Marina Silva pode disputar Presidência após rejeição de seu partido
1. OPINIÃO
SALVADOR SÁBADO 5/10/2013A2
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ESPAÇO DO LEITOR
Marcha dos héteros
Até que enfim surge uma luz no fim do túnel.
Chega de pôr mordaça nos héteros. Opinar
contrárioaohomossexualismoécrime,econ-
tra os heterossexuais e a família natural não
é? Isso é ditadura! O deputado Isidoro ganhou
a minha estima e, quem sabe, o meu voto em
2014, ao propor a criação do Núcleo Hétero no
PSB. Se eu já tinha admiração pela senadora
Lídice por enfrentar o avô do Neto, agora for-
taleceumaiscomesseatodemocráticodentro
do partido. Se gays, lésbicas, vadias, maco-
nheiros, gatos e cachorros estão tomando es-
paços e se fortalecendo, então já passou da
horadeafamília,evangélicos,católicos,cultos
afros,héteros,negrosebrancosgarantiremos
seustambém.Maisdoquenunca,precisamos
de líderes, como Isidoro, para defender os
nossos valores e bons costumes. Não tem a
marcha da maconha, dos cães, das vadias, dos
gays? Por que não a marcha dos héteros?
Parabéns, deputado Isidoro, pela iniciativa,
espero que os presidentes de outros partidos
sigam o exemplo da senadora da Bahia.
ENÉAS ESTRÊLA, SALVADOR-BA, ESHTRE-
LA@HOTMAIL.COM
Rede insustentável
Comarejeição,peloTSE,doregistroaopartido
RedeSustentabilidadedaex-senadoraMarina
Silva, a disputa pela Presidência da República,
em 2014, vai ficar mais fácil para Dilma Rous-
seff. As últimas pesquisas mostravam Marina
nos calcanhares de Dilma. Tudo indica que as
candidaturas de Aécio Neves, pelo PSD, e
Eduardo Campos, pelo PSB, não vão decolar.
Provavelmente não haverá um 2º turno, como
em 2010. A prova disso é que Marina Silva está
recebendo convites para ingressar em outras
legendas, ao que ela responde, enigmatica-
mente,quevaimanteracoerência. CARLOSDE
CARVALHO, SALVADOR - BA, CARLOS.CARVA-
LHO829@GMAIL.COM
Feitiço contra o feiticeiro
Parece que nossos irmãos norte-americanos
estão bebendo da sua própria fonte... finan-
ciaram guerras ao longo de sua história e
agora estão vivendo uns com medo dos ou-
tros! Tantas teorias estudadas nos grandes
celeiros educacionais dos EUA e agora não
sabem sequer distinguir depressão de ter-
rorismo! Que pena, parece que é verdade o
adágio popular que diz: o feitiço pode virar
contra o feiticeiro... Agora me respondam,
qual a diferença entre capitalismo e terro-
rismo? JORGE MAGNO ALVES PINTO, SALVADOR
- BA, JORGEMAGNO@BOL.COM.BR
Futebol e estupros
Lamentável que o professor Carlos Eduardo
Guimarães, da Faculdade Anísio Teixeira, em
Feira, tenha imposto que todos os alunos ves-
tissem a camisa do Bahia para ter direito a
consultar a Constituição pátria numa prova.
Que professor de direito é esse? Devia ter en-
sinado mais aos alunos com mais conteúdo.
Teve com isso seus minutos de mídia, mesmo
em detrimento do nome da faculdade. A fa-
culdade precisa se pronunciar! Dessa facul-
dade tô fora. Fosse professor de direito penal,
poderia estar defendendo seu Bahia dos dois
“verdadeiros estupros” do Vitória no 5 a 1 e 7 a
3naArenaFonteNossa,nossosalãodefesta,em
plena luz do dia diante de 30 mil torcedores
rubro-negros e 20 mil sofredores do Bahia. O
último “estupro” foi em Curitiba empurrando
cinco no Atlético do Paraná. RAFAEL FÉLIX, SAL-
VADOR - BA, RAFAELFELIX98@HOTMAIL.COM
Segurança no Rio
Não é preciso ser nenhum especialista em
segurança pública para constatar a completa
desorganização da atuação da Polícia Militar
no confronto com manifestantes no centro da
cidade do Rio de Janeiro. As imagens da per-
seguição empreendida por quatro policiais
militares, dois deles identificados como ofi-
ciais, um deles oficial superior, qual quatro
mosqueteiros, permite-nos depreender a
completa falência do planejamento e da exe-
cuçãodaoperaçãoemsi,bemcomooabsoluto
despreparo técnico-profissional dos policiais,
reflexo das péssimas condições da formação,
aperfeiçoamento e adestramento em todos os
níveis, além da absoluta falta de comando,
chefia e liderança. O governo do estado do Rio
de Janeiro, bem como a cúpula da Segurança
Pública estadual, deveria prestar contas aos
cidadãos que pagam seus serviços, mediante
o recolhimento dos impostos. MARCO ANTO-
NIO ESTEVES BALBI, MBALBI69@GLOBO.COM
Funcionário público
A convocação publicada em A TARDE
pela Associação dos Funcionários Públicos
(Afpeb) levou à Av. Carlos Gomes grande nú-
mero de pessoas esperançosas, apesar de in-
crédulas com os sindicatos após o festejado
reajuste de 2013, com seis meses de atraso,
índice de 5% e ainda em parcelas. Após dourar
apílula,comodizoditopopular,eapós12anos
aguardando o pagamento da URV, ouviu-se a
expectativa de mais 10 anos de espera. O
Judiciário, o Legislativo, o MP, o TCM e o TCE
já recebem sem delongas o que é de direito,
pormotivosóbvios,enquantoosfuncionários
do Executivo “contemplam a miragem”. Es-
pera-se que a Afpeb convoque in loco mais
duas reuniões dentro de 30 dias e com todos
os líderes sindicais para fixar providências
factíveis, ante a desobediência civil do gestor
com o STF. JOÃO C. FILHO, SALVADOR-BA,
JOAO7655@YAHOO.COM.BR
JC Teixeira Gomes
Jornalista, membro da Academia de Letras da
Bahia
jcteixeiragomes@hotmail.com
A
Prefeitura de Salvador foi obrigada
a prolongar o recadastramento
dos imóveis, pois quase 400 mil
proprietários não compareceram. Certa
andou A TARDE quando, na edição de 18
de agosto último, antecipava: “IPTU 2014
já assusta o contribuinte”.
O prefeito e seus assessores começa-
ram errando ao ameaçar multar os ci-
dadãos que não enviassem os documen-
tos, ato cuja legalidade é duvidosa, além
de fazer prevalecer a velha ideia de que
o brasileiro precisa ser coagido para
cumprir obrigações. Esta conduta nociva
– a coação – está arraigada na tradição do
poder público no Brasil. Basta lembrar
que o símbolo do Imposto de Renda é o
leão, ou seja, a típica imagem da fero-
cidade. Mais adequado seria convencer o
cidadão de que pagar impostos – quando
justos, naturalmente – é útil à comu-
nidade.
Até hoje, ninguém
entendeu por que a
prefeitura generalizou
a exigência da apre-
sentação das escrituras
para o recadastramen-
to. Isto era absoluta-
mente desnecessário
para a grande massa
dos contribuintes já ca-
dastrados, detentores
da inscrição imobiliá-
ria que identifica seus
imóveis e pagadores
regulares, há anos, dos
carnês do IPTU. Basta-
va atualizá-los com o aumento pretendido.
Antigos contribuintes só deveriam apresen-
tar documentos caso houvesse alterações na
sua papelada. Mas a prefeitura decidiu com-
plicar o cipoal da burocracia incompetente.
E cada administrador que entra julga que
está descobrindo o mundo, desconfiando
das informações anteriores.
O resultado dessa exigência insensata
gerou filas enormes e a dilatação do pra-
zo, mascarada com a alegação da greve
dos Correios. Acontece que a afluência de
um público enorme gerou previsíveis tu-
multos, desviando as pessoas das suas
atividades normais para a corrida aos
postos, com perda de tempo, sacrifício
dos idosos e balbúrdia desnecessária. E
muitos contribuintes ainda tiveram que
ouvir de funcionários irritados a antiga
alegação de que “o brasileiro deixa tudo
para a última hora”.
Cabe agora uma pergunta básica: a bu-
rocracia sabidamente ineficiente, lenta e
mal aparelhada da Prefeitura Municipal
de Salvador terá condições de avaliar o
verdadeiro dilúvio de escrituras e docu-
mentos que lhe foram apresentados?
Qual o critério para selecionar e exa-
minar os registros de transações imo-
biliárias em muitos casos incompletas,
referentes a operações em curso, pro-
messas de venda, negociações pendentes
ou interrompidas, confrontos jurídicos e
toda a gama de hipóteses plausíveis? Co-
mo será utilizado esse material precário
para a aplicação dos novos índices do
aumento do IPTU, que nisso, sim, é que
a prefeitura está interessada, para insa-
tisfação de todos os contribuintes?
Entre a considerável quantidade de
pessoas que não enviaram documentos à
prefeitura, sei de muitas que rejeitam a
ideia de entregar papéis da sua priva-
cidade pessoal, que resguardam bens pa-
trimoniais, a burocratas públicos que se-
quer conhecem, com o risco de que as
escrituras, definidoras de particularida-
des dos seus imóveis, venham a cair em
mãos inconvenientes. Jamais a prefeitura
explicou ao público como irá processar a
documentação, em muitos casos cons-
tante de verdadeiros
calhamaços e refe-
rente a mais de um
milhão e sessenta mil
imóveis (!), segundo
dados da própria mu-
nicipalidade.
Eleitores do prefeito
alegam que com mais
dinheiro do IPTU a ad-
ministração irá deco-
lar. Sabem que até ho-
je as ruas estão esbu-
racadas, muitos pas-
seios esfrangalhados,
o lixo só se recolhe pe-
la noite, o tráfego em
pontos essenciais continua caótico e ener-
vante, para desespero do povo e dos ta-
xistas. Não é fácil herdar uma cidade de-
vastada pelos oito anos de João Henrique,
com sua nefasta política de solo, incom-
petência administrativa, desprezo ao pa-
trimônio histórico, sucessivas contas re-
jeitadas. Mas está na hora de o novo pre-
feito agir. Ele é jovem e tem ambição po-
lítica. Está faltando audácia para projetos
urbanos transformadores. Convém lem-
brar-se de que o tradicional recurso de
onerar o cidadão com aumento de im-
postos é o pior caminho para galgar po-
sições ou conquistar a confiança de um
povo que, em sua maioria, ganha mal e
vive sob sufoco.
JC T. GOMES ESCREVE NO SÁBADO,
QUINZENALMENTE
O tradicional recurso
de onerar o cidadão
com aumento
de impostos
é o pior caminho
para galgar posições
ou conquistar
a confiança
de um povo
Marina vem aí
MarinaSilvasempredissequenãotinhaplano
B. Óbvio, queria fundar o seu partido, a Rede
de Sustentabilidade, e admitir a possibilidade
de disputar a Presidência por outra legenda
seria jogar a toalha antes do jogo jogado.
ARedecaiu,elaeosaliadospassaramanoite
discutindo o caminho a seguir. O tom das
conversas já agregou o plano B. ‘O importante
é garantir o protagonismo de Marina’, disse
JúlioRocha,umdosarautosdelanaBahia,que
ontem estava no olho das discussões.
Com Marina fora, avaliam os cientistas po-
líticos, a presidente Dilma seria a grande be-
neficiária. A razão é elementar: o grosso dos
votos dela, vice-líder em todas as pesquisas,
iria para Dilma. Aécio Neves e Eduardo Cam-
pos pegariam algumas sobras.
É por isso que a oposição tanto quer Marina
no páreo. Com ela na cena, o segundo turno
é quase uma certeza. E nisso residem as ex-
pectativas de destronar o PT.
Nem a oposição deve choramingar a queda
da Rede e nem os petistas fazer festa. Marina
vem. É protagonismo ou ostracismo.
Gerônimo no PCdoB
O cantor Gerônimo será a estrela principal da
Conferência do PCdoB hoje no Fiesta. Às 10h,
vai anunciar solenemente que se filiou ao
partido. Se disputará mandato em 2014, de-
cidirá depois, mas estará legalmente apto.
Gerônimo sempre foi tido como ‘maldito’
em algumas rodas. A última: ao lado de Vevé
Calazans(falecidoanopassado),eleéautordo
jingle ACM meu amor, por conta do qual tem
uma pendenga judicial contra a TV Bahia e o
DEM, cobrando direito autoral.
E TOM ALCÂNTARA NO PTN — Mas se o
PCdoB festeja Gerônimo, tem também o que
lamentar. Militante do partido por mais de 20
anos, Tom Alcântara acaba de se filiar ao PTN
e já chega com uma missão: organizar o nú-
cleo antirracista do partido de João Carlos
Bacelar, que historicamente nunca se rela-
cionou com o Movimento Negro.
E Tom levou com ele 50 filiados, todos do
chamado povo de santo. Ele é de candomblé,
ogã do Terreiro do Cobre e forte liderança nos
bairros da Federação e São Cristóvão.
Reforço aéreo
João Gualberto, pré-candidato do PSDB ao go-
verno, acaba de ganhar um importante aliado
na tentativa de viabilizar a candidatura: com-
prou um jatinho Hawker 400.
Não é coisa pouca. Voa 130 km/hora mais
rápido do que o Citation de Ivete Sangalo.
– A Bahia é grande. E eu preciso andar mais
rápido. Ontem (anteontem) mesmo, eu fui a
Brasília para a filiação de Luislinda (Valois) e
à tarde estava aqui na festa do DEM.
Baixa no PV
No embalo do troca-troca de partidos, o PV,
partido da vice-prefeita de Salvador, Célia Sa-
cramento, sofreu uma pesada baixa em Sal-
vador. A vereadora Ana Rita Tavares pediu
ontem a desfiliação. Vai para o PROS.
Motivo alegado: a total incompatibilidade,
com o único colega de bancada, Marcel Mo-
raes, e com o partido, por tabela.
Ela e Marcel brigam desde a campanha. No
mandato, Marcel se proclamava ‘líder da ban-
cada’. Agora é, sem discussão. Só tem ele.
Luciano se complica
Condenadoaumanoequatromesesdeprisão
pelo TRE, em decisão referendada pelo TSE,
num processo de crime eleitoral movido pelo
Ministério Público, o deputado Luciano Si-
mões (PMDB) sofreu um novo revés: o mi-
nistro Luiz Fux, do STF, negou o recurso com
o qual ele pretendia rever o processo.
Num comício em 2006 em Retirolândia,
Luciano chamou a promotora Suzana Dantas
Monteirode‘promotorazinha’.Oadvogadode
Luciano, Domingo Arjones, diz que ele não
teve direito de defesa e promete ir até a Corte
Interamericana de Direitos Humanos.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Tudo rosa
NafestadesaudaçãoaosnovosfiliadosdoPSB,
dia 26, a última quinta-feira de setembro de
2013deuruído.LáestavamMarceloCerqueira,
umilustrechegante,presidentedoGrupoGay
da Bahia (GGB), e o pastor Sargento Isidório,
evangélico, aliado do paulista Marcos Feli-
ciano (PSC) e tido pelos simpatizantes dos
movimentos LGBT como o homofóbico nú-
mero um do Brasil.
A solenidade seguiu, alguém anunciou:
– Marcelo Cerqueira, presidente do GGB!
Palmas; na plateia, Isidório resmungou:
– Esse partido está poluído...
Marcelo ouviu, retrucou:
– Isidório, eu vou botar um coração
cor-de-rosa em você. E vou lhe dar de brinde
uma Bíblia cor-de-rosa!
Gargalhada geral. Mas Isidório não gostou.
Só está no PSB para não perder o mandato.
Levi Vasconcelos
Jornalista
tempopresente@grupoatarde.com.br
TEMPO PRESENTE
Prefeitura e
recadastramento
Editor
Jary Cardoso
agenda2mais.atarde.com.br
atarde.com.br/brasil
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