Este documento descreve as rivalidades entre as principais potências europeias antes da Primeira Guerra Mundial e como estas tensões levaram ao início do conflito em 1914. Aborda os sistemas de alianças, o assassinato do arquiduque da Áustria e as mobilizações militares que desencadearam a guerra global.
3. A Inglaterra e a Alemanha Os ingleses sofriam a
concorrência dos produtos alemães nos mercados
internacionais; a Alemanha, por sua vez, tinha necessidade
de colónias para obter matériasprimas e escoar os seus
produtos;
França e a Alemanha a França desejava recuperar a
Alsácia e a Lorena, perdidas em 1871 a favor da Alemanha;
Rússia e o Império AustroHúngaro ambos os estados
procuravam impor a sua influência política na região dos
Balcãs; os nacionalistas eslavos (croatas, eslovenos)
desejavam libertarse do Império AustroHúngaro; por sua
vez, a Rússia protetora dos eslavos queria dominar os
estreitos do Mar Negro; a complicar a situação, a
Sérvia(estado balcânico independente) pretendia formar
um estado alargado com os seus vizinhos.
7. Bismarck, Giers e Kalnorky
(chanceleres russo e austríaco)
Ainda nos finais do século XIX,
o chanceler alemão Bismarck
elaborou um sistema de
alianças com o fim de
proteger a Alemanha.
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10. Para se proteger das ameaças dos países
vizinhos, os Estados fizeram, entre si, sistemas
de alianças:
• Tríplice Aliança (1882), entre a Alemanha, o
Império AustroHúngaro e a Itália;
• Tríplice Entente (1907) entre a França, a
Rússia e o Reino Unido.
11. A rivalidade entre a
Rússia e o Império
ÁustroHungaro, países
interessados em impôr a
sua influência nos Balcãs,
levouos a querer o
domínio dos estreitos do
Mar Negro para uma
ligação direta e rápida ao
mar Mediterrâneo.
12. Então, vigorava na Europa um clima de «paz armada», isto é, de corrida
ao armamento e de acordos secretos entre as nações. Todos estavam
convencidos da iminência de uma grande guerra.
13. À esquerda: Gavrilo Princip
À direita: Arquiduque Francisco Fernando e sua
esposa
A 28 de Junho de 1914, o arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do
trono austrohúngaro, foi assassinado em Sarajevo (na Bósnia), por um
estudante sérvio, Gavrilo Princip, membro de uma sociedade secreta (a
Mão Negra).
14. Gravilo Princip, estudante sérvio, no
momento da sua detenção.
O atentado político foi o resultado do fervor nacionalista dos Eslavos do
sul que pretendiam tornarse independentes da ÁustriaHungria e unir
se à Sérvia.
15. A coroa austro húngara, interessada em manter o seu vasto império,
considerava que era “tempo de acabar com a Sérvia”. Assim utilizou o
atentado como pretexto para finalmente controlar a Sérvia e, a 23 de
Julho, envioulhe um ultimato.
Francisco José,
Imperador da
Áustria
Pedro Karageorgevitch,
rei da Sérvia
16. 28/06 - Assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro
23/07- Ultimato da Áustria à Sérvia
28/07- A Áustria declara guerra à Servia
29/07-A Áustria ataca a Sérvia
30/07-Mobilização geral na Rússia, apoiante da Sérvia
31/07-Ultimato alemão à Rússia e à França
01/08- Mobilização na França e na Alemanha e esta declara guerra
à Rússia
03/08- A Alemanha declara guerra à França
04/08 – A Alemanha invade a Bélgica (país neutro) . A Inglaterra
declara guerra à Alemanha.
06/08 – A Áustria declara guerra à Rússia
A França e a Grã-Bretanha declaram guerra à Áustria- Hungria
17. A Rússia, aliada da Sérvia, decretou a
mobilização geral, e a Alemanha,
sentindo-se ameaçada, enviou um
ultimato à Rússia e outro à França,
ordenando a sua neutralidade.
Nicolas II, Imperador da Rússia
18. As tropas alemãs entraram na Bélgica (com o objetivo de ocupar a
França), a Inglaterra declarou imediatamente guerra à Alemanha.
Guilherme II,
Imperador da Alemanha
Alberto I, rei da Bélgica
19. “Um milhão de minúsculas disputas
estão à beira de transformar-se na
maior causa de guerra a que o mundo
alguma vez assistiu.”
Saturday Review,
1897
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26. • 1ªfase - Guerra de movimentos ou “guerra
relâmpago” -1914
• 2ª fase – Guerra de Trincheiras ou de
“posições”-1914-17
• 3ªfase – Retorno à guerra de movimentos –
mundialização da guerra-1918
27. Os alemães consideravam a
França como o inimigo mais
perigoso, mas também aquele
que podia ser derrotado mais
depressa, porque a sua capital
se situava ao alcance de uma
arremetida alemã. Gizaram por
isso o Plano Schlieffen.
28.
29. Batalha do Marne, 5 de setembro — 12 de setembro de 1914. Vítimas:
Aliados : 263 000; Potências Centrais: 250 000.
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31. • 2ª FASE (1914-1918)
“Guerra das Trincheiras” ou de posições as
tropas escavavam uma extensa rede de valas e abrigos
na terra, protegidos por arame farpado, de onde
saíam para lançar ataques aos inimigos, tentando
ocupar as terras ocupadas, estabilizando assim as suas
posições.
Entrada de vários países:
Itália, Portugal, Grécia, Japão, China (Aliados)
Império turco e Bulgária (Potências Centrais)
32. ARMAZÉM DE GÁS
TÓXICO
POIOL DE MUNIÇÕES
METRALHADORAS
LINHA DA FRENTE
BARREIRAS
DE ARAME
FARPADO
TERRA DE NINGUÉM
ABRIGO DO COMANDO
COLOCAÇÃO DE EXPLOSIVOS
SUBTERRÂNEOS
TRANSPORTE DE
ABASTECIMENTOS
POSTO DE
OBSERVAÇÃO
VENTILAÇÃO
33. Esquerda: General francês Pétain
Direita: General inglês Falkenhyan
Batalha de Verdun, 1916
Ao longo desta 2.ª fase da Guerra – a Guerra das Trincheiras ,
travaram-se violentos e sangrentos combates, como a batalha de
Verdun.
34. As condições de combate foram, então, dolorosas:
bombardeamentos de artilharia, assaltos de infantaria apoiados por
tanques e gases asfixiantes.
35. Ao mesmo tempo , as condições de sobrevivência dos soldados
nas trincheiras tornaram-se quase insuportáveis: frio, chuva,
lama, ratos; para além do fogo e dos gases inimigos.
36. Trincheiras britânicas durante a Batalha do Somme (1 de Julho/13 de
Novembro de 1916) – Nesta batalha, uma das mais violentas ocorridas
durante a 1ª Guerra Mundial, morreram mais de um milhão de
soldados.
37.
38. Entrada dos EUA, em Abril de 1917,
devido aos ataques dos submarinos
alemães aos navios abastecedores de
mantimentos e armas aos Aliados.
Retirada da Rússia da guerra devido à
eclosão da Revolução Russa.
39. No Verão de 1918, os Aliados, reforçados com a vinda
de soldados americanos e com poderoso material bélico,
estavam em condições de decidir a guerra a seu favor.
Entre Julho e Outubro de 1918, contra-atacaram em
várias frentes:
• Em França (onde os alemães foram derrotados na 2ª
batalha do Marne);
• Nos Balcãs (onde a Bulgária e a Turquia foram
obrigados a pedir a paz)
• Na Itália (onde os Austro-Húngaros se renderam). O
mesmo veio a fazer a Alemanha em 11 de Novembro de
1918.
40. Face aos sucessivos
desastres militares, os
países do bloco alemão
abandonaram a guerra.
De seguida, a Alemanha
pediu a paz.
A 11 de Novembro
de 1918, em Rethonds
(França), foi assinado o
armistício que pôs fim à
1.ª Grande Guerra.
General Foch assina o armistício
41.
42.
43. • Em Janeiro de 1919, os países vencedores da
guerra reuniram-se na Conferência de paz,
em Paris, com os objetivos:
Definir uma nova ordem política
Apoiar o direito dos povos à autodeterminação
(princípio das nacionalidades)
Criar um organismo para defesa da paz
44. • Artigo 119- A Alemanha renuncia (…) a todas os seus direitos sobre as suas
possessões além-mar …
• Artigo 160- O exército alemão não deverá compreender mais de sete
divisões de infantaria e três de cavalaria… não deverá exceder 100 000
homens.
• Artigo 171- São igualmente proibidos o fabrico e a importação pela
Alemanha de carros blindados, tanques ou outros engenhos similares
• Artigo 198- As forças militares alemãs não deverão compreender nenhuma
aviação militar nem naval..
• Artigo 231- Os Governos Aliados e associados e a Alemanha reconhece que
a mesma e os seus aliados são responsáveis por todos os danos sofridos …
(pelos primeiros), em consequência da guerra.
• Artigo 232- A Alemanha compromete-se a pagar um indemnização por
todos os danos causados à população civil dos países aliados.
Tratado de Versalhes, 28 de Junho de 1919
45. A Alemanha, em Junho de 1919, assinou o Tratado de
Versalhes, através do qual foi obrigada a:
• Restituir a Alsácia e a Lorena à França e entregar
territórios à Polónia ;
• Reduzir as forças militares a cem mil homens, sem
artilharia pesada, carros de combate, submarinos e
aviões;
• Pagar pesadas indemnizações aos Aliados.
46. Os “Quatro Grandes” na Conferência de Paz (1919) – Da esquerda para
a direita, Lloyd George (Inglaterra), Orlando (Itália), Clemenceau
(França) e Wilson (Estados Unidos).
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48. • Desmembramento dos grandes impérios (russo,
turco, alemão e austro-húngaro)
• Surgimento de novos estados (Finlândia, Polónia,
Áustria, Hungria, Checoslováquia, Jugoslávia, Estónia,
Letónia, Lituânia.
• Novos traçados de fronteira: Alemanha, Roménia,
Bulgária.
• Os povos eslavos, dependentes do Império austro-
húngaro, associaram-se aos sérvios, montenegrinos,
bósnios e herzegovinos, formando a Jugoslávia.
49. A Sociedade das Nações – A Conferência de Paz de 1919 criou a
Sociedade das Nações. A sua missão era assegurar a paz e a
cooperação entre os países membros.
50. • Artigo 1º-Os membros da Sociedade das Nações
comprometem-se a respeitar e a manter, contra
qualquer agressão exterior, a integridade territorial e
a independência política perante todos os membros
da Sociedade. (…).
• Artigo 11º- É expressamente declarado que toda a
guerra ou ameaça de guerra, quer afete ou não os
membros da Sociedade, interessa à Sociedade no seu
conjunto, e que esta deve tomar as medidas
adequadas para salvaguardar eficazmente a paz
entre as nações.
Pacto da Sociedade das Nações, Abril de 1919
51. Assegurar a paz
Resolver os conflitos pela via do diálogo
Preservar a independência política dos estados-
membros
Organizar o desarmamento geral
Promover a cooperação económica, financeira e
cultural entre as nações
52. O congresso dos EUA recusou a participação dos
EUA, pois não concordou com a dureza do Tratado
de Versalhes;
A Alemanha foi excluída até 1926;
A Rússia só entrou em 1934:
A Alemanha nunca aceitou de bom grado as
imposições do Tratado de Versalhes:
Na década de 30 entrou em descrédito por ter sido
incapaz de cumprir os objetivos para que foi criada:
assegurar a paz.
53.
54.
55.
56.
57. "Com a guerra, a Europa
desbaratou a sua fortuna, a
sua força e a sua vida."
A. Demangeon, O declínio da Europa (1920)