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1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES RETARDANTES DE CHAMA DE HIDRÓXIDOS DE
MAGNÉSIO E ALUMÍNIO COM FIBRA DE VIDRO EM POLIPROPILENO
Juliani Conti Martins,1 Karina Martinello,2 Mariana Borges Polla,3 Magliani Patel
Fernandes,4 Lucas Dominguini,5 Márcio Antônio Fiori6
1,2,3,4

Universidade do Extremo Sul Catarinense, Departamento de Engenharia Química
Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química
6
Universidade do Extremo Sul Catarinense, Programa de Pós-Graduação em Ciências e Engenharia dos Materiais
1
julii-martins@hotmail.com
5

Palavras-Chave: Aditivos, Polipropileno, Compósitos, Retardante de Chama.

INTRODUÇÃO
O processo de combustão sempre ofereceu riscos à
saúde e à vida humana. A procura por materiais com
estabilidade química durante esse processo ou que sejam
capazes de alongar o início do mesmo são objetos de
pesquisa na área de ciência e engenharia. Essas
investigações são direcionadas à procura de materiais
com propriedades retardantes de chamas quando
expostos ao risco de incineramento, tornando o ambiente
mais seguro contra incêndios.
Trabalhos estão sendo desenvolvidos com o objetivo de
obter aditivos para materiais poliméricos, na forma de
nanocompostos, como retardantes de chama (LAOUTID
et al, 2009, LU; HAMERTON, 2002, ZANG; HORROCKS,
2003).
Atualmente, os principais retardantes de chama para
materiais
poliméricos
são
produtos
aromáticos,
halogenados ou compostos de metais pesados. O uso
destes aditivos eleva a toxicidade dos produtos formados
durante a combustão (ZANG, HORROCKS, 2003).
Contudo, a toxicidade desses compostos restringe o uso
dos mesmos. Com o intuito de superar esse problema,
híbridos orgânicos–inorgânicos vêm sendo utilizados
como alternativa (LAOUTID, et al, 2009).
Os hidróxidos são uma opção de aditivo neste caso.
Segundo Canaud, Visconde e Nunes (2001, p. 35-40), “o
hidróxido de alumínio Al(OH)3 é o agente retardante de
chama mais utilizado, e seu consumo corresponde a 50%
do volume total de todos os retardantes de chama
consumidos no mundo. As principais vantagens
apresentadas são o baixo custo e a baixa toxidez,
decorrente da não liberação de gases tóxicos ou
substâncias corrosivas durante a queima, agindo
simultaneamente como retardante de chama e supressor
de fumaça”.
Outro hidróxido com propriedades semelhantes é o
hidróxido de magnésio Mg(OH)2. Segundo Matos (2002, é
um resumo), “o hidróxido de magnésio reúne todas as
características necessárias para ser utilizado como
retardante de chama e pode ser preparado sinteticamente
com elevado grau de pureza, em diversas morfologias
úteis, dado responder bem a modificações de superfície”.
Esses materiais possuem propriedades retardantes de
chama por decomporem-se endotermicamente com a
liberação de água, em temperaturas próximas daquelas
de degradação do material polimérico, conforme reações
(1) e (2).
Mg(OH)2 → MgO + H2O
(1)
2Al(OH)3 → Al2O3 +3 H2O
(2)
O hidróxido de alumínio tem temperatura de
decomposição em 300ºC e a do hidróxido de magnésio
em 350ºC (IFA, 2011).

O gráfico abaixo demonstra a combustão de um material
polimérico. Durante o aquecimento, o polímero passa por
um processo de degradação térmica, que pode se
confundir com o processo de pirólise. Por esta razão, a
temperatura de início de decomposição é mais baixa do
que a temperatura de ignição.
Figura 1 – Etapas do processo de combustão polimérica

Fonte: De Paoli (2011)
A atuação dos retardantes de chamas consiste em
interferir quimicamente no mecanismo de propagação da
chama. Isso pode ocorrer por duas formas: gerando
gases incombustíveis que reduzem o suprimento de O2 ou
formando uma camada protetora que diminui a superfície
de contato do combustível com o comburente (Figura 2).
Figura 2 – Formação de uma camada inibidora de O2

Fonte: De Paoli (2011)
Retardantes de chama podem formar uma camada de
“carvão” na superfície do plástico. Isso pode ocorrer pela
ação de desidratação, gerando ligações duplas no
polímero, levando a reticulações na superfície. Tais
retardantes podem ser inseridos em materiais poliméricos
diversos, entre eles o polipropileno (PP - ponto de
amolecimento ≈ 165ºC). Embora seja um termoplástico de
grande importância, tem baixíssima resistência à chama
(JONNA; LYONS, 2005).
Por ter ponto de amolecimento inferior ao ponto de
decomposição dos hidróxidos, tais retardantes só
apresentam efeito em compósitos com elevadas
94
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
concentrações de hidróxido (acima de 40% em massa), o
que acaba exaurindo muitas das propriedades do PP
(ZANG; HORROCKS, 2003).
Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é avaliar a
eficácia desses hidróxidos como aditivos retardantes de
chama em PP com a adição de fibras de vidro neste
compósito. A fibra de vidro caracteriza-se como um
material composto por uma aglomeração de finíssimos
filamentos de vidro que são altamente flexíveis e não
inflamáveis. Assim, tal adição terá por função dificultar o
amolecimento do material polimérico, havendo assim
tempo para a formação de uma película inibidora de
oxigênio, retardando a propagação da chama.

A preparação dos hidróxidos de magnésio e alumínio foi
feita por precipitação. Para tal, adicionou-se uma solução
diluída de nitrato de magnésio Mg(NO3)2 ou nitrato de
alumínio Al(NO3)3 sobre uma solução diluída de NaOH, de
forma lenta e em constante agitação, a fim de formar
partículas com o menor diâmetro possível. Completada a
adição, a solução foi mantida sobre agitação durante duas
horas.
Posteriormente, a amostra foi deixada em repouso para
decantação do sólido formado. Retirou-se o líquido
sobrenadante e adicionou-se novamente água a fim de se
remover o excesso de hidróxido. O processo foi repetido
até se atingir um pH 10,0. O gel formado foi seco em
estufa a 80ºC. O sólido formado foi masserado em um
moinho tipo periquito. O produto formado foi caracterizado
por DRX, no que se refere à estrutura cristalina formada.
O pó foi inserido em matriz polimérica na seguinte
proporção em massa: 75% de PP, 20% de hidróxido e 5%
de fibra de vidro. Os corpos de prova para ensaio de
flamabilidade foram preparados em uma injetora do tipo
LHS 150-80 HIMACO®. O teste de flamabilidade foi
realizado de acordo com a norma americana UL94,
conforme modelo esquemático representado na Figura 3.

Figura 5 – Difratograma de raio X da amostra de
hidróxido de magnésio.

6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
CPS

METODOLOGIA

10

30

50
Theta-2Theta

70

Os materiais foram extrusados, para homogeneização, e
injetados para produção dos corpos de prova, sendo, na
sequência, submetidos ao teste de flamabilidade.
Figura 6 – Ensaio de flamabilidade do compósito
formado.

Figura 3 – Teste esquemático para o ensaio de queima
vertical UL 94.

Fonte: Silva (2006)

RESULTADOS E DISCUSSÃO
As figuras 4 e 5 representam os difratogramas de raio X
dos hidróxidos de alumínio e magnésio, respectivamente,
o que caracteriza a obtenção desse composto.
Figura 4 – Difratograma de raio X da amostra de
hidróxido de alumínio.

Os resultados obtidos demonstram que hidróxidos de
magnésio e alumínio podem ser utilizados como
retardantes de chama juntamente com fibra de vidro.
Quando se compara a retardância de chama em corpos
de prova somente com hidróxidos e corpos de prova com
hidróxidos e fibra de vidro, percebe-se uma maior
retardância à chama. Contudo, ainda não se atinge a
classificação V0, ou seja, composto polimérico que não
goteja e extingue a chama.

CONCLUSÃO
Os resultados indicam a possibilidade de uso dos híbridos
orgânicos–inorgânicos na formação de compósitos
poliméricos com propriedades retardantes de chama. A
inserção da fibra de vidro na matriz polimérica ajudou a
95
1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma
evitar o gotejamento do retardante, permitindo que o
mesmo se decomponha e forme óxidos inibidores de
oxigênio. Tal retardância foi obtida com uma concentração
menor de hidróxidos do que se utiliza atualmente na
indústria, o que indica a possibilidade de obtenção de um
compósito com propriedades plásticas melhores que as
dos materiais obtidos atualmente.

AGRADECIMENTOS
Programa de Iniciação Científica – PIC Artigo 170.
Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da
Educação Superior (Fumdes).

Ao CNPq.

REFERÊNCIAS
CANAUD, C.; VISCONDE, L.; NUNES, V. Propriedades
Mecânicas e de Inflamabilidade de Composições de
Borracha EPDM Carregadas com Negro de Fumo e
Hidróxido de Alumínio. Polímeros: Ciência e Tecnologia,
vol. 11, nº 1, p. 35-40, 2001.
IFA. Institut für Arbeitsschutz der Deutchen Gesetzlichen
Unfallversicherung. Database on hazardous substance.
Disponível em: http://gestis-en.itrust.de. Acessado em: 11
de outubro de 2011.

JONNA, S.; LYONS, J. Processing and properties of
cryogenically milled postconsumer mixed plastic waste.
Polymer Testing. v. 24, p. 428-434, 2005.
LAOUTID, F. et al. New prospects in flame retardant
polymer materials: From fundamentals to
nanocomposites. Materials Science and Engineering
Review. n. 63, 2009, p. 100-125.
LU, Shui-Y; HAMERTON, I. Recent developments in the
chemistry of halogen-free flame retardant polymers.
Progress in Polymers Science. n. 27, 2002, p. 16611712.
MATOS, C.; BARRETO, L.; GIMENEZ, I. Influência da
Brucita (Mg(OH)2) preparada a partir da Carnalita
(KCl.MgCl2.6H2O) na decomposição térmica de PMMA.
Sociedade Brasileira de Química. 2002.
SILVA, V. L. D. da. Comportamento mecânico e de
flamabilidade de compósitos de polipropileno
reciclado com fibra de coco e hidróxido de alumínio.
Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Mecânica. Belém, 2006.
ZANG, S.; HORROCKS, A. R. A review of flame retardant
polypropylene fibres. Progress in Polymers Science. n.
28, 2003, p. 1517-1538.

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Retardante Chamas e suas Aplicaçoes (11)98950 3543

  • 1. 1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES RETARDANTES DE CHAMA DE HIDRÓXIDOS DE MAGNÉSIO E ALUMÍNIO COM FIBRA DE VIDRO EM POLIPROPILENO Juliani Conti Martins,1 Karina Martinello,2 Mariana Borges Polla,3 Magliani Patel Fernandes,4 Lucas Dominguini,5 Márcio Antônio Fiori6 1,2,3,4 Universidade do Extremo Sul Catarinense, Departamento de Engenharia Química Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química 6 Universidade do Extremo Sul Catarinense, Programa de Pós-Graduação em Ciências e Engenharia dos Materiais 1 julii-martins@hotmail.com 5 Palavras-Chave: Aditivos, Polipropileno, Compósitos, Retardante de Chama. INTRODUÇÃO O processo de combustão sempre ofereceu riscos à saúde e à vida humana. A procura por materiais com estabilidade química durante esse processo ou que sejam capazes de alongar o início do mesmo são objetos de pesquisa na área de ciência e engenharia. Essas investigações são direcionadas à procura de materiais com propriedades retardantes de chamas quando expostos ao risco de incineramento, tornando o ambiente mais seguro contra incêndios. Trabalhos estão sendo desenvolvidos com o objetivo de obter aditivos para materiais poliméricos, na forma de nanocompostos, como retardantes de chama (LAOUTID et al, 2009, LU; HAMERTON, 2002, ZANG; HORROCKS, 2003). Atualmente, os principais retardantes de chama para materiais poliméricos são produtos aromáticos, halogenados ou compostos de metais pesados. O uso destes aditivos eleva a toxicidade dos produtos formados durante a combustão (ZANG, HORROCKS, 2003). Contudo, a toxicidade desses compostos restringe o uso dos mesmos. Com o intuito de superar esse problema, híbridos orgânicos–inorgânicos vêm sendo utilizados como alternativa (LAOUTID, et al, 2009). Os hidróxidos são uma opção de aditivo neste caso. Segundo Canaud, Visconde e Nunes (2001, p. 35-40), “o hidróxido de alumínio Al(OH)3 é o agente retardante de chama mais utilizado, e seu consumo corresponde a 50% do volume total de todos os retardantes de chama consumidos no mundo. As principais vantagens apresentadas são o baixo custo e a baixa toxidez, decorrente da não liberação de gases tóxicos ou substâncias corrosivas durante a queima, agindo simultaneamente como retardante de chama e supressor de fumaça”. Outro hidróxido com propriedades semelhantes é o hidróxido de magnésio Mg(OH)2. Segundo Matos (2002, é um resumo), “o hidróxido de magnésio reúne todas as características necessárias para ser utilizado como retardante de chama e pode ser preparado sinteticamente com elevado grau de pureza, em diversas morfologias úteis, dado responder bem a modificações de superfície”. Esses materiais possuem propriedades retardantes de chama por decomporem-se endotermicamente com a liberação de água, em temperaturas próximas daquelas de degradação do material polimérico, conforme reações (1) e (2). Mg(OH)2 → MgO + H2O (1) 2Al(OH)3 → Al2O3 +3 H2O (2) O hidróxido de alumínio tem temperatura de decomposição em 300ºC e a do hidróxido de magnésio em 350ºC (IFA, 2011). O gráfico abaixo demonstra a combustão de um material polimérico. Durante o aquecimento, o polímero passa por um processo de degradação térmica, que pode se confundir com o processo de pirólise. Por esta razão, a temperatura de início de decomposição é mais baixa do que a temperatura de ignição. Figura 1 – Etapas do processo de combustão polimérica Fonte: De Paoli (2011) A atuação dos retardantes de chamas consiste em interferir quimicamente no mecanismo de propagação da chama. Isso pode ocorrer por duas formas: gerando gases incombustíveis que reduzem o suprimento de O2 ou formando uma camada protetora que diminui a superfície de contato do combustível com o comburente (Figura 2). Figura 2 – Formação de uma camada inibidora de O2 Fonte: De Paoli (2011) Retardantes de chama podem formar uma camada de “carvão” na superfície do plástico. Isso pode ocorrer pela ação de desidratação, gerando ligações duplas no polímero, levando a reticulações na superfície. Tais retardantes podem ser inseridos em materiais poliméricos diversos, entre eles o polipropileno (PP - ponto de amolecimento ≈ 165ºC). Embora seja um termoplástico de grande importância, tem baixíssima resistência à chama (JONNA; LYONS, 2005). Por ter ponto de amolecimento inferior ao ponto de decomposição dos hidróxidos, tais retardantes só apresentam efeito em compósitos com elevadas 94
  • 2. 1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma concentrações de hidróxido (acima de 40% em massa), o que acaba exaurindo muitas das propriedades do PP (ZANG; HORROCKS, 2003). Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é avaliar a eficácia desses hidróxidos como aditivos retardantes de chama em PP com a adição de fibras de vidro neste compósito. A fibra de vidro caracteriza-se como um material composto por uma aglomeração de finíssimos filamentos de vidro que são altamente flexíveis e não inflamáveis. Assim, tal adição terá por função dificultar o amolecimento do material polimérico, havendo assim tempo para a formação de uma película inibidora de oxigênio, retardando a propagação da chama. A preparação dos hidróxidos de magnésio e alumínio foi feita por precipitação. Para tal, adicionou-se uma solução diluída de nitrato de magnésio Mg(NO3)2 ou nitrato de alumínio Al(NO3)3 sobre uma solução diluída de NaOH, de forma lenta e em constante agitação, a fim de formar partículas com o menor diâmetro possível. Completada a adição, a solução foi mantida sobre agitação durante duas horas. Posteriormente, a amostra foi deixada em repouso para decantação do sólido formado. Retirou-se o líquido sobrenadante e adicionou-se novamente água a fim de se remover o excesso de hidróxido. O processo foi repetido até se atingir um pH 10,0. O gel formado foi seco em estufa a 80ºC. O sólido formado foi masserado em um moinho tipo periquito. O produto formado foi caracterizado por DRX, no que se refere à estrutura cristalina formada. O pó foi inserido em matriz polimérica na seguinte proporção em massa: 75% de PP, 20% de hidróxido e 5% de fibra de vidro. Os corpos de prova para ensaio de flamabilidade foram preparados em uma injetora do tipo LHS 150-80 HIMACO®. O teste de flamabilidade foi realizado de acordo com a norma americana UL94, conforme modelo esquemático representado na Figura 3. Figura 5 – Difratograma de raio X da amostra de hidróxido de magnésio. 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 CPS METODOLOGIA 10 30 50 Theta-2Theta 70 Os materiais foram extrusados, para homogeneização, e injetados para produção dos corpos de prova, sendo, na sequência, submetidos ao teste de flamabilidade. Figura 6 – Ensaio de flamabilidade do compósito formado. Figura 3 – Teste esquemático para o ensaio de queima vertical UL 94. Fonte: Silva (2006) RESULTADOS E DISCUSSÃO As figuras 4 e 5 representam os difratogramas de raio X dos hidróxidos de alumínio e magnésio, respectivamente, o que caracteriza a obtenção desse composto. Figura 4 – Difratograma de raio X da amostra de hidróxido de alumínio. Os resultados obtidos demonstram que hidróxidos de magnésio e alumínio podem ser utilizados como retardantes de chama juntamente com fibra de vidro. Quando se compara a retardância de chama em corpos de prova somente com hidróxidos e corpos de prova com hidróxidos e fibra de vidro, percebe-se uma maior retardância à chama. Contudo, ainda não se atinge a classificação V0, ou seja, composto polimérico que não goteja e extingue a chama. CONCLUSÃO Os resultados indicam a possibilidade de uso dos híbridos orgânicos–inorgânicos na formação de compósitos poliméricos com propriedades retardantes de chama. A inserção da fibra de vidro na matriz polimérica ajudou a 95
  • 3. 1º Seminário de Pesquisa, Extensão e Inovação do IF-SC, Campus Criciúma evitar o gotejamento do retardante, permitindo que o mesmo se decomponha e forme óxidos inibidores de oxigênio. Tal retardância foi obtida com uma concentração menor de hidróxidos do que se utiliza atualmente na indústria, o que indica a possibilidade de obtenção de um compósito com propriedades plásticas melhores que as dos materiais obtidos atualmente. AGRADECIMENTOS Programa de Iniciação Científica – PIC Artigo 170. Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior (Fumdes). Ao CNPq. REFERÊNCIAS CANAUD, C.; VISCONDE, L.; NUNES, V. Propriedades Mecânicas e de Inflamabilidade de Composições de Borracha EPDM Carregadas com Negro de Fumo e Hidróxido de Alumínio. Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 11, nº 1, p. 35-40, 2001. IFA. Institut für Arbeitsschutz der Deutchen Gesetzlichen Unfallversicherung. Database on hazardous substance. Disponível em: http://gestis-en.itrust.de. Acessado em: 11 de outubro de 2011. JONNA, S.; LYONS, J. Processing and properties of cryogenically milled postconsumer mixed plastic waste. Polymer Testing. v. 24, p. 428-434, 2005. LAOUTID, F. et al. New prospects in flame retardant polymer materials: From fundamentals to nanocomposites. Materials Science and Engineering Review. n. 63, 2009, p. 100-125. LU, Shui-Y; HAMERTON, I. Recent developments in the chemistry of halogen-free flame retardant polymers. Progress in Polymers Science. n. 27, 2002, p. 16611712. MATOS, C.; BARRETO, L.; GIMENEZ, I. Influência da Brucita (Mg(OH)2) preparada a partir da Carnalita (KCl.MgCl2.6H2O) na decomposição térmica de PMMA. Sociedade Brasileira de Química. 2002. SILVA, V. L. D. da. Comportamento mecânico e de flamabilidade de compósitos de polipropileno reciclado com fibra de coco e hidróxido de alumínio. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica. Belém, 2006. ZANG, S.; HORROCKS, A. R. A review of flame retardant polypropylene fibres. Progress in Polymers Science. n. 28, 2003, p. 1517-1538. 96