1. Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147
86
Educação e Tecnologia
Escola SENAI Suíço
- Brasileira: curso
superior em mecânica
de precisão amplia
oportunidades
Negócios da Indústria
ISO 26000: Brasil e
Suécia na vanguarda
socioambiental
Soluções de Usinagem I
BRAFFEMAM
Bons resultados reforçam parcerias
3. Índice edição 86 04/2012
4 Soluções de Usinagem I 18 Soluções de Usinagem II
04 Soluções de Usinagem 1
Braffemam: parceria de resultados
12 Negócios da Indústria
ISO 26000 - Brasil e Suécia em colaboração
18 Soluções de Usinagem 2
Rosqueamento de alta performance com o uso de machos de corte
22 Educação e Tecnologia
Os novos rumos da mecânica
30 Conhecendo um Pouco Mais
Jovens empreendedores
32 Nossa Parcela de Responsabilidade
Conecte-se
34 Anunciantes / Distribuidores / Fale com Eles
12 Negócios da Indústria
22 Educação e Tecnologia 30 Conhecendo um Pouco Mais
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abril.2012/86 o mundo da usinagem 3
4. soluções de usinagem I
Braffemam
Entrosamento entre cliente e fornecedor
promove o desenvolvimento de ambos
Torneamento/faceamento de uma das
peças para máquinas Braffemam
utilizando porta-ferramenta
CoroTurn RC Fixação Rígida,
com pastilha WNMG ambos
da Sandvik Coromant
4 o mundo da usinagem abril.2012/86
Gilmário Daru
5. Fresa CoroMill 365 para usinagem de diversos componentes de máquinas de corte e
dobra Braffemam
ca pelo nível de assistência técnica
que proporciona, tendo inclusive
elaborado um manual técnico de
aplicação para prensas viradeiras.
Ainda que pareça ser um proces-so
de menor importância quando
comparado à usina-gem
em máquinas
CNC, são poucos os
que detêm expertise
em máquinas para
corte e dobra. Não
raro, alguém acaba
danificando partes
da máquina ou ge-rando
refugos por
ignorar como operá-la
ou porque des-conhece
a tecnolo-gia
específica da aplicação desse
tipo de máquina. Mesmo a norma
NR12, que procura orientar a cons-trução
de prensas, ainda deixa la-cunas
que, segundo a engenharia
da empresa, deveria contemplar.
De acordo com Nézio P. de Sou-za,
um dos diretores da empresa, o
perfil dos clientes mudou bastante
desde que a empresa foi fundada.
No passado, o empreendedor, de
posse de algum capital, concebia
a ideia de produzir determinados
componentes, comprava algumas
máquinas e começava a buscar clien-tes.
Nesse período, um prazo de
entrega de 30 a 60 dias para uma
dobradeira, por exemplo, era per-feitamente
aceitável.
Hoje, o processo se inverteu:
tudo é muito veloz. O empreende-dor
participa de uma concorrência
com base em um estudo prévio,
contemplando plano de produção,
previsão de custos e ganhos pos-síveis;
faz uma análise de investi-mentos
e, se necessário, parte em
busca de uma máquina que o aten-da
a contento.
Nesse tipo de situação, no entan-to,
a fim de dar conta do prazo pro-
Localizada no Parque Industrial
Botiatuva, Campo Largo, Paraná,
em uma área de 80.000 m² e instala-ções
de 12.000 m², a Braffemam – Fá-brica
Brasileira de Máquinas e Ar-tefatos
Metalúrgicos Ltda – produz
máquinas de corte, dobra, estampa-ria
e reciclagem. Entre os principais
produtos, destacam-se: as prensas
hidráulicas tipo “C”; as prensas vi-radeiras;
as prensas enfardadeiras,
muito utilizadas em processos de
reciclagem e as guilhotinas. Fabri-cantes
pioneiros na introdução de
máquinas hidráulicas no segmen-to,
todos os produtos são fruto de
know-how próprio e podem ter co-mando
acionado via CNC (Coman-do
Numérico Computadorizado),
com memória de processos e até
3 eixos programáveis - x, y e r
- ou via CLP (Controladores Ló-gicos
Programáveis). As prensas
viradeiras que pro-duzem,
garantem
precisão na casa de
0,1 mm e repetibili-dade
de 100%.
Com 25 anos de
existência e aproxi-madamente
90 fun-cionários,
a empresa
vem conseguindo
se destacar graças à
habilidade que pos-sui
de interpretar as
necessidades do mercado e à com-petência
adquirida para se adaptar
às exigências impostas a toda em-presa
que tenha de enfrentar uma
concorrência agressiva e globaliza-da.
A companhia também se desta-
abril.2012/86 o mundo da usinagem 5
Gilmário Daru
A usinagem
responde por 20%
a 30% dos custos
totais de produção
e é a operação
mais demorada
Gilmário Daru
6. soluções de usinagem I
metido, o investidor não tem tempo
para esperar e, sendo assim, com-pra
de quem tem máquinas para
pronta entrega. Há investidores que
nem se importam tanto com marca,
preço ou qualidade, desde que a
máquina resista até o final do pro-jeto
e o fornecedor possa entregá-la
imediatamente.
Esse fato pressiona empresas
como a Braffemam, que prima pela
qualidade e a tecnologia de seus
produtos. Segundo Nézio de Sou-za,
ciente dessa situação, a empre-sa
mantém de 50 a 60 máquinas em
estoque, prontas para entrar em
operação. Esse fato tem contribuí-do
para o aumento do faturamento
da empresa. O cliente vem, escolhe,
compra e pode levar a máquina na
hora se assim o desejar.
Outro fato é a inversão da ten-dência
à terceirização. Muitas
empresas estão internalizando a
produção de peças e componentes
antes subcontratados. Talvez isso
venha ocorrendo devido à maior
possibilidade de controle de pra-zos
e custos que a verticalização
pode oferecer. Entre essas empre-sas
existem muitas que, dado o
bom relacionamento de longa data,
optam pelos produtos Braffemam.
Como é praxe nesse mercado, a
empresa tem sofrido com os altos im-postos
nacionais e com a concorrência
vinda de outros países, como Turquia
e China, ou com produtos de mar-cas
europeias, porém produzidos na
China. O diretor afirma que “no pas-sado
concorríamos com duas ou três
marcas, hoje precisamos vencer mais
de vinte, contudo, o número de fa-bricantes
nacionais é praticamente o
mesmo”. Nesse caso, o diferencial da
empresa de Campo Largo, além da
qualidade, são os serviços. Estando
em solo nacional e falando o mesmo
idioma, o atendimento é muito mais
rápido. O trânsito de informações, a
reposição de peças, a assistência téc-nica
permanente, ou mesmo um trei-namento,
quando necessário, é muito
mais acessível e prático.
Embora o avanço da tecnologia te-nha
barateado itens como os compo-nentes
eletrônicos, a matéria-prima
ainda é um item de custo significati-vo,
uma vez que são usadas chapas de
aço estrutural ASTM A 36 com certi-ficação.
Do ponto de vista da fabrica-ção,
a usinagem responde por 20% a
30% dos custos totais de produção e é
a operação mais demorada pois, em
Gilmário Daru
6 o mundo da usinagem abril.2012/86
Gilmário Daru
Máquina de corte produzida pela Braffeman
Máquinas de dobra Braffeman, na linha de montagem
7. geral, é por ela que se começa a pro-dução.
O tempo médio de fabricação
- lead time - de uma dessas prensas
é de aproximadamente três meses
apesar de, em situações especiais, ser
possível diminuir esse tempo para 30
dias. Cerca de 80% de todo o trabalho
é executado internamente. Os outros
20% correspondem a alguns compo-nentes
que são obtidos com terceiros,
como os motores elétricos e os CLPs,
por exemplo.
Para manter o ritmo de produção
em níveis adequados, há um PCP
(Planejamento e Controle da Pro-dução)
muito bem elaborado para o
suprimento de peças e componen-tes
adquiridos fora da empresa. Por
um lado, é preciso estar apto a res-ponder
rapidamente às oscilações
de demanda do mercado, por outro,
é preciso trabalhar de modo enxu-to,
sem que haja sobras ou falta de
estoques. Esse tem sido um desafio
que a Braffemam tem enfrentado a
contento e com a simplicidade que a
prática de produção lhe proporcio-nou.
Dividindo os estoques em três
níveis, A, B e C e separados por kits
correspondentes a cada modelo de
máquina a ser montado, sem inves-timentos
em softwares complexos e
caros consegue-se produzir com efi-cácia
e a custos competitivos.
Há uma vasta gama de mate-riais
utilizados na fabricação das
prensas, como materiais fundidos,
laminados, bronze, plastiprene,
entre outros. Um cuidado especial
é tomado quanto ao material uti-lizado
e o tratamento térmico das
Supervisor Adriano Wagner Velho e operador Geferson Marques Oliveira discutem
como melhorar os processos de fabricação
ferramentas de dobra e corte. A lâ-mina
da guilhotina, por exemplo, é
produzida por um fornecedor es-pecializado
nesse tipo de aplicação.
Em geral, é utilizado o aço VF800,
similar aos aços VW3 ou VC131,
frequentemente utilizados em fer-ramentas
de corte e repuxo.
Prensas hidráulicas podem ser
aplicadas na fabricação de uma
grande variedade
de peças de diferen-tes
formas, tama-nhos,
espessuras e
pesos e, para isso,
a empresa supre o
mercado com pren-sas
que proporcio-nam
pressões máxi-mas
que vão de 15
a 600 toneladas. No
caso das guilhoti-nas,
A maior parte da
usinagem é feita
em máquinas CNC,
tecnologia que
garante rapidez e
precisão
a capacidade da máquina é me-dida
pela espessura de corte. Nessa
categoria as prensas trabalham com
chapas de até ½ polegada (12,7 mm).
Frequentemente, quem investe em
uma guilhotina investe também
em uma prensa viradeira, ou seja,
compra um casal de máquinas, pois
é natural que componentes feitos
de chapas necessitem ser cortados
e também dobrados, como no caso
da produção de cubas de pia ou de
carrinhos de mão (carriolas).
Apesar de se con-centrar
na produção
e venda de sua linha
de produtos, a em-presa
também pres-ta
serviços na área
de corte e repuxo,
mantendo uma linha
de máquinas para
atender a esse tipo
de demanda do mer-cado,
pois há casos
de clientes que preferem pagar para
que executem a peça, ao invés de
comprarem prensas para esse fim. O
abril.2012/86 o mundo da usinagem 7
Gilmário Daru
8. soluções de usinagem I
Ivo Duze, da
Coromant, e
Nezio de Souza,
diretor Braffeman,
acertam detalhes
sobre otimização
dos processos de
usinagem
cliente investe na matriz (ferramenta
de corte e repuxo) e leva para prensar
na Braffemam.
A maior parte da usinagem é
feita em máquinas CNC, tecnologia
que garante rapidez e precisão. No
caso das engrenagens, costuma-se
usinar todo o componente menos os
dentes, que são enviados para se-rem
cortados por terceiros.
Ao ser perguntado sobre qual
é, entre as variáveis de marketing,
aquela que exerce maior persua-são
sobres os clientes na hora da
compra, Nézio de Souza relatou
que “ter um site bonito na Internet,
possuir catálogos e anúncios bem
feitos são fatores que ajudam, mas
muitos clientes acabam tomando a
decisão de compra depois de visitar
outras empresas que trabalham há
anos com os produtos Braffemam
e manifestam satisfação quanto ao
desempenho e aos baixos custos
de manutenção de tais máquinas”,
ou seja, as informações colhidas no
campo, conversando com operado-res,
e demais dados obtidos com
terceiros dignos de crédito consti-tuem
importante arma de vendas.
Ciente disso, ao receber visita de
algum cliente em potencial, a em-presa
costuma oferecer uma lista
dos atuais usuários que possam ser
eventualmente visitados. Com mais
de mil máquinas colocadas no mer-cado,
não é muito difícil encontrar
boas referências.
A precisão dos componentes
garante a qualidade das máquinas
como um todo. A usinagem tem pa-pel
importante no processo, já que de
15% a 50% do volume bruto de mui-tos
desses componentes são transfor-mados
em cavacos. Com todo esse
volume de cavacos a ser removido,
torna-se interessante uma boa assis-tência,
principalmente no momento
da escolha e da aplicação das ferra-mentas
de corte. Embora o contato
com fornecedores de ferramentas de
metal duro tenha iniciado quando a
empresa ainda contava apenas com
os tornos convencionais, foi com a
introdução das máquinas CNC que
esse relacionamento se intensificou.
Máquinas mais sofisticadas exigem
maior rigor técnico na escolha da ge-ometria
da ferramenta, tanto quanto
dos respectivos parâmetros de corte.
O objetivo é obter o retorno do in-vestimento
o quanto antes. Em má-quinas
CNC, sempre que possível, a
usinagem deve ser mais suave, mais
precisa, mais rápida e com um bom
fluxo de escoamento de cavacos.
Gilmário Daru
A usinagem de perfis roscados exigem ferramentas de precisão como o porta-ferramenta
CoroThread 266 , específico para rosqueamento interno
Gilmário Daru
8 o mundo da usinagem abril.2012/86
9.
10. soluções de usinagem I
Ivo Marin Duze, da Gale Ferramentas, e Adriano Wagner Velho, supervisor de
usinagem da Braffemam: trabalho em conjunto
Proporcionar esse tipo de resultado
é justamente a especialidade dos re-presentantes
da Sandvik Coromant.
Esse foi um dos principais fatores
que contribuíram para a intensifica-ção
do relacionamento da Gale com
a Braffemam.
Ivo Marin Duze, vendedor téc-nico
da Gale Ferramentas Ltda – re-presentante
da Sandvik Coromant
na região –, tem acompanhado de
perto o desenvolvimento da usi-nagem
na Braffemam. Partindo de
uma participação ínfima, a Gale foi
conquistando a posição de fornece-dora
preferencial, graças não só ao
desempenho superior das pastilhas
de metal duro da Sandvik Coromant
mas, sobretudo, devido à assistência
técnica prestada por Ivo Duze, que
acompanha regularmente o fluxo da
produção nas linhas CNC. Em tra-balho
conjunto com Adriano Wag-ner
Velho, supervisor de usinagem,
Gilmário Daru
discutem alternativas de processos
e estratégias de corte, que acabam
contribuindo para a redução dos
tempos de fabricação, melhor con-trole
da formação de cavacos e au-mento
da vida útil das pastilhas.
Em usinagem é possível se obter
grandes melhorias em produtivida-de
com pequenos ajustes nos parâ-metros
de corte, troca de geometrias
de quebra-cavacos, ou substituição
da classe de metal duro mas, além
disso, existem ainda detalhes que
só podem vir à tona estando-se ao
pé da máquina e discutindo-se al-ternativas
com o pessoal que atua
direto no chão de fábrica. Cada pe-quena
alteração no conjunto máqui-na
/ ferramenta / fixação / peça pode
resultar em sensíveis melhorias nos
processos como um todo, mas só a
persistência na busca do intervalo de
máxima eficiência produtiva do con-junto
é que poderá levar a esse ponto
e, sem um bom trabalho de coopera-ção,
isso não é possível.
Ivo Duze reputa o seu sucesso
na aplicação dos produtos Sandvik
Coromant junto à Braffemam ao bom
relacionamento e à confiança que foi
desenvolvendo com o pessoal da fá-brica,
pois a cada resultado positivo
que obtinha, conseguia o aval para
uma nova sugestão de melhoria e
assim foi aos poucos se integrando
como um suporte bem-vindo no en-frentamento
diário dos desafios im-postos
pela usinagem. Nem sempre
se consegue esse nível de interação
entre fornecedores e clientes, contu-do,
quando isso é possível, a soma
de experiências de quem produz
com quem fornece o ferramental in-variavelmente
resulta em um mútuo
comprometimento que leva à me-lhoria
da competitividade.
Engo. Francisco Marcondes
10 o mundo da usinagem abril.2012/86
Gilmário Daru
Porta-ferramenta CoroThread 266
e respectivas pastilhas usados na
confecção de rosca trapezoidal, em
fusos e porcas, componentes das
máquinas Braffemam
11.
12. Norma lançada em 2010 prevê diretrizes
de responsabilidade social
tais era uma poderosa ferramenta
competitiva, sendo capaz de redu-zir
custos e agregar status à imagem
da empresa.
Nesse sentido, o Brasil foi um
dos primeiros países a definir dire-trizes
para esse campo, ao elaborar
a norma ABNT NBR 16001:2004,
que estabelece requisitos para um
Sistema de Gestão da Responsabi-lidade
Social.
Porém, ainda não havia um
modelo global de gestão capaz
de definir diretrizes de compor-tamento
socialmente responsável
e, muitas das vezes, as políticas
eram deliberadas pelas próprias
empresas ou suas associações,
podendo ser um entrave para o
comércio exterior.
“Imagine uma empresa expor-tadora
que deva atender requisitos
sociais de dez países diferentes, ou
de cinquenta organizações espalha-das
pelo mundo. Essa pluralidade
de modelos pode causar um gran-de
impacto na organização interna
de uma corporação”, explica José
Carlos Barbieri, professor do De-partamento
de Administração da
Produção e Operações da Fundação
Getulio Vargas (FGV-EAESP).
negócios da indústria
ISO 26000
Brasil e Suécia
em colaboração
O entendimento de que corpora-ções
são agentes sociais no proces-so
de desenvolvimento não é novo.
Entre as décadas de 1950 e 1960,
empresas dos Estados Unidos e da
Europa começaram a elaborar seus
primeiros relatórios sociais, tornan-do
públicas as condutas relativas ao
capital humano, tecnológico e ao
meio ambiente.
Já nos anos 1990, época em que
os investimentos sociais e a filantro-pia
corporativa ganharam destaque
junto à opinião pública, muitas em-presas
se deram conta de que a ado-ção
de boas práticas socioambien-
Petrobras e ABNT realizam Seminário sobre
a ISO 26000. Ao centro, coordenadora do
Relatório de Sustentabilidade da Petrobras
e representante da Indústria na delegação
brasileira na ISO 26000, Ana Paula Grether
12 o mundo da usinagem abril.2012/86
13. Pensando nisso, a ISO começou
a elaborar a norma de gestão sobre
responsabilidade social. O pon-to
de partida foi uma conferência
realizada em 2004 em Estocolmo,
na Suécia, na sede do Swedish Ins-titute
of Standardization (SIS), o
instituto de padrão sueco, quando
se decidiu pela elaboração da nor-ma
ISO 26000. O engenheiro Jorge
Cajazeiras, gerente corporativo de
Competitividade da Suzano Papel
e Celulose, foi eleito presidente do
grupo. Sua escolha reconhecia os
esforços do Brasil pelo lançamento
da ABNT NBR 16001 em 2004. Vale
Eliane Belfor, diretora-titular do Comitê
de Responsabilidade Social da
Fiesp: “Elaboração da norma reuniu
representantes oriundos de diferentes
grupos de partes interessadas”
Everton Amaro Agência Petrobras
ressaltar que, pela primeira vez,
um país em desenvolvimento esta-ria
à frente da coordenação de uma
norma internacional.
Já a Suécia, país reconhecido por
ter uma educação voltada à sensi-bilização
sobre desenvolvimento
sustentável, cidadania e direitos hu-manos,
assumiu a vice-presidência
e o secretariado do grupo, na pes-soa
de Staffan Söderberg, consul-tor
de sustentabilidade da empresa
sueca Skanska AB. O secretariado
foi delegado à Kristina Sandberg,
executiva do SIS, o instituto de pa-drão
sueco.
abril.2012/86 o mundo da usinagem 13
14. negócios da indústria
A parceria entre Brasil e Suécia
para discussão da norma durou seis
anos e se transformou no maior fó-rum
global sobre responsabilidade
social. As oito reuniões realizadas
se estenderam para países como
Tailândia, Portugal, Áustria, Aus-trália
e Brasil.
Uma das inovações trazidas pela
parceria foi a premissa da discus-são
coletiva (multistakeholder), bem
como a união de forças entre um
país desenvolvido e outro em pro-cesso
de desenvolvimento.
Para Rob Steele, secretário-geral
da ISO, “caso não houvesse esse
envolvimento o cenário seria dife-rente.
Organizações de países de-senvolvidos
ou com controle muito
significativo sobre a cadeia de su-primentos
poderiam impor sua de-finição
de responsabilidade social
(...) então as discussões levaram
em conta necessidades e o contexto
social de todos os envolvidos”.
O resultado desse trabalho con-cretizou-
se em novembro de 2010
com o lançamento da norma em
Genebra, na Suíça.Um mês depois,
em 8 de dezembro, a norma foi ofi-cializada
no Brasil em cerimônia na
sede da Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp),
mostrando o valor da ISO 26000 na
cadeia produtiva nacional.
Foco no
desenvolvimento
humano
A ISO 26000 trata de diretrizes
para empresas de todos os ramos,
portes, origens e culturas. A nor-ma
contempla sete temas centrais,
que vão da governança organiza-cional
até o envolvimento e o de-senvolvimento
da comunidade.
Para cada um deles existem diver-sas
questões associadas (ver box).
Cabe a cada empresa elencar os
pontos pertinentes e prioritários à
sua área de atuação.
Participaram do desenvolvi-mento
da norma 450 especialistas
de 99 países (o maior comitê da his-tória
da ISO), como explica a dire-tora-
titular do Comitê de Respon-sabilidade
Social da Fiesp, Eliane
Belfor: “Esses representantes eram
oriundos de diferentes grupos de
partes interessadas, tais como con-sumidores,
governos, indústrias,
trabalhadores, academia, ONGs,
além de órgãos como Organização
Internacional do Trabalho (OIT),
Organização Mundial da Saúde
(OMS), Organização das Nações
Unidas (ONU), entre outros”.
Ao contrário das normas mais
conhecidas, a ISO 26000 é orientati-va
e não certificadora, ou seja, não
depende da avaliação de órgãos
certificadores e nem dispõe de selos
que atestem a adesão a ela.
“Se alguma organização disser
que tem um selo ou certificado da
ISO 26000 está cometendo um equí-voco
e indo contra o que a norma
estabelece. A empresa poderá sim,
por exemplo, declarar que utiliza a
ISO 26000 como guia para integrar
a responsabilidade social em seus
valores e práticas”, alerta Andréa
Santini Henriques, pesquisadora da
Diretoria da Qualidade do Inmetro,
empresa que participou da elabora-ção
da norma como especialista da
categoria Governo.
Da teoria à prática
Para a indústria brasileira, a ISO
26000 promete ser uma importante
ferramenta para balizar a gestão so-cioambiental.
A Petrobras foi uma
das pioneiras na adoção da norma,
Arquivo Pessoal
Presidente do grupo que elaborou a norma
ISO 26000, engenheiro Jorge Cajazeiras,
gerente corporativo de Competitividade da
Suzano Papel e Celulose
14 o mundo da usinagem abril.2012/86
15. Petrobras: companhia de Petróleo e Gás também vai elaborar um programa de avaliação dos
seus fornecedores em relação aos princípios de responsabilidade social da ISO 26000
participando da delegação brasilei-ra
como representante do segmento
Indústria. A empresa se baseou na
norma para a implementação dos
programas Petrobras Agenda 21,
Petrobras Desenvolvimento e Cida-dania
e Petrobras Ambiental. Além
disso, 80 requisitos de excelência em
responsabilidade social aprovados
pela Diretoria Executiva da empresa
em 2009 foram guiados pela diretriz.
“A ISO 26000 foi uma referên-cia
para a política de responsabili-dade
social da Petrobras constru-ída
em 2007. O momento atual é
de capacitação de nossos públicos
interno e fornecedores” explica
Ana Paula Grether, coordenadora
de Práticas de Responsabilidade
Social da Petrobras. A companhia
de Petróleo e Gás também vai ela-borar
um programa de avaliação
dos seus fornecedores em relação
aos princípios de responsabilida-de
social da ISO 26000.
No Brasil, além da Petrobras,
empresas como Eletrobras e Suza-no
já têm trabalhado internamente
no desenvolvimento da norma. Ór-gãos
como o Banco Nacional de De-senvolvimento
Econômico e Social
(BNDES) e o Conselho Superior de
Justiça do Trabalho (CSJT) também
estão reformulando sua política de
responsabilidade socioambiental e
incluindo a ISO 26000 em seu pla-nejamento
estratégico.
Por ser uma norma orientativa
e não certificadora, é difícil avaliar
sua real adesão por parte das em-presas,
entretanto, alguns números
falam por si:
Agência Petrobras
Ana Paula Grether, coordenadora de
Práticas de Responsabilidade Social
da Petrobras: “O momento atual é de
capacitação de nossos públicos interno
e fornecedores”
Agência Petrobras
abril.2012/86 o mundo da usinagem 15
16. negócios da indústria
Arquivo Pessoal
José Carlos Barbieri, professor do
departamento de Administração da
Produção e Operações da Fundação
Getulio Vargas (FGV-EAESP)
Temas centrais da ISO 26000
Internacional do Trabalho (OIT),
sendo que maioria delas já foi in-corporada
na legislação trabalhista
brasileira, o que facilita a adesão.
Na prática, a adesão da norma às
políticas corporativas também bene-ficia
a gestão e a produtividade, já
que afeta positivamente a força de
trabalho e propicia oportunidades
nos mercados interno e externo. Essa
adoção, preveem os especialistas, faz
parte de um movimento natural que
responde, sobretudo, aos anseios da
própria sociedade.
Fernando Sacco
Jornalista
• A norma já foi adotada por 36 países;
• Outros 17 países planejam sua
adoção;
• Já foram vendidos 10 mil textos
da norma.
“Vale frisar que empresas que
possuem suas práticas certificadas
pelas normas 9000 e 14000 já cum-prem
parte dos requisitos exigidos.
Cabe a elas adaptar seu sistema de
governança, adicionando itens con-templados
na ISO 26000 que aper-feiçoem
as práticas adotadas”, re-força
Barbieri.
Além disso, as questões relacio-nadas
ao trabalho são fundamenta-das
nas convenções da Organização
Governança organizacional: trata de processos e estruturas
de tomada de decisão, delegação de poder e controle. O tema
é, ao mesmo tempo, algo sobre o qual a organização deve agir
e uma forma de incorporar os princípios e práticas da respon-sabilidade
social à sua forma de atuação cotidiana.
Direitos humanos: inclui due dilligence, ou seja, situações
de risco para os Direitos Humanos; como evitar cumplici-dade;
resolução de queixas; discriminação e grupos vulne-ráveis;
direito civis e políticos, direitos econômicos, sociais
e culturais; princípios e direitos fundamentais do trabalho.
Práticas trabalhistas: refere-se tanto a emprego direto
quanto ao terceirizado e ao trabalho autônomo. Inclui empre-go
e relações do trabalho; condições de trabalho e proteção
social; diálogo social; saúde e segurança no trabalho; desen-volvimento
humano e treinamento no local de trabalho.
Meio ambiente: inclui prevenção da poluição; uso susten-tável
de recursos; mitigação e adaptação às mudanças
climáticas; proteção do meio ambiente e da biodiversida-de
e restauração de habitats naturais.
Práticas leais de operação: compreende práticas anticor-rupção;
envolvimento político responsável; concorrência
leal; promoção da responsabilidade social na cadeia de
valor e respeito aos direitos de propriedade.
Questões dos consumidores: incluem marketing leal,
informações factuais e não tendenciosas e práticas con-tratuais
justas; proteção à saúde e à segurança do con-sumidor;
consumo sustentável; atendimento e suporte ao
consumidor e solução de reclamações e controvérsias;
proteção e privacidade dos dados do consumidor; acesso
a serviços essenciais e educação e conscientização.
Envolvimento e desenvolvimento da comunidade: refe-re-
se à participação na educação e cultura; geração de
emprego e capacitação; desenvolvimento tecnológico e
acesso a tecnologias; geração de riqueza e renda; saúde
e investimento social da comunidade.
Fonte: Inmetro e Petrobras
16 o mundo da usinagem abril.2012/86
17.
18. soluções de usinagem II
Rosqueamento de
alta performance
com o uso de
machos de corte AB Sandvik Coromant
Cavacos, profundidades,
acabamento, precisão
Os desafios
Nos dias de hoje, a busca pela
competitividade nos negócios é
constante, vivemos a era da bus-ca
por eficiência máxima e perdas
mínimas, ou seja, máximo custo-benefício
em todos os recursos
aplicados. Preço não é o fator mais
importante mas, claro, desejamos e
precisamos fazer com que qualquer
investimento tenha retorno certo.
No setor de usinagem isso não é
diferente, a concorrência global nos
afeta cada dia mais, o que nos força
a estar sempre “na crista da onda”
no que se refere a ferramentas de
última geração, buscando que elas
tornem a totalidade do processo de
usinagem um mar de águas tran-quilas
para quem as utiliza. Nin-guém
quer nem precisa de dores de
cabeça extras com ferramentas, por
isso elas devem fazer sua parte!
Quando falamos de usinagem e
de tranquilidade, lembramos daque-las
operações que são normalmente
as últimas nos processos e uma delas
é o rosqueamento interno!
Sendo uma das últimas tarefas,
qualquer problema pode significar
perda do componente ou tempo ex-tra
para recuperação do mesmo, por
isso a escolha correta não só do mé-todo
para roscar uma peça como do
tipo de ferramenta é fundamental.
O macho de corte tem sido por
décadas o mais usado, porém exis-tem
outros métodos que comple-mentam
e por vezes o substituem,
como os machos laminadores ou
as fresas para interpolar roscas, que
viremos a tratar em outros artigos.
A operação de rosqueamento
com machos tem particularidades
que a tornam desafiadora não só por
ser, como dissemos acima, uma das
18 o mundo da usinagem abril.2012/86
19. Profundidade da rosca
Direção do Avanço
aceleração
Redução
Vcs limitadas
para
furos cegos
Rotação do eixo árvore
nmax~ 3000 rpm
Peça
constante
Quanto maior o rpm/Vc menor o
tempo que o macho trabalhará em
plena Vc
últimas do processo e pela sua preci-são
mas, também, por não podermos
mexer com o avanço quando há ne-cessidade
de solucionar algum pro-blema,
como formação e extração de
cavacos, ou qualidade da rosca, etc.
Ao contrário da furação, por
exemplo, em que se pode aumentar
ou diminuir as Vcs (velocidades de
corte) e avanços e, com essa combi-nação,
melhorar a formação e extra-ção
dos cavacos, com machos nos
restringimos ao já limitado recurso
do aumento ou diminuição da ve-locidade
de corte com efeitos nem
sempre efetivos. (Figura 2)
Aproximadamente 40% das ope-rações
de usinagem são de furação
e, destas, pelo menos 50% recebem
rosca que, na sua maioria, têm tole-râncias
bem estreitas. Em altos vo-lumes
de produção, o tempo gasto
no rosqueamento é significativo.
Por isso, os machos de última
geração trazem em seus projetos
uma ampla gama de micro e macro
detalhes na geometria, que tornam
a vida dos usinadores de roscas
mais tranquila. A seguir, alguns
desses recursos:
2
Coberturas de atrito
superficiais
Tratamentos
superficiais
• Oxidação a Vapor
• Nitretação
• Polimento dos canais e
• Rebarbação das arestas
• Com coeficientes reduzidos ao máximo para
proporcionar formação e escoamento mais
suaves de cavacos
• Com dureza superficial altíssima, que torna
a vida útil da ferramenta mais longa
• Espessuras muito pequenas para evitar
arredondamento da aresta
dos filetes
de corte
4
AB Sandvik Coromant
3
abril.2012/86 o mundo da usinagem 19
AB Sandvik Coromant
20. soluções de usinagem II
Substratos
• HSS com adição de Cobalto, que
permite trabalhos com maiores Vcs
• HSS sinterizado com micro estrutu-ra,
que proporciona uma vida mais
longa do macho
• Metal duro microgrão
Geometrias
• Diferentes ângulos de hélice e de canais dedicados aos diferentes tipos de materiais
• Canais mais amplos e mais longos
• Combinação de raios nos canais e ângulos de saída que tornam a formação dos cavacos mais controlada
• Ângulos de detalonamento específicos
• Alívios nas partes traseiras das roscas para permitir maiores profundidades sem riscos de quebras dos filetes
• Com ou sem refrigeração interna
É comum nos depararmos com negligências
durante o processo de usinagem, como desco-nhecimento
das características do material a
ser usinado, dados de corte incorretos, proces-sos
mal elaborados, aplicação de brocas com
geometrias tão inadequadas que deixam a su-perfície
do furo a ser roscado mais dura,
uso de mandris porta-ferramentas de má
qualidade, etc. Os resultados vão desde
quebras, má qualidade da rosca, vida útil
baixa, uma dor de cabeça muitas vezes
desnecessária para os usuários.
AB Sandvik Coromant
AB Sandvik Coromant
Convencional HSS Co
Grãos: 10-20 μm Grãos: 1-3μm
Muito finos e homogêneos
Escala: 1000-x
HSS-Co-PM
5
Canais mais longos
e com ângulo de
hélice acentuado
Chanfro
traseiro de
proteção
Refrigeração
interna
20 o mundo da usinagem abril.2012/86
21. Fixação dos
machos
Por falar em sistema de fixação,
devemos ressaltar que todas as van-tagens
citadas acima podem tanto
ser anuladas (com a má qualidade
de um madril porta-machos) como
maximizadas com o uso adequado
da fixação no rosqueamento.
Na atualidade, com máquinas
CNC modernas, a maior parte dos
rosqueamentos é rígida, ou seja, ma-cho
e máquina sincronizados. É um
dos melhores métodos que, no entan-to,
pode ser melhorado com o uso de
Mandris porta-machos específicos.
Mandris porta-
-machos para
rosqueamento
rígido/
sincronizado
Como foi dito anteriormente, de
nada adianta a última geração de
machos se o que os cerca não esti-ver
de acordo e a fixação é um bom
exemplo disso.
Mesmo o sistema sincronizado
sendo um dos melhores, ocorrem
pequenas diferenças (normais e na-turais
até em máquinas novas) entre
o sincronismo da máquina e o passo
do macho; ocorrem também desvios
devido a máquinas mais velhas com
folgas em que as diferenças são bem
maiores, o que afeta negativamente
a vida útil da ferramenta.
Com o uso da fixação correta,
pode-se aumentar a vida útil sig-nificativamente.
Um dos melho-res
mandris para esse fim é o com
compensação microflutuante, que
devido a um sistema interno de
compensação, pode tanto se con-trair
como expandir, compensando
as diferenças e maximizando o de-sempenho
do macho.
Como se pode observar, são mui-tos
os recursos disponíveis para que
tenhamos o melhor custo-benefício
e um final feliz no processo de ros-queamento
de um componente,
mas para isso é preciso que se apli-que
a ferramenta correta com os da-dos
de corte corretos e o recomen-dável
é que a escolha e aplicação
desses passos tenham respaldo de
um fornecedor com tecnologia e ex-periência
comprovadas, para que as
outras variáveis envolvidas sejam
observadas antes que provoquem
refugo, perda de tempo e conse-quentes
quedas de produtividade.
Marcos Soto
Gerende Técnico
Ferramentas Rotativas Sandvik Coromant
AB Sandvik Coromant
AB Sandvik Coromant
abril.2012/86 o mundo da usinagem 21
22. educação e tecnologia
Os novos rumos
da mecânica
SENAI inaugura curso superior de tecnologia em mecânica
de precisão na Escola Suíço-Brasileira Paulo Ernesto Tolle
Uma instituição que ao longo
de 70 anos foi responsável pela
formação de 55 milhões de alunos
dispensa apresentações. Em 2012,
o Serviço Nacional de Aprendiza-gem
Industrial (SENAI) não come-mora
apenas suas sete décadas de
existência. Mais do que isso, a ins-tituição
celebra a abertura de novas
portas para o desenvolvimento da
indústria metalmecânica.
Trata-se do amadurecimento de
um dos cursos mais tradicionais da
rede, o de mecânica de precisão. A
história do curso se funde com a
inauguração da Escola SENAI Suí-ço-
Brasileira, atualmente acrescida
do nome Paulo Ernesto Tolle, em
homenagem ao visionário educa-dor,
membro da comissão de orga-nização
do ITA em 1948 e diretor do
SENAI de 1970 a 1992.
No início da década de 1970,
o curso começou a ser ministrado
pela instituição e ao longo de qua-tro
décadas foi responsável pela for-mação
de milhares de profissionais
que hoje integram todos os escalões
da indústria nacional. Assim como
seus alunos, o curso também ama-dureceu
e em janeiro de 2012 teve
início a formação superior de tecno-logia
em mecânica de precisão.
22 o mundo da usinagem abril.2012/86
23. “O perfil de tecnólogos responde
a uma antiga demanda de mercado.
Por conta disso, começamos em
2006 a fazer um levantamento jun-to
às empresas sobre a necessidade
de um profissional mais completo
na área de mecânica de precisão”,
explica Osvaldo Luiz Padovan, di-retor
da unidade.
Diferentemente do módulo téc-nico,
que é gratuito e tem duração
Alunos do
curso técnico
recebendo
orientação na
bancada
Vivian Camargo Vivian Camargo
Furadeiras
e fresadoras
utilizadas
na prática
profissional
de dois anos, o curso superior é
pago, se estende por três anos e tem
como foco a formação de tecnólo-gos
com ênfase em gestão do pro-cesso
da mecânica de precisão em
ambiente corporativo.
Para isso, a grade tradicional do
curso técnico foi ampliada e, além
de matérias como processos de fa-bricação
e automação industrial, fo-ram
incorporadas disciplinas como,
por exemplo, comunicação. “Com
certeza esses alunos serão muito
rapidamente absorvidos pelo mer-cado
e estarão em posição de desta-que
no futuro”, orgulha-se o diretor
da unidade.
O perfil do tecnólogo envolve o
planejamento e gerenciamento nos
níveis tático e operacional de ações
relativas à produção, além do de-senvolvimento
de projetos relativos
abril.2012/86 o mundo da usinagem 23
24. Vivian Camargo
educação e tecnologia
Desenho da maquete que, no salão de aprendizado, reproduz sua estrutura. O ingresso
(1º Semestre) se dá pelo lado esquerdo e a cada novo semestre corresponde um espaço
de aprendizado
a sistemas mecânicos de precisão.
Além disso, o profissional está ga-baritado
trabalho e atuar na comercialização
de produtos ou serviços antes, du-rante
a gestão tecnológica da empresa.
Osvaldo Padovan, diretor da Escola
SENAI Suíço-Brasileira P.E.Tolle, como
a maioria dos professores, ex-aluno
do SENAI
Com a palavra, os ex-alunos
Ilustração Ação e Contexto
Danilo Miranda, engenheiro de com-pras
sênior da Bosch e aluno do curso
técnico de mecânica de precisão entre
1996 e 1999:
“Durante estes 12 anos de trabalho
minha rotina envolve discussões técni-cas,
nas quais aplico tudo o que aprendi
na época em diferentes áreas: plástico,
aço, usinagem, retífica, etc. E é nítida
a diferença do egresso de uma escola
técnica de boa qualidade como o SENAI,
em comparação com alguém que vem
de um ensino médio regular. Muitas ve-zes
as pessoas não têm sequer noção
de metrologia. E em uma área técnica
isso faz total diferença”.
para coordenar equipes de
e após a venda, de acordo com
Marcelo Figueiredo, gerente de qua-lidade
da Aker Solutions, aluno do curso
técnico de mecânica de precisão entre
1996 e 1999:
“A escola possuía uma ideologia
muito interessante na época, possi-bilitando
um estudo de qualidade em
período integral com ótimos professo-res
tanto da área técnica quanto do
ensino médio. Tudo isso foi funda-mental
para que eu tivesse uma base
sólida de conhecimento, que me pos-sibilitou
entrar na faculdade e progre-dir
profissionalmente”.
Sidney Harb, Sales developer da
Sandvik Coromant, aluno do curso de
Os 35 estudantes ingressos após o
primeiro vestibular iniciaram as aulas
em janeiro e o curso, que já é reconhe-cido
pelo Ministério da Educação, está
sendo ministrado no período noturno.
Os novos estudantes têm à
disposição toda a tecnologia ofe-
aprendizagem industrial entre 1977 e
1979 e do curso técnico de mecânica
de precisão entre 1980 e 1983
“Quando fiz o curso técnico no início da
década de 1980 as aulas específicas de
mecânica eram dadas em conjunto com
as disciplinas regulares do ensino médio.
Existia nessa época uma ligação muito
grande entre o conteúdo tradicional e o
técnico. A parte atuante, diferentemente
da engenharia, sempre foi muito forte.
Aprendemos desde soldagem manual
até a manutenção das máquinas, a parte
eletrônica. Lembro que utilizávamos equi-pamentos
de última geração, muitos dos
quais não haviam nem na indústria”.
24 o mundo da usinagem abril.2012/86
25. Qual a cor da sua capa?
Os alunos da Escola SENAI Suíço-Brasileira Paulo E. Tolle que cursaram a
instituição até meados de 2000 conhecem bem a importância da capa.
Cada nova turma recebia uma cor de capa diferente – verde, cinza, laranja ou
cáqui. Assim, era possível distinguir a qual turma cada aluno pertencia.
“Era uma espécie de grau de hierarquia”, relembra Sidney Harb. “Nós leváva-mos
a cor até o último ano e quando a turma se formava a cor voltava a designar
A prática foi abolida quando o curso técnico se dissociou do ensino médio e
Se você foi ex-aluno da escola deve se lembrar bem qual foi a cor da sua
capa. E que tal reencontrar os colegas novamente?
Ex-alunos da Escola SENAI Suíço-Brasileira Paulo E. Tolle podem procurar a
instituição para promover reuniões de antigas turmas. Entre em contato pelo e-mail
senaisuico@sp.senai.br ou no telefone (11) 5642-3400.
Vivian Camargo
alunos do primeiro ano”.
a duração passou de 4 para 2 anos.
a distribuição das máquinas obede-ce
à lógica da progressão do conhe-cimento.
À medida que o estudante
evolui tecnicamente, ele avança nos
diferentes ambientes.
“É a teoria questionando a prá-tica
e a prática questionando a teo-ria”,
resume Padovan.
Vivian Camargo
recida aos demais alunos dos cur-sos
técnicos: biblioteca com banco
de dados técnico, acervo digital,
intranet, laboratórios de metro-logia
e de usinagem. E é na prá-tica
da usinagem que os alunos
se destacam.
“No primeiro semestre os futu-ros
tecnólogos já têm contato com
máquinas convencionais: tornos,
fresadoras e retificadoras cilíndri-cas
e planas”, explica José Carlos
Medeiros, que há 36 anos trabalha
na escola e hoje é instrutor do curso
técnico de mecânica de precisão.
De acordo com a evolução do cur-so,
novas tecnologias são apresentadas
e no último semestre os estudantes
participam de oficinas de usinagem
avançada no laboratório denominado
high speed. Nesse ambiente, é possível
desenvolver técnicas de programação
e operação em máquinas 5 eixos.
Todos os laboratórios se encon-tram
em um mesmo espaço físico e
Escola SENAI
Suíço-Brasileira
A Escola SENAI Suíço-Brasileira
Paulo E. Tolle faz parte de uma rede
que hoje soma 797 unidades espalha-das
pelo Brasil (471 fixas e 326 mó-
Arquivo Senai
Peças usinadas pelos alunos Laboratório de Metrologia
abril.2012/86 o mundo da usinagem 25
26. Arquivo Senai
educação e tecnologia
Espaço de leitura na biblioteca da escola
veis). A unidade finalizou 2011 com
11.400 matrículas – sendo que nos
cursos técnicos 20% são mulheres.
Criada em 1973, atualmente a es-cola
conta com 62 professores fixos,
um coordenador para atividades
técnicas e outro para pedagógicas,
além de dois orientadores de práti-cas
profissionais.
Os convênios continuam a ser
praticados e se tornaram uma via
de mão dupla para a instituição. A
origem dessa prática remonta à par-ceria
entre Brasil e Suíça em 1973,
época em que empresas brasileiras
e suíças uniram forças para capaci-tar
docentes e elaborar os progra-mas
do curso – daí o nome Escola
Suíço-Brasileira.
Ao longo do tempo, a insti-tuição
consolidou sua imagem
como provedora de soluções na
atualizamos nossos profissionais e
também nossos alunos”.
A escola hoje mantém parcerias
com empresas fabricantes de equi-pamentos
e de ferramentas nas áreas
de usinagem e controle dimensional.
O sucesso desse modelo se re-flete
dentro da instituição. Apro-ximadamente
70% do corpo do-cente
é formado por ex-alunos,
prova da alta qualidade técnica
do curso e adequação às deman-das
do mercado.
A continuidade e a tradição mar-cam
forte presença na Suíço-Brasi-leira
P.E.Tolle, que orgulhosamente
mantém máquinas de mais de 40
anos, ainda plenamente operantes,
e que causaram surpresa até mes-mo
aos seus fabricantes, em recen-te
visita à escola. Nesse ambiente,
as portentosas CNCs estão ali para
mostrar que tradição e inovação
não deveriam ser jamais dissocia-das:
a parceria dá certo.
Fernando Sacco
Jornalista
Interessado?
Então fique atento:
As inscrições para o curso
superior de tecnologia em
mecânica de precisão acontecem
entre 9 de abril e 9 de maio. Para
participar do vestibular basta ter
o ensino médio completo.
área da educação, destacando-se
como referência até para outros
países que buscam aperfeiçoar
seus sistemas de educação pro-fissional.
Atualmente, através da
celebração de convênios, o SENAI
auxilia outros países na estrutu-ração
de seus sistemas de educa-ção
profissional.
A escola também continua
aberta às parcerias com empresas
e aproveita esse mecanismo para
atualização, como explica Pado-van:
“Sempre que novas tecno-logias
aparecem no mercado nós
adotamos essa sistemática. As in-dústrias
sabem disso e nos procu-ram
quando necessitam capacitar
sua força de trabalho. Os equipa-mentos
são trazidos para dentro
da unidade, em comodato, e assim
formamos pessoas para empresas,
26 o mundo da usinagem abril.2012/86
27. NOVO ESTILO MAZAK:
Identidade e padronização
no design como foco na
ergonomia.
MÁQUINAS INTELIGENTES:
Controles que auxiliam na
operação e manutenção das
máquinas, proporcionando
mais eficiência e segurança.
CONSIDERAÇÕES AMBIENTAIS:
Mínimo impacto ao meio ambiente da
fabricação ao uso das máquinas.
SUPORTE:
Suporte completo, desde a
escolha da melhor solução até
o pós-venda e treinamento de
utilização e manutenção.
ProdutIvIdade + PreCISão
= PERfEIÇãO
DESCUBRA
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INteGreX i-200
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28. Vivian Camargo
Vivian Camargo
educação e tecnologia
SENAI: Educação de Precisão
Fazendo uma análise conceitual do
curso técnico em mecânica de precisão,
bem como se valendo de elementos
comparativos para tal, podemos enume-rar
algumas características que fazem
da Escola SENAI Suíço-Brasileira Paulo
E. Tolle uma referência no ensino técnico.
O processo pedagógico da escola
preconiza a dialética da prática versus
teoria, na qual a relação do aluno com
as experiências na prática se faz parte
integrante do processo de teorização,
em caminhada conjunta.
Essa metodologia, denominada in-ternamente
“Engenharia Pedagógica”,
não pode deixar de ser comparada à te-oria
da práxis de Piaget, suíço estudioso
do processo de construção do conheci-mento,
que demonstrou, ao longo das
décadas de 1930-1970, que o diálogo
entre o aprender e o pôr em prática se
permeiam e se completam, consideran-do
a prática como meio de apropriação
dos conceitos vistos na teoria.
O projeto pedagógico correspon-de
à própria estrutura física dos
ambientes de aprendizado, o que
permite transparência, rapidez e co-municabilidade
entre os educandos
e os educadores.
Essa infraestrutura é dividida de
maneira singular, onde os laboratórios
(Metrologia, High Speed, entre outros)
e a plataforma/oficina (Torneamento,
Fresamento e Retificação) das aulas
práticas são centralizados, fazendo
com que as outras estruturas subja-centes
(incluindo as salas de aula te-órica)
atuem como apoio no input de
práticas e procedimentos ao longo dos
quatro períodos neste processo conti-nuado
de aprendizagem.
Assessorias para elaboração de pro-jetos
específicos de empresas privadas
também fazem parte dos “obstáculos”
a que os educandos são submetidos ao
longo do curso, transformando esses
Monografia de final de curso, com o
resultado usinado
desafios em laboratórios reais para a
formação de um bom profissional.
O corpo docente especificamente
técnico recebe capacitação humaniza-da
para aprimoramento da prática do
ensino e aproximação com os educan-dos.
Dessa maneira, eliminam-se pro-blemas
com a linguagem e a absorção
de conteúdo por parte destes.
Conversa informal com os educan-dos
José Aparecido Silva Gomes e Ivan
Costa, no Laboratório de Metrologia,
confirma que materiais bibliográficos
e demais informações, bem como o
acesso a eles, são excelentes. Por ou-tro
lado, o suporte da escola para o en-caminhamento
dos formandos ao mer-cado
específico de atuação oferece ao
alunado perspectivas de sucesso em
suas carreiras profissionais. A pesquisa
orientada em laboratórios leva a solu-ções
técnicas apresentadas nos tra-balhos
de final de curso. Vale lembrar
que todo o acervo técnico das unidades
está disponível e interligado para busca
na rede intranet das bibliotecas.
Por fim, na minúcia do detalhe, per-cebe-
se que cada pequena prática ado-tada
pela escola faz parte do processo
educacional de um verdadeiro profis-sional,
não só em seu conhecimento
específico e habilidades manuais, mas
também para com a conduta e iniciati-va
de cada educando.
Estão ali a nos lembrar, sorridentes,
o resultado da soma de esforços pes-soais
em uma situação educacional
de ponta: os premiados no World Skills
2011 de Londres, Guilherme Augusto
Franco de Souza, Medalha de Ouro em
Desenho Mecânico em CAD, e Paulo
Haji de Carvalho Bueno, Medalha de
Prata em Tecnologia da Informação.
Um verdadeiro ambiente educa-cional...
um verdadeiro ambiente
profissional.
João M.Bezerra de Meneses
Gestor Ambiental
28 o mundo da usinagem abril.2012/86
30. conhecendo um pouco mais
Jovens empreendedores
Empresas juniores fomentam a dinâmica empresarial dentro
do ambiente universitário, preparando seus integrantes
desde cedo para os desafios do mercado de trabalho
cursos de Matemática, Estatística,
Psicologia, Biologia e Direito, entre
muitos outros.
“Os alunos ingressam nas em-presas
juniores buscando uma ex-periência
prática que é diferente
daquela aprendida nos estágios por
também incluir o desafio da ges-tão”,
relata Carlos Nepomuceno,
diretor presidente da Brasil Júnior
– Confederação Brasileira de Em-presas
Juniores. “Com o passar do
tempo, estes jovens acabam se tor-nando
empreendedores, desenvol-vendo
seu lado inovador e direcio-nando
esforços para transformar o
ambiente ao seu redor”, acrescenta.
Contato
com o mercado
Para Mariana Gazola, diretora
de Marketing da Mecatron – Empre-sa
Júnior do curso de Engenharia de
Controle e Automação da Unicamp
Em um ambiente universitá-rio,
tão importante quanto apren-der
aquilo que é transmitido pelos
professores dentro da sala de aula
é transformar estes conhecimentos
teóricos em experiências práticas.
Foi com esse objetivo que no final
dos anos 60 surgiu na França, no
âmbito da Escola Superior de Ci-ências
Econômicas e Comerciais de
Paris, o conceito e a primeira Em-presa
Júnior. A ideia era envolver os
jovens universitários em atividades
que desenvolvessem competências
como liderança, capacidade de ges-tão,
oratória e trabalho em equipe.
Anteriormente restritas aos cur-sos
de Administração, as empresas
juniores ganharam espaço ao lon-go
do tempo e migraram para as
mais diversas graduações. Além
das tradicionais empresas juniores
dos cursos de Administração e En-genharia,
atualmente essas organi-zações
também estão presentes nos
30 o mundo da usinagem abril.2012/86
ShutterStock
31. Divulgação Mecatron
Mecatron conta com 35 estudantes-colaboradores, que recebem orientação de professores da Faculdade de Engenharia
Mecânica da Unicamp
– esse tipo de organização funciona
como uma ponte entre a universi-dade
e o mercado. “A graduação
preza o desenvolvimento da teoria
científica, enquanto a empresa jú-nior
enfatiza o contato com o mer-cado”,
avalia.
Nos cursos de Engenharia, por
exemplo, as empresas juniores via-bilizam
a aplicação de conceitos e
ferramentas técnicas em situações
do dia-a-dia empresarial. “Elas
fornecem aos estudantes uma pre-paração
para os desafios que os
engenheiros enfrentarão de fato no
mercado”, explica Tamiris Mori,
diretora-presidente da EESC Jr. –
Empresa Júnior da Escola de Enge-nharia
da USP de São Carlos.
Para ingressar em uma empre-sa
júnior, o estudante deve passar
por um processo seletivo seme-lhante
ao de qualquer outra em-presa.
Os interessados devem se
inscrever, passar por dinâmicas de
grupo, entrevistas, para então se-rem
escolhidos ou não como mem-bros
da organização. “Além de
pessoas aptas para o trabalho, se-lecionamos
aquelas que demons-tram
vontade e comprometimento
com o aprendizado”, afirma a di-retora
da Mecatron.
Qualidade a
preço acessível
Acredita-se que o surgimento
das empresas juniores tenha contri-buído
para a diminuição da taxa de
mortalidade entre micro e pequenas
empresas. “Muitas empresas nas-ciam
e depois de dois ou três anos
fechavam suas portas, pois não con-seguiam
se manter competitivas no
mercado”, conta Wilamar Valença
dos Santos, presidente da FEJESP
– Federação das Empresas Juniores
do Estado de São Paulo.
Com os serviços prestados pelas
empresas juniores, estas empresas
passaram a ter acesso a projetos e
consultoria de alta qualidade a pre-ços
muito inferiores aos estabeleci-dos
pelo mercado. “Como todos os
colaboradores das empresas junio-res
são voluntários, o preço do ser-viço
é o custo do projeto”, destaca o
presidente da FEJESP.
A qualidade dos serviços, por
sua vez, é altíssima, pois conta com
o know-how técnico vindo das me-lhores
universidades do País. “Os
alunos têm a vantagem de estarem
constantemente em contato com
as novidades e últimas tecnologias
da área”, aponta Wilamar Valença
dos Santos. “Por isso, as empresas
juniores são ótimas opções de con-sultoria
para quem está abrindo um
negócio”, conclui.
Além disso, os projetos contam
com a orientação e o acompanha-mento
de professores ou de alunos
abril.2012/86 o mundo da usinagem 31
32. Divulgação Brasil Júnior
conhecendo um pouco mais
Com os serviços
prestados pelas
empresas juniores,
micros e pequenas
empresas têm acesso a
projetos e consultoria
de alta qualidade a
preços mais acessíveis
mais próximos de se graduarem, com
quem os estudantes validam os resul-tados,
a fim de garantirem a qualida-de
final do serviço. Outra forma de
aprendizado para os empresários ju-niores
se dá com o acúmulo de expe-riências
e com o feedback dos clientes.
Análise de
prioridades
Como às vezes pode ocorrer de a
demanda ser maior do que a capaci-dade
da empresa júnior, alguns crité-rios
são estabelecidos para determi-nar
quais projetos terão prioridade.
“Na Mecatron, os projetos pas-sam
por uma análise de viabilidade,
na qual são estudados três fatores
principais: financeiro (retorno do
projeto para a empresa), mercado
(área do portfólio da empresa em
que o projeto se encontra) e pro-dução
(recursos disponíveis para a
realização do projeto)”, explica Ma-riana
Gazola.
A EESC Jr. implementou em
2011 um plano interno com o obje-tivo
de definir os projetos que po-deriam
ser realizados, aumentando
a agilidade de seus gerenciamen-tos.
“Passamos a analisar variáveis
como lucro e viabilidade financeira,
entre outras”, conta Tamiris. “Com
a redução e definição do portfólio
foi possível também selecionar pro-jetos
de maior potencial comercial
no mercado”, explica.
O Movimento Empresa Júnior
brasileiro conta atualmente com
mais de 170 empresas divididas em
núcleos, federações e integradas
por meio da confederação brasilei-ra
– a Brasil Júnior. Criada em 2003,
essa entidade tem como função re-
Mudando a cara do País
Carlos Nepomuceno, Brasil Júnior:
“Alunos ingressam nas empresas juniores
buscando uma experiência diferente
daquela aprendida nos estágios"
presentar o movimento perante o
governo federal e os conselhos de
profissionais, além de regulamen-tar
as empresas juniores filiadas.
À época, existiam no Brasil mais
de 23.000 empresários juniores em
quase 600 empresas juniores.
“A Brasil Júnior procura fomen-tar
a geração de negócios e parce-rias
e facilitar a difusão de conhe-cimento
por meio de programas e
projetos de desenvolvimento das
Membros das empresas juniores são pessoas que acreditam que podem mudar o País por meio do seu próprio de-senvolvimento.
Assim, as empresas juniores procuram formar profissionais preparados para a realidade do mercado e do
mundo, sendo constantemente estimulados a darem um retorno à sociedade da qual fazem parte.
Por isso, algumas dessas organizações desenvolvem projetos sociais, que têm como objetivo auxiliar diversos aspec-tos
da população envolvida.
32 o mundo da usinagem abril.2012/86
33. 50 anos fabricando
máquinas-ferramenta
EXPOSITOR:
www.ergomat.com.br
A inovação constante de seus produtos é uma tradição Ergomat. Aos
50 anos de existência, o desenvolvimento de novas tecnologias e
conceitos continua sendo ambição dos nossos engenheiros e
técnicos, motivados pelos resultados obtidos e bem visíveis: mais de
17.000 máquinas produzidas, a fidelidade de clientes nos 5
continentes e uma estrutura invejável de apoio em tecnologia de
aplicação, assim como de assistência técnica constante.
Rua Arnaldo Magniccaro, 364 CEP 04691-902 São Paulo - SP Fone +55 11 5633.5000 Fax +55 11 5631.8553 vendas@ergomat.com.br
34. conhecendo um pouco mais
empresas juniores”, destaca Carlos
Nepomuceno, presidente em exer-cício
da instituição.
A confederação também é res-ponsável
pela organização do En-contro
Nacional de Empresas Junio-res
(ENEJ), que acontece uma vez ao
ano. O evento conta com a presen-ça
de personalidades importantes
do mundo corporativo, que vão ao
evento para explicar o funcionamen-to
de determinado setor e transmitir
suas experiências profissionais.
Outro ponto importante é a pro-moção
da interação entre as empre-sas
juniores, já que diversas vezes
essas organizações experimentam
dificuldades e práticas semelhantes
e, portanto, podem ser beneficiadas
mutuamente com a troca de conheci-
O grande universo das juniores da USP,
maior universidade da América Latina
O Núcleo das Empresas Juniores da USP –http://nu-cleouspjr.
com.br– congrega 21 empresas juniores sob
o seguinte lema: Empresa Júnior sim. Amadora, não.
No início da década de 1990, a USP contava com
apenas dez empresas juniores e hoje elas começam
a aparecer até mesmo em áreas que se mantinham
tradicionalmente distantes do mundo empresarial,
como a FFLCH-Faculdade de Filosofia, Letras e Ciên-cia
Humanas, que já tem a sua: o Instituto Júnior de
Pesquisas Sociais, que se dedica ao estudo e formu-lação
de projetos de uma ampla gama de estudos so-ciais,
das pequenas comunidades à sustentabilidade
socioambiental, pesquisas de opinião, etc.
A menção à ausência de amadorismo não é recur-so
de marketing. Essas empresas congregam alunos
com forte motivação, clara capacidade de entender a
sociedade e o mercado e capazes de submeter seus
projetos, sem dependências e sem falsa modéstia,
aos seus mestres, normalmente grandes especialis-tas
em suas áreas.
Uma delas, a FEA USP Jr, levou todos os primeiros
prêmios no Encontro Paulista de Empresas Juniores,
realizado em julho de 2011: Projeto Interno, Projeto
Externo e Modelo de Gestão, firmando-se como a me-lhor
empresa júnior do estado de São Paulo.
Por enquanto.... porque essas empresas são verdadeiros
laboratórios de formação, em constante aprimoramento,
onde os contratantes recebem trabalho de primeira qua-lidade,
com supervisão de ponta e... preço júnior.
mento. “No evento são ministradas
palestras, workshops e apresentações
de casos de sucesso de empresas ju-niores
com o objetivo de comparti-lhar
experiências, contribuindo para
o desenvolvimento do movimento”,
finaliza Wilamar Valença dos Santos.
Thais Paiva
Jornalista
Consulte-as:
COM ARTE Jr. Curso de Editoração da Escola de Comunicações e Artes
ECA Jr. Escola de Comunicações e Artes
EESC Jr. Escola de Engenharia de São Carlos
ESALQ Jr. Consultoria Escola Superior de Agronomia Luiz de Quei-roz-
Piracicaba
FARMA Jr. Faculdade de Farmácia
FEA Jr. Faculdade de Economia e Administração
IAG Jr. Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
ICMC Jr. ESALQ Jr. Florestal Escola Superior de Agronomia Luiz de
Queiroz-Piracicaba
IFSC Jr. Instituto de Física de São Carlos
IJPS Jr. Departamento de Ciências Sociais, FFLCH
INFOBIO Jr. Curso de Informática Biomédica da Faculdade de Medi-cina
de Ribeirão Preto
IO Jr. Instituto de Oceanografia
JORNALISMO Jr. Departamento de Jornalismo da Escola de Comu-nicações
e Artes
JUNIOR FEA Faculdade de Economia e Administração de Ribei-rão
Preto
MARKETING Jr. USP, Departamento de Marketing da Escola de Co-municações
e Artes
MED Jr. Faculdade de Medicina
ODONTO Jr. Faculdade de Odontologia
POLI Jr. Escola Politécnica
QUIMICA USP Jr. Instituto de Química
RI USP Jr. Instituto de Relações Internacionais
ZOOT Jr. e Qualimentos Jr, Faculdade de Zootecnia e Engenharia de
Alimentos de Pirassununga
Equipe Ação e Contexto
34 o mundo da usinagem abril.2012/86
36. Antonio Larghi
nossa parcela de responsabilidade
Conecte-se
No ano 2000 o mundo contava
com 360 milhões de usuários na
internet. Hoje já são mais de 2,2 bi-lhões,
ou um terço de toda a popu-lação
do planeta.
No fim do ano passado a rede
mundial de computadores já soma-va
555 milhões de páginas na inter-net
e sites como o Youtube romperam
a marca de 1 trilhão de visualizações.
Por incrível que pareça, é muito
provável que esses
percentuais já este-jam
defasados en-quanto
você lê esse
artigo, o que prova
que a velocidade da
informação é avassa-ladora
e a interação
constante com a tec-nologia
tornou-se tão
Se engana
quem pensa que
conectividade e
informação estão
diretamente atreladas
aos recursos
individuais
cotidiana quanto as relações humanas.
Nesse sentido, é desnecessário
dizer o quanto a internet tornou-se
presente e imperativa nas nossas
vidas, seja no ambiente de traba-lho,
pessoal ou nos mecanismo de
comunicação e entretenimento que
passamos a utilizar.
Todavia, se engana quem pensa
que conectividade e informação estão
diretamente atreladas aos recursos in-dividuais.
A forma como nos propo-mos
a participar desse processo é que
o torna vital ou dispensável. Não de-vemos
impor barreiras (tecnológicas
ou de conhecimento), muito menos
acreditar que as soluções residem só
nas “novidades”. É importante buscar
a utilização cada vez maior do discer-nimento
e a participação colaborativa
nas relações que acontecem todos os
dias nessas redes.
Conectar-se não significa sim-plesmente
estar na frente de um
computador, possuir os mais avan-çados
recursos da
tecnologia ou se rela-cionar
com pessoas
através do ambiente
virtual. Pode-se gas-tar
muito tempo “co-nectado”
sem nunca
desenvolver novas
ideias ou a elas acres-centar-
se algo.A inte-ração
produtiva é a construção de
uma cadeia capaz de compartilhar
o conhecimento e criar novos espa-ços.
É nesse ambiente de edificação
coletiva que se criam as bases para
o avanço do conhecimento.
No caso da indústria, a internet
é uma ferramenta para prospectar
oportunidades, ampliar o campo de
atuação e desenvolver a inovação; no
caso individual, um meio de manter-se
atualizado e disseminar conheci-mento,
além de somar forças para
tornar reais os objetivos comuns.
Fernando G. Oliveira
Assim crescemos como pessoas,
como mercado e como sociedade.
Saber canalizar as oportunidades
trazidas pela internet pode signfi-car
um novo trampolim de conduta
para uma nova realidade. Não se
trata apenas de fazer parte de um
ambiente comum, mas de incorpo-rar
as mudanças trazidas e ofereci-das
por ele.
Foi pensando nisso que a Sandvik
Coromant preparou um novo website
que vai reunir lançamentos, aproxi-mar
parceiros e criar um espaço de
diálogo entre todos aqueles que fa-zem
parte do mundo da usinagem.
Aguarde novidades. Elas che-gam
na velocidade da informação.
Fernando Oliveira
Gerente de Marketing
Sandvik Coromant
Acesse nosso novo site:
www.sandvik.coromant.com/br
36 o mundo da usinagem abril.2012/86
37.
38. Sandvik Coromant
Distribuidores
ARWI Tel: 54 3026-8888
Caxias do Sul - RS
ATALANTA TOOLS Tel: 11 3837-9106
São Paulo - SP
COFAST Tel: 11 4997-1255
Santo André - SP
COFECORT Tel: 16 3333-7700
Araraquara - SP
COMED Tel: 11 2442-7780
Guarulhos - SP
CONSULTEC Tel: 51 3321-6666
Porto Alegre - RS
COROFERGS Tel: 51 3337-1515
Porto Alegre - RS
CUTTING TOOLS Tel: 19 3243-0422
Campinas – SP
DIRETHA Tel: 11 2063-0004
São Paulo - SP
ESCÂNDIA Tel: 31 3295-7297
Belo Horizonte - MG
FERRAMETAL Tel: 85 3226-5400
Fortaleza - CE
GALE Tel: 41 3339-2831
Curitiba - PR
GC Tel: 49 3522-0955
Joaçaba - SC
HAILTOOLS Tel: 27 3320-6047
Vila Velha - ES
KAYMÃ Tel: 67 3321-3593
Campo Grande - MS
MACHFER Tel: 21 3882-9600
Rio de Janeiro - RJ
FALE COM ELES
Ana Paula Grether (Petrobras)
agrether@petrobras.com.br
Andréa Santini Henriques (Inmetro)
(21) 2563-2800
Adriano Wagner Velho (Braffemam)
(41) 3291-1700
Eliane Belfor (Fiesp)
(11) 3549-4499
Ivo Marin Duze (Gale Ferramentas)
(41) 3339-2831
José Carlos Barbieri (FGV-EAESP)
jose.barbieri@fgv.br
Marcos Soto (Sandvik Coromant)
marcos.soto@sandvik.com
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Mitutoyo 3ª capa
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MAXVALE Tel: 12 3941-2902
São José dos Campos - SP
MSC Tel: 92 3237-4949
Manaus - AM
NEOPAQ Tel: 51 3527-1111
Novo Hamburgo - RS
PÉRSICO Tel: 19 3421-2182
Piracicaba - SP
PRODUS Tel: 15 3225-3496
Sorocaba - SP
PS Tel: 14 3312-3312
Bauru - SP
PS Tel: 44 3265-1600
Maringá - PR
REPATRI Tel: 48 3433-4415
Criciúma - SC
SANDI Tel: 31 3295-5438
Belo Horizonte - MG
SINAFERRMAQ Tel: 71 3379-5653
Lauro de Freitas - BA
TECNITOOLS Tel: 31 3295-2951
Belo Horizonte - MG
THIJAN Tel: 47 3433-3939
Joinville - SC
TOOLSET Tel: 21 2290-6397
Rio de Janeiro - RJ
TRIGONAL Tel: 21 2270-4835
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tamiris.mori@usp.br
Wilamar Valença dos Santos (FEJESP)
wilamarvalenca@fejesp.org.br
O leitor de O Mundo da Usinagem
pode entrar em contato com os
editores pelo e-mail: faleconosco@
omundodausinagem.com.br ou ligue:
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