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Guerra dos 30 Anos ( 1618 - 1648)
• Sentindo que a Paz de Ausburgo não prevaleceria começa a escalada militar:
⇒ 1608 - Protestantes organizam união evangélica
⇒ 1609 - Romanos organizam liga católica
• A Guerra teve quatro fases:
⇒ 1618-33: Período Boêmio, que resulta com a derrota dos protestantes na
Alemanha
⇒ 1625-29: Período Dinamarquês, derrota dos protestantes, tendo que
devolver terras
⇒ 1630-34: Período Sueco, vitória dos protestantes, recuperando norte da
Alemanha
⇒ 1635-48: Período Francês, consolida vitórias protestantes
• Paz de Wesfália:
⇒ Holanda e Suíça reconhecidos como territórios independentes e protestantes
⇒ Tolerância religiosa para católicos, luteranos e calvinistas (não para hussitas e
anabatistas)
⇒ Independência das nações protestantes do Sacro Império Romano
⇒ Restituições de edifícios religiosos aos protestantes
⇒ Bispos católicos e luteranos que se mudam de religião perdem posto
⇒ Conflitos religiosos deveriam ser debatidos, não guerreados
⇒ Fim da perseguição religiosa
⇒ Perda de influência política do papa
⇒ Fim do poder político do Sacro Império Romano Germânico (continua no papel
até 1815)
Movimentos Internos Dissidentes da Igreja Romana
• Galicanismo: Tentativa de independência da Igreja da França de Roma colocando o
poder de governar nas mãos dos bispos, não no papa
• Jansenismo: Aproxima-se do calvinismo. Afirma que antes da queda o homem
tinha poder para pecar ou não, mas depois da queda ele tem apenas poder para
pecar. Só pode deixar de pecar pela graça divina, sendo que essa ninguém
merece. A salvação depende, portanto, apenas da predestinação divina ( da
vontade de Deus e não da vontade humana). Teve como adepto o famoso
filósofo e matemático Pascal. Movimento condenado por Roma em 1713.
• Quietismo: Surge na França e na Espanha. É a busca da passividade total diante de
Deus pela contemplação espiritual. Foi criticado por ser privatista, alienante da
igreja e do contexto social. Molinos, Fenelon e Madame Gyuon são associados ao
movimento. Condenação parcial 1695.
Avaliação da Reforma
1. Fim do controle de uma Igreja Universal. Igreja Romana substituída por Igrejas Nacionais
2. Reforma teológica não rompeu com legados do passado
3. Doutrinas comuns: Trindade, Cristologia, revelação na Bíblia, queda e pecado, necessidade
de vida moral
4. Doutrinas Protestantes: Autoridade da Bíblia, justificação de graça mediante a fé, sacerdócio
de todos os crentes
5. Desenvolvimentos teológicos: individualismo, crítica a hierarquia religiosa e ao sistema
sacramental, direito da interpretação pessoal segundo regras gramaticais e históricas; ênfase
na educação e estímulo a democracia.
Cristianismo Contemporâneo
A grande mudança teológica no cristianismo se deu a partir de meados do século
XVII, mais densamente no século XVIII, com o advento do racionalismo na filosofia e seu
reflexo na teologia, denominado crítica bíblica. Durante o século chamado petulantemente de
século das luzes, a discussão sobre a natureza do texto bíblico afetou profundamente as
conclusões doutrinárias a que se poderia chegar, gerando enormes tensões dentro
protestantismo. Aparecem três tendências eclesiásticas principais: históricos, liberais e
fundamentalistas.
O cientificismo academicista do debate teológico, com toda a frieza que lhe é
intrínseca, gerou naturais reações piedosas, em especial daquelas pessoas alheias as minúcias
teológicas, movimentos conhecidos por pietismo e avivalismo. O período também vê o
florescimento do grande movimento missionário do protestantismo.
1. Precursores do Liberalismo Teológico
• Cerca de 100 anos depois da Reforma Protestante, a mesma ficou enredada num
frio sistema de ortodoxia doutrinária para ser aceito intelectualmente, mais
voltado as idéias teológicas do que a prática da doutrina na vida ( escolástica
protestante)
• Empirismo científico coloca a ênfase na observação e no uso de instrumentos
científicos para fazer suas afirmações. O conhecimento não é especulativo e
abstrato, mas concreto e poderia ser medido
• Nicolau Copérnico e João Kepler estabelecem a teoria heliocêntrica
• Galileu Galilei via a natureza como um sistema de relações matemáticas. Inventou
o telescópio
• Racionalismo: a questão é como se chega a verdade e ao verdadeiro
conhecimento. Segundo essa filosofia a verdade é estabelecida pela razão,
especialmente através das observações da natureza, por meio dos sentidos
• Rejeita a possibilidade de se chegar a verdade através de tradições do passado
• Renê Descartes (1596-1650) queria um conhecimento incontroverso, pondo grande
confiança na matemática. Para ele o conhecimento verdadeiro era aquele que não
poderia ser posto em dúvida. Seu axioma mais famoso é “penso logo existo”
• Rouseau (1712-1778) era contra qualquer forma de religião organizada. Defendia o
governo do povo pelo povo, não por Deus
• Voltaire (1694-1778) hostil contra a igreja e sugeriu uma teologia feita a partir da
natureza
• Lessing (1729-1781) promoveu a busca do Jesus histórico
• Todo esse período é caracterizado por uma atitude de domínio da natureza e
superioridade em relação ao passado
2. Deísmo
• A principal expressão religiosa do racionalismo foi o deísmo
• O deísmo tem como antecedentes o racionalismo e a descoberta de novas religiões.
Veio a questão: será que não existe uma religião universal básica, independente
da Bíblia e sacerdotes ?
• O deísmo é a tentativa de uma religião natural e científica
• No deísmo a razão substitui a revelação [ razão + sentidos (observação) ] = saber
• Conhecimento vem pelo método científico
• O saber pelos sentidos gera perspectiva materialista de vida
• No deísmo o Deus (transcendente) abandonou a criação ao governo de um sistema
de leis naturais. Deus está além e acima da criação. Só se faz presente pela
“Providência ” e na redenção
• A lei natural, que rege a criação, elimina de milagres, revelação, profecia e
deidade de Cristo
• Ênfase na adoração de Deus, já que Cristo foi personagem ético. A Bíblia manual
de leis éticas
• Resultou em formalismo religioso e em não se levar a sério a pecaminosidade
humana
• Contribui, por um lado, para o surgimento fundamentalismo religioso e, por outro,
com mais tolerância religiosa; uma nova visão do Estado (contra o absolutismo);
causas humanistas; contribuição na exegese e na busca do texto original
3. O Iluminismo
• Cresce a confiança na razão humana, na racionalidade da natureza, no método
científico e no deísmo e em novas teorias sociais
• John Locke (1632-1704) diz que o conhecimento verdadeiro é o que vem pela
experiência
• David Hume (1711-1704) estudando como se adquire o conhecimento chegou a
conclusão de que não é possível um conhecimento final e absoluto. Seu sistema é
conhecido por cepticismo
• Imanuel Kant (1724- 804) segue os passos de Hume. Afirma, entretanto, que a
pessoa nasce com certas categorias fundamentais na mente, categorias que
ordenam os dados recebidos dos sentidos. Rejeitou o a possibilidade de um
conhecimento puramente objetivo da realidade, pois, percebemos as coisas como
a mente as ordena. Também disse que a razão era limitada, mas poderia conhecer
o mundo físico. O mundo metafísico não poderia ser abordado pela razão, já que
não havia dados sendo recebidos pelos sentidos. A teologia, portanto, deveria
partir de outro ponto, não da razão. Sua sugestão é que se estudasse o senso moral
(ética)
• Não existe conhecimento objetivo da maldade; não é possível provar a existência
de Deus pela razão
4. O Velho Liberalismo Teológico (Século XIX)
• Todo esse labor filosófico acerca de como se produz o conhecimento afetou em
cheio a reflexão teológica. Até esse momento os teólogos estavam tentando
fazer suas afirmações com fundamentação racional e científica. Agora que é
impossível conhecer a Deus pela razão e natureza, como então conhece-lo?
• Kant propôs o estudo do senso moral. Ritschl é um teólogo influenciado por
essa noção, tanto é que propõe que a verdadeira religião é uma questão de
prática e moral
• Schleiermacher (1768-1834) propõe o afeto. A religião é sentimento de
dependência de Deus. Esse senso de depender de Deus é uma revelação
“psicológica” de Deus na natureza
• Subjetivismo: a única autoridade é a experiência imediata ( contra autoridade
bíblica)
• A Bíblia e a teologia são o registro de experiência de cada geração
• Hegel (1770-1831) propõe a observação da dialética histórica, onde teses
chocam-se com antítese, revelando Deus e o verdadeiro conhecimento (síntese)
• A idéia de Hegel influenciou Marx e Darwin. Influenciou teólogos como Baur
(1792-1860) que começou a ver no Novo Testamento choques entre Pedro e
Paulo, e Harnack (1851-1930), que via uma tensão entre o Jesus histórico e o
Cristo da fé.
• Kierkegaard ( 1813-1855) propõe a decisão (vontade) de fé (salto de fé). Crer
para experimentar
• Verdade, embora pessoal, também fica no campo subjetivo. A revelação de
Deus virá depois do salto de fé. Depois de crer percebe-se
• Todas essas respostas mostram um esforço teológico sendo feito a partir do
homem
5. Algumas Observações
• Pressupõe ineficácia da revelação
• Pressupõe eficácia da mente humana para conhecer a Deus
• Pressupõe fontes alternativas para conhecer a Deus (na natureza)
• Acaba minando a fé
A Reação Conservadora
Toda a reflexão do liberalismo teológico, difícil de se acompanhar, em tom mais
filosófico que bíblico, acompanhada do criticismo bíblico geraram algumas reações
conservadoras. Entre essas podemos destacar o pietismo, o avivalismo, o fundamentalismo, o
dispensacionalismo e o movimento missionário.
1. O Pietismo
• Como reação ao liberalismo do séculos XVIII e XIX, surgem o
movimento pietista na Alemanha e o movimento avivalista na
Inglaterra e nos Estados Unidos
• O pietismo enfatiza mais os aspectos práticos da vida cristã e menos
as estruturas teológicas ou eclesiásticas. São características básicas do
movimento:
⇒ O caráter experiencial
⇒ O enfoque bíblico
⇒ Perfeccionismo ético
⇒ Interesse reformador
• São causas para o surgimento do movimento pietista
⇒ Clero mais interessado em disputas filosóficas e retórica
⇒ Guerra dos 30 anos
⇒ Igreja sufocada por causa do fracionamento político da
Alemanha
• Em 1669, Philipp Jakob Spener institui os collegia pietatis
(assembléia piedosa), que se reuniam para orar e discutir trechos
bíblicos
• Spencer publicou o Pia Disideria (Desejos Piedosos) propondo:
⇒ Uso mais extensivo das Escrituras
⇒ Renovação do sacerdócio de todos os crentes
⇒ Cristianismo é mais que conhecimento, é prática (ética)
⇒ Deve haver moderação nas disputas de natureza teológica
(ecumenismo)
⇒ Ministros devem ter treinamento em piedade e devoção,
além do acadêmico
⇒ Mensagens devem ser acessíveis ao povo
⇒ Crítica a interferência do estado em assuntos da igreja
⇒ Estímulo a fé calorosa, mais do que a doutrina fria
• Perigos: subjetivismo, antiintelectualismo, individualismo,
emocionalismo, legalismo, subestimar o valor das tradições cristãs e
abandono da igreja formal
• Teve interesse numa hermenêutica científica, mas dirigida pelo
Espírito Santo. Queria integrar os estudos críticos dos originais com
uma leitura devocional.
• Promoveu a ação social e fundação de escolas e universidades
• Teve grande vigor evangelístico missionário (Zinzendorf)
• Religiosidade transcende o formal e é busca a comunhão pessoal com
Deus
2. O Movimento Avivalista
• Inglaterra: John Wesley
• 1º avivamento americano 1735-43 ( J. Edwards 1703-58; Jorge
Whitefield 1714-70)
• 2º avivamento americano 1790-1840 ( Finney, entre outros)
• Resultou em:
⇒ Interesse pelos assuntos espirituais
⇒ Maior vitalidade nas igrejas
⇒ Evangelismo
⇒ Tentativa de restaurar cristianismo primitivo
⇒ Ecumenicidade
⇒ Reformas humanitárias (abolicionismo, abstinência,
educação, direitos da mulher e dos trabalhadores)
⇒ Estímulo as missões e a ação social
⇒ Pregação emocional e popular
⇒ Participação dos leigos
⇒ Conflitos e cismas
3. Movimento Missionário
Veja história das missões
4. Fundamentalismo
Fundamentalismo é toda uma atitude de vida, que também se reflete na teologia e
eclesiologia. É uma tendência ultraconservadora frente as manifestações destrutivas da crítica
liberal.
• Surge nos EUA, em meados do século XIX, procurando afirmar os pontos
fundamentais da fé cristã ( Bíblia como palavra infalível de Deus, nascimento
virginal, morte vicária, milagres, ressurreição e volta visível e gloriosa de Jesus)
• Promoveu conferências bíblicas, evangelismo de massa, institutos bíblicos
conservadores
• Deu grande ênfase em missões
• Patrocinou publicações de artigos defendendo os fundamentos da fé cristã. Em
1909 saiu uma coletânea chamada The Fundamentals com 90 artigos (29 sobre
autoridade da Bíblia)
• Teve caráter transdenominacional
• Adotou a escatologia dispensacionalista ( 31 artigos escritos por
dispensacionalistas)
• Resultou em cismas denominacionais
• Rejeitou a reflexão científica. Polarização
• Estreitismo ético
• Negativismo cultural
• Individualismo espiritualista
• Escapismo escatológico
• Conservadorismo político
5. Dispensacionalismo
O dispensacionalismo é um sistema teológico centrado na escatologia, sendo detentor de uma
hermenêutica especial. Embora seja bastante heterodoxo em muitas de suas afirmações, ficou
associado ao conservantismo evangélico por se posicionar a favor da inerrância das Escrituras.
• A história do desenvolvimento do dispensacionalismo é surpreendente. A
primeira pessoa a postular a idéia de um arrebatamento da igreja separado da
volta de Jesus foi o padre jesuíta Emanuel Lacunza ( 1731-1801), no Chile, por
motivos políticos. Lacunza foi expulso do Chile, e, na Itália, publica o livro
com suas idéias pré-milenistas e pré-tribulacionais 45 dias de intervalo entre os
acontecimentos)
• Eduard Irving, organizador de uma igreja dissidente da Igreja Anglicana,
tentando estabelecer a teologia pré-milenista para seu grupo ( Igreja dos
Irmãos) descobre o livro de Lacunza e o traduz para o inglês. No prefácio
coloca sérias ressalvas a teologia geral contida no livro, mas o publica (1827)
por ser uma obra pré-milenista. O próprio Irwing confessa não acreditar na
volta de Cristo em duas etapas. Posteriormente, adota a idéia do arrebatamento
pré-tribulacional, mas dizendo que o intervalo de tempo seria de 3 nos e meio
• Em 1827 J.N. Darby abandona a Igreja Anglicana e torna-se membro da Igreja
dos Irmãos. Familiarizado com as teorias de Lacunza, passou a estudar o AT.
Em 1830, numa visita a uma congregação que queria se filiar a Igreja dos
Irmãos (filiação que foi rejeitada) ouve uma “profecia” de uma adolescente de
15 anos, Margareth MacDonald ( que veio a falecer com 29 anos, e, segundo o
atestado de óbito, era insana mentalmente), dizendo que o intervalo entre a 1ª e
a 2ª vinda de Jesus seria de 7 anos
• Darby rejeitou o ensino avivalista e de arrebatamento parcial que floresciam
naquela igreja, mas parece ter adotado a partir dali a idéia de um intervalo de 7
anos entre as duas vindas de Cristo. Darby publicou 40 livros expondo suas
teorias, as quais, embora estranhas a tradição apostólica, tiveram ouvidos por
estarem embaladas num discurso fundamentalista
• Vários autores e pregadores importantes seguiram a rota de Darby. Entre eles
encontram-se C.H. MacKintosh, G. Campbell Morgam e C.I. Scofield, autor da
1ª Bíblia evagélica notas de rodapé
• Embora todo dispensacionalista fosse fundamentalista, nem todo
fundamentalista era dispensacionalista. Com o crescimento da tensão entre
liberais e conservadores, cada vez mais foi sendo confundido o ser conservador
com ser dispensacionalista
• Atualmente o dispensacionalismo tem tentado se modernizar e atenuar as
discrepâncias com a ortodoxia. A própria de Bíblia de Scofield já teve suas
anotações revisadas
• São características da teologia dispensacionalista:
⇒ Hermenêutica literalista
⇒ Hermenêutica que vem do AT para o NT
⇒ Existência de 2 povos de Deus: Israel e Igreja
⇒ Tratamentos diferenciados de Deus em cada etapa da história:
dispensações
⇒ Diferenciação entre Reino dos Céus (futuro) e Reino de Deus
(espiritual e presente)
⇒ Arrebatamento secreto pré-tirbulacional
⇒ Escatologia centrada em Israel
⇒ 2 voltas de Jesus e 3 ressurreições
• Como os conservadores foram missionários aguerridos, as áreas de influência
missionária norte-americana receberam esta escatologia estranha a história da
igreja
• A maioria das editoras brasileiras só publica obras dispensacionalistas
O Novo Liberalismo
• No final do século XIX o liberalismo estava desgastado. Tantos diziam tantas
coisas, e as vezes tão opostas, que alguns começaram a questionar se o caminho
para a reflexão teológica seria mesmo o criticismo científico
• Com o pessimismo resultante da 1ª guerra mundial, contrário as expectativas de
triunfo da humanidade, segundo os liberais, o movimento liberal sofre um
baque
• Karl Barth publica em 1919 seu “Comentário a Epístola de Romanos”,
propondo:
⇒ Transcendência e soberania de Deus
⇒ Pecaminosidade humana
⇒ Necessidade da graça divina
⇒ Ênfase renovada nas Escrituras como base para a teologia
⇒ Só Cristo é o revelador de Deus ao homem
⇒ Encontro existencial com Deus
• Também são nomes importantes no movimento neo-ortodoxo Bultmann
(desmitificação) e Tillich (teologia existencial)
• Desdobramentos significativos foram a Teologia Secular (Bonhöffer) e a
Teologia da Esperança (Moltmann). De certa forma a Teologia da Libertação é
fruto desse debate.
O Catolicismo Romano Moderno
• Desde o século XIV a Igreja Romana investiu amplamente em missões.
Destacam-se Franscisco Xavier (1506-52), na Índia e no Japão; Mateo Ricci
(1552-1610) na China; Roberto Nobíli (1557-1656) na Índia; e Bartolomeu de
Las Casas (1474-1566)
• Todas as turbulências políticas dos séculos XVIII e XIX vão acertar em cheio a
Igreja Romana na Europa, em especial na França, visto que a mesma sempre
esteve muito próximo aos centros de poder. A igreja perde muitas terras e
propriedades. Mosteiros são fechados em algumas regiões. A tentativa é de
reduzir o poder do papa a esfera doutrinária
• A Igreja Romana na França tentou ficar independente do governo centralizado
em Roma
• De 1846 a 1878 o Pio IX (o papado mais longo da história) promulga o dogma
da imaculada conceição de Maria (1854). Outras idéias controvertidas desse
papa constavam do “Sílabo de Erros”, que condenava a liberdade religiosa, era
contra a separação da igreja e estado, contra o protestantismo, o liberalismo, o
socialismo, o idealismo panteísta, o progresso e a favor do uso da força por
parte da igreja
• Em 1870, no fim do Concílio Vaticano I, ele promulga a infalibilidade papal
• Em 1870, com a unificação da Itália, o papado perdeu seus territórios, ficando
restrito ao Vaticano (igreja só aceitou essa perda em 1929)
• Uma nova onda mística tomou conta da igreja com as “aparições” de Maria em
Lourdes e Fátima
• Em 1891 o papa Leão XIII promulga a encíclica Rerum Novarem, onde
delicados temas, como o da relação entre patrões e trabalhadores e a
propriedade privada foram abordados
• Pio X (1903-14) condena os métodos críticos e históricos dos modernistas nos
estudos bíblicos
• Pio XI (1922-39) dobrou o número de missionários. Estimulou ao envolvimento
dos leigos (Ação Católica). Fez acordo com Mussolini
• Pio XII (1939-58) proclamou o dogma da assunção de Maria. Deu um apoio
velado ao nazismo, já que este combatia o ateísmo comunista
• João XXIII (1958-64) convoca o Concílio Vaticano II (1962-65). Esse concílio
chama os protestantes de irmãos ( promovendo a ecumenicidade), apoia a
liberdade religiosa, autoriza o uso do vernáculo na missa, permite a tradução da
Escritura e autoriza a participação de leigos na missa.
• Paulo VI (1963-1978) enfatiza a sacralidade do matrimônio, colocando-se
contra o divórcio e contra o controle artificial de nascimentos
• João Paulo II é o 1º papa não italiano desde 1523. Nunca nenhum homem falou
a tantas pessoas em tão pouco tempo. Aproveitou os meios de comunicação. É
contra a teologia da libertação. Proclamou a Nova Evangelização dos católicos
• Tipologia de Catolicismo Brasileiro: Clero; Praticantes esclarecidos; Popular
( aparecida; pe. Cícero); nominal (secularizados); carismáticos; teologia da
libertação; sincrético.
O Cristianismo na América Latina
1. A América na Época das Conquistas
1.1. Os povos
• Maias (600 - auge 1350) centro do México (Iucatan)
◊ Tinham unidade cultural: calendário, escrita e aritmética
◊ Cidades-estado ligadas entre si
◊ Absorvidos pelos astecas
• Astecas (1200 - auge 1500) povoaram o norte do México
◊ Culturalmente heterogêneo
◊ Impunham impostos e religião
• Incas (auge 1450) do Norte do Chile ao Sul da Colômbia
◊ Mais ou menos 5 milhões de habitantes
◊ Impunham idioma
• No Brasil
◊ Mais de 2 milhões de índios
◊ 700.000 Guaranis (interior)
◊ 700.000 Tupinanbás (litoral)
1.2 Religião
1.2.1 Nos Impérios
• Sem lugar para o indivíduo - interesses pessoais subordinados
• Religião e cultura (mentalidade) intimamente ligados, integrando a
realidade do povo
• Religião voltada para agricultura - deuses da chuva
• Havia sacrifícios humanos - geralmente de prisioneiros de guerra
• Deuses bons e maus ( dualismo )
• Entre os Incas o deus principal: Sol, pai dos demais e vitorioso
• Sumo sacerdote com autoridade igual ao chefe da tribo
• Culto, além dos sacrifícios, oferendas de animais; e cereais
• Ênfases: agricultura, cura, previsão do futuro; purificação.
• Totemismo
1.2.2 Dos Demais Índios:
• Animismo: mundo cheio de espírito bons ( espírito dos mortos) e
maus
• Dualistas
• Feitiçaria
Conquistadores 1500 até 1800
1. O desafio missionário da América foi aceito por Portugal e Espanha, juntamente
com a sede pelo ouro. De 1500 a 1800 o predomínio quase absoluto é romano
2. O Catolicismo Romano trazido para a América Latina ( Igreja aqui refletia a
Europa):
• Contra o pluralismo ( intolerância religiosa)
• Inquisitor (América Hispânica; no Brasil não houve tribunais; só relatórios)
• Aliança da Igreja com a Coroa = domínio do Estado sobre a religião
• Catolicismo imbuído de crendices e superstições, longe do catolicismo
ortodoxo
• Tridentino, do ponto de vista doutrinário
3. O Imperialismo e as Missões
• A maioria dos conquistadores veio buscar ouro, embora, alguns frades
tenham chegado com zelo apostólico e espírito de abnegação
• O empreendimento colonizador foi feito em nome da fé
• A coroa pagava passagem e estabelecimento de religiosos na América
• Os dízimos da riqueza adquiridas na AL seria usados pela coroa para
promoção da religião
• Missionários queriam converter líderes para chegar ao povo
• Alguns missionários levantaram uma clamor de justiça pelos índios:
Antônio Montesinos e Bartolomeu de Las Casas
• O resultado foi o extermínio da população nativa: México em 1552, 17
milhões de índios em 1608, 1 milhão.
• Religiosamente o catolicismo só desceu ao povo sincretizado: até hoje
conserva antigas crenças indígenas
• O catolicismo daqui não produziu sacerdotes, dependia 100% da
importação de clérigos
• 1524-31 só franciscanos batizaram 1 milhão de índios. Tinham 200
mosteiros em 1574
• No Brasil até 1550: 100.000 batizados pelos jesuítas
• Em toda América Latina introdução nas escolas
Cristianismo na América Latina - Século XIX
1. Catolicismo Romano
• Chegada da coroa portuguesa ao Brasil: abertura dos portos em 1806
• Período de Independência das colônia
• O catolicismo continua sendo obrigatório
• Sincretismo entre catolicismo e crenças ( indígenas / africanas)
• Clero mau preparado
• Igreja Conservadora, tendo, em geral, posturas pré - reformadas
• 1874: questão religiosa
• Em 1889: 700 sacerdotes e 12 dioceses
• Com a República separação do Estado
2. O Protestantismo na América Latina: Tentativas mau sucedidas
• Por que o protestantismo não veio antes:
⇒ Precisava se consolidar na Europa
⇒ Mt 28 era interpretado como ordem para os apóstolos
⇒ Sem contato com pagãos, não viam necessidade
• 1555/69 Rio de Janeiro, franceses - huguenotes
⇒ Calvino manda 3 pastores para o Brasil
• 1558 - 1ª Confissão da Fé Protestante na América Latina
• 1630/54 Nordeste, holandeses - puritanos
• Colônia na América Latina ( Venezuela, 1529- 50) alemães, banqueiros
• Nas colônias espanholas, nos séculos XVI e XVII, os protestantes que
apareceram foram banidos pela inquisição
• No século XVIII, morávios em São Tomé e Suriname; metodistas no Caribe;
anglicanos em Honduras e Nicarágua
3.Implantação do Protestantismo
• Pressão comercial da Inglaterra (1810: anglicanos no Brasil, mas, sem
influência)
• Guerras da Independência
• Fuga do clero culto
• Crise na educação
• Chegada do batista James Thompson para fundar escolas, o que se espalhou
pela AL
• Imigração: Ingleses anglicanos(1810) - 1ª capela, sem aparência religiosa em
1819
• Alemães (1823 - pastores luteranos a partir de 1860)
• 1823 - liberdade de culto
• 1856 - Valdenses italianos para o Uruguai, Argentina e Paraguai
• 1865 - 4000 americanos para Santa Bárbara (SP) - surgem 2 igrejas batistas
• Missionários Itinerantes (1835)
◊ Capelania para marinheiros
◊ Distribuição da Bíblia e de folhetos
• Missionários Residentes
• 1855 - Kalley - congregacionalismo - Rio de Janeiro ( primeiro em Petrópolis)
• 1859 - Presbiterianismo - Simonton
• 1882 - “Primeira” Igreja Batista da Bahia; Bagby e Antônio de Albuquerque
• 1875 - Metodistas retoman ministério
4. Características Gerais
• Escola Dominical
• Produção de literatura polêmica
• Apesar de alguns problemas políticos, liberais apoiam os protestantes
• A reação era em geral intolerância e perseguição
• Final do século - Missões Interdenominacionais
5. Teologia
• Ênfase na doutrina correta
• Compromisso pessoal do indivíduo com Deus
• Evangelização e mudança de comportamento (legalista)
• Anti-catolicismo romano
• Dogmática conservadora
• Puritanismo (modificações de comportamento)
• A Bíblia é o centro do culto
• Espontaneidade litúrgica
Protestantismo do Século XX na América Latina
1. Chegada do Pentecostalismo: Assembléia de Deus em Belém ( 1910 - Vingren e
Berg)
2. 1911 Congregação Cristã do Brasil
3. As igrejas cresceram mais a partir da nacionalização
4. 1916 - Congresso do Paraná (AL campo missionário; cooperação entre
denominações; catolicismo é forma corrupta de Cristianismo)
5. Em 1935 no Brasil (1.500.00 membros, 1231 igrejas, 645 ministros, 10 milhões
de cópias de Escrituras / catolicismo: 2876 paróquias e 76 bispados)
6. Tendência para missão
7. Surgimento do protestantismo indígena: Deus é Amor, Brasil para Cristo; IURD
8. Cismas em algumas denominações: liberalismo e renovação
Tendências Contemporâneas no Brasil
• Crescimento Evangélico 6% ao ano
• 1983 CBE
• 1991 AEVB: Teologia Missão Integral
• CNPB Teologia da Prosperidade
• Igreja Romana: Conservadores x Liberais
• 20/25 - milhões de evangélicos

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Guerra dos 30 anos

  • 1. Guerra dos 30 Anos ( 1618 - 1648) • Sentindo que a Paz de Ausburgo não prevaleceria começa a escalada militar: ⇒ 1608 - Protestantes organizam união evangélica ⇒ 1609 - Romanos organizam liga católica • A Guerra teve quatro fases: ⇒ 1618-33: Período Boêmio, que resulta com a derrota dos protestantes na Alemanha ⇒ 1625-29: Período Dinamarquês, derrota dos protestantes, tendo que devolver terras ⇒ 1630-34: Período Sueco, vitória dos protestantes, recuperando norte da Alemanha ⇒ 1635-48: Período Francês, consolida vitórias protestantes • Paz de Wesfália: ⇒ Holanda e Suíça reconhecidos como territórios independentes e protestantes ⇒ Tolerância religiosa para católicos, luteranos e calvinistas (não para hussitas e anabatistas) ⇒ Independência das nações protestantes do Sacro Império Romano ⇒ Restituições de edifícios religiosos aos protestantes ⇒ Bispos católicos e luteranos que se mudam de religião perdem posto ⇒ Conflitos religiosos deveriam ser debatidos, não guerreados ⇒ Fim da perseguição religiosa ⇒ Perda de influência política do papa ⇒ Fim do poder político do Sacro Império Romano Germânico (continua no papel até 1815) Movimentos Internos Dissidentes da Igreja Romana • Galicanismo: Tentativa de independência da Igreja da França de Roma colocando o poder de governar nas mãos dos bispos, não no papa • Jansenismo: Aproxima-se do calvinismo. Afirma que antes da queda o homem tinha poder para pecar ou não, mas depois da queda ele tem apenas poder para pecar. Só pode deixar de pecar pela graça divina, sendo que essa ninguém merece. A salvação depende, portanto, apenas da predestinação divina ( da vontade de Deus e não da vontade humana). Teve como adepto o famoso filósofo e matemático Pascal. Movimento condenado por Roma em 1713. • Quietismo: Surge na França e na Espanha. É a busca da passividade total diante de Deus pela contemplação espiritual. Foi criticado por ser privatista, alienante da igreja e do contexto social. Molinos, Fenelon e Madame Gyuon são associados ao movimento. Condenação parcial 1695. Avaliação da Reforma 1. Fim do controle de uma Igreja Universal. Igreja Romana substituída por Igrejas Nacionais 2. Reforma teológica não rompeu com legados do passado 3. Doutrinas comuns: Trindade, Cristologia, revelação na Bíblia, queda e pecado, necessidade de vida moral 4. Doutrinas Protestantes: Autoridade da Bíblia, justificação de graça mediante a fé, sacerdócio de todos os crentes 5. Desenvolvimentos teológicos: individualismo, crítica a hierarquia religiosa e ao sistema sacramental, direito da interpretação pessoal segundo regras gramaticais e históricas; ênfase na educação e estímulo a democracia.
  • 2. Cristianismo Contemporâneo A grande mudança teológica no cristianismo se deu a partir de meados do século XVII, mais densamente no século XVIII, com o advento do racionalismo na filosofia e seu reflexo na teologia, denominado crítica bíblica. Durante o século chamado petulantemente de século das luzes, a discussão sobre a natureza do texto bíblico afetou profundamente as conclusões doutrinárias a que se poderia chegar, gerando enormes tensões dentro protestantismo. Aparecem três tendências eclesiásticas principais: históricos, liberais e fundamentalistas. O cientificismo academicista do debate teológico, com toda a frieza que lhe é intrínseca, gerou naturais reações piedosas, em especial daquelas pessoas alheias as minúcias teológicas, movimentos conhecidos por pietismo e avivalismo. O período também vê o florescimento do grande movimento missionário do protestantismo. 1. Precursores do Liberalismo Teológico • Cerca de 100 anos depois da Reforma Protestante, a mesma ficou enredada num frio sistema de ortodoxia doutrinária para ser aceito intelectualmente, mais voltado as idéias teológicas do que a prática da doutrina na vida ( escolástica protestante) • Empirismo científico coloca a ênfase na observação e no uso de instrumentos científicos para fazer suas afirmações. O conhecimento não é especulativo e abstrato, mas concreto e poderia ser medido • Nicolau Copérnico e João Kepler estabelecem a teoria heliocêntrica • Galileu Galilei via a natureza como um sistema de relações matemáticas. Inventou o telescópio • Racionalismo: a questão é como se chega a verdade e ao verdadeiro conhecimento. Segundo essa filosofia a verdade é estabelecida pela razão, especialmente através das observações da natureza, por meio dos sentidos • Rejeita a possibilidade de se chegar a verdade através de tradições do passado • Renê Descartes (1596-1650) queria um conhecimento incontroverso, pondo grande confiança na matemática. Para ele o conhecimento verdadeiro era aquele que não poderia ser posto em dúvida. Seu axioma mais famoso é “penso logo existo” • Rouseau (1712-1778) era contra qualquer forma de religião organizada. Defendia o governo do povo pelo povo, não por Deus • Voltaire (1694-1778) hostil contra a igreja e sugeriu uma teologia feita a partir da natureza • Lessing (1729-1781) promoveu a busca do Jesus histórico • Todo esse período é caracterizado por uma atitude de domínio da natureza e superioridade em relação ao passado 2. Deísmo • A principal expressão religiosa do racionalismo foi o deísmo • O deísmo tem como antecedentes o racionalismo e a descoberta de novas religiões. Veio a questão: será que não existe uma religião universal básica, independente da Bíblia e sacerdotes ? • O deísmo é a tentativa de uma religião natural e científica • No deísmo a razão substitui a revelação [ razão + sentidos (observação) ] = saber • Conhecimento vem pelo método científico • O saber pelos sentidos gera perspectiva materialista de vida
  • 3. • No deísmo o Deus (transcendente) abandonou a criação ao governo de um sistema de leis naturais. Deus está além e acima da criação. Só se faz presente pela “Providência ” e na redenção • A lei natural, que rege a criação, elimina de milagres, revelação, profecia e deidade de Cristo • Ênfase na adoração de Deus, já que Cristo foi personagem ético. A Bíblia manual de leis éticas • Resultou em formalismo religioso e em não se levar a sério a pecaminosidade humana • Contribui, por um lado, para o surgimento fundamentalismo religioso e, por outro, com mais tolerância religiosa; uma nova visão do Estado (contra o absolutismo); causas humanistas; contribuição na exegese e na busca do texto original 3. O Iluminismo • Cresce a confiança na razão humana, na racionalidade da natureza, no método científico e no deísmo e em novas teorias sociais • John Locke (1632-1704) diz que o conhecimento verdadeiro é o que vem pela experiência • David Hume (1711-1704) estudando como se adquire o conhecimento chegou a conclusão de que não é possível um conhecimento final e absoluto. Seu sistema é conhecido por cepticismo • Imanuel Kant (1724- 804) segue os passos de Hume. Afirma, entretanto, que a pessoa nasce com certas categorias fundamentais na mente, categorias que ordenam os dados recebidos dos sentidos. Rejeitou o a possibilidade de um conhecimento puramente objetivo da realidade, pois, percebemos as coisas como a mente as ordena. Também disse que a razão era limitada, mas poderia conhecer o mundo físico. O mundo metafísico não poderia ser abordado pela razão, já que não havia dados sendo recebidos pelos sentidos. A teologia, portanto, deveria partir de outro ponto, não da razão. Sua sugestão é que se estudasse o senso moral (ética) • Não existe conhecimento objetivo da maldade; não é possível provar a existência de Deus pela razão 4. O Velho Liberalismo Teológico (Século XIX) • Todo esse labor filosófico acerca de como se produz o conhecimento afetou em cheio a reflexão teológica. Até esse momento os teólogos estavam tentando fazer suas afirmações com fundamentação racional e científica. Agora que é impossível conhecer a Deus pela razão e natureza, como então conhece-lo? • Kant propôs o estudo do senso moral. Ritschl é um teólogo influenciado por essa noção, tanto é que propõe que a verdadeira religião é uma questão de prática e moral • Schleiermacher (1768-1834) propõe o afeto. A religião é sentimento de dependência de Deus. Esse senso de depender de Deus é uma revelação “psicológica” de Deus na natureza • Subjetivismo: a única autoridade é a experiência imediata ( contra autoridade bíblica) • A Bíblia e a teologia são o registro de experiência de cada geração • Hegel (1770-1831) propõe a observação da dialética histórica, onde teses chocam-se com antítese, revelando Deus e o verdadeiro conhecimento (síntese) • A idéia de Hegel influenciou Marx e Darwin. Influenciou teólogos como Baur (1792-1860) que começou a ver no Novo Testamento choques entre Pedro e
  • 4. Paulo, e Harnack (1851-1930), que via uma tensão entre o Jesus histórico e o Cristo da fé. • Kierkegaard ( 1813-1855) propõe a decisão (vontade) de fé (salto de fé). Crer para experimentar • Verdade, embora pessoal, também fica no campo subjetivo. A revelação de Deus virá depois do salto de fé. Depois de crer percebe-se • Todas essas respostas mostram um esforço teológico sendo feito a partir do homem 5. Algumas Observações • Pressupõe ineficácia da revelação • Pressupõe eficácia da mente humana para conhecer a Deus • Pressupõe fontes alternativas para conhecer a Deus (na natureza) • Acaba minando a fé A Reação Conservadora Toda a reflexão do liberalismo teológico, difícil de se acompanhar, em tom mais filosófico que bíblico, acompanhada do criticismo bíblico geraram algumas reações conservadoras. Entre essas podemos destacar o pietismo, o avivalismo, o fundamentalismo, o dispensacionalismo e o movimento missionário. 1. O Pietismo • Como reação ao liberalismo do séculos XVIII e XIX, surgem o movimento pietista na Alemanha e o movimento avivalista na Inglaterra e nos Estados Unidos • O pietismo enfatiza mais os aspectos práticos da vida cristã e menos as estruturas teológicas ou eclesiásticas. São características básicas do movimento: ⇒ O caráter experiencial ⇒ O enfoque bíblico ⇒ Perfeccionismo ético ⇒ Interesse reformador • São causas para o surgimento do movimento pietista ⇒ Clero mais interessado em disputas filosóficas e retórica ⇒ Guerra dos 30 anos ⇒ Igreja sufocada por causa do fracionamento político da Alemanha • Em 1669, Philipp Jakob Spener institui os collegia pietatis (assembléia piedosa), que se reuniam para orar e discutir trechos bíblicos • Spencer publicou o Pia Disideria (Desejos Piedosos) propondo: ⇒ Uso mais extensivo das Escrituras ⇒ Renovação do sacerdócio de todos os crentes ⇒ Cristianismo é mais que conhecimento, é prática (ética)
  • 5. ⇒ Deve haver moderação nas disputas de natureza teológica (ecumenismo) ⇒ Ministros devem ter treinamento em piedade e devoção, além do acadêmico ⇒ Mensagens devem ser acessíveis ao povo ⇒ Crítica a interferência do estado em assuntos da igreja ⇒ Estímulo a fé calorosa, mais do que a doutrina fria • Perigos: subjetivismo, antiintelectualismo, individualismo, emocionalismo, legalismo, subestimar o valor das tradições cristãs e abandono da igreja formal • Teve interesse numa hermenêutica científica, mas dirigida pelo Espírito Santo. Queria integrar os estudos críticos dos originais com uma leitura devocional. • Promoveu a ação social e fundação de escolas e universidades • Teve grande vigor evangelístico missionário (Zinzendorf) • Religiosidade transcende o formal e é busca a comunhão pessoal com Deus 2. O Movimento Avivalista • Inglaterra: John Wesley • 1º avivamento americano 1735-43 ( J. Edwards 1703-58; Jorge Whitefield 1714-70) • 2º avivamento americano 1790-1840 ( Finney, entre outros) • Resultou em: ⇒ Interesse pelos assuntos espirituais ⇒ Maior vitalidade nas igrejas ⇒ Evangelismo ⇒ Tentativa de restaurar cristianismo primitivo ⇒ Ecumenicidade ⇒ Reformas humanitárias (abolicionismo, abstinência, educação, direitos da mulher e dos trabalhadores) ⇒ Estímulo as missões e a ação social ⇒ Pregação emocional e popular ⇒ Participação dos leigos ⇒ Conflitos e cismas 3. Movimento Missionário Veja história das missões 4. Fundamentalismo Fundamentalismo é toda uma atitude de vida, que também se reflete na teologia e eclesiologia. É uma tendência ultraconservadora frente as manifestações destrutivas da crítica liberal.
  • 6. • Surge nos EUA, em meados do século XIX, procurando afirmar os pontos fundamentais da fé cristã ( Bíblia como palavra infalível de Deus, nascimento virginal, morte vicária, milagres, ressurreição e volta visível e gloriosa de Jesus) • Promoveu conferências bíblicas, evangelismo de massa, institutos bíblicos conservadores • Deu grande ênfase em missões • Patrocinou publicações de artigos defendendo os fundamentos da fé cristã. Em 1909 saiu uma coletânea chamada The Fundamentals com 90 artigos (29 sobre autoridade da Bíblia) • Teve caráter transdenominacional • Adotou a escatologia dispensacionalista ( 31 artigos escritos por dispensacionalistas) • Resultou em cismas denominacionais • Rejeitou a reflexão científica. Polarização • Estreitismo ético • Negativismo cultural • Individualismo espiritualista • Escapismo escatológico • Conservadorismo político 5. Dispensacionalismo O dispensacionalismo é um sistema teológico centrado na escatologia, sendo detentor de uma hermenêutica especial. Embora seja bastante heterodoxo em muitas de suas afirmações, ficou associado ao conservantismo evangélico por se posicionar a favor da inerrância das Escrituras. • A história do desenvolvimento do dispensacionalismo é surpreendente. A primeira pessoa a postular a idéia de um arrebatamento da igreja separado da volta de Jesus foi o padre jesuíta Emanuel Lacunza ( 1731-1801), no Chile, por motivos políticos. Lacunza foi expulso do Chile, e, na Itália, publica o livro com suas idéias pré-milenistas e pré-tribulacionais 45 dias de intervalo entre os acontecimentos) • Eduard Irving, organizador de uma igreja dissidente da Igreja Anglicana, tentando estabelecer a teologia pré-milenista para seu grupo ( Igreja dos Irmãos) descobre o livro de Lacunza e o traduz para o inglês. No prefácio coloca sérias ressalvas a teologia geral contida no livro, mas o publica (1827) por ser uma obra pré-milenista. O próprio Irwing confessa não acreditar na volta de Cristo em duas etapas. Posteriormente, adota a idéia do arrebatamento pré-tribulacional, mas dizendo que o intervalo de tempo seria de 3 nos e meio • Em 1827 J.N. Darby abandona a Igreja Anglicana e torna-se membro da Igreja dos Irmãos. Familiarizado com as teorias de Lacunza, passou a estudar o AT. Em 1830, numa visita a uma congregação que queria se filiar a Igreja dos Irmãos (filiação que foi rejeitada) ouve uma “profecia” de uma adolescente de 15 anos, Margareth MacDonald ( que veio a falecer com 29 anos, e, segundo o atestado de óbito, era insana mentalmente), dizendo que o intervalo entre a 1ª e a 2ª vinda de Jesus seria de 7 anos • Darby rejeitou o ensino avivalista e de arrebatamento parcial que floresciam naquela igreja, mas parece ter adotado a partir dali a idéia de um intervalo de 7 anos entre as duas vindas de Cristo. Darby publicou 40 livros expondo suas teorias, as quais, embora estranhas a tradição apostólica, tiveram ouvidos por estarem embaladas num discurso fundamentalista
  • 7. • Vários autores e pregadores importantes seguiram a rota de Darby. Entre eles encontram-se C.H. MacKintosh, G. Campbell Morgam e C.I. Scofield, autor da 1ª Bíblia evagélica notas de rodapé • Embora todo dispensacionalista fosse fundamentalista, nem todo fundamentalista era dispensacionalista. Com o crescimento da tensão entre liberais e conservadores, cada vez mais foi sendo confundido o ser conservador com ser dispensacionalista • Atualmente o dispensacionalismo tem tentado se modernizar e atenuar as discrepâncias com a ortodoxia. A própria de Bíblia de Scofield já teve suas anotações revisadas • São características da teologia dispensacionalista: ⇒ Hermenêutica literalista ⇒ Hermenêutica que vem do AT para o NT ⇒ Existência de 2 povos de Deus: Israel e Igreja ⇒ Tratamentos diferenciados de Deus em cada etapa da história: dispensações ⇒ Diferenciação entre Reino dos Céus (futuro) e Reino de Deus (espiritual e presente) ⇒ Arrebatamento secreto pré-tirbulacional ⇒ Escatologia centrada em Israel ⇒ 2 voltas de Jesus e 3 ressurreições • Como os conservadores foram missionários aguerridos, as áreas de influência missionária norte-americana receberam esta escatologia estranha a história da igreja • A maioria das editoras brasileiras só publica obras dispensacionalistas O Novo Liberalismo • No final do século XIX o liberalismo estava desgastado. Tantos diziam tantas coisas, e as vezes tão opostas, que alguns começaram a questionar se o caminho para a reflexão teológica seria mesmo o criticismo científico • Com o pessimismo resultante da 1ª guerra mundial, contrário as expectativas de triunfo da humanidade, segundo os liberais, o movimento liberal sofre um baque • Karl Barth publica em 1919 seu “Comentário a Epístola de Romanos”, propondo: ⇒ Transcendência e soberania de Deus ⇒ Pecaminosidade humana ⇒ Necessidade da graça divina ⇒ Ênfase renovada nas Escrituras como base para a teologia ⇒ Só Cristo é o revelador de Deus ao homem ⇒ Encontro existencial com Deus • Também são nomes importantes no movimento neo-ortodoxo Bultmann (desmitificação) e Tillich (teologia existencial) • Desdobramentos significativos foram a Teologia Secular (Bonhöffer) e a Teologia da Esperança (Moltmann). De certa forma a Teologia da Libertação é fruto desse debate.
  • 8. O Catolicismo Romano Moderno • Desde o século XIV a Igreja Romana investiu amplamente em missões. Destacam-se Franscisco Xavier (1506-52), na Índia e no Japão; Mateo Ricci (1552-1610) na China; Roberto Nobíli (1557-1656) na Índia; e Bartolomeu de Las Casas (1474-1566) • Todas as turbulências políticas dos séculos XVIII e XIX vão acertar em cheio a Igreja Romana na Europa, em especial na França, visto que a mesma sempre esteve muito próximo aos centros de poder. A igreja perde muitas terras e propriedades. Mosteiros são fechados em algumas regiões. A tentativa é de reduzir o poder do papa a esfera doutrinária • A Igreja Romana na França tentou ficar independente do governo centralizado em Roma • De 1846 a 1878 o Pio IX (o papado mais longo da história) promulga o dogma da imaculada conceição de Maria (1854). Outras idéias controvertidas desse papa constavam do “Sílabo de Erros”, que condenava a liberdade religiosa, era contra a separação da igreja e estado, contra o protestantismo, o liberalismo, o socialismo, o idealismo panteísta, o progresso e a favor do uso da força por parte da igreja • Em 1870, no fim do Concílio Vaticano I, ele promulga a infalibilidade papal • Em 1870, com a unificação da Itália, o papado perdeu seus territórios, ficando restrito ao Vaticano (igreja só aceitou essa perda em 1929) • Uma nova onda mística tomou conta da igreja com as “aparições” de Maria em Lourdes e Fátima • Em 1891 o papa Leão XIII promulga a encíclica Rerum Novarem, onde delicados temas, como o da relação entre patrões e trabalhadores e a propriedade privada foram abordados • Pio X (1903-14) condena os métodos críticos e históricos dos modernistas nos estudos bíblicos • Pio XI (1922-39) dobrou o número de missionários. Estimulou ao envolvimento dos leigos (Ação Católica). Fez acordo com Mussolini • Pio XII (1939-58) proclamou o dogma da assunção de Maria. Deu um apoio velado ao nazismo, já que este combatia o ateísmo comunista • João XXIII (1958-64) convoca o Concílio Vaticano II (1962-65). Esse concílio chama os protestantes de irmãos ( promovendo a ecumenicidade), apoia a liberdade religiosa, autoriza o uso do vernáculo na missa, permite a tradução da Escritura e autoriza a participação de leigos na missa. • Paulo VI (1963-1978) enfatiza a sacralidade do matrimônio, colocando-se contra o divórcio e contra o controle artificial de nascimentos • João Paulo II é o 1º papa não italiano desde 1523. Nunca nenhum homem falou a tantas pessoas em tão pouco tempo. Aproveitou os meios de comunicação. É contra a teologia da libertação. Proclamou a Nova Evangelização dos católicos • Tipologia de Catolicismo Brasileiro: Clero; Praticantes esclarecidos; Popular ( aparecida; pe. Cícero); nominal (secularizados); carismáticos; teologia da libertação; sincrético.
  • 9. O Cristianismo na América Latina 1. A América na Época das Conquistas 1.1. Os povos • Maias (600 - auge 1350) centro do México (Iucatan) ◊ Tinham unidade cultural: calendário, escrita e aritmética ◊ Cidades-estado ligadas entre si ◊ Absorvidos pelos astecas • Astecas (1200 - auge 1500) povoaram o norte do México ◊ Culturalmente heterogêneo ◊ Impunham impostos e religião • Incas (auge 1450) do Norte do Chile ao Sul da Colômbia ◊ Mais ou menos 5 milhões de habitantes ◊ Impunham idioma • No Brasil ◊ Mais de 2 milhões de índios ◊ 700.000 Guaranis (interior) ◊ 700.000 Tupinanbás (litoral) 1.2 Religião 1.2.1 Nos Impérios • Sem lugar para o indivíduo - interesses pessoais subordinados • Religião e cultura (mentalidade) intimamente ligados, integrando a realidade do povo • Religião voltada para agricultura - deuses da chuva • Havia sacrifícios humanos - geralmente de prisioneiros de guerra • Deuses bons e maus ( dualismo ) • Entre os Incas o deus principal: Sol, pai dos demais e vitorioso • Sumo sacerdote com autoridade igual ao chefe da tribo • Culto, além dos sacrifícios, oferendas de animais; e cereais • Ênfases: agricultura, cura, previsão do futuro; purificação. • Totemismo 1.2.2 Dos Demais Índios: • Animismo: mundo cheio de espírito bons ( espírito dos mortos) e maus • Dualistas • Feitiçaria Conquistadores 1500 até 1800
  • 10. 1. O desafio missionário da América foi aceito por Portugal e Espanha, juntamente com a sede pelo ouro. De 1500 a 1800 o predomínio quase absoluto é romano 2. O Catolicismo Romano trazido para a América Latina ( Igreja aqui refletia a Europa): • Contra o pluralismo ( intolerância religiosa) • Inquisitor (América Hispânica; no Brasil não houve tribunais; só relatórios) • Aliança da Igreja com a Coroa = domínio do Estado sobre a religião • Catolicismo imbuído de crendices e superstições, longe do catolicismo ortodoxo • Tridentino, do ponto de vista doutrinário 3. O Imperialismo e as Missões • A maioria dos conquistadores veio buscar ouro, embora, alguns frades tenham chegado com zelo apostólico e espírito de abnegação • O empreendimento colonizador foi feito em nome da fé • A coroa pagava passagem e estabelecimento de religiosos na América • Os dízimos da riqueza adquiridas na AL seria usados pela coroa para promoção da religião • Missionários queriam converter líderes para chegar ao povo • Alguns missionários levantaram uma clamor de justiça pelos índios: Antônio Montesinos e Bartolomeu de Las Casas • O resultado foi o extermínio da população nativa: México em 1552, 17 milhões de índios em 1608, 1 milhão. • Religiosamente o catolicismo só desceu ao povo sincretizado: até hoje conserva antigas crenças indígenas • O catolicismo daqui não produziu sacerdotes, dependia 100% da importação de clérigos • 1524-31 só franciscanos batizaram 1 milhão de índios. Tinham 200 mosteiros em 1574 • No Brasil até 1550: 100.000 batizados pelos jesuítas • Em toda América Latina introdução nas escolas Cristianismo na América Latina - Século XIX 1. Catolicismo Romano • Chegada da coroa portuguesa ao Brasil: abertura dos portos em 1806 • Período de Independência das colônia • O catolicismo continua sendo obrigatório • Sincretismo entre catolicismo e crenças ( indígenas / africanas) • Clero mau preparado • Igreja Conservadora, tendo, em geral, posturas pré - reformadas • 1874: questão religiosa • Em 1889: 700 sacerdotes e 12 dioceses • Com a República separação do Estado 2. O Protestantismo na América Latina: Tentativas mau sucedidas
  • 11. • Por que o protestantismo não veio antes: ⇒ Precisava se consolidar na Europa ⇒ Mt 28 era interpretado como ordem para os apóstolos ⇒ Sem contato com pagãos, não viam necessidade • 1555/69 Rio de Janeiro, franceses - huguenotes ⇒ Calvino manda 3 pastores para o Brasil • 1558 - 1ª Confissão da Fé Protestante na América Latina • 1630/54 Nordeste, holandeses - puritanos • Colônia na América Latina ( Venezuela, 1529- 50) alemães, banqueiros • Nas colônias espanholas, nos séculos XVI e XVII, os protestantes que apareceram foram banidos pela inquisição • No século XVIII, morávios em São Tomé e Suriname; metodistas no Caribe; anglicanos em Honduras e Nicarágua 3.Implantação do Protestantismo • Pressão comercial da Inglaterra (1810: anglicanos no Brasil, mas, sem influência) • Guerras da Independência • Fuga do clero culto • Crise na educação • Chegada do batista James Thompson para fundar escolas, o que se espalhou pela AL • Imigração: Ingleses anglicanos(1810) - 1ª capela, sem aparência religiosa em 1819 • Alemães (1823 - pastores luteranos a partir de 1860) • 1823 - liberdade de culto • 1856 - Valdenses italianos para o Uruguai, Argentina e Paraguai • 1865 - 4000 americanos para Santa Bárbara (SP) - surgem 2 igrejas batistas • Missionários Itinerantes (1835) ◊ Capelania para marinheiros ◊ Distribuição da Bíblia e de folhetos • Missionários Residentes • 1855 - Kalley - congregacionalismo - Rio de Janeiro ( primeiro em Petrópolis) • 1859 - Presbiterianismo - Simonton • 1882 - “Primeira” Igreja Batista da Bahia; Bagby e Antônio de Albuquerque • 1875 - Metodistas retoman ministério 4. Características Gerais • Escola Dominical • Produção de literatura polêmica • Apesar de alguns problemas políticos, liberais apoiam os protestantes • A reação era em geral intolerância e perseguição • Final do século - Missões Interdenominacionais 5. Teologia • Ênfase na doutrina correta
  • 12. • Compromisso pessoal do indivíduo com Deus • Evangelização e mudança de comportamento (legalista) • Anti-catolicismo romano • Dogmática conservadora • Puritanismo (modificações de comportamento) • A Bíblia é o centro do culto • Espontaneidade litúrgica Protestantismo do Século XX na América Latina 1. Chegada do Pentecostalismo: Assembléia de Deus em Belém ( 1910 - Vingren e Berg) 2. 1911 Congregação Cristã do Brasil 3. As igrejas cresceram mais a partir da nacionalização 4. 1916 - Congresso do Paraná (AL campo missionário; cooperação entre denominações; catolicismo é forma corrupta de Cristianismo) 5. Em 1935 no Brasil (1.500.00 membros, 1231 igrejas, 645 ministros, 10 milhões de cópias de Escrituras / catolicismo: 2876 paróquias e 76 bispados) 6. Tendência para missão 7. Surgimento do protestantismo indígena: Deus é Amor, Brasil para Cristo; IURD 8. Cismas em algumas denominações: liberalismo e renovação Tendências Contemporâneas no Brasil • Crescimento Evangélico 6% ao ano • 1983 CBE • 1991 AEVB: Teologia Missão Integral • CNPB Teologia da Prosperidade • Igreja Romana: Conservadores x Liberais • 20/25 - milhões de evangélicos