Este documento discute a importância da literatura infantil e juvenil. Primeiro, explica que as crianças e jovens estão em constante desenvolvimento e precisam de literatura para ajudá-los a formar valores. Segundo, destaca o papel do escritor em criar obras literárias que abordem temas relevantes de uma forma que estimule o pensamento crítico dos leitores. Terceiro, ressalta a importância do mediador em promover a leitura e discutir as obras com as crianças e jovens.
6. Escrever para crianças e jovens: o quê
e porquê?
1. A criança/ o jovem: ser humano em construção que
precisa de vitamina P
2. O escritor: uma figura comprometida
3. O mediador: um especialista que ama a leitura
7. • A leitura ajuda a criança/o jovem a formar-
se enquanto ser humano: ajuda a cimentar
valores como a amizade, a solidariedade, a
compreensão, a fraternidade, a paz.
Vitamina P
• A criança/ o jovem tem interrogações
metafísicas: pergunta-se sobre a morte, o
divórcio, as diferenças, o bem, o mal, etc.
• O texto literário permite um questionar
múltiplo e “violento”. A consciência aberta,
o gosto pelo desconhecido, a preocupação
com o outro educa-se, desenvolve-se e
cuida-se.
O leitor
8. • Até meados do século XIX não
exista literatura para a infância e a
juventude; mesmo os contos e As
Fábulas de La Fontaine eram
escritos para um público adulto.
• Não existia a noção de “teenager”.
É já no século XX que surge uma
cultura dos e para o jovens
(cinema, música, roupa, literatura)
• Literatura infantil e juvenil
• Todos os textos narrativos, poéticos
ou dramáticos que utilizam uma
linguagem literária, que tencionam
abordar assuntos da vida, emoções,
e que não precisam de referentes
reais (Rechou, 2013).
9. Henriette Bicchonnier
O termo genérico “literatura para crianças”
recobre duas realidades contraditórias: o
mundo da literatura e o mundo das crianças.
Por literatura, entende-se geralmente escrita
livre inspirada, uma estratégia pessoal do
autor, não tendo a preocupação em agradar
a ninguém em especial. É o mundo da
literatura.
Quando escrevemos para crianças, a
estratégia é forçosamente muito diferente,
uma vez que nos dirigimos a um público
preciso, relativamente conhecido.
Acrescentar “para crianças” à palavra
literatura acaba, de certa maneira, por
evocar um outro género literário, uma outra
forma de escrita, adaptada a um público.
10. Porquê?
• O escritor é uma pessoa comprometida;
põe a literatura ao serviço da sociedade
• Ajuda na aquisição e desenvolvimento da
linguagem
• Influencia a formação do “gosto estético” e
a formação literária
• É um meio de socialização
• Conduz à identificação com uma variedade
grande de personagens e de situações
• Ajuda a criança/o jovem a formar-se como
ser humano
• Promove a literacia
• Inspira a criatividade
O escritor
11. O quê?
• Para que o livro infantil e juvenil cumpra a sua
função é necessário agradar à criança e ao jovem
• Conhecimento do mundo deles; estar alerta;
conhecê-los (Os Cinco) identificação com as
personagens, criação de laços, ligação com a
literatura
• Escrever sobre a realidade local de uma forma
universal
• Escrever textos que penetrem no espírito humano
com fins estéticos e éticos
• Escrever livros que conduzam a perguntas ( e não o
politicamente correto)
TEMAS: amizade, a família, racismo, sexualidade,
guerra, doença, divórcio, morte, poder,
crescimento, violência, tolerância, etc.
12. Judith Hillman
Como? Contéudo
• Experiências típicas da infância/jovens,
escritas na perspetiva da criança/jovem
• Personagens infantis ou similares
• Intrigas simples e diretas, centradas na
ação
• Um sentimento de otimismo e inocência
(o final feliz é a norma)
• Uma tendência para combinar a
realidade e a fantasia
Qualidade
• Poder para satisfazer, explicar, convidar
a ler
13. Algumas questões
1. Literatura infantil portuguesa percorre um caminho de inovação,
experimentalismo e qualidade (à semelhança do que ocorre noutros países)
2. Faixas etárias/papéis que o leitor assume (Appleyard):
a) “Leitor como player” – ouvinte de histórias
b) “Leitor como herói” – 1.º e 2.º ciclos
c) “Leitor como pensador” – adolescentes procuram descobrir o sentido da vida
3. Fantasia e realidade: as obras para crianças tanto podem transportá-la para
universos imaginários como dar-lhes a conhecer a História; a criança não se desorienta
com a intervenção do imaginário e do fantástico
4. Menos é mais: tratamento simples (mas não simplista) tem um resultado
eficaz;
5. “Literatura crossover”: um bom livro para crianças e jovens deve agradar
também aos adultos
14. Na literatura infantil e juvenil os destinatários
e os recetores não coincidem.
Ao mediador (um especialista) cabe:
1. Conhecer bons textos (cânone literário +
textos contemporâneos de qualidade); a
escola tem de ter uma certa abertura,
porque o único contacto de muitas crianças
com a leitura é feito na escola.
2. Saber desenvolver atividades de promoção
da leitura:
• Ensinar a inferir, jogar com as palavras, as
frases, as ideias
• Despertar para o desconhecido
• Desenvolver atitudes múltiplas em torno da
leitura
3. Dedicar tempo; discutir à volta do livro
4. Ter uma postura aberta face a novos
suportes e formas de motivação
O mediador