O documento discute o futuro glorioso da Igreja segundo o profeta Isaías. A Igreja será abençoada e se expandirá por toda a Terra, com as nações trazendo ofertas. Jesus estabelecerá Seu reino na Terra, trazendo paz e justiça. A Igreja será protegida e prosperará sob a luz e glória de Deus.
3. 3
A474
Alves, Silvio Dutra
O futuro glorioso da Igreja
Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019.
128p.; 14,8 x21cm
1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. John Angell James.
I. Título.
CDD 252
4. 4
Nós mesclamos neste livro os capítulos do
profeta Isaías que se referem especificamente
ao futuro glorioso da Igreja, com citações
relativas ao estado da Igreja nos dias de John
Angell James, que viveu de 1786 a 1859,
conforme registradas pelo próprio.
Em sua autobiografia, Spurgeon escreveu:
"Em uma primeira parte de meu ministério,
enquanto era apenas um menino, fui tomado
por um intenso desejo de ouvir o Sr. John Angell
James, e, apesar de minhas finanças serem um
pouco escassas, realizei uma peregrinação a
Birmingham apenas com esse objetivo em vista.
Eu o ouvi proferir uma palestra à noite, em sua
grande sacristia, sobre aquele precioso texto,
"Estais perfeitos nEle." O aroma daquele sermão
muito doce permanece comigo até hoje, e
nunca vou ler a passagem sem associar com ela
os enunciados tranquilos e sinceros daquele
eminente homem de Deus."
John Angell James cumpriu seu ministério no
tempo imediatamente posterior aos grandes
avivamentos havidos tanto na Inglaterra,
quanto nos EUA, que inspiraram a criação de
várias Sociedades Bíblicas e Missionárias, tendo
o evangelho feito um considerável avanço
5. 5
naquele período, sendo que ainda haveria de
conquistar o Centro-Sul da África, pois o Norte
permanecia como até hoje sob o Islamismo, e
avançaria em outras partes da América Latina,
havendo ainda muito a ser feito para que fosse
pregado em todas as nações.
Ele não testemunhou ao que tem chegado a ser
a Igreja em nossos dias, mas o mover do Espírito
Santo já lhe indicava uma colheita promissora
de almas em todas as partes da Terra, pois
aprouve a Deus enviar a Igreja para a salvação
dos Seus eleitos, aonde quer que eles sejam
encontrados neste mundo.
Com o advento da Internet e das transmissões
via satélite não há recanto na Terra que não
possa ser alcançado com a mensagem do
evangelho de Jesus Cristo.
Cremos que está bem próxima a hora do Seu
retorno em poder e grande glória para o
estabelecimento do Seu Reino na Terra em sua
forma final e visível.
Maranata! Ora vem Senhor Jesus!
O livro do profeta Isaías é chamado de
evangelho segundo Isaías, porque sua
mensagem é dirigida especialmente à Igreja sob
6. 6
a Nova Aliança com Jesus, o Messias prometido
para a salvação do mundo, e não
especificamente e unicamente com a nação de
Israel, que permaneceria endurecida até que se
completasse a entrada dos gentios eleitos no
reino de Deus. O endurecimento de Israel será
removido somente por ocasião da segunda
vinda de Jesus, para livrá-los de serem
destruídos pelo Anticristo.
Milhões de espíritos desencarnados e
aperfeiçoados encontram-se neste momento no
céu, aguardando o momento do arrebatamento
da Igreja, para que juntamente com os salvos
que estiverem vivendo sobre a Terra na ocasião,
recebam juntamente com eles o corpo
glorificado e sobrenatural prometido por Deus
aos que Lhe amam.
O Milênio será iniciado logo em seguida e muito
do que há neste mundo será restaurado à
condição inicial de perfeição, porque a maldição
sobre a Terra será removida, e ela já não mais
gemerá como tem ocorrido até agora.
Os animais selvagens pastarão com os
domésticos, e as crianças poderão brincar com
as serpentes, porque já não haverá mais entre
elas as que sejam peçonhentas.
7. 7
O profeta Isaías descreve particularidades desta
condição abençoada pela presença de Jesus em
glória com a Sua Igreja na Terra.
Já não haverá mais perseguição e nem o ímpio
ou Satanás e os demônios para perseguir e fazer
sofrer os servos do Senhor, A justiça e a paz
serão vistas por todos os recantos e em todos,
porque o governo será dado aos santos.
Antes mesmo que houvesse um Pentecostes em
que o Espírito Santo seria derramado sobre
todas as nações para a formação da Igreja, Deus
falou através do profeta Isaías, como aquela que
ainda não existia viria a se expandir por toda a
Terra, e o seu fim seria de bênção e glória, sem
as mazelas que são produzidas pelo pecado.
Isaías–54
1 Canta alegremente, ó estéril, que não deste à
luz; exulta com alegre canto e exclama, tu que
não tiveste dores de parto; porque mais são os
filhos da mulher solitária do que os filhos da
casada, diz o SENHOR.
2 Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o
toldo da tua habitação, e não o impeças; alonga
as tuas cordas e firma bem as tuas estacas.
8. 8
3 Porque transbordarás para a direita e para a
esquerda; a tua posteridade possuirá as nações e
fará que se povoem as cidades assoladas.
4 Não temas, porque não serás envergonhada;
não te envergonhes, porque não sofrerás
humilhação; pois te esquecerás da vergonha da
tua mocidade e não mais te lembrarás do
opróbrio da tua viuvez.
5 Porque o teu Criador é o teu marido; o
SENHOR dos Exércitos é o seu nome; e o Santo
de Israel é o teu Redentor; ele é chamado o Deus
de toda a terra.
6 Porque o SENHOR te chamou como a mulher
desamparada e de espírito abatido; como a
mulher da mocidade, que fora repudiada, diz o
teu Deus.
7 Por breve momento te deixei, mas com
grandes misericórdias torno a acolher-te;
8 num ímpeto de indignação, escondi de ti a
minha face por um momento; mas com
misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o
SENHOR, o teu Redentor.
9 Porque isto é para mim como as águas de Noé;
pois jurei que as águas de Noé não mais
9. 9
inundariam a terra, e assim jurei que não mais
me iraria contra ti, nem te repreenderia.
10 Porque os montes se retirarão, e os outeiros
serão removidos; mas a minha misericórdia não
se apartará de ti, e a aliança da minha paz não
será removida, diz o SENHOR, que se
compadece de ti.
11 Ó tu, aflita, arrojada com a tormenta e
desconsolada! Eis que eu assentarei as tuas
pedras com argamassa colorida e te fundarei
sobre safiras.
12 Farei os teus baluartes de rubis, as tuas
portas, de carbúnculos e toda a tua muralha, de
pedras preciosas.
13 Todos os teus filhos serão ensinados do
SENHOR; e será grande a paz de teus filhos.
14 Serás estabelecida em justiça, longe da
opressão, porque já não temerás, e também do
espanto, porque não chegará a ti.
15 Eis que poderão suscitar contendas, mas não
procederá de mim; quem conspira contra ti
cairá diante de ti.
16 Eis que eu criei o ferreiro, que assopra as
brasas no fogo e que produz a arma para o seu
10. 10
devido fim; também criei o assolador, para
destruir.
17 Toda arma forjada contra ti não prosperará;
toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a
condenarás; esta é a herança dos servos do
SENHOR e o seu direito que de mim procede, diz
o SENHOR.
Sendo o grande protetor e assegurador da paz e
prosperidade da Sua Igreja, em sua condição
final triunfante, o Senhor faria com que todas as
nações honrassem a Cristo juntamente com a
Sua Igreja.
Isaías–60
1 Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e
a glória do SENHOR nasce sobre ti.
2 Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a
escuridão, os povos; mas sobre ti aparece
resplendente o SENHOR, e a sua glória se vê
sobre ti.
3 As nações se encaminham para a tua luz, e os
reis, para o resplendor que te nasceu.
4 Levanta em redor os olhos e vê; todos estes se
ajuntam e vêm ter contigo; teus filhos chegam
de longe, e tuas filhas são trazidas nos braços.
11. 11
5 Então, o verás e serás radiante de alegria; o teu
coração estremecerá e se dilatará de júbilo,
porque a abundância do mar se tornará a ti, e as
riquezas das nações virão a ter contigo.
6 A multidão de camelos te cobrirá, os
dromedários de Midiã e de Efa; todos virão de
Sabá; trarão ouro e incenso e publicarão os
louvores do SENHOR.
7 Todas as ovelhas de Quedar se reunirão junto
de ti; servir-te-ão os carneiros de Nebaiote; para
o meu agrado subirão ao meu altar, e eu tornarei
mais gloriosa a casa da minha glória.
8 Quem são estes que vêm voando como nuvens
e como pombas, ao seu pombal?
9 Certamente, as terras do mar me aguardarão;
virão primeiro os navios de Társis para trazerem
teus filhos de longe e, com eles, a sua prata e o
seu ouro, para a santificação do nome do
SENHOR, teu Deus, e do Santo de Israel, porque
ele te glorificou.
10 Estrangeiros edificarão os teus muros, e os
seus reis te servirão; porque no meu furor te
castiguei, mas na minha graça tive misericórdia
de ti.
12. 12
11 As tuas portas estarão abertas de contínuo;
nem de dia nem de noite se fecharão, para que
te sejam trazidas riquezas das nações, e,
conduzidos com elas, os seus reis.
12 Porque a nação e o reino que não te servirem
perecerão; sim, essas nações serão de todo
assoladas.
13 A glória do Líbano virá a ti; o cipreste, o
olmeiro e o buxo, conjuntamente, para
adornarem o lugar do meu santuário; e farei
glorioso o lugar dos meus pés.
14 Também virão a ti, inclinando-se, os filhos
dos que te oprimiram; prostrar-se-ão até às
plantas dos teus pés todos os que te
desdenharam e chamar-te-ão Cidade do
SENHOR, a Sião do Santo de Israel.
15 De abandonada e odiada que eras, de modo
que ninguém passava por ti, eu te constituirei
glória eterna, regozijo, de geração em geração.
16 Mamarás o leite das nações e te alimentarás
ao peito dos reis; saberás que eu sou o SENHOR,
o teu Salvador, o teu Redentor, o Poderoso de
Jacó.
17 Por bronze trarei ouro, por ferro trarei prata,
por madeira, bronze e por pedras, ferro; farei da
13. 13
paz os teus inspetores e da justiça, os teus
exatores.
18 Nunca mais se ouvirá de violência na tua
terra, de desolação ou ruínas, nos teus limites;
mas aos teus muros chamarás Salvação, e às
tuas portas, Louvor.
19 Nunca mais te servirá o sol para luz do dia,
nem com o seu resplendor a lua te alumiará;
mas o SENHOR será a tua luz perpétua, e o teu
Deus, a tua glória.
20 Nunca mais se porá o teu sol, nem a tua lua
minguará, porque o SENHOR será a tua luz
perpétua, e os dias do teu luto findarão.
21 Todos os do teu povo serão justos, para
sempre herdarão a terra; serão renovos por
mim plantados, obra das minhas mãos, para que
eu seja glorificado.
22 O menor virá a ser mil, e o mínimo, uma
nação forte; eu, o SENHOR, a seu tempo farei
isso prontamente.
Esta condição abençoada seria realizada pelo
trabalho de sofrimento e paixão do Messias,
para que pudesse justificar pelo conhecimento
pessoal dEle, a todos os que nEle cressem, de
14. 14
maneira a poderem ter admissão na Igreja
invisível destinada a ser Igreja triunfante.
Isaías–61
1 O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim,
porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-
novas aos quebrantados, enviou-me a curar os
quebrantados de coração, a proclamar
libertação aos cativos e a pôr em liberdade os
algemados;
2 a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia
da vingança do nosso Deus; a consolar todos os
que choram
3 e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma
coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez
de pranto, veste de louvor, em vez de espírito
angustiado; a fim de que se chamem carvalhos
de justiça, plantados pelo SENHOR para a sua
glória.
4 Edificarão os lugares antigamente assolados,
restaurarão os de antes destruídos e renovarão
as cidades arruinadas, destruídas de geração em
geração.
5 Estranhos se apresentarão e apascentarão os
vossos rebanhos; estrangeiros serão os vossos
lavradores e os vossos vinhateiros.
15. 15
6 Mas vós sereis chamados sacerdotes do
SENHOR, e vos chamarão ministros de nosso
Deus; comereis as riquezas das nações e na sua
glória vos gloriareis.
7 Em lugar da vossa vergonha, tereis dupla
honra; em lugar da afronta, exultareis na vossa
herança; por isso, na vossa terra possuireis o
dobro e tereis perpétua alegria.
8 Porque eu, o SENHOR, amo o juízo e odeio a
iniquidade do roubo; dar-lhes-ei fielmente a sua
recompensa e com eles farei aliança eterna.
9 A sua posteridade será conhecida entre as
nações, os seus descendentes, no meio dos
povos; todos quantos os virem os reconhecerão
como família bendita do SENHOR.
10 Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha
alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu
de vestes de salvação e me envolveu com o
manto de justiça, como noivo que se adorna de
turbante, como noiva que se enfeita com as suas
joias.
11 Porque, como a terra produz os seus renovos,
e como o jardim faz brotar o que nele se semeia,
assim o SENHOR Deus fará brotar a justiça e o
louvor perante todas as nações.
16. 16
O Espírito Santo se move nos crentes através das
gerações sucessivas para que o clímax desta
condição abençoada seja atingido, uma vez
reunidos todos os eleitos que foram destinados
à salvação.
Desta ação da Igreja pelo Espírito Santo, John
Angell James se expressou, em 1959, o mesmo
ano que seria o da conclusão do seu ministério,
pois viria a falecer em decorrência de suas
muitas enfermidades:
Eu observaria novamente, a fim de evitar
equívocos e deturpações, que não pretendo essa
descrição do estado das igrejas, como aplicável
apenas, ou especialmente, às do corpo
congregacional - mas como uma representação
do que é chamado de Mundo cristão em geral.
Felizmente, antes de encerrar, volto novamente
à primeira parte deste panfleto e olho mais uma
vez para as excelências das igrejas. E, em
referência a isso, adoto a linguagem bonita e,
felizmente, é tão verdadeira quanto bela, de um
escritor da "North British Review".
"Uma nova vida soprou sobre as igrejas - elas
sentem sua grande missão e procuram, na força
de Deus, cumpri-la. Atividade, sinceridade,
amor abnegado, em muitos corações, estão
17. 17
tomando o lugar. do velho langor e da apatia. Os
cristãos agora sentem que têm um grande
trabalho a fazer e começam a se endireitar até
que seja cumprido. O espírito do bom
samaritano se encarnou em milhares de almas
cujo coração sangra pelas misérias de seus
irmãos caídos, e não se atrevem a passar do
outro lado. Estamos no caminho certo e
avançamos constantemente. Muito já foi feito, e
o trem está preparado para muito mais.
Esperamos que a mesma energia anglo-
saxônica de nossa raça que se mostrou vitoriosa
em todos os outros campos de batalha, assim
batizada com fogo sagrado do alto, possa ainda
alcançar um triunfo ainda mais nobre na luta
muito mais terrível e árdua contra os pecados. e
tristezas de seu próprio povo, de sua própria
terra ".
A esperança que esse escritor capaz preza pela
Escócia, eu prezo pelo mundo. Um espírito está
ativo, desperto e ativo, que se agora nutrido,
repito, pela fé, pela oração e pela santidade das
igrejas, nunca descansará até que devolva um
mundo revoltado a Cristo. Mas nunca se
esqueça que a conversão do mundo, mesmo
quanto à instrumentalidade a ser empregada, é
tão vasta que a igreja deve realizar-se, não na
debilidade - mas na maturidade de sua força,
Sião ainda não está. preparada para esta
18. 18
conquista gloriosa. Ela não é santa o suficiente
para tal ato. Seu sucesso atual é proporcional à
sua aptidão atual para seu trabalho. Comparado
com o que ela fez menos de um século atrás,
seus triunfos são maravilhas. Mas, comparados
com o que serão quando ela se esforçar e estiver
cheia da glória do Senhor, eles são apenas o dia
das pequenas coisas. O que as igrejas têm agora
a fazer não é afrouxar a mão da liberalidade ou o
pé da atividade - mas dar energia renovada a
ambas, aumentando a ação saudável do coração.
O que eu quero agora é ver a santidade
evangélica em pleno desenvolvimento como o
zelo evangélico. O que peço neste panfleto é a
alteração das falhas e o suprimento das
deficiências que mencionei nele.
Que nossa mente terrena, em todas as suas
formas, dê lugar à espiritualidade e à mente
celestial, tão inculcadas constantemente no
Novo Testamento, e assim identificadas com a
piedade cristã. Deixe a abnegação suplantar a
autoindulgência. A homenagem ao gênio fique
mais subordinada ao amor à verdade. Que a
Bíblia seja considerada como o sol que governa
o dia do nosso conhecimento, e a literatura geral
e até sagrada seja apenas a luz secundária. Que o
amor fraterno aconteça da frieza que
geralmente também prevalece em nossas
igrejas. Que o conhecimento de tudo o que nos
19. 19
interessa como cristãos, como não-
conformistas e protestantes, ilumine a
ignorância em que muitos são enganados.
Em resumo, em vez de ficarmos muito
satisfeitos com a piedade social que consiste em
agir com os outros em obras de zelo,
procuremos cada um mais dessa piedade
pessoal, que consiste em acrescentar à nossa fé,
virtude, conhecimento, temperança, paciência ,
piedade, bondade fraternal e caridade. Que a
chama do nosso zelo seja alimentada pelo óleo
da nossa piedade. Que nossa consciência,
espiritualidade, devoção e amor sejam tão
notáveis quanto nossa liberalidade e atividade.
Então as igrejas serão preparadas para o
trabalho evangélico em casa e para o
empreendimento missionário no exterior;
então eles responderão não apenas em seu
caráter - mas em sua influência, ao "sal da terra
e à luz do mundo". E sejam quais forem as
vitórias parciais que eles obtiverem neste
conflito com os poderes das trevas, então, e não
até então, sua conquista será final e completa, e
esse reino será estabelecido em toda a terra -
que é a justiça, a paz e a alegria. no espírito Santo.
Esta foi a parte conclusiva do panfleto escrito
por John Angell James, no qual discorreu sobre
o estado geral da Igreja em seus dias, apontando
20. 20
especialmente as falhas que deveriam ser
corridas para que houvesse uma maior
expansão do evangelho no mundo.
De fato, contrasta com a glória futura da Igreja
que em breve se manifestará, pois a condição
principal para a volta de Jesus já está cumprida,
a saber, a pregação do evangelho em todo o
mundo, a perda de vitalidade e espiritualidade
da Igreja pós-moderna quando comparada com
a santidade que havia na Igreja Primitiva e na
Inglaterra com os Puritanos nos séculos XVI e
XVII, e nos dias de Wesley, Whitefield e
Jonathan Edwards, no século XVIII.
Todavia, isto demonstra que a glória da Igreja
não há de existir em razão da glória que ela
tenha em si mesma neste mundo, pois sempre
foi achada em estado de debilidade na maior
parte da sua história. Esta glória será recebida
não por sua causa, mas por causa dAquele que é
glorioso e que aguardamos por Sua segunda
vinda, porque somente Jesus Cristo é a
esperança da glória, Sem Jesus não haveria
qualquer glória para a Igreja. É a plenitude da
Sua presença em nós, que é o fator
determinante da glória.
Agora, a nossa condição de fraqueza não
justifica a falta de esforço diligente para
21. 21
fazermos progresso em crescimento na graça e
no conhecimento de Jesus, pois isto nos é
ordenado da parte de Deus, que tomará o nosso
pouco por muito na medida em que for sincero
o nosso esforço.
Como registrado na profecia de Isaías, a Igreja
não deve se calar, pois deve proclamar as
excelências de Cristo até que Ele estabeleça o
Seu reino conosco na Terra.
Isaías–62
1 Por amor de Sião, me não calarei e, por amor
de Jerusalém, não me aquietarei, até que saia a
sua justiça como um resplendor, e a sua
salvação, como uma tocha acesa.
2 As nações verão a tua justiça, e todos os reis, a
tua glória; e serás chamada por um nome novo,
que a boca do SENHOR designará.
3 Serás uma coroa de glória na mão do SENHOR,
um diadema real na mão do teu Deus.
4 Nunca mais te chamarão Desamparada, nem a
tua terra se denominará jamais Desolada; mas
chamar-te-ão Minha-Delícia; e à tua terra,
Desposada; porque o SENHOR se delicia em ti; e
a tua terra se desposará.
22. 22
5 Porque, como o jovem desposa a donzela,
assim teus filhos te desposarão a ti; como o
noivo se alegra da noiva, assim de ti se alegrará
o teu Deus.
6 Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus
guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se
calarão; vós, os que fareis lembrado o SENHOR,
não descanseis,
7 nem deis a ele descanso até que restabeleça
Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na
terra.
8 Jurou o SENHOR pela sua mão direita e pelo
seu braço poderoso: Nunca mais darei o teu
cereal por sustento aos teus inimigos, nem os
estrangeiros beberão o teu vinho, fruto de tuas
fadigas.
9 Mas os que o ajuntarem o comerão e louvarão
ao SENHOR; e os que o recolherem beberão nos
átrios do meu santuário.
10 Passai, passai pelas portas; preparai o
caminho ao povo; aterrai, aterrai a estrada,
limpai-a das pedras; arvorai bandeira aos povos.
11 Eis que o SENHOR fez ouvir até às
extremidades da terra estas palavras: Dizei à
filha de Sião: Eis que vem o teu Salvador; vem
23. 23
com ele a sua recompensa, e diante dele, o seu
galardão.
12 Chamar-vos-ão Povo Santo, Remidos-Do-
SENHOR; e tu, Sião, serás chamada Procurada,
Cidade-Não-Deserta.
Então, se é a glória que buscamos, esforcemo-
nos para superar por meio da graça e da fé, todas
as nossas fraquezas, deixando que o Senhor seja
a nossa força, pois o Seu poder se aperfeiçoa na
nossa fraqueza.
Nisto faremos bem em seguir a instrução que
nos é dada por John Angell James:
Qual é o estado espiritual de nossas igrejas? Essa
é uma pergunta que deve ser feita com a mais
profunda seriedade, imparcialidade e solicitude
por todos os seus membros.
As igrejas são, ou deveriam ser, as luzes do
mundo; essa é uma parte de seu projeto e será
realizada na proporção exata ao grau de piedade
vital e consistente que eles possuem; sua luz
pode ser obscura como o amanhecer ou
resplandecente como o brilho da maré ao meio-
dia.
Convido, portanto, a atenção mais solene às
páginas que se seguem, nas quais serão
24. 24
encontradas, talvez, algumas coisas
desagradáveis para muitos - mas elas são
verdadeiras? Em caso afirmativo, deixe de lado
o que está errado e forneça o que é deficiente.
Proponho, nos trabalhos seguintes, abordar esta
questão com referência ao nosso corpo como
congregacionais, e apontar o que me parece ser
nossas excelências, e nossos defeitos. O que digo
de nós mesmos se aplicará também a outros
órgãos - e, portanto, o que avançarei pode ser
considerado como minha opinião sobre a
condição do mundo cristão em geral - e, como
minha opinião individual, deve, é claro, ser
levado apenas para o que vale a pena.
Não é minha intenção insistir no que pode ser
chamado de detalhes históricos de nossa
denominação. A confiança do público nas
estatísticas não se fortalece, e não tentarei nada
em relação aos números, além da afirmação do
fato de que, como outros órgãos cristãos,
estamos tristemente por trás do aumento da
população. É uma consideração deplorável para
todos nós, que o domínio de Satanás esteja se
preenchendo muito mais rapidamente do que o
de Cristo. No que diz respeito às características
gerais de nossas igrejas, é evidente que, embora
estejam se multiplicando e se fortalecendo nas
metrópoles e nas grandes cidades; elas estão,
25. 25
pelo menos em muitos lugares, ficando
menores e mais pobres nas cidades menores e
exigem a consideração séria do nosso corpo. É
igualmente evidente que as igrejas são
caracterizadas demais pela meticulosidade e
inconstância, no que diz respeito à escolha e
retenção de seus pastores; enquanto os pastores
não são menos caracterizados por inquietação e
mobilidade em relação às igrejas. Estou ciente
de que a fixação pode e deve prevalecer muito
fortemente em alguns casos; mas nos dias
atuais, parece que todos os ministros podem ser
considerados móveis e como se a mobilidade
fosse uma virtude e um meio de utilidade. Muita
maldade resultará para nós se o vínculo que une
o pastor e a igreja for considerado algo tão
ligeiro que seja breve e facilmente rompido.
Nossas faculdades, das quais tanto depende,
espero, no que diz respeito ao ensino teológico,
em bom estado de saúde; mas alguns deles têm
apenas metade dos estudantes e, talvez,
precisem ser lembrados de que, com toda a
preocupação em treinar homens instruídos,
eles devem unir a maior solicitude e cuidar de
enviar pregadores fervorosos e pastores
criteriosos. Quão poucos homens de grande
promessa vêm de nenhum deles! Como é isso?
26. 26
I. Não é, contudo, sobre esses assuntos, ou
quaisquer assuntos cognatos, que pretendo
agora me debruçar - mas sobre a condição
interna e espiritual de nossas igrejas. Como o
Senhor Jesus na pesquisa que ele fez das sete
igrejas asiáticas, eu mencionaria, antes de mais
nada, as EXCELÊNCIAS de nossas igrejas,
manifestadas por seu zelo, atividade e
liberalidade.
E alguns muito distintos se apresentam. Os
observadores mais superficiais não podem
deixar de se impressionar com a atividade e a
liberalidade cristãs que prevalecem em toda
parte e que as conformam à descrição
metafórica de nosso Senhor, de que são "o sal da
terra e a luz do mundo". Essa é uma alta
recomendação - e felizmente verdadeira. Isso
ocorreu com avanços tão graduais, que aqueles
que cresceram nos últimos trinta anos não
conseguem ter uma noção do estado diferente
das coisas nesta era, como era há meio século.
Aqueles de nós que estavam no palco público no
início de 1809, e conseguem lembrar qual era o
aspecto das coisas, mal conseguem acreditar
que estamos na mesma igreja no início de 1859,
assim como não podemos perceber o fato de que
somos habitantes do mesmo planeta, quando
vemos a noite se transformando em dia em
nossas ruas pela luz do gás, distância aniquilada
27. 27
pelas ferrovias e informações transmitidas pelo
telégrafo. Quando me tornei pastor de minha
igreja, há mais de cinquenta e três anos, o único
objeto de benevolência e ação congregacional
era a Escola Dominical, que era então conduzida
em uma casa particular, contratada para esse
fim. Não havia mais nada; literalmente, a mais
nada que colocamos nossas mãos. Naquela
época, ainda não havíamos formado a Sociedade
Missionária. E nosso estado era apenas um
exemplo da inatividade da grande maioria de
nossas igrejas, pelo menos nas províncias, em
todo o país. Podemos muito bem imaginar o que
os cristãos daqueles dias poderiam estar
pensando.
Agora, observe o estado das coisas na abertura
do ano de 1859. Se eu aludir à minha própria
igreja, não é por uma questão de ostentação ou
autorrecomendação; pois não somos nem um
pouco melhores que outros. A nossa é apenas
uma amostra e a média do resto. Temos agora
uma organização para a London Missionary
Society, que arrecada, como contribuição
regular, quase £ 500 por ano, além de doações
ocasionais para atender a apelos especiais, que,
em média, podem gerar outros £ 100 por ano.
Para a Sociedade Missionária Colonial,
arrecadamos, anualmente, £ 70. Para nossas
escolas dominicais e diurnas, que
28. 28
compreendem quase duas mil crianças,
arrecadamos 200 libras. Apoiamos dois
missionários da cidade, a um custo de £ 200.
Nossas senhoras conduzem uma sociedade
ativa para as Escolas Missionárias Órfãs nas
Índias Orientais, cujos rendimentos atingem,
em média, 50 libras por ano; eles sustentam
também uma Sociedade Dorcas para os pobres
de nossa cidade; uma Sociedade Materna, de
muitos ramos, em várias localidades - e uma
Sociedade Benevolente Feminina, por visitar os
pobres doentes. Temos uma Sociedade de
Tratados Religiosos, que emprega noventa
distribuidores e gasta quase 50 libras por ano na
compra de folhetos. A Sociedade de Pregadores
da Aldeia, que emprega doze ou catorze agentes
leigos, não nos custa quase nada. Levantamos £
40 anualmente para a Associação do Condado.
Temos uma Sociedade Fraternal de Rapazes,
para aperfeiçoamento geral e piedoso, com uma
biblioteca de 2000 volumes. Também temos
escolas noturnas para rapazes e moças, a baixo
custo, e aulas bíblicas para outros rapazes e
moças. Além de tudo isso, levantamos £ 100 por
ano para o Spring Hill College.
Digo novamente que isso é apenas uma média
de esforço e liberalidade congregacional neste
dia de atividade geral. Sim, muitas igrejas
próprias e outras denominações talvez nos
29. 29
superem grandemente. E, afinal, nenhum de
nós chega aos nossos recursos, oportunidades
ou obrigações. Todos nós podemos fazer mais,
devemos fazer mais, devemos fazer mais. Ainda
assim, compare isso com o que minha
congregação fez com seu único objeto, a escola
dominical, cinquenta e três anos atrás. Desde
então, estipulamos 23.000 libras para melhorar
a antiga capela e construir uma nova; na
montagem de salas de aula, na faculdade e em
sete pequenas capelas na cidade e no bairro.
Também formamos duas igrejas independentes
e separadas e, em conjunto com outra
congregação, formamos uma terceira e
praticamente montamos uma quarta, e neste
momento estamos em tratado por duas partes
de terra livre, que custarão £ 700, para construir
mais duas capelas nos subúrbios da cidade.
Receio que isso seja um motivo de orgulho e
autoglorificação. Só posso dizer que esse não é o
seu objetivo - mas simplesmente exibir as
características da era e do espírito de nossas
igrejas, no modo de atividade e liberalidade - e
também mostrar o que uma concentração de
poder está contida em uma igreja, e que
quantidade de bem isso pode fazer. Oh, que as
igrejas de Cristo consideraram apenas que
poder, tanto por espécie quanto por grau, elas
possuem! Qual deve ser a influência sobre a
população do local em que está situada e sobre o
30. 30
mundo em geral, de uma igreja composta por
500, 700 ou 1000 membros - e qual seria se cada
membro fizesse o que ele ou ela poderia fazer!
As igrejas de Cristo ainda precisam aprender a
extensão total de seu poder - e de suas
obrigações.
Além disso, em todas as nossas congregações há
muitos subscritores liberais de nossas
sociedades públicas, como a Sociedade Bíblica,
a Sociedade para a Conversão dos Judeus e todos
os outros objetos de zelo e benevolência
cristãos. O que, pergunto, isso se manifesta e
prova? Ora, essa atividade e liberalidade foram
amplamente reconhecidas como não menos
obrigatórias para a consciência individual do
que a santidade do sábado, o dever do culto
privado e a observância da Ceia do Senhor. O
homem que agora se afasta dessas coisas, que
não ajuda na evangelização de seu país e do
mundo, é encarado com a mesma suspeita que
aquele que nunca está na casa de Deus. O zelo, a
atividade, a liberalidade não são mais
considerados assuntos de preferência - mas de
dever solene, como elementos essenciais da
verdadeira piedade, evidências de fé genuína e
concomitantes da profissão cristã. Não foi
assim, pelo menos de maneira geral e
conspícua, quando iniciei meu ministério. A
coisa não foi entendida e sentida como é agora.
31. 31
Os fundadores das sociedades missionárias
tiveram que pregar e imprimir desculpas por
tentarem converter os pagãos. Testemunhe o
elaborado sermão do Dr. Bogue na primeira
reunião missionária, intitulada "Objeções
contra missões aos pagãos respondidas". (Esses
volumes recentes sobre a vida e o trabalho
desses missionários incomparáveis, Carey,
Marshman e Ward, nos dão um relato não
apenas da apatia, mas também da incredulidade
da igreja cristã na época quanto ao trabalho das
missões para os pagãos, e provar o maravilhoso
progresso da fé e atividade das igrejas.)
Os cristãos foram à casa de Deus, sentaram-se
ainda em seus bancos, ouviram sermões,
assistiam a sacramentos e distribuíam uma
guiné ocasional para um sermão de caridade ou
para a construção de uma capela - e aí a
liberalidade terminava. Não é assim agora. As
pessoas começaram a perguntar, com
seriedade, "Senhor, o que você quer que eu
faça?" e estão colocando dinheiro, tempo,
trabalho, influência sobre o altar de Deus. É
realmente surpreendente e prazeroso ver que
sacrifícios, não apenas de lazer, que eles
alegremente devotariam aos agradáveis
prazeres de suas próprias e círculos familiares -
mas também do tempo que dariam aos seus
negócios, muitos homens de mente nobre estão
32. 32
constantemente fazendo para promover a causa
de Deus e o bem de seus semelhantes.
Agora, o que vemos em tudo isso? O que? Por
que o alvorecer da glória milenar. Não é
meramente nas várias organizações do zelo
cristão que eu me comprazo - mas no princípio
que as criou e as apoia. Se todos fossem
dissolvidos amanhã, esse princípio, se
sobrevivesse, criaria para si outras instituições
mais nobres. A igreja de Deus, sendo despertada
para esse conhecimento de sua missão e esse
sentido de seu dever, creio que nunca deixará a
obra de Deus parada. Começou em uma carreira
de zelo por Cristo, na qual nunca parará até que
tenha trazido o mundo para Ele. Como base
dessa esperança, pergunto: como foi o ano de
1859, com relação a esse assunto? Vemos algum
sintoma de declínio no zelo, atividade e
liberalidade de nossas igrejas? Vemos um
espírito de mornidão rastejando sobre eles?
Vemos os homens de riqueza fechando as mãos,
trancando os cofres e dizendo: "Estou cansado
de dar!" Vemos nossos homens de classe média
se aposentando dos comitês e dizendo: "Estou
cansado deste trabalho!" Vemos nossos
distribuidores de folhetos e professores da
escola dominical em seus ofícios e dizendo: "Não
trabalharemos mais!" Nesse caso, seria um
presságio sombrio para o futuro. Mas o olho
33. 33
mais tímido e desconfiado não pode detectar
nada disso. Nunca houve mais atividade ou
liberalidade, ou uma disposição mais forte para
ambos, do que agora. Que qualquer novo objeto
seja apresentado ao público cristão, certamente
encontrará apoiadores, mesmo em casos de
natureza duvidosa. O espírito subiu e nenhum
sinal de decadência ainda é visível - mas muitos
sinais de crescente vigor.
Aqui, então eu digo, é uma característica
gloriosa de nossos tempos. Nada disso é
conhecido na igreja cristã desde os dias dos
apóstolos. Ainda assim, não pretendo afirmar
que, como um todo, provenha do puro princípio
cristão, ou tenha chegado ao ponto em que
deveria se estender. Vaidade, respeito à
reputação, compulsão por pedidos, liberalidade
sem motivação, moda dos tempos, mero amor à
atividade e medo de estar atrás dos outros - têm
muito a fazer para aumentar o fluxo da
benevolência pública e me impedir de
considerando-o como uma estimativa
verdadeira e exata da quantidade de piedade
espiritual existente. É bom, no que diz respeito
ao mundo, que a liberalidade esteja na moda,
mesmo em grande parte apenas na moda.
Acredito, no entanto, que grande parte do que é
agora dedicado à causa de Cristo e da
34. 34
humanidade é dada por motivos de consciência,
e como matéria de dever e privilégio.
Também devemos nos precaver contra o erro de
supor que a riqueza agora dedicada à causa de
Cristo e da humanidade chegue a toda a medida
de nossa obrigação ou das necessidades do caso.
É nossa felicidade, poderíamos pensar assim,
viver em uma época e país em que o
cristianismo está começando (mas apenas
começando) para manifestar seus poderes
expansivos tanto no coração de seus
professantes quanto no mundo. Em vez de
pensar que todas as formas de divulgá-lo, neste
país ou no exterior, ainda são descobertas,
podemos estar perfeitamente certos de que o
engenho que abriu tantos canais de influência
espiritual não esgotou sua habilidade inventiva
- mas encontrará muito mais.
Estamos prontos para supor que, por nossas
organizações, para converter e instruir judeus e
gentios, os pagãos no exterior e os pagãos em
casa, homens e mulheres, adultos e crianças,
soldados e marinheiros; para circular Bíblias e
folhetos; por apoiar escolas e faculdades; por
levar a efeito esquemas preventivos e
reformatórios do vício e da miséria nas cidades
e aldeias, e para outros objetos de benevolência
e filantropia que são numerosos demais para
35. 35
mencionar, descobrimos todos os cantos
escuros do mundo em que a luz do cristianismo
pode ser introduzida, toda parte do domínio de
Satanás, onde almas imortais podem ser
resgatadas de seu alcance, e todo método de
difundir o conhecimento de Cristo. Não nos
enganemos neste assunto, e imaginemos que
alcançamos todos os objetos aos quais nossa
assistência pode ser prestada; ou que
abraçamos todas as oportunidades oferecidas;
ou que chegamos ao extremo da liberalidade.
O círculo da atividade cristã certamente
continuará se ampliando, e as obrigações da
liberalidade cristã continuarão aumentando.
Ainda existem muitas outras maneiras de
divulgar os princípios de nossa santa piedade.
Seja assim, que algumas das organizações do
trabalho sagrado possam ser, e talvez devam, ser
amalgamadas; outros ainda serão necessários.
Se, portanto, for mantida a excelência das
igrejas às quais este documento alude, seus
recursos devem ser destacados ainda mais
profusamente do que jamais foram. Se a
providência de Deus nos apresentar novos
campos de trabalho, novos canais de influência,
como indubitavelmente será, tanto no exterior
quanto em casa, devemos estar preparados para
abraçá-los. No momento presente, Deus está se
abrindo para nossas operações de evangelização
36. 36
em todo o mundo oriental, Índia, China, Japão -
e também na África. Suas dispensações neste
momento são maravilhosas. Nada disso ocorreu
na história do nosso planeta. Nesse momento,
não adianta nos contentarmos com
contribuições comuns, e com essa medida de
liberalidade que tínhamos vinte ou mais,
mesmo dez anos atrás. Não é bom avançarmos
em nossos hábitos de vida luxuosos, o que
realmente é o caso, e ainda assim ficarmos
satisfeitos com a mesma quantidade de
beneficência cristã. O grito parcimonioso,
quando um novo objeto é apresentado a nós, ou
uma nova demanda por um antigo é feita sobre
nós: "O que! Algo novo! Realmente, não há fim.
Estou cansado dos apelos para fazer." Um novo
objeto! Sim, e outro e outro ainda - e enquanto
um novo puder ser encontrado, e temos os
meios para apoiá-lo, não devemos nos cansar de
fazer o que é bom. Precisamos resumir nossos
luxos, se necessário, para aumentar os meios de
apoiá-lo. Algum de nós já fez isso? Sim, devemos
reduzir o que estamos acostumados a
considerar nossos confortos e até nossos
próprios bens, até que estejamos reduzidos aos
dois centavos da viúva pobre, se não pudermos,
por nenhum outro meio, aproveitar as
oportunidades que Deus está nos abrindo para
continuarmos Sua causa na terra. Pela minha
parte, parece-me que nossos homens ricos
37. 37
ainda devem dar mais alguns passos, em direção
à beneficência registrada no livro de Atos. Eles
ainda deram a sua abundância; a abundância em
si deve ser dada a seguir.
Quanto depende de nós quanto ao que a igreja e
o mundo devem ser nas eras futuras! Nossa
existência individual derivou importância
adicional das circunstâncias em que somos
colocados. Cada um de nós ajuda a moldar a
idade e é moldado por ela. Nunca poderíamos
ter vivido uma era mais importante e todos nós
devemos estar cientes disso. Nunca os homens
tiveram tanto trabalho a fazer. Temos
responsabilidades solenes sobre nós, em
consequência disso; tenhamos graça de
conhecer nossa posição e o dia de nossa visita
misericordiosa!
II. Tendo dado uma representação
encorajadora e, creio, verdadeira das
excelências de nossas igrejas, manifestada por
seu zelo, atividade e liberalidade; Agora passo a
dar uma visão menos favorável do caso e
apresento para consideração as FALHAS de
nossas igrejas.
Antes de prosseguirmos com as palavras de
John Angell James, cabe destacar que o espírito
expansionista do Cristianismo não é o mesmo
38. 38
do Islamismo ou de qualquer outro tipo de
poder de caráter político ou religioso que se
apresente para a dominação total da
humanidade através do uso da força das armas
ou de estratégias enganosas diabólicas e
humanas, pois, o esforço de alcançar almas se
destina a reunir os eleitos aonde quer que eles
se encontrem, e isto sempre é feito eficazmente
somente quando há a direção do Espírito Santo
no processo, o qual não age por força ou poder
subjugadores da vontade humana, mas em justa
operação mútua com ela.
O estado abençoado e glorioso final reservado
para o povo de Deus e para a Terra jamais
poderia ser alcançado por outro meio, senão o
da operação do amor e da graça divinos.
Eis o testemunho que encontramos acerca disso
no profeta Isaías:
Isaías–63
1 Quem é este que vem de Edom, de Bozra, com
vestes de vivas cores, que é glorioso em sua
vestidura, que marcha na plenitude da sua
força? Sou eu que falo em justiça, poderoso para
salvar.
39. 39
2 Por que está vermelho o traje, e as tuas vestes,
como as daquele que pisa uvas no lagar?
3 O lagar, eu o pisei sozinho, e dos povos
nenhum homem se achava comigo; pisei as uvas
na minha ira; no meu furor, as esmaguei, e o seu
sangue me salpicou as vestes e me manchou o
traje todo.
4 Porque o dia da vingança me estava no
coração, e o ano dos meus redimidos é chegado.
5 Olhei, e não havia quem me ajudasse, e
admirei-me de não haver quem me sustivesse;
pelo que o meu próprio braço me trouxe a
salvação, e o meu furor me susteve.
6 Na minha ira, pisei os povos, no meu furor,
embriaguei-os, derramando por terra o seu
sangue.
7 Celebrarei as benignidades do SENHOR e os
seus atos gloriosos, segundo tudo o que o
SENHOR nos concedeu e segundo a grande
bondade para com a casa de Israel, bondade que
usou para com eles, segundo as suas
misericórdias e segundo a multidão das suas
benignidades.
40. 40
8 Porque ele dizia: Certamente, eles são meu
povo, filhos que não mentirão; e se lhes tornou o
seu Salvador.
9 Em toda a angústia deles, foi ele angustiado, e
o Anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor
e pela sua compaixão, ele os remiu, os tomou e
os conduziu todos os dias da antiguidade.
10 Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu
Espírito Santo, pelo que se lhes tornou em
inimigo e ele mesmo pelejou contra eles.
11 Então, o povo se lembrou dos dias antigos, de
Moisés, e disse: Onde está aquele que fez subir
do mar o pastor do seu rebanho? Onde está o
que pôs nele o seu Espírito Santo?
12 Aquele cujo braço glorioso ele fez andar à
mão direita de Moisés? Que fendeu as águas
diante deles, criando para si um nome eterno?
13 Aquele que os guiou pelos abismos, como o
cavalo no deserto, de modo que nunca
tropeçaram?
14 Como o animal que desce aos vales, o Espírito
do SENHOR lhes deu descanso. Assim, guiaste o
teu povo, para te criares um nome glorioso.
41. 41
15 Atenta do céu e olha da tua santa e gloriosa
habitação. Onde estão o teu zelo e as tuas obras
poderosas? A ternura do teu coração e as tuas
misericórdias se detêm para comigo!
16 Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos
conhece, e Israel não nos reconhece; tu, ó
SENHOR, és nosso Pai; nosso Redentor é o teu
nome desde a antiguidade.
17 Ó SENHOR, por que nos fazes desviar dos teus
caminhos? Por que endureces o nosso coração,
para que te não temamos? Volta, por amor dos
teus servos e das tribos da tua herança.
18 Só por breve tempo foi o país possuído pelo
teu santo povo; nossos adversários pisaram o
teu santuário.
19 Tornamo-nos como aqueles sobre quem tu
nunca dominaste e como os que nunca se
chamaram pelo teu nome.
Isaías–64
1 Oh! Se fendesses os céus e descesses! Se os
montes tremessem na tua presença,
2 como quando o fogo inflama os gravetos, como
quando faz ferver as águas, para fazeres notório
42. 42
o teu nome aos teus adversários, de sorte que as
nações tremessem da tua presença!
3 Quando fizeste coisas terríveis, que não
esperávamos, desceste, e os montes tremeram à
tua presença.
4 Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem
com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se
viu Deus além de ti, que trabalha para aquele
que nele espera.
5 Sais ao encontro daquele que com alegria
pratica justiça, daqueles que se lembram de ti
nos teus caminhos; eis que te iraste, porque
pecamos; por muito tempo temos pecado e
havemos de ser salvos?
6 Mas todos nós somos como o imundo, e todas
as nossas justiças, como trapo da imundícia;
todos nós murchamos como a folha, e as nossas
iniquidades, como um vento, nos arrebatam.
7 Já ninguém há que invoque o teu nome, que se
desperte e te detenha; porque escondes de nós o
rosto e nos consomes por causa das nossas
iniquidades.
8 Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai, nós
somos o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós,
obra das tuas mãos.
43. 43
9 Não te enfureças tanto, ó SENHOR, nem
perpetuamente te lembres da nossa iniquidade;
olha, pois, nós te pedimos: todos nós somos o teu
povo.
10 As tuas santas cidades tornaram-se em
deserto, Sião, em ermo; Jerusalém está assolada.
11 O nosso templo santo e glorioso, em que
nossos pais te louvavam, foi queimado; todas as
nossas coisas preciosas se tornaram em ruínas.
12 Conter-te-ias tu ainda, ó SENHOR, sobre estas
calamidades? Ficarias calado e nos afligirias
sobremaneira?
Isaías–65
1 Fui buscado pelos que não perguntavam por
mim; fui achado por aqueles que não me
buscavam; a um povo que não se chamava do
meu nome, eu disse: Eis-me aqui, eis-me aqui.
2 Estendi as mãos todo dia a um povo rebelde,
que anda por caminho que não é bom, seguindo
os seus próprios pensamentos;
3 povo que de contínuo me irrita abertamente,
sacrificando em jardins e queimando incenso
sobre altares de tijolos;
44. 44
4 que mora entre as sepulturas e passa as noites
em lugares misteriosos; come carne de porco e
tem no seu prato ensopado de carne
abominável;
5 povo que diz: Fica onde estás, não te chegues a
mim, porque sou mais santo do que tu. És no
meu nariz como fumaça de fogo que arde o dia
todo.
6 Eis que está escrito diante de mim, e não me
calarei; mas eu pagarei, vingar-me-ei,
totalmente,
7 das vossas iniquidades e, juntamente, das
iniquidades de vossos pais, diz o SENHOR, os
quais queimaram incenso nos montes e me
afrontaram nos outeiros; pelo que eu vos
medirei totalmente a paga devida às suas obras
antigas.
8 Assim diz o SENHOR: Como quando se acha
vinho num cacho de uvas, dizem: Não o
desperdices, pois há bênção nele, assim farei
por amor de meus servos e não os destruirei a
todos.
9 Farei sair de Jacó descendência e de Judá, um
herdeiro que possua os meus montes; e os meus
45. 45
eleitos herdarão a terra e os meus servos
habitarão nela.
10 Sarom servirá de campo de pasto de ovelhas,
e o vale de Acor, de lugar de repouso de gado,
para o meu povo que me buscar.
11 Mas a vós outros, os que vos apartais do
SENHOR, os que vos esqueceis do meu santo
monte, os que preparais mesa para a deusa
Fortuna e misturais vinho para o deus Destino,
12 também vos destinarei à espada, e todos vos
encurvareis à matança; porquanto chamei, e
não respondestes, falei, e não atendestes; mas
fizestes o que é mau perante mim e escolhestes
aquilo em que eu não tinha prazer.
13 Pelo que assim diz o SENHOR Deus: Eis que os
meus servos comerão, mas vós padecereis
fome; os meus servos beberão, mas vós tereis
sede; os meus servos se alegrarão, mas vós vos
envergonhareis;
14 os meus servos cantarão por terem o coração
alegre, mas vós gritareis pela tristeza do vosso
coração e uivareis pela angústia de espírito.
15 Deixareis o vosso nome aos meus eleitos por
maldição, o SENHOR Deus vos matará e a seus
servos chamará por outro nome,
46. 46
16 de sorte que aquele que se abençoar na terra,
pelo Deus da verdade é que se abençoará; e
aquele que jurar na terra, pelo Deus da verdade
é que jurará; porque já estão esquecidas as
angústias passadas e estão escondidas dos meus
olhos.
17 Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e
não haverá lembrança das coisas passadas,
jamais haverá memória delas.
18 Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente
no que eu crio; porque eis que crio para
Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo.
19 E exultarei por causa de Jerusalém e me
alegrarei no meu povo, e nunca mais se ouvirá
nela nem voz de choro nem de clamor.
20 Não haverá mais nela criança para viver
poucos dias, nem velho que não cumpra os seus;
porque morrer aos cem anos é morrer ainda
jovem, e quem pecar só aos cem anos será
amaldiçoado.
21 Eles edificarão casas e nelas habitarão;
plantarão vinhas e comerão o seu fruto.
22 Não edificarão para que outros habitem; não
plantarão para que outros comam; porque a
longevidade do meu povo será como a da árvore,
47. 47
e os meus eleitos desfrutarão de todo as obras
das suas próprias mãos.
23 Não trabalharão debalde, nem terão filhos
para a calamidade, porque são a posteridade
bendita do SENHOR, e os seus filhos estarão
com eles.
24 E será que, antes que clamem, eu
responderei; estando eles ainda falando, eu os
ouvirei.
25 O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão
comerá palha como o boi; pó será a comida da
serpente. Não se fará mal nem dano algum em
todo o meu santo monte, diz o SENHOR.
Isaías–66
1 Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a
terra, o estrado dos meus pés; que casa me
edificareis vós? E qual é o lugar do meu
repouso?
2 Porque a minha mão fez todas estas coisas, e
todas vieram a existir, diz o SENHOR, mas o
homem para quem olharei é este: o aflito e
abatido de espírito e que treme da minha
palavra.
48. 48
3 O que imola um boi é como o que comete
homicídio; o que sacrifica um cordeiro, como o
que quebra o pescoço a um cão; o que oferece
uma oblação, como o que oferece sangue de
porco; o que queima incenso, como o que bendiz
a um ídolo. Como estes escolheram os seus
próprios caminhos, e a sua alma se deleita nas
suas abominações,
4 assim eu lhes escolherei o infortúnio e farei vir
sobre eles o que eles temem; porque clamei, e
ninguém respondeu, falei, e não escutaram;
mas fizeram o que era mau perante mim e
escolheram aquilo em que eu não tinha prazer.
5 Ouvi a palavra do SENHOR, vós, os que a
temeis: Vossos irmãos, que vos aborrecem e que
para longe vos lançam por causa do vosso amor
ao meu nome e que dizem: Mostre o SENHOR a
sua glória, para que vejamos a vossa alegria,
esses serão confundidos.
6 Voz de grande tumulto virá da cidade, voz do
templo, voz do SENHOR, que dá o pago aos seus
inimigos.
7 Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes
que lhe viessem as dores, nasceu-lhe um
menino.
49. 49
8 Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa
semelhante? Pode, acaso, nascer uma terra
num só dia? Ou nasce uma nação de uma só vez?
Pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à
luz seus filhos.
9 Acaso, farei eu abrir a madre e não farei
nascer? – diz o SENHOR; acaso, eu que faço
nascer fecharei a madre? – diz o teu Deus.
10 Regozijai-vos juntamente com Jerusalém e
alegrai-vos por ela, vós todos os que a amais;
exultai com ela, todos os que por ela
pranteastes,
11 para que mameis e vos farteis dos peitos das
suas consolações; para que sugueis e vos
deleiteis com a abundância da sua glória.
12 Porque assim diz o SENHOR: Eis que
estenderei sobre ela a paz como um rio, e a
glória das nações, como uma torrente que
transborda; então, mamareis, nos braços vos
trarão e sobre os joelhos vos acalentarão.
13 Como alguém a quem sua mãe consola, assim
eu vos consolarei; e em Jerusalém vós sereis
consolados.
14 Vós o vereis, e o vosso coração se regozijará, e
os vossos ossos revigorarão como a erva tenra;
50. 50
então, o poder do SENHOR será notório aos seus
servos, e ele se indignará contra os seus
inimigos.
15 Porque eis que o SENHOR virá em fogo, e os
seus carros, como um torvelinho, para tornar a
sua ira em furor e a sua repreensão, em chamas
de fogo,
16 porque com fogo e com a sua espada entrará
o SENHOR em juízo com toda a carne; e serão
muitos os mortos da parte do SENHOR.
17 Os que se santificam e se purificam para
entrarem nos jardins após a deusa que está no
meio, que comem carne de porco, coisas
abomináveis e rato serão consumidos, diz o
SENHOR.
18 Porque conheço as suas obras e os seus
pensamentos e venho para ajuntar todas as
nações e línguas; elas virão e contemplarão a
minha glória.
19 Porei entre elas um sinal e alguns dos que
foram salvos enviarei às nações, a Társis, Pul e
Lude, que atiram com o arco, a Tubal e Javã, até
às terras do mar mais remotas, que jamais
ouviram falar de mim, nem viram a minha
51. 51
glória; eles anunciarão entre as nações a minha
glória.
20 Trarão todos os vossos irmãos, dentre todas
as nações, por oferta ao SENHOR, sobre cavalos,
em liteiras e sobre mulas e dromedários, ao
meu santo monte, a Jerusalém, diz o SENHOR,
como quando os filhos de Israel trazem as suas
ofertas de manjares, em vasos puros à Casa do
SENHOR.
21 Também deles tomarei a alguns para
sacerdotes e para levitas, diz o SENHOR.
22 Porque, como os novos céus e a nova terra,
que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o
SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade
e o vosso nome.
23 E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra
e de um sábado a outro, virá toda a carne a
adorar perante mim, diz o SENHOR.
24 Eles sairão e verão os cadáveres dos homens
que prevaricaram contra mim; porque o seu
verme nunca morrerá, nem o seu fogo se
apagará; e eles serão um horror para toda a
carne.
Voltemos às palavras de John Angell James:
52. 52
É um pouco difícil formar, a qualquer momento,
uma estimativa correta do estado de piedade
existente em comparação com alguns períodos
anteriores. E é bom para todos nós, e sempre,
lembrar a exortação de Salomão: "Não diga: Por
que os dias anteriores foram melhores do que
estes? Pois não é aconselhável perguntar a
respeito disso". As pessoas mais
eminentemente piedosas de todas as épocas
têm sido propensas a reclamar das falhas de
seus próprios tempos e a considerá-las maiores
do que as de períodos passados da história da
Igreja. Vemos os males de nossos próprios
tempos; só lemos sobre os homens que viveram
antes de nós. Deixando de lado, então, na maior
parte das vezes, uma comparação de nosso
estado atual com os tempos passados, apelarei
para o verdadeiro padrão de toda religião
espiritual e me esforçarei por isso para
determinar nosso estado real.
1. Como a primeira, mais proeminente e mais
prevalecente falha de nossas igrejas agora,
mencionei o MUNDANISMO, ou, como é
frequentemente designado, mentalidade
terrena. O menor conhecimento dos registros
cristãos e do sistema cristão deve nos convencer
que alguém poderia pensar, de que estes
pretendem formar um caráter que, em
referência a coisas tanto temporais quanto
53. 53
eternas, deve, em seu espírito e manifestação,
ser diferente de, e, ao contrário, do de um
homem não convertido. Nisto, o cristianismo
tem uma vasta vantagem sobre o judaísmo. Este
último era, em grande parte, um sistema
mundano; sua revelação de um estado futuro
era fraca; suas promessas eram de coisas
terrenas; sua política eclesiástica, embora
administrada pelo próprio Deus, era em parte
mundana. Parece haver pouco para promover
uma mente sobrenatural, espiritual e celestial,
mesmo nos israelitas mais piedosos. É
totalmente diferente conosco. Estamos sob um
pacto "estabelecido mediante melhores
promessas". Tudo no caminho do motivo é
espiritual e celestial. Vida e imortalidade são
trazidas à luz pelo Evangelho. A vida eterna no
céu é o grande tema do Novo Testamento.
Estações frutíferas, confortos temporais,
riqueza aumentada, prosperidade mundana -
não são mais os incentivos à obediência ou as
recompensas prometidas pela boa conduta.
Deus, pelo seu quase total silêncio sobre essas
coisas, e sua constante exibição de "todas as
bênçãos espirituais nos lugares celestiais",
depreciou um pouco os objetos da ambição
humana e nos ensinou a depreciá-los também,
pelo menos em comparação com as coisas
celestiais. Pela própria revelação de nossa fé e
esperança das glórias do mundo celestial, Ele
54. 54
pretende, de fato, não aniquilar nem esconder
inteiramente as coisas terrenas - mas
certamente jogá-las de alguma maneira na
sombra, diminuir sua importância e atrair, em
certo grau, nossa atenção deles.
Apenas veja o que é dito sobre essas duas classes
de objetos no Novo Testamento: "Se você
ressuscitou com Cristo, procure as coisas que
estão em cima, onde Cristo está à direita de
Deus. Coloque sua afeição nas coisas de cima,
não sobre as coisas da terra. Pois você está
morto e sua vida está escondida com Cristo em
Deus." "Não olhamos para as coisas que são
vistas - mas para as que não são vistas - pois as
coisas que são vistas são temporais; mas as
coisas que não são vistas são eternas". "Que os
que compram sejam como se não os
possuíssem, e os que usam o mundo como não o
abusam." "Não ameis o mundo, nem as coisas
que existem no mundo. Se alguém ama o
mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo
o que há no mundo, o desejo da carne e o desejo
dos olhos e o orgulho da vida não são do Pai, mas
são do mundo." "Amados, suplico-vos como
estrangeiros e peregrinos, abster-se de
concupiscências carnais, que guerreiam contra
a alma." "Tendo comida e roupas, vamos nos
contentar com isso." "Não ajunteis tesouros na
terra, mas ajuntem tesouros no céu."
55. 55
Agora, na visão dessas passagens, e de muitas
outras, com que força a questão do apóstolo
chega até nós: "Vendo todas essas coisas se
dissolverem, que tipo de pessoa vocês devem
ser, em toda a vida santa e piedade!" Que espírito
sobrenatural, que impressão da eternidade, que
temperamento do céu deveria haver em nós!
Professar acreditar em tudo isso, a esperar por
tudo isso, a amar tudo isso, a nos entregar a tudo
isso - não deveríamos ser um povo realmente,
praticamente diferente das pessoas do mundo -
visto ser diferente, conhecido e reconhecido
como diferente - diferente em nosso espírito
predominante, em nossos prazeres, em nossos
gostos, em nosso modo de fazer negócios, em
nossos sentimentos e conduta em relação à
riqueza, em nosso comportamento sob perdas e
nas máximas que nos governam? Deveríamos
não parecer os conquistadores e não os cativos
do mundo? Mas é assim? Não é exatamente o
contrário de tudo isso a característica atual de
muitos professantes? Uma inundação de
mundanismo não fluiu sobre a igreja? Não
vemos um monte de detritos e acúmulos de
lama nas paredes e nas ruas de Sião?
É claro que é admitido que um cristão pode e
deve se envolver em negócios seculares, se não
tiver uma fortuna competente para fazê-lo; que
ele possa se tornar um homem de negócios
56. 56
hábil e inteligente; que ele deve ser diligente e
pode, por indústria honesta, adquirir riqueza.
Um comerciante incompetente ou ocioso não
honra a piedade. E também é admitido que
nunca foi tão difícil quanto nesta era iniciar
negócios e manter a consciência sem ofensa. As
tentações de afastar-se da estrita linha de
integridade nunca foram tantas e tão poderosas
como são agora. É um trabalho árduo viver e
seguir o que quer que seja verdadeiro e honesto.
Mas então, se somos cristãos, isso deve ser feito.
Agora, então, observe a conduta de muitos
professantes de religião. Eles não estão tão
completamente engolidos na ânsia de serem
ricos , no círculo cada vez mais amplo de suas
especulações comerciais, em seu modo duro,
desgastante e desgastante de fazer negócios, em
adotar os mesmos truques, artifícios, meias
falsidades, meia desonra e meia desonestidade
de mundanos que não profetizam? Leia os
anúncios em nossos jornais e revistas e as
contas em nossas janelas - que baforadas e
elogios, que afirmações de excelência
transcendente e declarações de superioridade
acima de todas as outras, que atrações
enganosas, que artes ridículas, vis e ridículas
para chamar a atenção, nos encontramos com
alguns que deveriam saber melhor! Não posso,
como se supõe, objetar à publicidade, pois o
comércio não pode ser realizado sem ela - nem
57. 57
condeno a engenhosidade modesta em atrair a
atenção que é consistente com a verdade e com
as coisas de boa reputação - mas quando isso
degenera, como frequentemente sucede, em
meias falsidades, é o que nenhum que se
professa cristão deve recorrer.
Não vemos muitos praticamente rejeitando as
regras apostólicas de comércio e
desconsiderando tudo o que é verdadeiro,
honesto, justo, puro, amável e de boa reputação
- e sorrindo para a simplicidade do homem que
os amarraria a tais regras? Estou ciente da raiva
da competição, da rivalidade do comércio, da
necessidade absoluta de habilidade, diligência e
até astúcia - lidar com ciúmes, inveja e truques.
Mas ainda assim, eu digo, o domínio apostólico
é válido, e o homem que não pode seguir em
frente sem pisá-lo não deve continuar. Se um
cristão não pode ficar rico sem perder sua
piedade, ele deve se contentar em ser pobre. Em
um país comercial como este, e em épocas tão
intensamente comerciais como a nossa, a maior
armadilha para os cristãos é agir como homens
mundanos em muitas das máximas mais
frouxas e práticas questionáveis da época.
Esse espírito mundano não é manifestado em
muitos casos pela tentação de uma especulação
precipitada e imprudente? Certamente deve
58. 58
haver um significado nas palavras do apóstolo, e
um significado aplicável a todas as idades e
estados da sociedade - "Tendo comida e roupas,
estejamos com isso contentes". Não que isso
deva ser interpretado de forma rígida e literal.
No entanto, certamente seu espírito deve
condenar um desejo excessivo por riqueza. Isto
é claro pelo que se segue - "aqueles que desejam
ser ricos caem na tentação e na armadilha, e em
muitas concupiscências tolas e ofensivas, que
afogam os homens na perdição. Pois o amor ao
dinheiro é a raiz de todo mal; que, embora
alguns cobiçaram depois, erraram na fé e
penetraram com muitas dores". O que é senão
essa determinação, quase todos os riscos, e
quase de qualquer maneira de ser rico, que faz
com que muitos continuem ampliando seu já
amplo círculo comercial, lançando-se além de
sua capital, especulando de maneira ampla e
imprudente, seguindo as bolhas que outros
sopraram e depois recorreram, por uma espécie
de compulsão, como supõem e sentem, a meios
para atender a uma exigência que a honra
comercial, para não falar do princípio cristão,
proíbe? O que é isso, eu digo - senão um espírito
mundano que leva a tudo isso?
Não satisfeitos com o passo lento no caminho
mais humilde e obscuro da indústria paciente e
honesta, muitos devem galopar rumo à riqueza
59. 59
no caminho mais alto da especulação. Eles
viram alguns aventureiros afortunados
saltarem para a riqueza e também devem tentar
a sorte. Ah! Mas quão poucos são os grandes
prêmios desta loteria, quão numerosos são os
pequenos e quão multiplicados são os falidos!
Quantos escândalos ocorrem dessa maneira
pela ruína dos próprios indivíduos e pelo
descrédito da piedade! Nem todos nós
conhecemos exemplos desse tipo, de homens
que não eram desonestos, que teriam
estremecido com a própria ideia de uma fraude
deliberada e intencional, e nunca cometeram
uma; mas quem, em consequência do
inesperado fracasso de algumas especulações
imprudentes e injustificadas, recorreu a meios
para evitar um acidente, que, em outras
circunstâncias, eles teriam evitado com
detestação? Eles nunca planejaram roubar
ninguém - mas tiveram o objetivo de pagar a
todos o que lhes era devido, quando a
especulação lhes trouxe a fortuna que
esperavam com confiança. A nuvem, que eles
esperavam que derramasse uma chuva de ouro
sobre seu objeto querido, lançou um raio que a
partiu em pedaços. Todas as promessas feitas
com outras antecipações falharam; credores
feridos e exasperados provocaram censuras ao
autor de sua perda - e as pessoas, que esperam a
60. 60
paralisação dos professantes, insultando,
exclamaram: "Este é seu homem piedoso!"
Antes de prosseguirmos com as palavras de
John Angell James, é importante destacar que
ele como que profetizou em relação a estas
coisas ditas anteriormente sobre o estado
futuro da igreja no mundo, especialmente na
Europa, que em nossos dias perdeu muito da sua
anterior vitalidade exatamente por essa busca
obstinada por riquezas terrenas. Os meios
industriais e tecnológicos avançados que não
pertenceram aos dias de John Angell, têm
chegado a nós em tal amplitude que mais se vê
na Europa o ateísmo do que um Cristianismo
vigoroso, e este apego desenfreado aponta para
um previsível não recuo em tal estado de coisas.
Mas voltemos a John Angell James:
Lamento dizer que esses casos não são
incomuns. Não que eles sejam mais frequentes
com professantes do que com pessoas que não
fazem profissão. Atrevo-me a afirmar que, para
um desses, há dez entre os últimos; mas então,
como uma execução de um criminoso faz mais
barulho do que a vida de dez homens honestos
exemplares, um fracasso vergonhoso de um
cristão professo ocasiona uma conversa mais
reprovadora do que o fracasso ainda mais
61. 61
vergonhoso de dez homens do mundo. Alguns
fingem malignamente que negociariam mais
cedo com um homem que não professa piedade
do que com alguém que o faça. Creio que isso é
uma falsidade, mero ódio calunioso à piedade e
inimizade contra Deus. Ainda assim, que lição e
advertência isso mantém para os cristãos
professos, para serem mais cautelosos em todas
as suas transações seculares, e mais resolutos
em sua determinação de estarem dispostos a
sofrer a perda de todas as coisas, pela excelência
da conhecimento de Cristo Jesus, o Senhor.
Tenho certeza de que sim, mas expresso os
sentimentos de todos os meus irmãos no
ministério, quando digo que estou cansado dos
relatos que estão flutuando pelo mundo,
embora não afetando, talvez, nossos próprios
membros, a má conduta de cristãos
professantes em referência a assuntos
financeiros. Dos três pecados predominantes
aos quais os cristãos de todas as épocas são
expostos e tentados - intemperança,
licenciosidade e mundanismo, o mais
prevalecente é o último - e é o mais difícil de
levar sob a disciplina da igreja e levar para casa
a igreja. a própria consciência de um homem.
Quantas pessoas sentiriam remorso
extraordinário por um ato de intoxicação ou
licenciosidade, que passariam por toda uma
62. 62
série de inconsistências em assuntos
financeiros, e ainda assim sua consciência
dificilmente os incomodaria - e quem, enquanto
a igreja tomaria o conhecimento do primeiro
seria, no que diz respeito ao segundo,
continuado, incitado e não aprovado.
Absolutamente inconcebível é o mal que é feito
para o crédito à piedade e às almas dos homens,
pela falta de princípio honroso e, em alguns
casos, de princípio honesto, entre os
professantes de religião. Os infiéis são
confirmados em sua infidelidade, o profano em
sua profanação e o mundano em seu
mundanismo, por essas ocorrências. Uma única
inconsistência desse tipo na conduta mesmo de
um professante que nunca fez isso antes, e
nunca fará isso de novo, pode produzir, em mais
de uma mente, uma impressão inefável e um
preconceito inextinguível contra a piedade.
Portanto, vamos observar e ser cautelosos
sempre, em tudo e diante de todos. As palavras
de nosso Senhor devem sempre soar aos nossos
ouvidos: "Ai do mundo por causa de escândalos
- deve ser necessário que os escândalos venham
- mas ai daquele homem por quem eles vierem".
Imaginemos apenas que impressão seria
produzida na parte não convertida da
humanidade, se todos os que professam ser
convertidos cumprissem o regime apostólico do
63. 63
comércio - se, em todos os casos, fosse um fato
estabelecido e conhecido, que todo o professor
de piedade era um homem honesto e honrado;
alguém cuja palavra era seu vínculo, que
preferia sofrer mais do que fazê-lo, e não era
nem um trapaceiro. Estou ciente de que a
vantagem que seria redundante para pessoas
piedosas, para quem a honestidade seria a
melhor política, seria, nesse caso, tão grande
que muitos simulariam hipocritamente a
piedade em benefício de seu benefício; pois,
como todos seriam levados a lidar com pessoas
em quem pudessem confiar plenamente, seria
palpável para todos que "a piedade é proveitosa
para todas as coisas, tendo a promessa da vida
que é agora, bem como daquela que está por vir."
Mas mesmo para eles um elogio não designado
seria prestado à piedade, quando era
intencionalmente falsificada em benefício de
suas vantagens temporais.
E não é, então, o dever solene de todo cristão que
professa ser conhecido como um homem
honesto, generoso e honrado? Sua piedade não
deveria ser levada do santuário, da igreja e do
altar da família para a loja, para a troca, para o
mercado? Deveria não presidir a compra e
venda e entrar em pechinchas e acordos? Ora,
metade dos escritos proféticos do Antigo
Testamento, e não uma pequena parte dos do
64. 64
Novo, são sobre esses mesmos assuntos.
"Santidade ao Senhor" deve estar escrita em
todas as nossas mercadorias. Não somos
ordenados por Cristo a deixar nossa luz brilhar
diante dos homens? Agora, isso sugere não
apenas que nossa religião deve ser visível - mas
resplandecente. Uma vela é visível - mas é
resplandecente? E, para brilhar diante dos
homens, deve ser visível naqueles assuntos que
caem mais imediatamente sob seu
conhecimento. Eles não nos veem em nossos
quartos ou nos próprios altares da família; mas
eles nos veem em questões comerciais e em
todas as transações monetárias. É lá que somos
uma cidade situada em uma colina, que não
pode ser escondida. Nada pode brilhar que não
seja radiante em comparação com o que está à
sua volta - e não podemos brilhar a menos que
sejamos extraordinariamente honestos,
honrosos e verdadeiros.
Um cristão não é apenas para ser tão moral
quanto um mundano moral - mas mais ainda,
senão ele não pode brilhar diante desse homem.
E, no entanto, não existem alguns homens, que
não fazem profissão de piedade e não possuem
nenhuma, que ofuscam muitos que são
membros da igreja, na integridade, na
veracidade e na honra de suas transações
monetárias? Pouco antes de escrever essa frase,
65. 65
estava conversando com um dos homens mais
ricos e afortunados da cidade, que me disse que
foi iniciado na vida por um homem mais
honesto, generoso e de mente nobre, infiel e
esforçou-se para torná-lo um, e quase
conseguiu, pela força de sua bela conduta
moral, especialmente em contraste com as
inconsistências grosseiras de muitos que se
chamavam cristãos. O que vale uma profissão de
piedade que, nas moralidades do comércio, é
ofuscada pela conduta de um infiel?
Que oportunidade, eles estavam ansiosos para
abraçá-la, tendo cristãos professos a brilhar,
nesta era de princípios comerciais corruptos!
Quão infectado, em sua essência, com
princípios doentios, é o grande órgão comercial!
Alguns chegaram ao ponto de dizer que todo
comércio é uma mentira. E de fato verdade,
justiça, honestidade e honra, parecem se tornar
quase desconhecidas no comércio. Em tais
circunstâncias, o cristão da atualidade continua
seus negócios. Tentando, tentando
severamente, eu sei que está, e tenho muita
pena dele. Mesmo assim, eu teria pena do
crente nos tempos primitivos, quando, sob o
Império Romano, ele era obrigado a queimar
incenso nas estátuas do imperador - ou sofrer o
martírio. O que um crente é chamado a fazer
agora, comparado com o que um crente foi
66. 66
chamado a fazer então? Se a religião não se
curvaria aos sentimentos da humanidade
quando a própria vida dependesse de uma
circunstância aparentemente tão leve como
queimar alguns grãos de incenso diante de uma
estátua, tenha certeza de que não será mais
flexível quando houver apenas propriedade e
conforto mundano em risco. O teste de piedade
foi então a tentação da idolatria; agora é a
tentação de desonestidade. O nosso é, de longe,
o menos grave dos dois. "Pele por pele, tudo o
que um homem tem, ele dará por sua vida."
Se não podemos agora abster-nos de receber
dinheiro por mentira, desonestidade, desonra,
trapaça; como poderíamos nos abster, em
tempos de perseguição, de meios proibidos de
salvar vidas? O que, no máximo, é que os
homens temem agora, seguindo as coisas que
são verdadeiras, honestas, justas e sacrificando
ganhos obtidos de forma desonrosa? Pobreza
absoluta? Não. Há um pequeno risco disso, pelo
menos na maioria dos casos. É apenas um grau
um pouco mais baixo na sociedade. Se eles não
obtêm tanto lucro, não podem viver tão
gentilmente, tão luxuosamente. Eles não podem
habitar uma casa tão grande, não podem ter
móveis tão elegantes, não podem divertir-se,
não podem manter uma carruagem. É para
apoiar essas coisas que as leis da honestidade e
67. 67
honra no comércio são sacrificadas por muitos.
Eles não estão satisfeitos com a mera vida - mas
devem ter abundância.
E até os professantes de religião se deixam levar
por essa disposição ambiciosa e aspirante. E
tornou-se uma falha predominante das igrejas
nos dias de hoje. E como deve ser alterado? O
apóstolo nos disse: "Mas, quanto a mim, nunca
me gabarei de nada além da cruz de nosso
Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo
foi crucificado para mim e eu para o mundo".
Quão obscuro, quão inútil, tudo o que é terrestre
aparece quando visto à luz do sol da cruz! É
perdendo de vista Jesus, vivendo tão longe dele,
esquecendo-o, que deixamos o mundo nos
dominar tanto. Você deve meditar mais na cruz,
deve se concentrar mais no Calvário, deve estar
mais familiarizado com o Crucificado.
Então, novamente, em outro lugar, diz-se: "O
que é nascido de Deus vence o mundo - esta é a
vitória que vence o mundo, a nossa fé". O que é
necessário é uma crença mais forte da realidade
de uma existência eterna além do túmulo; um
aperto mais firme da mão da fé sobre a glória,
honra e imortalidade, prometidas aos que
continuam pacientes no bem; uma
consideração mais frequente e séria da falta de
tempo e da brevidade e incerteza da vida. Ó
68. 68
cristãos, o que é o tempo para a eternidade; o
que é a terra para o céu? Pense mais em guardar
tesouros no céu e menos em guardar tesouros
na terra. Mesmo supondo que você finalmente
esteja seguro para o céu, apesar de um
mundanismo de disposição muito prevalecente
e algumas inconsistências; que diminuição da
herança celestial ocorrerá! O cristão que
aumenta sua porção mundana por ser indigno
de sua profissão, está perpetuamente
diminuindo sua porção no paraíso. Existem
graus de glória no céu - e os maiores serão
alcançados por aqueles que, pela graça divina,
obtiverem a maior vitória sobre o mundo - e
tomam como uma verdade mais certa que,
mesmo na terra, há mais real e sublime
felicidade a ser obtida de um mundo crucificado
do que de um mundo idolatrado.
Abrindo outro parêntesis nas palavras de John
Angell, devemos afirmar que há dois grandes
motivos incentivadores para um viver santo em
contraposição ao mundo: o primeiro é
missiológico, ou seja para que outros possam
ser alcançados para a conversão ao evangelho e
à edificação de suas vidas pelo nosso bom
testemunho, e o segundo dá-se em razão de que
não se pode comparar toda a riqueza material,
ou fama, ou tudo o mais que se possa obter neste
mundo, com a glória que está prometida à
69. 69
Igreja, quando Jesus se manifestar em Sua
segunda vinda. Não é sábio e nem prudente
trocar a primeira pela segunda. Além disso,
como será de santidade absoluta e perfeita a
condição futura dos crentes, importa que eles
comecem a adquirir os hábitos desta santidade
que será perfeita no porvir, vivendo portanto,
presentemente, de modo digno da vocação
deles.
Voltando ao texto de John Angell James:
A seguir, menciono os hábitos domésticos e
sociais de alguns professantes. Parece-me que
há um gosto predominante demais por um
estilo de vida caro e vistoso, uma ambição
indevida de estar no estilo, uma sensibilidade
excessiva sobre moda, refinamento e aparência.
Isso é visto em sua preocupação febril de morar
em casas grandes e possuir móveis elegantes. É
igualmente exibido em trajes alegres, caros e
modernos, sobre os quais os apóstolos deram
exortações, advertências e orientações
especiais. 1 Timóteo 2: 9; 1 Pedro 3: 3. O mesmo
espírito é visto na educação de seus filhos,
especialmente de suas meninas, que ouvem em
casa, de suas mães, em alguns casos, muito mais
sobre moda do que sobre piedade; sobre
realizações elegantes do que sobre excelências
70. 70
femininas, aquisições mentais, autogoverno e
virtudes relativas.
Em resumo, as famílias de muitos professantes
são “o mundo” em um pequeno círculo; com
apenas a exclusão de algumas de suas formas
mais grosseiras. Isso não tem sido realizado com
pouca frequência, onde não havia garantia para
isso com base em meios amplos ou mesmo
suficientes. As consequências disso, com muita
frequência, foram falhas vergonhosas - e, como
foi a queda de um professante, a piedade sofreu
em seu crédito e caráter. Que ideias de religião
as pessoas do mundo devem afastar das famílias
de alguns professantes em que residem por
algum tempo como visitantes? Eles deveriam
ser capazes de dizer: "Naquela casa, respirei a
própria atmosfera de piedade. De tudo que vi e
ouvi, estou convencido de que Deus mora lá".
Nunca houve espetáculo, extravagância e luxo
desnecessários, tão pecaminosos em um
professante rico como nesta era, quando as
demandas por dinheiro para levar adiante a
causa de Deus se multiplicam tão rapidamente a
cada ano. A disposição para custos
desnecessários nos hábitos domésticos e sociais
está infectando as classes média e baixa de
professantes, e também as mais altas. A moda é
a deusa para cujo santuário muitos deles
71. 71
reparam com uma devoção tão ardente quanto
sincera. É verdade que é uma era de
refinamento - e o gosto e a elegância estão
continuamente espalhando suas belezas pela
superfície da sociedade. Isso torna ainda mais
necessário que os cristãos estejam em guarda,
para que não fiquem ansiosos demais pela
luxúria da carne, pela luxúria dos olhos e pelo
orgulho da vida.
Semelhante a isso, é o mundanismo exibido por
alguns professantes em suas festas e
entretenimentos sociais. Estou plenamente
consciente da impossibilidade de estabelecer
qualquer linha definida além da qual, nessas
questões, os professantes não possam ir. A tais
coisas, os costumes da época em que vivemos e
os círculos em que nos movemos prescrevem
leis às quais, de certa forma, todos nos
submetemos. Mas então, a piedade vem aqui
para fixar os limites adequados de nossa
obediência. Sendo todos nós membros da
sociedade civil, devemos lembrar que também
somos membros de uma igreja cristã. Nós, como
professores de piedade, adotamos o Novo
Testamento como nosso livro de estatutos. Em
todo lugar, supõe-se, em todos os lugares, que é,
expressado, insistido em nosso Livro, que
realmente haja uma diferença entre cristãos e
outros homens, uma distinção que é mais
72. 72
profunda que um modo de vestir ou linguagem;
que somos de outro espírito. 1 Cor 4: 7; 2 Cor 6:14,
17; Tito 2:14; 1 Pedro 2: 9. A comunidade cristã se
ergue no meio de todas as outras, como em
espírito e temperamento diferentes de todas as
outras. Nos hábitos pessoais, domésticos e
sociais, devemos ser guiados pelas leis de
Cristo, que não devem ser governadas por
outras leis. Se os hábitos da sociedade
coincidem com os do cristianismo, devemos
adotá-los; pois não devemos nos opor a eles por
uma questão de singularidade. Como nos
assuntos piedosos, nos da vida comum,
devemos nos conformar até onde a Palavra de
Deus permitir, e discordar quando isso nos
ordena. O antigo espartano era governado pelas
leis de Licurgo e não permitia que as de Atenas
ou Corinto interferissem com seus padrões. Um
gosto pelo que era refinado, elegante, luxuoso,
poderia fazer muito bem para o último - mas não
para ele. Assim é com o cristão. Ele precisa
perguntar, não o que servirá aos homens do
mundo - mas o que concordará com a letra e o
espírito do Novo Testamento.
Seguindo esse princípio, ele rejeita como fonte
de prazer e diversão o teatro, a ópera, o salão de
baile, a mesa de cartas, o percurso de corrida, a
sala de apostas. Estes são tão manifestamente
hostis, alguns deles à moral, e todos à
73. 73
espiritualidade, da piedade evangélica, que os
professantes, pelo menos a maioria deles,
abstêm-se dessas coisas. Digo a maioria deles,
pois sei que uma visita furtiva a algumas dessas
fontes de prazer mundano é ocasionalmente
paga, para ver, como afirmam, a vaidade e a
pecaminosidade do mundo, para que possam
aprender a odiá-lo pela observação, e não
apenas por relatório. Ou seja, eles irão no
caminho da tentação para vencê-la. Eles
colherão um fruto corado e tentador da árvore
proibida do conhecimento, para que se tornem
sábios pela experiência no conhecimento do
mal. Ainda assim, admite-se que poucos
professantes são encontrados nesses locais de
estância.
Mas será que alguns de seus próprios
entretenimentos e diversões se harmonizarão
com o espírito do Novo Testamento? Para se
referir a seus jantares, não há uma ambição,
extravagância e dispendiosidade manifestada
neles - que são inconsistentes com a
simplicidade cristã? Repito, é impossível fixar o
limite exato da propriedade. Seria ridículo ao
extremo tentar redigir uma nota de tarifa cristã,
ou prescrever a natureza e o número de pratos,
ou de vinhos, que um professante pode pôr
sobre sua mesa ou em quais artigos de luxo sua
sobremesa pode consistir. Só posso falar de
74. 74
princípios e tendências gerais. Em quantas
ocasiões festivas não pode ser dito, com singular
propriedade, "Não poderia isso ter sido vendido
por tanto e ter sido dado aos pobres?" Quando
tanto dinheiro é necessário, repito, pela causa
de Deus, não se deve gastar um xelim em luxo
desnecessário.
E, no que diz respeito a entretenimento , não
devo me referir às grandes e alegres festas
noturnas que estão se tornando cada vez mais
comuns, mesmo entre os professantes de
religião? Bailes privados, ou de qualquer forma,
para dançar, são, acredito, utilizadas em alguns
círculos. Talvez seja difícil logicamente provar
que essas coisas, por si só, são absolutamente
pecaminosas; deve ser o suficiente para provar
que são imprudentes. E, ao mesmo tempo, seria
diminuir a própria piedade, estabelecer
qualquer linha de distinção que constituísse a
principal diferença entre uma pessoa
convertida e não convertida. Ainda assim,
existem algumas coisas, certamente, não
imorais, que são por consenso geral
consideradas inconsistentes para um cristão e
devem ser evitadas.
Acho que o mundanismo está se infiltrando em
nossa própria piedade, como se manifesta em
algumas daquelas práticas que são utilizadas
75. 75
para angariar fundos para os vários objetos de
zelo piedoso. Quem testemunhou um de nossos
bazares modernos e viu a agitação, a alegria, a
banda militar, os jogos desta Vanity Fair - se
atreveria a dizer que tudo isso se harmoniza com
a dignidade e santidade, a espiritualidade e a
celestialidade de nossa religião sagrada?
Algumas de nossas reuniões sociais, levantadas
com propósitos piedosos, estão, temo,
degenerando em meras diversões mundanas.
Não quero ver a piedade se movendo entre as
moradas do homem, uma forma espectral, com
a insegurança estóica, a austeridade de um
monge ou o isolamento de um eremita,
parecendo mais um espírito das trevas do que
um anjo de luz . O que eu desejo é ver a aparência
de um ser descido do céu e exibindo algo da
santidade e felicidade do mundo de onde ele
veio, com a intenção de manter seu verdadeiro
caráter nessas moradas de pecado e Satanás, e
em obter de volta com segurança aos céus
nativos e levando o maior número possível ao
mundo da vida e da glória. O que desejo ver nos
professantes de piedade é a impressão profunda
e visível da cruz de Cristo em um espírito de
crucificação para o mundo, e a manifestação de
um caráter, em certa medida, resplandecente
com o esplendor do Paraíso. Em resumo, o que
desejo é o pleno desenvolvimento, no caráter e
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conduta dos cristãos professos, dessa expressão
do apóstolo: "Sua cidadania está no céu!"
A ideia é que existam duas grandes
comunidades no universo, a do mundo e a do
céu, cada uma governada por suas próprias leis,
buscando seus próprios objetos e animada por
seu próprio espírito; um governado por leis
mundanas, o outro por leis celestiais. Vocês,
cristãos professos, pertencem à comunidade
celestial e devem estar, em espírito e conduta,
em conformidade com ela. Isso não mostra, da
maneira mais impressionante, quão santo,
espiritual e celestial você deveria ser? Entre os
cristãos verdadeiros e outros, deve haver mais
diferença do que entre os habitantes de dois
países diferentes, assim como há mais diferença
entre os países celestes e terrestres do que entre
os dois terrestres.
2. Menciono agora, como uma segunda falha,
em alguma medida relacionada com o exposto
acima - um espírito autoindulgente e que ama a
facilidade; uma disposição covarde e fraca que
se retrai dos deveres, ocupações e
compromissos que exigem um sacrifício de
repouso e conforto corporais. As palavras de
nosso Senhor ainda são a regra permanente do
discipulado: "Se alguém vier após mim, negue a
si mesmo, tome sua cruz e siga-me". Se houver
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significado nas palavras, elas devem implicar
que o verdadeiro espírito cristão é abnegação.
Isso não se destinava a se aplicar
exclusivamente àquela época, ou a qualquer
época de perseguição, ou a qualquer condição
externa peculiar da Igreja. É a lei perpétua do
reino de Cristo para todas as idades, todos os
países, todas as pessoas. Não podemos mais ser
cristãos sem um espírito de abnegação, do que
podemos ser sem arrependimento e fé, ou
veracidade, justiça ou castidade. É um estado de
espírito e um curso de conduta essencial à
piedade pessoal. Todos nós, de um modo ou de
outro, devemos ser pessoas cruzadas.
Mas em que consiste a abnegação? Não nas
austeridades autoimpostas do catolicismo ou do
ermitismo; nem nas penitências autoinfligidas
da superstição - nem na privação do gozo sóbrio
e moderado das gratificações legais de nossa
natureza. A graça não está em guerra, assim
como a razão, com os instintos da humanidade;
o Criador não os implantou em nossa natureza
para ser violentamente destruído pelo Redentor
e pelo Santificador. Tudo o que a piedade faz
com eles é mantê-los em devida sujeição a si
mesmos; não para erradicá-los - mas até agora
para colher seu crescimento excessivo, a fim de
impedir que ocultem e resfriem nossas virtudes.
Para quem usa pano de saco, o lavador de roupas
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suja, o abstinente meio faminto, o recluso da
cela, Deus diz: "Quem exigiu isso de sua mão?"
Isso não é abnegação - mas autodegradação,
uma caricatura repugnante da virtude
recomendada por nosso Senhor. É
autossatisfação sob uma forma hedionda;
agradável a si próprio de uma forma de
autotortura; a adoração do eu em forma de
Moloque.
Abnegação significa a sujeição de todos os
sussurros do amor próprio à vontade de Deus. É
a rendição de nós mesmos a Deus, fazer a
vontade dele e agradá-lo no caminho de seus
mandamentos, e não a nós mesmos. Em outras
palavras, é preferir o dever conhecido e
prescrito, à gratificação egoísta. Esse estado de
espírito se desenvolverá de várias maneiras. Se
alguém nos machucou, o dever cristão diz:
"Perdoe-o livremente". O eu pecaminoso diz:
"Retalie". A máxima do diabo diz: "A vingança é
doce;" e o eu pecaminoso afirma o mesmo.
Vingança é autoindulgência - perdão, com
nossos corações corruptos, é abnegação. Assim
também, em um caso diferente, se ferimos
outro, razão, piedade, consciência, todos dizem:
"Confesse sua culpa". O coração maligno diz:
"Não, não posso, assim, me humilhar." A
abnegação requer confissão - a autoindulgência
resiste.
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Então, novamente, todo o negócio da
santificação interna, em nosso atual estado
imperfeito, é um curso de abnegação. Devemos
"mortificar nossos membros", "crucificar a
carne", "sujeitar o corpo". Tudo isso implica e
requer abnegação - pois é mais uma resistência
do que uma gratificação de nossa natureza
pecaminosa. De fato, todo o curso da vida cristã
é um hábito contínuo de abnegação, ou a
sujeição de nosso eu pecaminoso ao nosso eu
renovado e santo.
No curso de seus negócios, um homem pode,
com um pequeno sacrifício do princípio cristão,
obter ganhos consideráveis. O eu implora por
isso - a piedade o proíbe. Desistir do ganho por
causa do princípio cristão é abnegação. Esse
dever muitas vezes exige que, em nossos
negócios no mundo e em nossa conduta na
igreja, renunciemos à nossa vontade e caminho
à vontade e ao caminho dos outros. O homem
que não paga nenhum respeito a sua opinião,
desejos, e quem disse dentro de si mesmo: "Eu
vou ter o meu caminho", e que não se importa a
quantos ele se opõe ou angustia ou espezinha,
ou o que mal ele ocasiona por sua obstinação,
não tem uma partícula de abnegação. A
satisfação própria é o seu objetivo e o seu
propósito. Ceder graciosa e silenciosamente em
assuntos disputados, onde apenas sentimentos
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e não princípios estão envolvidos, é um ato
difícil, mas necessário, de abnegação.
Lamento ver quão pouco disso às vezes se
manifesta no governo de nossas igrejas, mais
particularmente na escolha de um pastor. Quão
pouco dispostos são nossos membros a desistir
de sua gratificação pessoal pelo bem da igreja!
Todo mundo tem o direito de fazer e expressar
uma preferência e uma escolha; mas se o
exercício desse direito envolver uma total
desconsideração das opiniões, desejos e
sentimentos dos outros; se se estabelecer em
uma disposição resoluta e turbulenta para levar
o argumento de um homem a todo risco; se ele
diz ou sente: "Não me importo com o que os
outros pensam, estou determinado a ter
sucesso em meu objetivo", que abnegação,
pergunto, existe aqui? É a própria essência do
interesse próprio e da satisfação própria.
Abnegação significa abrir mão de nossa vontade
e propósito individuais para a paz e o bem-estar
do todo. As minorias devem frequentemente
desistir de sua oposição pelo bem do todo, e as
maiorias às vezes devem ceder às minorias,
quando estas são numerosas e poderosas.
Direitos nem sempre são deveres. Homens que
se enquadram nos laços de qualquer associação,
civil ou sagrada, devem ser preparados dessa
maneira para exercer a abnegação. Nossas
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igrejas hoje em dia não estão tão dispostas
quanto deveriam, para uma demonstração
dessa virtude cristã. O engano do coração
humano muitas vezes lhes impõe, e os leva a
supor que estão agindo para a glória de Deus,
quando estão apenas gratificando seu egoísmo e
se esforçando para seguir seu próprio caminho.
Mas a abnegação requer frequentemente o
sacrifício de gratificação pessoal e relativa pelo
benefício de outros e pelo bem da causa de
Cristo. Eu admiti que a liberalidade é a
excelência da época em que vivemos. E assim é -
e não duvido que, em muitos casos, a abnegação
mais generosa e heroica seja praticada para
demonstrá-la. Posso supor que esse seja
especialmente o caso dos pobres, cujo centavo
dado ao fundo público é uma abstração de suas
próprias necessidades. Foi abnegação por parte
da pobre viúva dar-lhe dois centavos. Assim
também, na classe média, a abnegação é
praticada naquilo que eles dão. Foi uma
abnegação por parte dos macedônios, pela
abundância de sua profunda pobreza, abundar
na liberalidade; mas não creio que a abnegação
ainda tenha sido praticada pelos ricos. Se eles
dão sua abundância, eles ainda têm abundância
- até mesmo seus luxos são absolutos. Seus dons
não diminuíram uma partícula de sua
gratificação. Seu copo de prosperidade está
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cheio até o limite e suas doações são apenas
transbordamentos, que eles não podem beber.
O que é necessário para a conversão do mundo
é a real abnegação nos círculos superiores da
sociedade. Precisamos e devemos tê-lo, se
China, Japão e Índia forem convertidos em
Cristo. É um espírito de abnegação, abreviando
os luxos da riqueza, que trará o Milênio com a
volta de Cristo. Quando eu vejo homens ricos
contraindo suas despesas, em vez de aumentá-
las, acreditarei que eles são fervorosos pela
conversão do mundo, e reconheço com esse
espírito o crescente esplendor da aurora dos
últimos dias.
Mas ainda existe outra maneira pela qual essa
virtude deve ser exibida, ou seja, nos sacrifícios
da facilidade corporal para o desempenho do
dever e a promoção da piedade pessoal.
Precisamos de um espírito de trabalho, bem
como de dar e orar. Um espírito para encontrar
oposição e ingratidão, suportar visões e cheiros
ofensivos aos sentidos, suportar fadiga, sofrer
calor e frio, sol e tempestade, chuva e neve, para
nosso próprio benefício ou para o bem dos
outros. Creio sinceramente que muitos
professantes, reluto em dizer o grosso, estão se
tornando autoindulgentes demais para suportar
muitos problemas por desfrutar dos meios da
graça. Quantos deles, com uma manhã fria, ou
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um pouco de chuva, ou uma noite escura,
estarão na casa de Deus! Não é uma queixa geral
nas metrópoles e nas grandes cidades que as
congregações da noite de domingo estão caindo
e que os cultos durante a semana estão ficando
cada vez menores? Como é isso? Não são muitos
os que se satisfazem com um único sermão por
semana, se aninhando em casa no domingo à
noite à beira da lareira e se desculpando lendo
um sermão ou algum outro livro? Onde eles
estão nas noites de reuniões de oração e em
outros cultos durante a semana? As mulheres
em casa e os homens, talvez,
desnecessariamente atrasados nos negócios. A
piedade, com muitos, está se tornando uma
planta tenra, que não pode ser exposta fora de
uma estufa. Oh, onde está a dureza que, em dias
de perseguição, levou o discípulo a negar a si
mesmo, tomar sua cruz e seguir a Cristo até a
encosta, em meio ao vento e à chuva, para um
sermão; ou tatear seu caminho no meio da
escuridão da noite para algum celeiro ou
casebre para uma reunião de oração; ou
caminhar dez milhas pelo campo para um
banquete sacramental?
Caímos em tempos e circunstâncias tranquilos
e fáceis, e eles tornaram nossa religião suave e
autoindulgente. O que quero ver é uma piedade
robusta e resistente, que mostra sua seriedade
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na qualidade de "dureza duradoura",
semelhante a um soldado; que, para o desfrute
dos meios da graça, pode resultar em clima
pouco propício e independentemente da
distância. Os homens de negócios, geralmente,
em um dia da semana, andam duas vezes a
distância que estão dispostos a percorrer no
sábado ao santuário."A manhã é proibitiva, fique
em casa;" ou "A noite está escura e fria, fique em
casa junto ao fogo", defende a autoindulgência.
"Dê-me meu grande casaco e guarda-chuva", diz
a abnegação; "meu pastor me chama para o
pasto, e devo ir." Um concerto será realizado ou
uma festa será organizada em tal noite - "Você
não terá mais entretenimento lá do que ouvindo
um sermão ou indo a uma reunião de oração?"
diz a autoindulgência. "Talvez", responde a
abnegação, "pode haver algo muito mais
agradável para a carne em outro lugar - mas
meu dever me leva ao santuário; não posso
permitir que meus hábitos piedosos sejam
violados por quaisquer assuntos seculares".
Deus poderia ver mais desta abnegação nas
igrejas de nossos próprios tempos!
3. Agora, menciono outra das falhas de nossas
igrejas nos dias atuais, e isso é uma
consideração excessiva ao talento, à genialidade
e à eloquência no ministério da palavra . A nossa
é uma era de adoração ao homem e idolatria de
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gênio. O intelecto humano nunca fez tais
avanços como em nossos dias. As descobertas
da ciência e as invenções da arte superam tudo
o que já foi feito na história do mundo - e essas
maravilhas são registradas mesmo em nossos
diários, com uma elegância e eloquência iguais,
se não superam, os melhores modelos de
composição grega e romana. A adoração a
heróis é, portanto, um pecado assombroso da
época. Com a grande massa, o homem é tudo,
Deus não é nada. Até o vício pode ser tolerado
por muitos, se associado apenas à genialidade; e
libertinismo pródigo suportado, se for
promovido pelas artes. (John Angell não havia
sequer imaginado a que ponto isto poderia
chegar em nossos dias no século XXI, com todo
o aparato tecnológico usado no mundo musical,
televisivo, cinematográfico, na Internet, e o
número infindável de ídolos em todas as áreas,
inclusive da mídia e esportivas, que sequer
existiam em seus dias, e que de fato tem
influenciado diretamente para a perda de
vitalidade espiritual da Igreja em muitas áreas
do globo.) A prevalência e o progresso de tal
disposição, pela destruição da moral, comeriam
como um verme na raiz de nossa prosperidade e
estabilidade nacionais. É impossível não saber
que mesmo os cristãos correm o risco de serem
corrompidos dessa maneira, e não ver que, de
alguma forma, caíram em perigo.
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Mesmo nossos revisores evangélicos não são
suficientemente cautelosos em suas críticas a
obras de gênio infiel ou de erro herético. Em sua
admiração pelo talento, às vezes são demais,
independentes dos interesses da verdade. Em
alguns casos, volumes contendo erros
insidiosos e volumes de sermões também foram
elogiados por sua genialidade, quase sem alusão
aos seus erros. Enquanto em outros, o gênio foi
exaltado aos céus, e a heresia foi condenada
com apenas uma leve censura. A adoração de
talentos, sem vigilância, e uma consideração
mais sagrada ao valor e importância da verdade,
provavelmente, neste dia, prejudicará nossa
teologia.
O gênio sem virtude corromperá o mundo; e o
gênio sem verdade corromperá a igreja. Que
grito existe em nossas igrejas, hoje em dia, sobre
talento! E admito que esse homem, sendo um
ser intelectual, deve apreciá-lo. Ele é feito para
admirá-lo e apreciá-lo. A efervescência de ideias
brilhantes; os brilhantes raios de gênio que
iluminam e elevam o entendimento; o som, a
lógica profunda que convence a razão,
juntamente com a eloquência simples, porém
poderosa, que desperta a alma de suas
profundezas - deve ser agradável para a
compreensão humana, e nada que possa ser