante e já foi referên-
cia. A gente está achando uma atitude to-
talmente arbitrária e sem justificativa”.
O Sintuperj denuncia o acontecimen-
to e alerta para o risco de isto se transfor-
mar em um processo lento e gradual de
privatização dos serviços básicos dentro
do Hospital. Mais uma vez o caminho da
terceirização substitui a luta pelo repasse
dos recursos estaduais, quebrando a tão
defendida “autonomia universitária”.
O que diz o diretor
RodolfoAcatauassúNunesreconheceu
que errou ao não comunicar a nova medida
aos funcionários do setor. Mas defendeu
a terceirização. Em reunião com Sintuperj,
Fasubra e representantes dos trabalhadores
do laboratório, Acatauassú e o vice-diretor,
Maurílio de Carvalho, disseram que a medi-
da é emergencial e provisória.
De acordo com suas palavras, o con-
trato tem duração de seis meses. Disse,
ainda, que nenhuma máquina particular
Sintuperj protesta contra terceirização de parte
do laboratório central
será instalada no hospital Pedro Ernesto.
Justificou a medida como necessária para
suprir falta de elementos necessários para
o processamento de exames, enquanto
não se conclui o processo de licitação para
compras no setor.
Sintuperj reivindica o diálogo
com servidores do hospital
O Sintuperj cobra dos diretores do hos-
pital que as medidas que venham a ser im-
plementadas pela nova administração sejam
amplamente debatidas com os servidores do
hospital e que estes sejam os protagonistas
das mudanças que venham a ocorrer. E que
este diálogo e participação comece já, com
os servidores do laboratório central que já
estão sofrendo com as mudanças.
O diretor se comprometeu a atender
as exigências feitas pelo Sintuperj no sen-
tido de reunir-se com os trabalhadores do
Laboratório e o sindicato para maiores es-
clarecimentos sobre essa questão.
Seminário de Gestão
No dia 29 de abril, o Hupe promoveu
o 1º Seminário Avaliação da Gestão e Pers-
pectivas. Foram mostradas duas experiên-
cias de hospitais universitários: o da UFMG
e o da Unicamp. Na universidade mineira,
os problemas do HU foram sanados atra-
vés de uma democratização da gestão, am-
pliando a participação de todos os setores
por meio de fóruns colegiados de decisão.
Falta de funcionários é principal problema
A Faculdade de Formação
de Professores (FFP) da Uerj
é a única unidade acadêmica pública
do município de São Gonçalo.
Hoje, conta com sete cursos
de graduação, seis de pós-graduação
e diversos projetos de extensão.
Apesar da extrema importância que
tem para a região, ainda enfrenta
antigos problemas como falta
de estrutura e de funcionários.
Por Jéssica Santos
R
epresentantes do Sintuperj se
reuniram com servidores da Facul-
dade de Formação de Professores
da Uerj (FFP), em São Gonçalo, no dia
14 de abril.
No encontro, foram esclarecidos
pontos sobre o Plano de Cargos e Car-
reira (PCC) e apontado o principal pro-
blema da unidade: o reduzido número
de funcionários em todos os setores.
Sintuperj se reúne com servidores em São Gonçalo
Na ocasião, servidores elegeram os seus
representantes para o 6º Congresso do
Sintuperj.
A FFP tem, hoje, cerca de 40 servi-
dores técnico-administrativos. Enquanto
o número de alunos e professores pratica-
mente triplicou desde
que a faculdade foi
incorporada à Uerj,
em 1987, o número
de servidores técnico-
administrativos caiu
pela metade.
Secretaria
de Graduação
Entre os setores
afetados está a Secre-
taria de Graduação, ór-
gão da unidade que faz o acompanhamento
da vida acadêmica dos três mil estudantes.
O setor é o responsável pela execução dos
serviços gerais administrativos e de todos
os atos escolares. Conta hoje com apenas
nove funcionários divididos em dois turnos.
“Como não temos funcionários suficientes
acaba que todo mundo fica muito sobre-
carregado”, afirma o chefe da Secretaria,
Ailton José da Silva.
A biblioteca setorial, ligada à Rede
Sirius, atende às áreas de Pedagogia,
Letras, História, Geografia, Matemática e
Biologia è a comunidade externa. No total,
apenas oito funcionários quando o ideal
seria de no mínimo 12.
Falta de pessoal
“A falta de pessoal é um problema
em todas as bibliotecas da Rede. Aqui nós
precisaríamos de, pelo menos, mais dois
bibliotecários e dois agentes administra-
tivos. Como a biblioteca ficou em obra
por dois anos, o processamento técnico
está com o trabalho todo acumulado”,
conta a chefe da biblioteca, Rejane Rosa
do Amaral.
O Relatório Diagnóstico FFP/UERJ
feito em 2006 pela direção da Unidade
já evidenciava o problema de falta de
pessoal.
De acordo com a pesquisa, nun-
ca houve um concurso para técnico-
administrativos na FFP, com exceção de
um biólogo, em 1999 e um pedagogo,
em 2002.
“Se não houve uma diminuição
maior do número de servidores nesta
unidade nos últimos anos, é porque ser-
vidores de outros setores e unidades da
Uerj se transferiram para cá.”
Enquanto o número de alunos e
professores praticamente triplicou
desde que a faculdade foi
incorporada à Uerj, em 1987,
o número de servidores técnico-
administrativos caiu pela metade.
JÉSSICA SANTOS
Sintuperj e trabalhadores protestam contra a terceirização no Hupe
8. JORNAL DO SINTUPERJ | MAIO DE 20088 JORNAL DO SINTUPERJ | MAIO DE 2008
Por Claudia Santiago
SINTUPERJ: Porque escolheu o Hupe
para trabalhar?
Jorge Augusto: O Hupe era muito va-
lorizado e oferecia um vasto campo de
aprendizagem. Tínhamos excelentes
condições de trabalho. Era como se fosse
a minha casa. Quando a gente falava que
era funcionário do Hupe, da Uerj era
respeitado. Quem trabalhava no Hupe
era um profissional gabaritado. Isso nos
enchia de orgulho.
SINTUPERJ: Qual foi o momento mais
emocionante que viveu no Hupe?
Jorge Augusto: Um dos momentos que
mais me marcaram foi quando recebi uma
placa de um grupo de companheiros em
reconhecimento pelo trabalho desenvol-
vido no movimento sindical. Na época,
era presidente da Asupe.
SINTUPERJ: E qual foi o momento
mais triste?
Jorge Augusto: Momentos de uma crise
que não poderia dizer exatamente quan-
do começou e que a gente não consegue
ver um fim. Crise no funcionamento, na
administração. A gente não consegue ver
uma luz no fim do túnel. Não consegue
ver o hospital emergir desta crise da
saúde que acabou atingindo o Hupe. É
um momento triste. Infelizmente, é um
momento que não passa.
SINTUPERJ: Qual a principal luta
travada no hospital que o senhor
participou?
Jorge Augusto: Primeiramente, o início
da organização dos servidores, nos anos
80. Rompemos barreiras. Fizemos com
que os técnico-administrativos, que
eram muito subordinados, tivessem voz.
Transformamos uma associação que existia
apenas com cunho assistencial em uma
entidade com cunho político, aguerrida.
Nos impusemos. Tenho o orgulho de ter
sido um dos precursores desta luta. Um
outro momento foi o I Congresso da Uerj,
em 1983, quando a comunidade conseguiu
estabelecer um marco que foi o ponto de
partida para muitas conquistas dentro da
universidade. A partir daquele congresso,
inclusive, passou a ser permitido aos alunos
freqüentar a universidade de bermudas. E
o mais importante: o Congresso apontou
para a elaboração de uma estatuinte para
a universidade. Isto aconteceu mas acabou
sendo boicotado pela administração, na
época. Não foi aprovado pelo Consun.
SINTUPERJ: A estatuinte é, ainda hoje,
uma bandeira de luta?
Jorge Augusto: É atual e necessária. O
estatuto da universidade tem que ser mu-
dado através da luta e não através de atos
executivos.
SINTUPERJ: O que precisa mudar no
atual estatuto, na sua opinião?
Jorge Augusto: A paridade no Conselho
Universitário é ponto de partida para di-
versas outras coisas.
SINTUPERJ: O senhor falou que seriam
três vitórias importantes.
Jorge Augusto: A outra grande vitória foi
a fundação do nosso Sindicato. Um sonho
antigo que conseguimos realizar em 2000
com a fusão das duas associações.
SINTUPERJ: A crise a que o senhor se
refere afeta a saúde dos servidores do
Hupe?
Jorge Augusto: É insegurança constante,
Aposentado no trabalho,
mas ativo na luta
Entrevista com Jorge Augusto
Quem é Jorge Augusto de Almeida? Carioca, 60 anos, técnico de enfermagem aposentado,
casado. Tem filhos e netos. Torce pelo Flamengo e desfila na Portela. Esses seriam motivos sufi-
cientes para o Jornal do Sintuperj dedicar a ele uma página inteira no seu jornal que comemora
o 1º de Maio? Poderia até ser. Mas não é.
Jorge Augusto trabalhou no Hospital Universitário durante 33 anos, onde teve e, mesmo
aposentado continua tendo, ativa militância sindical. Começou sua atuação política na Associação
dos Servidores do Hupe. Foi presidente da Associação por quatro mandatos. Aliás, foi, também,
o primeiro servidor da Uerj liberado para o exercício de um mandato sindical. Além disso, jun-
tamente com um grupo de companheiros fundou o Sintuperj e foi o primeiro coordenador geral
do Sindicato. Exerceu o cargo por dois mandatos.
Neste momento importante para os servidores da Uerj, quando acontece o 6º Congresso do
Sintuperj, fomos recebidos por Jorge Augusto no domingo, dia 4, poucas horas antes de o seu time
querido ganhar o título de bi-campeão carioca. Ao lado de Jorge, sua outra paixão: a companheira
Vera, também servidora da UERJ.
Aqui, nesta entrevista, você vai saber o que pensa um dos mais importantes dirigentes sindicais da
Uerj sobre a situação do Hupe, as lutas na universidadej, o Congresso, a estatuinte, o Consun e a atualidade
do 1º de Maio.
desgaste físico e emocional. Ansiedade de
querer prestar melhor assistência e não
poder. Trata-se da vida de seres humanos.
Não poder atender bem, adoece.
SINTUPERJ: Se o senhor tivesse uma
varinha mágica, quais as três coisas que
mudaria no Hupe?
Jorge Augusto: Primeiramente, temos que
ter uma administração que se envolva com
questões que visem à melhoria do atendi-
mento. Para isso, é preciso uma forte arti-
culação política com os setores estaduais
e federais. Um outro fator, é a necessidade
de os trabalhadores se envolverem com as
questões do hospital. O movimento Sindical
precisa identificar os problemas do hospi-
tal, questioná-lo e apresentar propostas de
mudanças. Precisamos sair da inércia.
SINTUPERJ: Qual a função de um hospi-
tal universitário na sua opinião?
Jorge Augusto: Não é igual aos outros
hospitais da rede pública. Tem atividades de
ensino, pesquisa e extensão. O atendimento
tem de ser de excelência. O nosso hospital
não tem emergência. As pessoas não podem
se formar sem passar pela emergência.
SINTUPERJ: Qual o principal desafio
deste VI Congresso?
Jorge Augusto: Discutir bem a questão
a que ele se propõe: autonomia universi-
tária. Vamos discutir com profundidade e
apresentar propostas claras. Na questão
sindical, precisamos fazer com que se evi-
dencie que o Sindicato conseguiu avançar
bastante nesta gestão. Para além do debate
sobre autonomia, precisa ficar estabelecido
a que a direção sindical deve estar volta-
da para a sua base e para os interesses
da comunidade universitária, sem cunho
político partidário. Somos simpatizantes
de partidos mas devemos dissociar uma
coisa da outra.
SINTUPERJ: Qual será a tarefa priori-
tária da bancada dos técnico-adminis-
trativos no novo Consun?
Jorge Augusto: Atuação em conjunto
com a direção do Sindicato e com a base.
As questões apresentadas têm que ser
amplamente discutida com a base e têm
que sair dali com o aval da base. Assim,
uma idéia pode ser aperfeiçoada ou
rechaçada. Uma atuação em comunhão
com a base, em sintonia com a direção do
sindicato e livre de qualquer atrelamento
com a administração.
SINTUPERJ: Nas origens do 1º de Maio,
está a luta pela redução da jornada de
trabalho. Qual a questão central da
luta da classe trabalhadora, hoje?
Jorge Augusto: Condições de trabalho
e política salarial concreta, na qual o
trabalhador tenha uma data-base e que
isto funcione de fato e que, naquela data,
o trabalhador tenha a recomposição de
perdas salariais e possamos, até, voltar
a falar em aumento salarial. O 1º de
maio deve continuar como dia célebre e
fundamental para a luta.
SINTUPERJ: Uma mensagem final?
Jorge Augusto: A luta é constante, tem ser
constante. Não podemos arrefecer jamais.
Vamos fazer um excelente congresso. Com
uma discussão produtiva, sem picuinhas.
Precisamos dar conta da pauta e tirar reso-
luções que fortaleçam a nossa luta. Outra
questão é que ser aposentado não significa
se afastar da luta. Sobra mais tempo para
lutar mais em prol da sua categoria, sua
base, sua instituição, seu sindicato. Apo-
sentado no trabalho, mas ativo na luta.