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Equilibrando
corpo e mente
OpiniasUMA REVISTA DE IDEIAS, PENSAMENTOS E PONTOS DE VISTA
Ano I - nº. 8
Janeiro - 2015
Suaves
Prestações
Fanática
Distorção
Opinias
Brasil de
Acasos
Opinias - Janeiro 2015
22222
Editorial Sumário
Expediente
OPINIAS - ANO I - nº. 8 - Janeiro 2015 - Publicação virtual mensal da Rumo Editorial Produções e Edições Ltda. * Diretores: Marcos
Gimenes Salun, Luciana Gomes Gimenes e Naira Gomes Gimenes * Editor e Jornalista Responsável:: Marcos Gimenes Salun (MTb
20.405-SP) * Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto (MTb 17.671-SP). *Redação e Correspondência: Av. Prof. Sylla Mattos, 652 - conj.12 -
Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010 E-mail: rumoeditorial@uol.com.br - Tels.: (11) 2331-1351 Celular (11) 99182-4815.
BLOG: http://opinias2014.blogspot.com.br/ * Colaboradores desta edição: Carlos Augusto Ferreira Galvão (SP), Maria Ines Felippe (SP),
Carlos Eduardo de Oliveira (SP), Tom Coelho (SP), João Baptista Alencastro (GO), Andréa Pachá (RJ), Gustavo Lima (Sydney - Austrália),
Luciana Gomes Gimenes (SP), Geovah Paulo da Cruz (SP), Marlene Teixeira de Queiroz Silva (MG) e Aline Andruskevicius de Castro (SP).
Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores a quem pertencem todos os direitos autorais. PERMITIDA a reprodução dos
artigos desde que citada a fonte e mencionada a autoria.
MARCOS GIMENES SALUN
Jornalista
São Paulo - SP
msalun@uol.com.br
Razão e emoção
08 Vinho e música
24 Liberdade de expressão
Advogada e estudante de medicina, Aline
Andruskevicius traduz em versos o seu
protesto contra fanatismo e violência.
19
O Brasil dos acasos
O jornalista Gustavo Lima dá preciosas dicas
para quem pretende fazer da terra dos
cangurús o destino de seu intercâmbio.
14 Suaves prestações
A juíza Andréa Pachá conta aqui um dos muitos
dramas familiares que vivencia em sua profissão e
que lhe renderam dois livros de grande sucesso.
12 O médico e aventureiro João Baptista Alencastro
fez um passeio por um dos recantos turísticos
maravilhosos escondidos pelo Brasil.
Serra da Capivara
10 Chega de angústia
O consultor e palestrante Tom Coelho faz um
desejo que pode durar um ano inteiro: o fim das
angústias que atormentam o dia a dia.
03 Fanatismo
O psiquiatra Carlos Galvão faz uma análise
do fanatismo que, segundo ele, é uma
distorção dos afetos.
04 Corpus e mens sani
Maria Ines Felippe traça aqui um painel com
boas dicas para manter corpo e mente em boa
sintonia para produzir mais e melhor.
17 Intercâmbio na Austrália
Geovah Paulo da Cruz faz uma interessante
análise dos “acasos” que propiciaram ao Brasil
algumas de suas características.
20
Dicas e links na net
Luciana Gomes Gimenes apresenta nesta
edição algumas dicas e links para quem
procura diversão nas férias.
Carlos Eduardo de Oliveira dá boas dicas e
informações sobre vinhos Xerez e garante
que eles ficam ainda melhor com boa música.
Participe!
Envie seu artigo ou comentários
e embarque nesta aventura:
rumoeditorial@uol.com.br
22 Princípio vital
A terapeuta homeopata Marlene Teixeira explica o
seu projeto de aplicativo que garante encontrar o
simillimum para todas as doenças.
Apalavraequilíbriocontémumagamadesignificados
que muitas vezes passam despercebidos e não permite
entendê-la perfeitamente. Envolve noções de igualdade,
proporcionalidade,estabilidade,distribuiçãoharmoniosaentre
partes, moderação de gestos, palavras, sentimentos,
estabilidadementaleemocional,comedimento,autocontrole
e tantas outras. Uma grande abrangência para palavra tão
corriqueira e, paradoxalmente, pouco praticada.
Ébastantecomumqueemmomentosdecrise,palavra
esta também de amplos significados, alguém reivindique a
necessidade de doses de equilíbrio como solução, dando a
este último o poder da cura de muitos males. Há no entanto
muitos fatores adjacentes e também necessários para que
hajaumaterapiaeficazemmomentosdesituaçãoeconômica
ou social repleta de problemas, de momentos indefinidos e
plenos de riscos e dúvidas, tensões, desgastes e desajustes
que acabam interferindo também e especialmente, no corpo
e na mente das pessoas envolvidadas.
O pretendido equilíbrio entre razão e emoção é uma
árdua tarefa na busca do estabelecimento de situações mais
amenas. Não é fácil manter a serenidade para um melhor
desempenhonotrabalho,nasrelaçõescomafamíliaecoma
sociedade de modo geral. Não é algo simples não se deixar
influenciar pelas ameaças de uma sociedade cada dia mais
violenta, menos tolerante e mais competitiva. Não será fácil
ter atitudes ponderadas se não impusermos a nós mesmos
algumadosedetolerância,paciênciaeboavontade.Mesmo
que não se perceba nos governantes qualquer indício de
vontadedefazeremsuaparteparasairdacrise,semprecaberá
acadaumdenósumainiciativapessoalempróldoequilíbrio
de atitudes e perseverança na busca de soluções.
Opinias - Janeiro 2015
33333
Por
CARLOS AUGUSTO GALVÃO
Psiquiatra
São Paulo - SP
carlosafgalvao@terra.com.br
O Pensamento humano é a principal
dotação da natureza para que o homem chegasse
ao topo da escala evolucional, mas, muitas vezes,
sofre distorções causando situações com-
portamentais que jamais podemos ver nos
animais inferiores.
Por sermos mamíferos
sociais, também recebemos
da mãe natureza os afetos,
que, ao contrário dos
animais inferiores, são
complexos, muitas vezes
perturbadores, e também
podem provocar reações
das mais diversas, desde a
alegria de interagir com
alguém de nosso agrado, até
reações de violência. Também observamos
violência em animais inferiores devido a afetos;
Por exemplo, o cãozinho de uma família, fica
muito perturbado com o nascimento de uma
criança nesta família, e chega a desenvolver
ciúmes dela inclusive com reações violentas.
No homem, o amor e o ódio são res-
ponsáveis por muitas das mazelas que
observamos na humanidade. Já disseram os
filósofos, com ampla repercussão na produção
dos poetas, que estes dois sentimentos estão
muito próximos, são as duas faces da mesma
moeda.
De fato o amor pode rapidamente se
transformar em ódio avassalador, quando, por
exemplo, um conjugue é descoberto traindo seu
par, e outras situações similares. Mas é no
fanatismo que observamos com mais nitidez esta
proximidade.
Para haver fanatismo, precisa haver muito
amor seja em direção a um país, a um time de
futebol, ou a uma religião. Jesus Cristo, o ser
humano que mais pregou o amor segundo o que
diz a história, deixou legiões de seguidores,
muitos se tornaram fanáticos pelos Seus
FANATISMO
UMA DISTORÇÃO
DOS AFETOS
ensinamentos, e desenvolveram ódio em
relação a Seus não seguidores e de uma forma
total; então num rápido olhar para o passado,
vemos guerras, assassinatos e outras
barbaridades cometidas em Seu nome.
Passado? Até há décadas atrás, o mundo
seguia inseguro por haver dois blocos de nações
que disputavam a hegemonia política no planeta
terra. Vivia-se sob a ameaça de destruição da
terra, se estas duas nações resolvessem usar
suas armas nucleares. Hoje mudou... uma das
nações não conseguiu manter a corrida
armamentista, e a humanidade pensou que
entraria em séculos de paz, mas qual... O
fanatismo religioso cuidou de destruir esta
doce miragem.
Sem dúvida que observamos razões e
ensinamentos válidos em todas as religiões que
existem na terra. Todas procuram promover a
evolução espiritual do homem e com isso
favorecer a busca pela felicidade. Mas entra
aí a distorção do fanatismo, que age de uma
forma que não encontra respaldo em nenhum
texto religioso.
Nem todos se tornam fanáticos insanos.
Claro que em populações revoltadas, e
principalmente em pessoas ignorantes, há mais
chance de aparecerem indivíduos fanáticos
desmedidos; mas entram também aí outros
componentes: o caráter e o conteúdo de cada
um. Nem todos os torcedores do Corínthians,
por exemplo, desejam a morte dos palmei-
renses; mas existem estas pessoas, cuja
ignorância e egoismo não os deixam ver que o
Palmeiras é importante para a existência do
time deles justamente por ser o maior rival. O
fanatismo os deixa cegos.
Opinias - Janeiro 2015
44444
Por
MARIA INES FELIPPE
Palestrante e Psicóloga
São Paulo - SP
mariaines@mariainesfelippe.com.br
PPPPPARA CRIARARA CRIARARA CRIARARA CRIARARA CRIAR
CorCorCorCorCorpus e Mens Sanipus e Mens Sanipus e Mens Sanipus e Mens Sanipus e Mens Sani
Cenário atual
Vivemos numa época de tensão, conflitos
pessoais e a impressão que tenho é que estamos
dentro de uma betoneira, girando, girando.
Não há dúvidas de que tudo isso é pela
busca incessante da felicidade, do bem estar
e melhoria na qualidade de vida.
Acredito que para conseguirmos uma
melhor preparação para a vida se exigirá cada
vez mais dedicação e cuidados pessoais, tanto
do físico como da mente, através de uma
alimentação saudável, descanso, exercícios
corporais, relaxamento, como também o auto
conhecimento, reconhecendo nosso potencial
e limites.
Estas sugestões favorecem a serenidade,
pensar, criar, agir e decidir melhor diante de
conflitos ou situações inesperadas.
Um exemplo disso é o caso de um
cliente, dono de uma empresa de transporte,
que adota uma estratégia interessante no seu
dia a dia: diariamente faz caminhada pela
manhã e é durante seus exercícios que
consegue resolver problemas da empresa; há
momentos durante a atividade de total
desligamento do cotidiano, há períodos de
ociosidade e sente que de repente surgem
ideias e resoluções.
O estar fora do contexto, sair do
problema, por vezes a ociosidade, o exercício
físico oxigenando o nosso corpo são estratégias
facilitadoras para criar e solucionar problemas.
Nosso corpo desempenha uma função
importante nos processos intelectuais e
desenvolvimento como ser humano. Cada
pessoa é o seu corpo, através do qual se
expressa e se relaciona com o mundo.
Há pessoa que diz ser flexível, mas sua
rigidez é expressada corporalmente. Não digo
que deverá ser um marionete, mas o “corpo
fala”, assim também revela a forma como vê
as mudanças e o mundo.
Algumas ações
Exercícios corporais, laborais, desblo-
queiam, liberam de tensões, desinibem e
favorecem o auto conhecimento, possibilitando
perceber o mundo de forma diferente,
chegando até a melhoria nos relacionamentos
interpessoais.
Ansiedade, preocupações e sedentarismo,
bloqueia-nos interferindo na nossa forma de ver
o mundo e de viver. A mente, o espírito e a
alma faz parte de um corpo vivo.
Corpo desabituado e ruidoso passa a ser
vivo e também é esse novo corpo, que fica
cheio de vontade, prontidão, produzindo ações
inovadoras.
Opinias - Janeiro 2015
55555
Alguns se identificam com a dança, outros
com exercícios corporais, outros com
relaxamento ou aprender técnica de artesanato;
seja lá qual for a sua opção ela facilitará o seu
desenvolvimento intelectual, abrindo portas
para um processo de criação e um viver melhor.
Os movimentos corporais são elementos
geradores e potencialisadores da criação,
conduzem a uma imagem prévia vivenciada
física, emotiva, mentalmente e a partir dela
podemos criar e possibilitar um novo posi-
cionamento em relação à vida, estilo pessoal,
refletindo no comportamento.
Percebemos que sempre envolverá uma
expressão, movimento, gesto e um processo
cognitivo, ou seja um ação interna, de
pensamento, sentimento, possibilitando a
aprendizagem.
Em programas de treinamento que temos
realizado com o objetivo de reforçar ou
desenvolver a criatividade, vivenciamos e
ressaltamos a importância das atividades
corporais, físicas, para o despertar desse
potencial, assim como realizamos o que
chamamos de ginástica corporal e cerebral,
através de exercícios com o rosto, pernas,
pescoço, braços, costas, mãos, ritmos, posturas,
dança, imaginação criativa, etc.
Os exercícios favorecem estar atento ao
seu corpo e sentimento, permitindo identificar
tensões musculares, que impossibilitam
movimentos espontâneos, leveza, liberdade e
expressividade.
O processo de criação não passa somente
por caminhos cerebrais e intelectuais, mas
também no experimentar, sentir e transformar
sentimentos.
A Tecnocreática possibilita ao ser humano
repensar, compreender, analisar e desenvolver
seu potencial criativo.
Opinias - Janeiro 2015
Uma experiência interessante
Recentemente realizamos um trabalho
numa empresa multinacional alemã, diria que
um “case” de sucesso, onde tratamos
expressões corporais, relaxamento, exercícios
com colagens, dramatizações com elementos
da natureza, dança, para melhoria do auto
conhecimento e também nas relações
interpessoais, tanto do ponto de vista pessoal
como profissional, tudo isso focando um
programa intitulado “De Bem com a Vida”.
As atividades corporais favorecem aos
indivíduos a conhecer melhor seu corpo,
movimentos e tomar consciência do espaço ao
seu redor, limites e campo de atuação,
desenvolvendo a espontaneidade, a imaginação
e a criatividade expressiva. As atividades são
optativas, ninguém é obrigado a participar.
Nos encontros utilizamos de diversas
técnicas entre outras a Bioenergética para os
bloqueios corporais e emocionais que
dificultam o sentir criativo, assim como o
relacionamento com as pessoas no dia a dia;
os exercícios são úteis também para ajudar a
expressar emocionalmente, favorecendo o
pensar criativo e intuição, desde a realidade e
a inovação, transformação.
Partimos do princípio de que as relações
interpessoais iniciam no auto conhecimento.
Quanto mais eu me conheço, descubro os meus
potenciais e pontos a serem aprimorados,
melhor identifico, respeito e entendo as
características das pessoas ao meu redor e,
sendo assim, busco uma forma mais harmoniosa
de convivência.
A proposta é aprender o novo, pensar,
sentir, agir reinventando nova forma de viver,
focalizando o auto desenvolvimento contínuo.
Opinias - Janeiro 2015
66666
GELADA
Os exercícios
Exercícios de expressão corporal liberam
energia, através de movimentos, uso da voz e do som
percursivos, estimulam a abrir-se às sensações, afinar
os sentidos, despertando a sensibilidade, dar-se conta
do aqui e agora, com seus órgãos dos sentidos,
favorecendo a fantasia, associações, princípios
básicos no processo criativo.
Alguns deles:
· Coloque-se de forma confortável, observe a
sua respiração, veja a frequência, o som, o
esforço, etc.
· Fale em voz alta o seu nome, imagine sendo
escrito no ar, com as pontas do seu dedo,
nariz, observe os movimentos, escute o som
do seu nome. O que te representa? Com o que
se parece? Que associação faz?
· Expresse os exercícios anteriores
corporalmente. O que você sente? Observe o
seu movimento das pernas, cabeça, braços. O
que está sentindo? O que representa? Como
gostaria de representar?
· Sente-se confortavelmente, mentalize o seu
dia a dia, todas os acontecimentos
desagradáveis, retome-os, analise as causas,
momentos, variáveis, visualize o
acontecimento com as variáveis favoráveis, as
pessoas, seus objetivos, dificuldades e
aspectos facilitadores. Traga isso para a sua
realidade pós relaxamento. Vamos comentar e
transformar.
· Perceba o aqui e agora, utilize dos órgãos dos
sentidos, elabore metáforas frente à
expressão corporal ou ginástica laboral
realizada.
Os exercícios possibilitam:
· Besbloqueio do corpo, emoção.
· Renasce a capacidade criativa.
· Desenvolvem o sentimento e pensamento
criativo.
· Clarificam e consolidam a individualidade.
· Abertura ao exterior, nas relações de
aceitação, solidariedade, empatia, etc.
Opinias - Janeiro 2015
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As analogias e metáforas
O estabelecimento de associações e analogias não usuais (metodologia
espanhola) favorecem o desenvolvimento do pensamento criativo, trabalhar
com imagens, recuperando a dinâmica natural do raciocínio lógico, intuitivo e
transformador da realidade.
Através delas poderemos estabelecer pontos de semelhanças entre coisas
que aparentemente são divergentes, comparar o incomparável, possibilitando
ver a realidade interligada a olhar para todos os lados, perceber-se fazendo
parte do universo, estimulando a curiosidade, o comparar, criticar e
consequentemente buscarmos soluções para problemas do dia a dia.
Temos que perceber que somos seres holísticos, onde a corpo e mente
estão em constante interação, a prevenção e superação de moléstias tais como
dores de cabeça, no corpo, insônias, infarto, etc. Percebemos que estão
basicamente nos cuidados do corpo e da mente.
A interação
mente e corpo
ajudará a
melhorar a
sua capacidade
de imaginar,
criar e viver
melhor.
Maria Inês Felippe: Palestrante, Psicóloga, Especialista em Administração de Recursos
Humanos e Mestre em Desenvolvimento do Potencial Criativo pela Universidade de Educação
de Santiago de Compostela - Espanha. Palestrante e consultora em Recursos Humanos,
Desenvolvimento Gerencial e de equipes, Avaliação de Potencial e competências.
Treinamentos de Criatividade e Inovação nos Negócios. Palestrante em Congressos
Nacionais e Internacionais de Criatividade e Inovação e Comportamento Humano nas
empresas. Vice Presidente de Criatividade e Inovação da APARH.
http://www.mariainesfelippe.com.br/
77777
Opinias - Janeiro 2015
88888
Por
CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRA
Engenheiro
Santo André - SP
carlos@sabbahi.com.br
Músicas parMúsicas parMúsicas parMúsicas parMúsicas para dea dea dea dea degustargustargustargustargustar
XerXerXerXerXereeeeezzzzz - a- a- a- a- até Carté Carté Carté Carté Carmen bemen bemen bemen bemen bebia!bia!bia!bia!bia!
Salut, mes amis!
Engraçado como nosso cérebro às vezes faz umas
cognições totalmente inesperadas... Hoje na aula de
francês falamos en passant da ópera Carmen de Bizet e eu
lembrei do Xerez, o vinho fortificado produzido lá pelas
bandas da Andaluzia, sul da Espanha. Afinal, ela adorava
beber um manzanilla na taberna do Lilas Pastia, lá pertinho
das muralhas de Sevilha.
É um vinho ainda pouco apreciado por aqui e num curso da
Wine School eu achei interessante a informação de que
exportadores espanhóis estão investindo fortemente no
nosso nordeste, onde o pessoal tem costume de beber
destilados nas refeições. Como o Xerez é um vinho com
maior teor alcoólico, esta estratégia está tendo êxito por
lá e o consumo está se popularizando.
O Xerez é produzido pelo método da solera, que consiste
em completar os barris parcialmente esvaziados pela
evaporação por vinho mais novo do mesmo tipo, e assim
sucessivamente até que o vinho mais antigo
da solera chegue ao ponto de engarrafamento.
Quanto ao tipo, o Xerez é classificado como Fino, quando
mais leve e delicado, extremamente seco; este vinho
amadurece sob uma camada de levedura chamada de flor,
que se desenvolve no barril. Por envelhecer protegido da
oxidação pela flor, o Fino é um vinho fresco e deve ser
consumido totalmente após aberta a garrafa. O Xerez
Oloroso é fortificado acima de 15,5% de álcool, o que
impede a formação da flor na superfície do vinho, daí sua
característica mais acentuada de oxidação - o original é
seco, envelhecido, mas a adição de vinho adoçado criou o
Cream, versão degenerada para facilitar a exportação. O
Manzanilla é um Fino muito seco produzido à beira do mar,
em Sanlucar de Barrameda, daí dizem que ele recebe uma
notinha salgada no paladar.
Opinias - Janeiro 2015
99999
A categoria seguinte é o Amontillado, um tipo
de Fino que pela grande qualidade suportou
bem o envelhecimento, ganhando uma cor
âmbar e notas de nozes.
Todos estes são produzidos a partir da uva
Palomino, mas há um outro tipo de Xerez
feito com a uva Pedro Ximénez, a PX, que
resulta em vinhos mais escuros e adocicados.
Este vinho também pode ser adicionado
à solera do Amontillado, resultando num Xerez
ligeiramente doce, chamado Medium.
Dizem que quando você estiver com
dificuldade de harmonizar um prato com
vinho, certamente haverá um Xerez dentre a
paleta o qual se adequará perfeitamente à
refeição. Não sou nenhum expert, mas
quando quero petiscar umas azeitonas, umas
anchovas, jamón... aí com certeza uma
copita de Fino ou Manzanilla bem gelado cai
muito bem! Entre os que eu já provei - e
gostei - estão os da Bodegas Rey Fernando de
Castilla, da Bodegas Hidalgo e da Gonzalez
Byass.
E se um dia, mon ami, for tomar um Xerez,
lembre-se que é um vinho de maior teor
alcoólico e sigam o conselho da
Carmen: prends garde à toi!
À bientôt!
Fontes: Atlas Mundial do Vinho e Le Petit Larousse des Vins
http://www.youtube.com/watch?v=_tJuY-QzZLk&feature=youtube_gdata_player
http://www.youtube.com/watch?v=yd52CkEP1qc&feature=youtube_gdata_player
Carmen é uma ópera em quatro atos do
compositor francês Georges Bizet, com
libreto de Henri Meilhac e Ludovic
Halévy, baseada na novela homônima de
Prosper Mérimée. Estreou em 1875, no
Ópera-Comique de Paris
OUÇA TRECHOS DE “CARMEN”
http://www.conservadonovinho.blogspot.com.br/
SAIBA MAIS EM
CONSERVADO NO VINHOO
Opinias - Janeiro 2015
1010101010
CheCheCheCheCheggggga dea dea dea dea de
ANGÚSTIAANGÚSTIAANGÚSTIAANGÚSTIAANGÚSTIA
Por
TOM COELHO
Educador, conferencista
e escritor
São Paulo - SP
tomcoelho@tomcoelho.com.br
Eu poderia ter desejado um tradicional “Feliz Natal”, mas
isso garantiria não mais do que dois dias de felicidade. Já
votos protocolares de “Boas Festas” se estenderiam por
apenas uma semana. Por isso, passado esse período, quero
desejar a você algo capaz de perdurar por todo um ano:
chega de angústia!
Ansiedade e angústia tornaram-se companheiros
indesejados. A ansiedade representa um estado de
impaciência, de inquietação, um desejo recôndito de
antecipar uma decisão, de abreviar uma resposta, de
aplacar expectativas.
A angústia é uma sensação de desconforto, um mal-estar
físico que oprime a garganta, comprime o diafragma,
acelera o pulso, e um mal-estar psíquico que aflige, agoniza,
atormenta.
A ansiedade é um tempo que não chega; a angústia, um
tempo que não vai embora.
Amantes que aguardam pelo encontro é ansiedade;
relacionamentos desgastados que não terminam é angústia.
O prenúncio do final de semana para um pai divorciado é
ansiedade; a despedida dos filhos no domingo é angústia.
A espera pelo resultado de um concurso é ansiedade; ter
seu nome classificado em uma lista de espera é angústia. A
expectativa do primeiro dia de trabalho é ansiedade; o
fim do expediente que demora é angústia.
“Ninguém muda
ninguém; ninguém
muda sozinho;
nós mudamos nos
encontros.”
(Roberto Crema)
Obra de José de Jesús Alfaro
Siqueiros, mais conhecido
como David Alfaro Siqueiros,
pintor mexicano (1896 - 1974)
Opinias - Janeiro 2015
1111111111
Tom Coelho é educador,
conferencista e escritor com
artigos publicados em 17 países. É
autor de “Somos Maus Amantes –
Reflexões sobre carreira, liderança
e comportamento”, “Sete Vidas –
Lições para construir seu equilíbrio
pessoal e profissional” e coautor de
outras seis obras.
Visite:
www.tomcoelho.com.br.
Ficamos angustiados por opção, por força
de nossas próprias escolhas, por causa de
coisas e pessoas. Assumimos compromissos
financeiros que não podemos saldar,
adquirimos bens pelos quais não podemos
pagar. Tudo em busca de status. Compramos
o que não precisamos, com o dinheiro que
não temos, para mostrar a quem não
gostamos uma pessoa que não somos. O ato
da compra é sublime e fugaz. A obrigação
decorrente é amarga e duradoura. E
angustiante.
Muitas são as pessoas que nos angustiam com
suas argumentações, pleitos ou mera
presença. O telefone toca e ao identificar o
número você hesita em atender. Uma visita
é anunciada e sua vontade é simplesmente
mandar dizer que não está.
De tanto cultivar a ansiedade, de tanto se
permitir a angústia, colhemos a depressão.
Então lançamos mão de um comprimido de
Prozac e fingimos estar tudo bem.
Por isso, meu convite é para que você dê
um basta em sua angústia. Demita de sua
vida quem e o que não lhe faz bem. Pode
ser um cliente chato ou um fornecedor
desatencioso; um amigo supostamente leal,
porém, na verdade, um interesseiro
contumaz; ou um amor não correspondido.
Tome iniciativas que você tem protelado.
Relacione tarefas pendentes e programe
datas para conclusão. Limpe gavetas, elimine
arquivos desnecessários. Revise sua agenda
de contatos e sua coleção de cartões de
visita, rejeitando quem você nem mais
conhece – e que talvez nunca tenha
conhecido.
Vá ao encontro de quem você gosta para
demonstrar-lhe sua afeição. Peça perdão a
quem se diz magoado com você, mesmo
acreditando não tê-lo feito. Ofereça flores,
uma canção, um abraço e um aperto de
mãos. Ofereça seus ouvidos e sua atenção.
A vida é breve e parece estar cada vez mais
curta porque o tempo escorre-nos pelas mãos.
Compromissos inadiáveis, reuniões inter-
mináveis, trânsito insuportável. Refeições em
fast food, decisões fast track, rela-
cionamentos fast love. Cotidiano que sufoca,
reprime, deprime.
Caminhar pelas ruas, admirar a lua, contar
estrelas, observar o desenho que as nuvens
formam no céu. Encontrar amigos, saborear
os alimentos, apreciar os filhos. Escolha ficar
mais leve, viver com serenidade. Libere o
peso angustiante que carrega em suas costas.
Viva, não apenas se deixe viver.
Opinias - Janeiro 2015
1212121212
desconhecido
Serra daSerra daSerra daSerra daSerra da
CapivaraCapivaraCapivaraCapivaraCapivara
um Brasil desconhecido
Dentro do Piauí, ao lado de São Raimundo Nonato, está uma região de caatinga muito
especial.ASerra da Capivara, patrimônio mundial da UNESCO. Simplesmente o
mais incrível conjunto de pinturas rupestres de todo o mundo, além disso um museu
ultramoderno (Museu do HomemAmericano) e uma fauna e flora ricas e marcadas
peladiversidade.
Não posso dizer que é fácil chegar lá. Não tem aeroporto e as estradas são árduas,
mas vale, vale cada trilha que você fizer, cada xique-xique, cada mandacaru, cada
coroa de frade, rabo de raposa, facheiro ou quipá que você avistar. Para quem não
sabe, são cactáceas que abundam no local.
Comece pela Serra Vermelha que ao lado tem o Buraco dasAndorinhas. Elas – aos
milhares–serecolhemaofinaldodia,fazendoumbarulhoidênticoaummíssil.A
subida nas pedras de arenito não é difícil, mas exige pernas fortes.Aliás, em alguns
lugares o peito cheio de gás será necessário. Porém a vista de cima, de qualquer
paredão é de encher os olhos nos dias sempre claros do Nordeste brasileiro.
Por
JOÃO BAPTISTA ALENCASTRO
Médico, escritor e aventureiro
Goiânia - GO
jbalencastro@uol.com.br
Opinias - Janeiro 2015
1313131313
SugirotambémumavoltanoRupestreeuma
paradinha na cerâmica local. Mesmo o mais
arrediomochileironãoconseguirádeixarde
comprar algo. É belo o trabalho artesanal.Além
dos corrupiões que por ali voam sem cerimônia e
dos belos galos da campina, com seu topete
vermelhorubi.Acaatinga é cheia de vida!
Então vá para o principal.APedra Furada e o
Baixão do Rodrigues.As pinturas não estão em
cavernas, como em Lascaux que é uma besteirinha
de 300 metros, no máximo.Aqui são quilômetros
de inscrições a céu aberto, com variações mil, de
animaislocais,defigurashumanas,deatividades,
todas claras, grandes e coloridas. Pode passar
também na Jurubeba, no Baixão da Pedra Furada.
Até arriscar ir à Invenção – a subida é pesada – e
no Baixio das Mulheres, que o espetáculo é
garantido.
Infelizmenteessamaravilhaestámocozadanomeio
do nada.Aliás, mocó é um roedor local que se
entoca muito bem. Porém nós temos que olhar para
nós mesmos. Galgar rochas e se deslumbrar com o
que temos. E de todo modo enfrentar até uma
buchada de bode com palma cortadinha para provar
que o sulista aqui é porreta! E sabe que dentro do
Brasilexistemriquezasinexploradaseprontaspara
seremvistas.
http://www.fumdham.org.br/parque.asp
Saiba mais:
FUNDAÇÃO MUSEU DO
HOMEM AMERICANO
Opinias - Janeiro 2015
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— Quem saiu de casa foi ele! Pegou duas
malas, não teve coragem de conversar com
as crianças. Disse que ia viajar a trabalho e
na volta resolvia tudo. Esperei seis meses,
sem saber o que fazer nem o que dizer para
a família e para os meninos. Telefonei muitas
vezes, fui ao escritório dele e nunca fui
atendida. Isso pode ser normal, doutora? Doze
anos juntos e um homem sai de casa assim?!
Nunca pensei que um dia ia ter que passar
por isso... “Passar por isso” era precisar ir à
Justiça para resolver um problema de
natureza tão íntima e pessoal. Aos 37 anos,
Antônia jamais se imaginou em escritórios de
advogado, ocupada com pagamentos, contas.
Casou-se cedo e sempre foi cuidada por
Sérgio.
Há quase dois anos o casamento não ia
bem, mas para ela, os sinais externos da crise
não chegavam aos cartões de crédito, nem
às boletas bancárias que, de uma hora para
outra, começaram a empilhar sobre o
aparador. Sem falar nos telefonemas e oficiais
de justiça que não davam sossego. Ela não
tinha ideia de como lidar com a avalanche.
Trabalhar e ter independência não foram
prioridades dela, mesmo graduada, exem-
plarmente, no curso de Psicologia. O projeto
de abrir um consultório especializado em
crianças, com duas colegas de turma ficou na
prateleira, enquanto se encantava com o
amor da sua vida, o príncipe e provedor,
sonho de consumo de nove entre dez mulheres
do seu círculo de amigas.
O casal perfeito, o casamento perfeito, os
filhos perfeitos, a casa perfeita. A família
margarina e feliz. Não eram fúteis nem
superficiais e, embora não se preocupassem com
a sobrevivência e experimentassem uma vida
de conforto e facilidade, viviam uma relação
de afeto verdadeiro. No fluxo que escolheram
viver, Antônia acostumou-se ao papel de
responsável pelo lar e pelos filhos, enquanto
Sérgio trabalhava a maior parte do tempo para
permitir que a família usufruísse com
tranquilidade dos prazeres materiais.
Por
ANDRÉAPACHÁ
Juíza de Direito
Petrópolis - RJ
http://facebook.com/andrea.pacha1
SUAVESSUAVESSUAVESSUAVESSUAVESprestações
Certamente o balanço comercial familiar
não era uma matemática simples de entender e
parece mesmo que ninguém queria, de verdade,
saber como era produzido e de onde vinha o
dinheiro, desde que não faltasse.
Inúmeras vezes,Antônia assinou documentos
bancários e alterações contratuais, sem ler nem
sequer uma linha.A confiança em Sérgio era total
e o conforto financeiro que experimentavam ao
longo de tantos anos era resultado de trabalho
diário e de investimentos felizes dos negócios
por ele conduzidos.
Não eram fúteis nem superficiais e,
embora não se preocupassem com a
sobrevivência e experimentassem
uma vida de conforto e facilidade,
viviam uma relação de afeto
verdadeiro.
Opinias - Janeiro 2015
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A debacle foi repentina. Sem aviso prévio,
sem sinais de terremoto ou restrições de gastos.
Jantavam diariamente juntos, uma rotina
incorporada pela família e o espaço para as
conversas com as crianças, para a troca das
experiências, para o carinho compartilhado em
volta da mesa. Com os três filhos no colégio,
Antônia anunciou que iniciaria uma atividade
profissional.
Naquela noite, evitou aprofundar o
assunto, mas não deixou de perceber o enorme
desconforto provocado no marido diante do
anúncio da decisão. Como sempre, ele não quis
conversar e apostou na estratégia silenciosa da
qual era adepto. Era quase uma profissão de fé
a crença de que o tempo se encarregava de
solucionar tudo e que verbalizar insatisfações
era uma maneira de aprofundá-las, nunca de
resolvê-las.
O acaso encarregou-se da coincidência.
Enquanto Antônia fazia planos para o novo
trabalho e tentava driblar o que imaginara ser
a insatisfação do companheiro, Sérgio passou a
chegar mais tarde, sempre depois da refeição
familiar. Invariavelmente, os meninos dormiam
sem ver o pai.
Ele desconversava, pedia que ela não se
preocupasse com os compromissos crescentes
no trabalho. A nova rotina, com Sérgio mais
ausente, começou a intrigar Antônia.
A aposta das amigas mais próximas era
uma amante, sem dúvidas. E se existe alguma
ameaça que atinja os órgãos vitais de um rela-
cionamento, a dúvida ocupa o primeiro lugar,
seguida pela irracionalidade do medo.
Nenhuma amante é mais devastadora do
que aquela que nasce na imaginação de quem
se sente traído. E o silêncio contaminava a
ferida e abria novas chagas em lugares de difícil
ou quase impossível cura.
Nas noites em que fingia dormir, percebia
a agitação de Sérgio, insone, transitando toda
a madrugada entre o quarto e o escritório.Se
E se existe alguma ameaça que
atinja os órgãos vitais de um
relacionamento, a dúvida ocupa o
primeiro lugar, seguida pela
irracionalidade do medo.
o medo não tivesse suplantado o amor que
cultivaram ao longo de 12 anos, a insônia
compartilhada e a lealdade poderiam ter
alterado o desfecho triste da relação. Não
conversaram. Nem ela falou das suas angústias,
nem ele dos próprios problemas que envolviam
a derrocada empresarial. Duas ilhas cercadas
de lençóis de 400 fios por todos os lados.
E um dia, quando o silêncio transbordou
e inundou o quarto, arrastando pelas águas
turvas e pela corrente feroz uma família outrora
feliz, Sérgio saiu de casa e apenas no Tribunal,
reencontrava a mulher de quem cuidou por
tanto tempo.
Seis meses e o silêncio apavorado foi o
tempo suficiente para Antônia se surpreender,
todos os dias, com as notícias que não paravam
de chegar. Poderia ter sido comunicada pelo
marido, mas soube, pelas cobranças,
telefonemas e ameaças que uma granada
explodira nas confortáveis contas bancárias do
casal. Dívidas acumuladas com agiotas e bancos,
projetos megalomaníacos e a incapacidade de
lidar com reduções e restrições impostas pelos
novos tempos.
Com os bens indisponíveis e com
restrições de crédito, Antônia, sócia apenas
formal da empresa familiar, não conseguia
imaginar por onde começar para conseguir
acordar, cuidar das crianças, levar para o
colégio, manter a rotina mínima e a casa
funcionando enquanto esperava o fim do
pesadelo.
Opinias - Janeiro 2015
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— Se fosse outra mulher, acho que eu
conseguiria entender e até perdoar, doutora.
Mas esconder de mim tudo o que estava
acontecendo e, ainda por cima, se esconder
de mim e dos filhos, sem nem querer saber
como nós estamos vivendo, é o fim! Quem é
esse homem que eu achei que conhecia??!
O desespero tinha destinatário. Antônia
esperava da Justiça uma solução para a pensão
alimentícia dos filhos, mas, o que ela desejava,
naquele momento, era ouvir de Sérgio, o que
ele não teve coragem de dizer durante todos
os últimos anos.
Não deve ser fácil a escolha pelo silêncio.
Ele enrubesceu e parecia fazer um esforço físico
imenso ao tentar começar a falar. Era como se
as palavras fossem de pedra e metal pesado.
Subiam, com dificuldade pela faringe, cresciam
na boca e sufocavam Sérgio, antes de se
transformar em som.
Olhou para o chão, jogou as mãos sobre a
mesa e sussurrou:
— Desculpa, Antônia. Eu amo você.
Antônia também amava Sérgio, mas não
tinha certeza se queria continuar com aquele
homem em quem ele havia se transformado.
Chorando, ela disse que a maior traição foi o
abandono que sentiu porque ele escolheu excluí-
la da sua vida quando ele mais precisava.
— Que amor é esse que mente, joga meu
nome na lama e vai embora?
Entre enfrentar o problema, dividir com
a mulher a ansiedade, reduzir os custos e
encontrar alternativas, Sérgio encolheu porque
acreditou que seu relacionamento seria
impossível sem a segurança e o conforto
garantidos por ele. Como provedor, não
conseguia assumir nenhum outro papel.
Insistia em discutir todos os problemas
apenas sob o aspecto patrimonial e financeiro.
Mesmo com Antônia sinalizando para as
possibilidades de reduzir gastos, demitir
empregados e mudar para um imóvel menor, a
fim de pactuar um acordo possível, Sérgio não
conseguia entender que havia caminhos
alternativos e possíveis. Não concordava em
pagar o colégio e o plano de saúde porque
afirmava não ter dinheiro, mas, parado-
xalmente, conseguiu formular uma última
proposta, quase indecente:
— Vamos voltar, Antônia. Você não precisa
se preocupar com esses probleminhas. Mês que
vem, os meninos estão de férias. Passamos
umas semanas fora, aliviamos a tensão e fica
tudo tranquilo. Pode acreditar.
Revoltada,Antônia recusou a oferta. Como
era possível uma viagem ao exterior e nenhuma
perspectiva para pagar as mensalidades
escolares e o condomínio em atraso?
Fixei a pensão possível para o momento
que atravessavam. Não sem levar em conta
que, quem pode se responsabilizar por uma
viagem de férias, ainda que em suaves
prestações, pode assumir uma obrigação mais
razoável para o sustento dos filhos. É difícil
compreender esse mundo improvável, tão bem
desenhado por Woody Allen, em Blue Jasmine:
pessoas que não têm dinheiro para comprar
carne no açougue, conseguem, simulta-
neamente, viajar e frequentar restaurantes
caros. Para quem paga as contas em dia e vive
de salário no final do mês, uma realidade
distante e quase fantástica.
Uma pena que Sérgio não tivesse
aproveitado o tsunami para chacoalhar o
estereótipo que escolheu vestir. Adaptação é
sobrevivência. E ainda há quem duvide de
Darwin.
SEGREDO DE JUSTIÇA
Andréa Pachá
EditoraAGIR
Os dramas humanos vividos
todos os dias nos tribunais são
o ponto de encontro perfeito
entre a juíza e a escritora
Andréa Pachá. Em crônicas que
contam desde acirradas
disputas por pensões até
divórcios de partir o coração, a
autora divide com o leitor as alegrias e tristezas da vida
real, passadas como que em um filme diante da sua
tribuna.
A VIDA NÃO É JUSTA
Andréa Pachá
EditoraAGIR
Uma senhorinha viciada em
sexo virtual; um casal que,
junto, supera a dor da
doença, mas se separa; pais
que vão ao Tribunal decidir a
escola do filho; um garoto
lutando sozinho pelo seu
registro de nascimento.
Histórias e mais histórias surpreendentes do dia a
dia de trabalho da juíza Andréa Pachá.
LIVROS DAAUTORA
http://www.travessa.com.br/
Assista a entrevista e saiba mais:
https://www.youtube.com/watch?v=SwFjob-FdpI
Opinias - Janeiro 2015
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Destino:
AAAAAUSTRÁLIAUSTRÁLIAUSTRÁLIAUSTRÁLIAUSTRÁLIA
Por
GUSTAVO LIMA
Jornalista
Sydney - AUSTRÁLIA
limao.azevedo@gmail.com
Entenda porque a terra dos
cangurus é a melhor opção
para o seu intercâmbio
A Austrália é um dos principais destinos para
estudantes quando o assunto é intercâmbio. Dos
23 milhões de cidadãos, cerca de 47% são ou
descendem diretamente de estrangeiros. Mais de
260 idiomas são falados em todo o país – sendo
os mais comuns inglês, mandarim, italiano, árabe,
cantonês e grego. Tal pluralidade cultural, o clima
semelhante ao brasileiro e a expansão do mercado
de educação também acabam favorecendo a
escolha dos alunos tupiniquins.
Com a globalização, a necessidade de
experiência no exterior, a fluência da língua inglesa
e a maleabilidade na hora de abordar diferentes
culturas tornaram-se habilidades obrigatórias no
currículo. Porém, aproveitar a experiência ao
máximo significa traçar um plano e segui-lo da
melhor maneira possível.
“Quando eu cheguei aqui vi que eu poderia
aproveitar a oportunidade melhor”, conta Hugo
Bezerra, diretor da agência de intercâmbio Good
Day Oz. “Muitos alunos, por exemplo, compram
pacotes de ensino sem antes entender como a
experiência pode ser aplicada em seus planos”,
explica.
Da vontade de auxiliar brasileiros a
aproveitarem sua estadia no país é que nasceu a
Good Day OZ. “A nossa missão é tratar o objetivo
das pessoas como um projeto. Se você quiser fazer
uma faculdade, voltar para o Brasil falando inglês
ou alcançar a residência, nós traçamos o plano
juntos e focamos no resultado”, diz Hugo.
Good Day, mate
Em junho de 2010 nasceu a ideia de uma
agência de intercâmbio que pudesse ser flexível
às vontades dos estudantes. “De 2006 até 2008
eu trabalhei na indústria de educação. Depois
deste período, dediquei para desenvolver um
sistema que atendesse aos alunos.”, comenta
Hugo.
A possibilidade de trabalhar legalmente na
Austrália (Estudantes podem trabalhar 40 horas
quinzenais e tempo integral durante as férias) é
um dos grandes atrativos para os estudantes do
mundo inteiro. Tal facilidade criou um boom no
mercado de educação. De acordo com o diretor,
“a demanda por cursos é grande”. Por isso, o
foco da empresa é “usar abordagens e pacotes de
ensino diferentes para ajudar os alunos a
concluírem seus objetivos”.
Além da assessoria na hora de escolher a
instituição que melhor serve aos estudantes, a
agência também se compromete a auxiliar na
abertura da conta bancária, a preencher toda a
burocracia e a indicar os principais cursos para
facilitar a procura por um trabalho. Pacotes de
viagem também podem ser comprados por meio
da agência.
Para o diretor, a diferença está no vínculo
criado com os alunos. “Nós tentamos manter
contato com todos que servimos. A Good Day Oz
cresceu por conta do boca a boca, por conta do
nosso serviço”, diz.
HUGO BEZERRA
”Usamos abordagens e pacotes
de ensino diferentes para
ajudar os alunos a concluírem
seus objetivos”
Opinias - Janeiro 2015
Opinias - Janeiro 2015
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Graduação e Oportunidades
O paulistano Flávio Ferreira é um exemplo
de brasileiro que decidiu fazer a graduação na
Austrália. Depois de cursar 2 anos de jornalismo
no Brasil, começou o curso de filosofia em Sydney.
“A diferença na metodologia de ensino é gigante.
Enquanto no Brasil existem restrições sobre que
matéria fazer, na Austrália há mais liberdade e
opção”, disse.
Em muitas universidades, as aulas, mesmo
sendo integrais, acontecem de 3 a 4 vezes por
semana. Mas, de acordo com Flávio, isso não
significa que o trabalho do estudante é fácil.
“Mesmo com uma carga horária de cerca de 3
horas por semana em cada matéria, é complicado.
A responsabilidade fica toda com o aluno que,
mais do que estudar, precisa aprender a
administrar os estudos de forma eficaz e objetiva”,
explica.
Para quem sonha com a graduação na
Austrália, uma boa notícia: é possível fazer um
pacote estudantil com direito a 4 anos de visto.
“No primeiro ano o aluno se dedica ao inglês, a
alcançar um bom nível de escrita e se adaptar ao
país”, explica Hugo. Depois desse período, o aluno
passa cerca de 3 anos fazendo o curso. “Uma
coisa bacana é que, depois de uma graduação de,
no mínimo, 2 anos o aluno tem direito ao
Temporary Graduate visa, o “485”, diz o diretor.
O visto dá ao aluno recém-graduado a
permissão de trabalhar na Austrália por 2 anos.
Vale lembrar que, sem essa condição, brasileiros
não são aptos a receberem vistos de trabalho. “Além
das oportunidades, esse pacote também possui
menos burocracia e a resposta é mais rápida do que
seria para uma aplicação comum”, explica Hugo.
Para Flávio, a graduação em outra cultura
pode influenciar no desenvolvimento do aluno. “A
formação em inglês possibilita ao estudante a
embarcar na era da globalização, onde fronteiras
são inexistentes para quem consegue se comunicar
em outras línguas. O inglês, sendo uma das
principais línguas no mundo, serve como porta de
entrada para as mais diversas oportunidades”,
comenta.
A Austrália oferece não só oportunidades
profissionais, mas também a chance de se
desenvolver pessoal e culturalmente. “A todo
momento existem festivais gratuitos na Austrália.
Recentemente, o cantor brasileiro Seu Jorge fez
um show em um parque público de Sydney. Existem
também diversos museus, exposições e atividades
que, para participar, basta querer”, comenta o
diretor.
Motivação
A primeira dica para ser bem sucedido na
terra dos cangurus é se perguntar o porquê da
decisão. “Antes de decidir viajar, o estudante
precisa entender seus motivos para mudar de país.
O porquê de aprender a língua e quanto tempo
pretende ficar”, comenta.
O tempo é um fator a ser analisado. Se o
estudante nunca estudou a língua, talvez seja
interessante se programar para vistos maiores.
“Muita gente que nunca aprendeu inglês acredita
que ficará fluente em três meses. Isso é um erro.
Se você nunca estudou, você vai precisar de pelo
menos seis meses com a possibilidade de
renovação”, explica Hugo.
De acordo com o diretor, quem pretende
retornar ao Brasil também precisa ficar de olho
no planejamento. “Ficar mais de um ano fora
pode complicar seu retorno ao mercado de
trabalho”, comenta. “Nesse caso, é importante
dedicar o período de intercâmbio a cursos que
acrescentem habilidades essenciais à sua carreira”,
completa.
Independente do motivo, intercâmbio
sempre agrega conhecimento aos alunos. “A
universidade influenciou diretamente no
desenvolvimento do meu inglês”, explica Flávio.
“Eu me sentia capaz de acompanhar as aulas e
fazer os trabalhos – mesmo com a dificuldade
inicial. Com o tempo, lendo e escrevendo mais,
participando de grupos de debates e apresentações
individuais tudo ficou mais fácil”, completa.
Para maiores informações sobre
como viver a melhor experiência de
sua vida, acesse:
www.gooddayoz.com
Opinias - Janeiro 2015
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sítios na internet. Selecionamos três indicações que poderão lhe ajudar a escolher um programa ou então
apenas divertir-se navegando. Em SIGNIFICADO DOS NOMES, um passeio virtual pelas curiosidades
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point cultural paulistano e programar uma visita presencial. Em ADORO CINEMA, um mundo de
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DIVIRTA-SE!
Por
LUCIANA GOMES GIMENES
Administradora de empresas e
Coordenadora de compras
São Paulo - SP
lucianagg@uol.com.br
Dicas e linksNETNETNETNETNET
SIGNIFICADO DOS NOMES
Se você tem curiosidade para saber o significado de seu nome, chegou ao
lugar certo. Aqui você encontrará nomes e sua origem na mitologia, nas
lendas e nas religiões, dentre outros. Este sítio reúne milhares de informações
sobre o tema abrangendo nomes de várias nações e origens. Você também
encontrará o significado de nomes bíblicos, indígenas ou relacionados a várias
culturas e religiões. O site também se propõe a algumas curiosidades, tais
como “sugerir” o significado dos nomes de acordo com a letra inicial, além de
mostrar os sobrenomes mais frequentes em listas telefônicas, ou relacionar
nomes que considera “estranhos”. Enfim... Visite, conheça e divirta-se!
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MEMORIAL
O Memorial é um palco único e permanente para todos que desejam
manifestar-se artística e cientificamente. É um espaço no conjunto
arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer, plantado em 84.480 m², no
bairro da Barra Funda, em São Paulo. É um convite permanente às
manifestações artísticas e científicas latino-americanas, um apelo para
que elas façam do conjunto arquitetônico do grande Niemeyer a sua
casa em São Paulo. Faça uma visita virtual no link abaixo e se tiver
oportunidade, vale a pena conhecer o local pessoalmente.
Saiba tudo aqui e divirta-se!
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ADORO CINEMA
Um excelente site relacionado com a sétima arte. Com um designe cinco
estrelas, Adoro Cinema reune milhares de informações sobre o tema, com
excelente qualidade de conteúdo. Aqui você encontra de tudo o que acontece:
trailers, análise de filmes, programação, biografias, entrevistas e informações
sobre profissionais da área, lançamentos, matérias especiais sobre cinema,
séries... Enfim, um mundo de informações que certamente agradarão aos
amantes da arte cinematográfica. Visite, assista e divirta-se!
http://www.adorocinema.com/
Opinias - Janeiro 2015
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dos acasosdos acasosdos acasosdos acasosdos acasos
Por
GEOVAH PAULO DA CRUZ
Médico, Biólogo e Escritor
Ribeirão Preto - SP
geovahcruz@uol.com.br
O primeiro grande acaso ocorrido entre nós
foi a descoberta do Brasil. Embora haja
controvérsias, um fato relevante é que a
corrente marítima da África ruma do sul para
o norte, costeando o continente africano.
Deste modo, embarcações movidas a vento
não tinham força suficiente para navegar
contra esta corrente, o que as obrigava a
buscar uma corrente descendente que as
levasse para o sul, para contornar o Cabo da
Boa Esperança, situado na África do Sul.
Buscando esta corrente, as naus portuguesas
acabaram atravessando o Atlântico
enviesadamente de norte para sul, vindo a
aportar na Bahia. Nesta hipótese, a teoria do
acaso tem consistência.
Significativo acaso foi a vinda da corte
portuguesa para o Brasil. Jamais uma corte
europeia, por mais insignificante que fosse o
país, viria se instalar na América, ou em
alguma outra colônia, fosse asiática,
australiana ou africana. Isto seria impensável.
Em decorrência deste acaso, o Brasil deixou
de ser colônia e se beneficiou enormemente
deste acontecimento. Além de ficar incluído
na modernidade da época, igualando-se a
países europeus, adquiriu soberania política e
territorial, firmando-se como um País único e
indivisível, com língua e fronteiras nacionais.
Outro acaso foi o movimento nacionalista que
gerou o ato institucional denominado “Fico”,
quando D. Pedro I, brasileiro e carioca da
gema, um tanto Macunaíma e de caráter
tipicamente brasileiro, decidiu-se, como um
herói burlesco, a ficar no Brasil como
Príncipe Regente, para logo a seguir
proclamar a Independência. O jovem
príncipe não ia deixar suas mulatas, o clima
tropical, as aventuras rocambolescas e o
espírito libertário com que se formara. Tanto
assim que talvez tenha morrido de saudade e
nostalgia quando se viu obrigado a ir para
Portugal reivindicar a coroa usurpada por seu
irmão Miguel. Não aguentou o clima e talvez
a depressão o tenha ajudado a morrer
praticamente jovem.
Um acaso muito favorável foi a descoberta
de ouro e diamante no interior do País. De
norte a sul, a cadeia de montanhas da Serra
do Mar dividia geograficamente o País em
dois: um litorâneo, estreito e insignificante e
outro imenso, o planalto, em grande parte
pobre em fertilidade da terra e noutra parte,
montanhoso e inóspito. Quando o ouro e os
diamantes se esgotaram nas minas, o planalto
já estava ocupado pelo garimpeiro, agora
vertido em pecuarista e mais tarde em
agricultor.
Opinias - Janeiro 2015
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Durante 450 anos de relativa pobreza
agrícola, e ultimamente sustentada apenas
pela monocultura do café e uma pecuária de
baixo rendimento, a população estava sujeita
a variações de abastecimento, produto de
uma agricultura quase de subsistência e de um
criatório ineficaz. Num ano faltava arroz,
noutro não havia feijão, ora faltava carne, o
leite praticamente desaparecia na
entressafra, ora o frango era um produto
nobre e raro.
Aí de novo o acaso nos salvou. Dentro da
política antimalthusiana do pós-guerra,
prevendo-se que as populações cresceriam
mais depressa do que os meios de produção,
os norte-americanos iniciaram o que mais
tarde veio a se chamar Revolução Verde,
investindo maciçamente na ciência e na
tecnologia, enquanto a Europa saia da
devastação e se reorganizava. Aí veio a
grande descoberta quase filosófica: a terra é
só um suporte para a planta. Havendo sol e
água, o resto se cria. Então a primeira lei
agrícola foi estabelecida: as plantas
cultivadas, especialmente os grãos, são
frágeis demais para suportar um solo ácido,
com pH abaixo de 4,5, sendo o ideal algo em
torno de 5,5, quando vicejam e produzem
abundantemente, em ciclos curtos de
insolação, a primavera e o verão.
Começaram moendo conchas marinhas para
alcalinizar o solo e o resultado foi
surpreendente. A seguir, experimentaram
moer rocha calcária, que hidrolizada se torna
hidróxido de cálcio, uma base. Esta base
reage com o ácido da terra e o neutraliza.
Pronto: estava inventada a agricultura
moderna. Era só enriquecê-la com adubos.
Neste mesmo tempo surgiu a soja, a
leguminosa milagrosa.
Onde está o acaso? Descobriu-se que a zona
do cerrado brasileiro era rica em depósitos
calcários, praticamente à flor da terra. Foi só
começar a moer pedra calcária, espalhar o pó
sobre os campos, e o solo ácido, sáfaro,
mísero e inaproveitável do cerrado tornou-se
o melhor vaso de cultivo agrícola, porque era
vasto, plano, mecanizável e muito bem
situado geograficamente. Depois disto, nunca
mais passamos fome, desabastecimento, nem
falta de comida, que se tornou farta e barata.
Por causa desta alimentação, de 1950 até
hoje a população brasileira teve um ganho
enorme de sobrevida. Passou-se dos
prováveis 40 a 50 anos, para os atuais 72
anos, e estamos a caminho dos 80 anos de
vida média.
E por estranho acaso, neste mesmo
entretempo, Jânio Quadros renunciou e nos
livramos dos nossos comunistas, o que nos
manteve inseridos no mundo ocidental. Pena
que apesar do Muro de Berlim e da Cortina de
Ferro eles voltaram e não por acaso estão aí
agarrados ao governo feito porcada magra
faminta.
Nessa série de acasos, aconteceu a mudança
da capital para o planalto central, numa
época absolutamente imprópria, levando-se
gente do litoral para o interior pobre e
atrasado. Logo a seguir veio a revolução
agrícola da soja e do milho e a revolução da
pecuária com os capins exóticos,
particularmente a braquiária de origem
australiana, e desde então nunca mais faltou
leite, carne, ovos, e o frango salvou o Plano
Real. Hoje somos respeitáveis abastecedores
do mundo, com projeções para liderar este
mercado.
Viva o acaso! Não seria por acaso que Deus é
brasileiro?
Opinias - Janeiro 2015
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Por:
MARLENE TEIXEIRA DE QUEIROZ SILVA
Terapeuta Homeopata e Matemática
Uberaba - MG
mtqs@terra.com.br
Princípio
VITVITVITVITVITALALALALAL
HOMEOPATIA
É uma ciência com métodos terapêuticos
que faz a aplicação clínica da Lei da Similitude,
utilizando substâncias medicamentosas em doses
infinitesimais.
LEI DA SIMILITUDE
De acordo com a Lei da Similitude, pode-se
constatar que a cura depende totalmente da
primária Lei da Homeopatia, “Simillia Similibus
Curentur”. A Lei dos Semelhantes foi apresentada
pela primeira vez por Hipócrates em (460 – 370
a.C.). “O que dá febre a um homem são, cura
um homem doente”. Postura filosófico-científica
de Hipócrates sobre a valorização do doente e
não da doença, a observação da individualização
e a clínica do indivíduo humano.
Paracelso (1514-1564), químico experiente
e competente, aceitava a teoria da “Força Vital”,
conforme ensinamento de Hipócrates, mas não
se limitava a aguardar as reações do organismo,
procurando meios de estimulá-la.
Nesse sentido, ele foi além dos efeitos dos
medicamentos, buscando princípios ativos ocultos
em cada substância para se chegar a medi-
Marlene é mestre em matemática. Em seus estudos para tornar-se também uma terapeuta
homeopata, criou e está aperfeiçoando um aplicativo para computadores que, baseado em
cálculos matemáticos feitos a partir da anamnese dos pacientes, busca identificar o
simillimum, ou o medicamento ideal para tratar as doenças através da homeopatia.
Para compreendermos melhor ela apresenta algumas informações do seu projeto.
camentos puros. Ele constatou que determinadas
ervas e raízes apresentavam propriedades que
provocavam adoecimentos e eram responsáveis
pelo surgimento de doenças; buscou então a forma
pura para o tratamento para esta enfermidade.
Se por um lado Paracelso acreditava nessa forma,
por outro, no século XVII Isaac Newton, na análise
da Lei da Gravitação Universal, mostra a relação
permanente dos semelhantes, que se lê em sua
obra Principia “Simila Similibus”.
Hahnemann, sensibilizado com as observa-
ções de pesquisadores que o precederam e com
registros na Matéria Médica de Dr. Willian Cullen
sobre a toxicologia da substância química China e
de sua semelhança com os sinais e sintomas da
malária, iniciou seu uso em pacientes com esta
doença, o que o permitiu estabelecer a Lei dos
Semelhantes.
SIMILLIMUM
O Simillimum é a denominação dada ao
medicamento que cobre a sintomatologia do
indivíduo humano nos seus mais amplos e
completos aspectos, a longo ou curto prazo. Este
medicamento dentre os ministrados é o que mais
similitude teria ao indivíduo tratado, sendo ideal
por excelência para a cura e o equilíbrio do
indivíduo adoecido. É o medicamento que produz
a cura homeopática e o equilíbrio energético do
indivíduo tratado. O Simillimum representa a
esperança de cura do indivíduo doente e constitui
o medicamento cujos sintomas totais apresentados
pelo doente têm correspondência na respectiva
patogenesia desencadeada por um remédio.
Tal definição, juntamente com a cura e
equilíbrio destes seres, suscitou uma pesquisa
envolvendo, não só o tema Homeopatia, mas,
especificamente, o Simillimum que, mais do que
Opinias - Janeiro 2015
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nunca, fortalece a ideia de associação da
totalidade de características dos indivíduos
humanos com a totalidade de características dos
medicamentos.
Nessa perspectiva, buscaram-se conhe-
cimentos de cálculos matemáticos, com a
finalidade de determinar um caminho que, aliado
aos conhecimentos de Homeopatia, permitisse
encontrar o Simillimum de cada indivíduo humano.
Assim, desenvolveu-se um aplicativo compu-
tacional para determinar de forma simples o
Simillimum e consequentemente viabilizar o
equilíbrio e, principalmente, a cura do indivíduo
humano.
O programa criado é simples e de fácil
manuseio. Recebeu a denominação de Princípio
Vital, e sua finalidade é auxiliar os profissionais
envolvidos com a Homeopatia a encontrar, de
maneira eficiente e rápida, o Simillimum da
pessoa sob seus cuidados.
O Simillimum é o medicamento ideal e
único, pois a totalidade de suas características é
semelhante à totalidade de características do
indivíduo humano a ser tratado, conforme a Lei
máxima da Homeopatia “Semelhante cura
semelhante”.
Se por um lado, algumas dificuldades como
a escassez de material foram sanadas na
determinação do Simillimum dos indivíduos
humanos a ser tratados, por outro, buscou-se
auxílio de outras áreas, como os cálculos
matemáticos, por exemplo, que suscitaram um
estudo prévio do aplicativo “Princípio Vital”. Dessa
forma, da unificação de conhecimentos
matemáticos, de informática e de Homeopatia,
surgiu o desenvolvimento deste aplicativo.
A ideia da elaboração do aplicativo “Princípio
Vital” surgiu da necessidade de métodos mais
eficazes e rápidos na descoberta do Simillimum
e em decorrência de observação da estagnação
tecnológica da Ciência da Homeopatia, em
comparação com outras Ciências, como a Medicina
Alopática, a Odontologia, a Veterinária e
principalmente a indústria Farmacêutica.
Nesse sentido, percebeu-se que houve uma
interferência positiva da tecnologia quântica, Nuclear
e informática, no que se refere às ciências: Medicina
Alopática, Odontologia, Medicina Veterinária,
Indústria Farmacêutica dentre outras, enquanto a
Homeopatia permaneceu sem o benefício destas
tecnologias. Isso significa que a integração de ideias
não foi concretizada e que a Homeopatia continuou
nos métodos e técnicas estabelecidos em meados
século XIX.
PRINCÍPIO VITAL
O Princípio Vital, é um aplicativo compu-
tacional desenvolvido para auxiliar o terapeuta
homeopata a identificar o Simillimum do indivíduo
humano.
Este aplicativo é constituído por um banco
de dados, identificação do profissional, cadastro
do cliente/paciente, investigação homeopática
(anamnese), medicamentos (Aba auxiliar –
consulta), Relatório de Resultado (com:
Simillimum; Simillimum momentanum; Miasma;
Miasma momentâneo; Medicamentos Antídotos,
Complementares, Incompatíveis e que seguem ao
Simillimum; Sugestão de repertorização para a
queixa atual), Matéria médica para consulta e se
necessário fazer a correlação com o Simillimum
encontrado e uma enciclopédia para consulta.
É por meio da investigação homeopática que
se obtém os sinais e sintomas do cliente/paciente
em atendimento. Nesse caso, pode-se afirmar que
o aplicativo, ao receber as informações fornecidas
pelo terapeuta, as processa no seu banco de dados,
visando a escolha do Simillimum. Se o profissional
tiver dúvidas quanto à escolha, recorrerá à opção
da ferramenta “Medicamentos homeopáticos”.
Verificada a correlação de semelhança entre cliente
e o medicamento, concluirá que o medicamento
é o Simillimum.
Dessa forma, pode-se dizer que de acordo
com as respostas positivas dos clientes tratados,
o Princípio Vital tem se mostrado um aplicativo
eficiente, determinando o Simillimum verdadeiro
para equilíbrio e cura, como estabelecido na Lei
da Similitude. Dada a importância do Simillimum
é possível que este aplicativo possa contribuir com
uma minúscula chama para iluminar os caminhos
obscuros que muitos profissionais ainda irão trilhar
no exercício da Ciência da Homeopatia, em
atendimento aos indivíduos humanos adoecidos.
www.principiovital.com.br
Em fase final de revisão, o aplicativo
PRINCÍPIO VITAL estará disponível em
breve para profissionais da homeopatia e
para o público em geral.
Por
ALINE ANDRUSKEVICIUS
Advogada e Estudante
de Medicina
São Paulo - SP
rsna@globo.com
LIBERDADE
de expressão marcada
Os militares invadiram as ruas e o Brasil foi manchado.
Jornalista, escritor ou cantor só escrevia o que era mandado.
A censura lançada e nem tudo era publicado.
Os espertos, a língua portuguesa, manipulavam de formas arriscadas.
Os descobertos, se houvesse tempo, fugiam senão eram torturados.
Muitas mortes até hoje não foram explicadas.
O comando militar em seu posto foi colocado.
Os políticos responsáveis saíram em retirada.
A sociedade com respeito foi tratada.
A censura ficou calada.
A liberdade de expressão determinada.
Mas então, o desrespeito foi questionado.
O limite foi colocado.
O negro, o pobre, o loiro não pode ser descriminado.
Charge publicada
Allah, Deus, Maomé intitulada
Sem respeito foi marcada
Com morte apresentada
Islã foi acusado
Do terrorismo apontado
Na defesa do Deus publicado
Comoção nacional e “eu sou Charlie” foi marcado
Não, a violência é falada
Islã incriminado
Bomba no lugar de turbante deve ser piada
Estrela na bunda de Maomé deve ser engraçado
Nossa Senhora chutada
Banana no campo lançada
Somos macacos foi publicado
O pobre contestado
Não a censura deve ser lançada
Com liberdade de expressão controlada
Se tudo quer ler e escrever não se sinta agredido
Quando alguém publicar o que te faz ofendido

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Revista opinias nº 8 - janeiro 2015

  • 1. Equilibrando corpo e mente OpiniasUMA REVISTA DE IDEIAS, PENSAMENTOS E PONTOS DE VISTA Ano I - nº. 8 Janeiro - 2015 Suaves Prestações Fanática Distorção Opinias Brasil de Acasos
  • 2. Opinias - Janeiro 2015 22222 Editorial Sumário Expediente OPINIAS - ANO I - nº. 8 - Janeiro 2015 - Publicação virtual mensal da Rumo Editorial Produções e Edições Ltda. * Diretores: Marcos Gimenes Salun, Luciana Gomes Gimenes e Naira Gomes Gimenes * Editor e Jornalista Responsável:: Marcos Gimenes Salun (MTb 20.405-SP) * Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto (MTb 17.671-SP). *Redação e Correspondência: Av. Prof. Sylla Mattos, 652 - conj.12 - Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010 E-mail: rumoeditorial@uol.com.br - Tels.: (11) 2331-1351 Celular (11) 99182-4815. BLOG: http://opinias2014.blogspot.com.br/ * Colaboradores desta edição: Carlos Augusto Ferreira Galvão (SP), Maria Ines Felippe (SP), Carlos Eduardo de Oliveira (SP), Tom Coelho (SP), João Baptista Alencastro (GO), Andréa Pachá (RJ), Gustavo Lima (Sydney - Austrália), Luciana Gomes Gimenes (SP), Geovah Paulo da Cruz (SP), Marlene Teixeira de Queiroz Silva (MG) e Aline Andruskevicius de Castro (SP). Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores a quem pertencem todos os direitos autorais. PERMITIDA a reprodução dos artigos desde que citada a fonte e mencionada a autoria. MARCOS GIMENES SALUN Jornalista São Paulo - SP msalun@uol.com.br Razão e emoção 08 Vinho e música 24 Liberdade de expressão Advogada e estudante de medicina, Aline Andruskevicius traduz em versos o seu protesto contra fanatismo e violência. 19 O Brasil dos acasos O jornalista Gustavo Lima dá preciosas dicas para quem pretende fazer da terra dos cangurús o destino de seu intercâmbio. 14 Suaves prestações A juíza Andréa Pachá conta aqui um dos muitos dramas familiares que vivencia em sua profissão e que lhe renderam dois livros de grande sucesso. 12 O médico e aventureiro João Baptista Alencastro fez um passeio por um dos recantos turísticos maravilhosos escondidos pelo Brasil. Serra da Capivara 10 Chega de angústia O consultor e palestrante Tom Coelho faz um desejo que pode durar um ano inteiro: o fim das angústias que atormentam o dia a dia. 03 Fanatismo O psiquiatra Carlos Galvão faz uma análise do fanatismo que, segundo ele, é uma distorção dos afetos. 04 Corpus e mens sani Maria Ines Felippe traça aqui um painel com boas dicas para manter corpo e mente em boa sintonia para produzir mais e melhor. 17 Intercâmbio na Austrália Geovah Paulo da Cruz faz uma interessante análise dos “acasos” que propiciaram ao Brasil algumas de suas características. 20 Dicas e links na net Luciana Gomes Gimenes apresenta nesta edição algumas dicas e links para quem procura diversão nas férias. Carlos Eduardo de Oliveira dá boas dicas e informações sobre vinhos Xerez e garante que eles ficam ainda melhor com boa música. Participe! Envie seu artigo ou comentários e embarque nesta aventura: rumoeditorial@uol.com.br 22 Princípio vital A terapeuta homeopata Marlene Teixeira explica o seu projeto de aplicativo que garante encontrar o simillimum para todas as doenças. Apalavraequilíbriocontémumagamadesignificados que muitas vezes passam despercebidos e não permite entendê-la perfeitamente. Envolve noções de igualdade, proporcionalidade,estabilidade,distribuiçãoharmoniosaentre partes, moderação de gestos, palavras, sentimentos, estabilidadementaleemocional,comedimento,autocontrole e tantas outras. Uma grande abrangência para palavra tão corriqueira e, paradoxalmente, pouco praticada. Ébastantecomumqueemmomentosdecrise,palavra esta também de amplos significados, alguém reivindique a necessidade de doses de equilíbrio como solução, dando a este último o poder da cura de muitos males. Há no entanto muitos fatores adjacentes e também necessários para que hajaumaterapiaeficazemmomentosdesituaçãoeconômica ou social repleta de problemas, de momentos indefinidos e plenos de riscos e dúvidas, tensões, desgastes e desajustes que acabam interferindo também e especialmente, no corpo e na mente das pessoas envolvidadas. O pretendido equilíbrio entre razão e emoção é uma árdua tarefa na busca do estabelecimento de situações mais amenas. Não é fácil manter a serenidade para um melhor desempenhonotrabalho,nasrelaçõescomafamíliaecoma sociedade de modo geral. Não é algo simples não se deixar influenciar pelas ameaças de uma sociedade cada dia mais violenta, menos tolerante e mais competitiva. Não será fácil ter atitudes ponderadas se não impusermos a nós mesmos algumadosedetolerância,paciênciaeboavontade.Mesmo que não se perceba nos governantes qualquer indício de vontadedefazeremsuaparteparasairdacrise,semprecaberá acadaumdenósumainiciativapessoalempróldoequilíbrio de atitudes e perseverança na busca de soluções.
  • 3. Opinias - Janeiro 2015 33333 Por CARLOS AUGUSTO GALVÃO Psiquiatra São Paulo - SP carlosafgalvao@terra.com.br O Pensamento humano é a principal dotação da natureza para que o homem chegasse ao topo da escala evolucional, mas, muitas vezes, sofre distorções causando situações com- portamentais que jamais podemos ver nos animais inferiores. Por sermos mamíferos sociais, também recebemos da mãe natureza os afetos, que, ao contrário dos animais inferiores, são complexos, muitas vezes perturbadores, e também podem provocar reações das mais diversas, desde a alegria de interagir com alguém de nosso agrado, até reações de violência. Também observamos violência em animais inferiores devido a afetos; Por exemplo, o cãozinho de uma família, fica muito perturbado com o nascimento de uma criança nesta família, e chega a desenvolver ciúmes dela inclusive com reações violentas. No homem, o amor e o ódio são res- ponsáveis por muitas das mazelas que observamos na humanidade. Já disseram os filósofos, com ampla repercussão na produção dos poetas, que estes dois sentimentos estão muito próximos, são as duas faces da mesma moeda. De fato o amor pode rapidamente se transformar em ódio avassalador, quando, por exemplo, um conjugue é descoberto traindo seu par, e outras situações similares. Mas é no fanatismo que observamos com mais nitidez esta proximidade. Para haver fanatismo, precisa haver muito amor seja em direção a um país, a um time de futebol, ou a uma religião. Jesus Cristo, o ser humano que mais pregou o amor segundo o que diz a história, deixou legiões de seguidores, muitos se tornaram fanáticos pelos Seus FANATISMO UMA DISTORÇÃO DOS AFETOS ensinamentos, e desenvolveram ódio em relação a Seus não seguidores e de uma forma total; então num rápido olhar para o passado, vemos guerras, assassinatos e outras barbaridades cometidas em Seu nome. Passado? Até há décadas atrás, o mundo seguia inseguro por haver dois blocos de nações que disputavam a hegemonia política no planeta terra. Vivia-se sob a ameaça de destruição da terra, se estas duas nações resolvessem usar suas armas nucleares. Hoje mudou... uma das nações não conseguiu manter a corrida armamentista, e a humanidade pensou que entraria em séculos de paz, mas qual... O fanatismo religioso cuidou de destruir esta doce miragem. Sem dúvida que observamos razões e ensinamentos válidos em todas as religiões que existem na terra. Todas procuram promover a evolução espiritual do homem e com isso favorecer a busca pela felicidade. Mas entra aí a distorção do fanatismo, que age de uma forma que não encontra respaldo em nenhum texto religioso. Nem todos se tornam fanáticos insanos. Claro que em populações revoltadas, e principalmente em pessoas ignorantes, há mais chance de aparecerem indivíduos fanáticos desmedidos; mas entram também aí outros componentes: o caráter e o conteúdo de cada um. Nem todos os torcedores do Corínthians, por exemplo, desejam a morte dos palmei- renses; mas existem estas pessoas, cuja ignorância e egoismo não os deixam ver que o Palmeiras é importante para a existência do time deles justamente por ser o maior rival. O fanatismo os deixa cegos.
  • 4. Opinias - Janeiro 2015 44444 Por MARIA INES FELIPPE Palestrante e Psicóloga São Paulo - SP mariaines@mariainesfelippe.com.br PPPPPARA CRIARARA CRIARARA CRIARARA CRIARARA CRIAR CorCorCorCorCorpus e Mens Sanipus e Mens Sanipus e Mens Sanipus e Mens Sanipus e Mens Sani Cenário atual Vivemos numa época de tensão, conflitos pessoais e a impressão que tenho é que estamos dentro de uma betoneira, girando, girando. Não há dúvidas de que tudo isso é pela busca incessante da felicidade, do bem estar e melhoria na qualidade de vida. Acredito que para conseguirmos uma melhor preparação para a vida se exigirá cada vez mais dedicação e cuidados pessoais, tanto do físico como da mente, através de uma alimentação saudável, descanso, exercícios corporais, relaxamento, como também o auto conhecimento, reconhecendo nosso potencial e limites. Estas sugestões favorecem a serenidade, pensar, criar, agir e decidir melhor diante de conflitos ou situações inesperadas. Um exemplo disso é o caso de um cliente, dono de uma empresa de transporte, que adota uma estratégia interessante no seu dia a dia: diariamente faz caminhada pela manhã e é durante seus exercícios que consegue resolver problemas da empresa; há momentos durante a atividade de total desligamento do cotidiano, há períodos de ociosidade e sente que de repente surgem ideias e resoluções. O estar fora do contexto, sair do problema, por vezes a ociosidade, o exercício físico oxigenando o nosso corpo são estratégias facilitadoras para criar e solucionar problemas. Nosso corpo desempenha uma função importante nos processos intelectuais e desenvolvimento como ser humano. Cada pessoa é o seu corpo, através do qual se expressa e se relaciona com o mundo. Há pessoa que diz ser flexível, mas sua rigidez é expressada corporalmente. Não digo que deverá ser um marionete, mas o “corpo fala”, assim também revela a forma como vê as mudanças e o mundo. Algumas ações Exercícios corporais, laborais, desblo- queiam, liberam de tensões, desinibem e favorecem o auto conhecimento, possibilitando perceber o mundo de forma diferente, chegando até a melhoria nos relacionamentos interpessoais. Ansiedade, preocupações e sedentarismo, bloqueia-nos interferindo na nossa forma de ver o mundo e de viver. A mente, o espírito e a alma faz parte de um corpo vivo. Corpo desabituado e ruidoso passa a ser vivo e também é esse novo corpo, que fica cheio de vontade, prontidão, produzindo ações inovadoras.
  • 5. Opinias - Janeiro 2015 55555 Alguns se identificam com a dança, outros com exercícios corporais, outros com relaxamento ou aprender técnica de artesanato; seja lá qual for a sua opção ela facilitará o seu desenvolvimento intelectual, abrindo portas para um processo de criação e um viver melhor. Os movimentos corporais são elementos geradores e potencialisadores da criação, conduzem a uma imagem prévia vivenciada física, emotiva, mentalmente e a partir dela podemos criar e possibilitar um novo posi- cionamento em relação à vida, estilo pessoal, refletindo no comportamento. Percebemos que sempre envolverá uma expressão, movimento, gesto e um processo cognitivo, ou seja um ação interna, de pensamento, sentimento, possibilitando a aprendizagem. Em programas de treinamento que temos realizado com o objetivo de reforçar ou desenvolver a criatividade, vivenciamos e ressaltamos a importância das atividades corporais, físicas, para o despertar desse potencial, assim como realizamos o que chamamos de ginástica corporal e cerebral, através de exercícios com o rosto, pernas, pescoço, braços, costas, mãos, ritmos, posturas, dança, imaginação criativa, etc. Os exercícios favorecem estar atento ao seu corpo e sentimento, permitindo identificar tensões musculares, que impossibilitam movimentos espontâneos, leveza, liberdade e expressividade. O processo de criação não passa somente por caminhos cerebrais e intelectuais, mas também no experimentar, sentir e transformar sentimentos. A Tecnocreática possibilita ao ser humano repensar, compreender, analisar e desenvolver seu potencial criativo. Opinias - Janeiro 2015 Uma experiência interessante Recentemente realizamos um trabalho numa empresa multinacional alemã, diria que um “case” de sucesso, onde tratamos expressões corporais, relaxamento, exercícios com colagens, dramatizações com elementos da natureza, dança, para melhoria do auto conhecimento e também nas relações interpessoais, tanto do ponto de vista pessoal como profissional, tudo isso focando um programa intitulado “De Bem com a Vida”. As atividades corporais favorecem aos indivíduos a conhecer melhor seu corpo, movimentos e tomar consciência do espaço ao seu redor, limites e campo de atuação, desenvolvendo a espontaneidade, a imaginação e a criatividade expressiva. As atividades são optativas, ninguém é obrigado a participar. Nos encontros utilizamos de diversas técnicas entre outras a Bioenergética para os bloqueios corporais e emocionais que dificultam o sentir criativo, assim como o relacionamento com as pessoas no dia a dia; os exercícios são úteis também para ajudar a expressar emocionalmente, favorecendo o pensar criativo e intuição, desde a realidade e a inovação, transformação. Partimos do princípio de que as relações interpessoais iniciam no auto conhecimento. Quanto mais eu me conheço, descubro os meus potenciais e pontos a serem aprimorados, melhor identifico, respeito e entendo as características das pessoas ao meu redor e, sendo assim, busco uma forma mais harmoniosa de convivência. A proposta é aprender o novo, pensar, sentir, agir reinventando nova forma de viver, focalizando o auto desenvolvimento contínuo.
  • 6. Opinias - Janeiro 2015 66666 GELADA Os exercícios Exercícios de expressão corporal liberam energia, através de movimentos, uso da voz e do som percursivos, estimulam a abrir-se às sensações, afinar os sentidos, despertando a sensibilidade, dar-se conta do aqui e agora, com seus órgãos dos sentidos, favorecendo a fantasia, associações, princípios básicos no processo criativo. Alguns deles: · Coloque-se de forma confortável, observe a sua respiração, veja a frequência, o som, o esforço, etc. · Fale em voz alta o seu nome, imagine sendo escrito no ar, com as pontas do seu dedo, nariz, observe os movimentos, escute o som do seu nome. O que te representa? Com o que se parece? Que associação faz? · Expresse os exercícios anteriores corporalmente. O que você sente? Observe o seu movimento das pernas, cabeça, braços. O que está sentindo? O que representa? Como gostaria de representar? · Sente-se confortavelmente, mentalize o seu dia a dia, todas os acontecimentos desagradáveis, retome-os, analise as causas, momentos, variáveis, visualize o acontecimento com as variáveis favoráveis, as pessoas, seus objetivos, dificuldades e aspectos facilitadores. Traga isso para a sua realidade pós relaxamento. Vamos comentar e transformar. · Perceba o aqui e agora, utilize dos órgãos dos sentidos, elabore metáforas frente à expressão corporal ou ginástica laboral realizada. Os exercícios possibilitam: · Besbloqueio do corpo, emoção. · Renasce a capacidade criativa. · Desenvolvem o sentimento e pensamento criativo. · Clarificam e consolidam a individualidade. · Abertura ao exterior, nas relações de aceitação, solidariedade, empatia, etc.
  • 7. Opinias - Janeiro 2015 77777 As analogias e metáforas O estabelecimento de associações e analogias não usuais (metodologia espanhola) favorecem o desenvolvimento do pensamento criativo, trabalhar com imagens, recuperando a dinâmica natural do raciocínio lógico, intuitivo e transformador da realidade. Através delas poderemos estabelecer pontos de semelhanças entre coisas que aparentemente são divergentes, comparar o incomparável, possibilitando ver a realidade interligada a olhar para todos os lados, perceber-se fazendo parte do universo, estimulando a curiosidade, o comparar, criticar e consequentemente buscarmos soluções para problemas do dia a dia. Temos que perceber que somos seres holísticos, onde a corpo e mente estão em constante interação, a prevenção e superação de moléstias tais como dores de cabeça, no corpo, insônias, infarto, etc. Percebemos que estão basicamente nos cuidados do corpo e da mente. A interação mente e corpo ajudará a melhorar a sua capacidade de imaginar, criar e viver melhor. Maria Inês Felippe: Palestrante, Psicóloga, Especialista em Administração de Recursos Humanos e Mestre em Desenvolvimento do Potencial Criativo pela Universidade de Educação de Santiago de Compostela - Espanha. Palestrante e consultora em Recursos Humanos, Desenvolvimento Gerencial e de equipes, Avaliação de Potencial e competências. Treinamentos de Criatividade e Inovação nos Negócios. Palestrante em Congressos Nacionais e Internacionais de Criatividade e Inovação e Comportamento Humano nas empresas. Vice Presidente de Criatividade e Inovação da APARH. http://www.mariainesfelippe.com.br/ 77777
  • 8. Opinias - Janeiro 2015 88888 Por CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRA Engenheiro Santo André - SP carlos@sabbahi.com.br Músicas parMúsicas parMúsicas parMúsicas parMúsicas para dea dea dea dea degustargustargustargustargustar XerXerXerXerXereeeeezzzzz - a- a- a- a- até Carté Carté Carté Carté Carmen bemen bemen bemen bemen bebia!bia!bia!bia!bia! Salut, mes amis! Engraçado como nosso cérebro às vezes faz umas cognições totalmente inesperadas... Hoje na aula de francês falamos en passant da ópera Carmen de Bizet e eu lembrei do Xerez, o vinho fortificado produzido lá pelas bandas da Andaluzia, sul da Espanha. Afinal, ela adorava beber um manzanilla na taberna do Lilas Pastia, lá pertinho das muralhas de Sevilha. É um vinho ainda pouco apreciado por aqui e num curso da Wine School eu achei interessante a informação de que exportadores espanhóis estão investindo fortemente no nosso nordeste, onde o pessoal tem costume de beber destilados nas refeições. Como o Xerez é um vinho com maior teor alcoólico, esta estratégia está tendo êxito por lá e o consumo está se popularizando. O Xerez é produzido pelo método da solera, que consiste em completar os barris parcialmente esvaziados pela evaporação por vinho mais novo do mesmo tipo, e assim sucessivamente até que o vinho mais antigo da solera chegue ao ponto de engarrafamento. Quanto ao tipo, o Xerez é classificado como Fino, quando mais leve e delicado, extremamente seco; este vinho amadurece sob uma camada de levedura chamada de flor, que se desenvolve no barril. Por envelhecer protegido da oxidação pela flor, o Fino é um vinho fresco e deve ser consumido totalmente após aberta a garrafa. O Xerez Oloroso é fortificado acima de 15,5% de álcool, o que impede a formação da flor na superfície do vinho, daí sua característica mais acentuada de oxidação - o original é seco, envelhecido, mas a adição de vinho adoçado criou o Cream, versão degenerada para facilitar a exportação. O Manzanilla é um Fino muito seco produzido à beira do mar, em Sanlucar de Barrameda, daí dizem que ele recebe uma notinha salgada no paladar.
  • 9. Opinias - Janeiro 2015 99999 A categoria seguinte é o Amontillado, um tipo de Fino que pela grande qualidade suportou bem o envelhecimento, ganhando uma cor âmbar e notas de nozes. Todos estes são produzidos a partir da uva Palomino, mas há um outro tipo de Xerez feito com a uva Pedro Ximénez, a PX, que resulta em vinhos mais escuros e adocicados. Este vinho também pode ser adicionado à solera do Amontillado, resultando num Xerez ligeiramente doce, chamado Medium. Dizem que quando você estiver com dificuldade de harmonizar um prato com vinho, certamente haverá um Xerez dentre a paleta o qual se adequará perfeitamente à refeição. Não sou nenhum expert, mas quando quero petiscar umas azeitonas, umas anchovas, jamón... aí com certeza uma copita de Fino ou Manzanilla bem gelado cai muito bem! Entre os que eu já provei - e gostei - estão os da Bodegas Rey Fernando de Castilla, da Bodegas Hidalgo e da Gonzalez Byass. E se um dia, mon ami, for tomar um Xerez, lembre-se que é um vinho de maior teor alcoólico e sigam o conselho da Carmen: prends garde à toi! À bientôt! Fontes: Atlas Mundial do Vinho e Le Petit Larousse des Vins http://www.youtube.com/watch?v=_tJuY-QzZLk&feature=youtube_gdata_player http://www.youtube.com/watch?v=yd52CkEP1qc&feature=youtube_gdata_player Carmen é uma ópera em quatro atos do compositor francês Georges Bizet, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, baseada na novela homônima de Prosper Mérimée. Estreou em 1875, no Ópera-Comique de Paris OUÇA TRECHOS DE “CARMEN” http://www.conservadonovinho.blogspot.com.br/ SAIBA MAIS EM CONSERVADO NO VINHOO
  • 10. Opinias - Janeiro 2015 1010101010 CheCheCheCheCheggggga dea dea dea dea de ANGÚSTIAANGÚSTIAANGÚSTIAANGÚSTIAANGÚSTIA Por TOM COELHO Educador, conferencista e escritor São Paulo - SP tomcoelho@tomcoelho.com.br Eu poderia ter desejado um tradicional “Feliz Natal”, mas isso garantiria não mais do que dois dias de felicidade. Já votos protocolares de “Boas Festas” se estenderiam por apenas uma semana. Por isso, passado esse período, quero desejar a você algo capaz de perdurar por todo um ano: chega de angústia! Ansiedade e angústia tornaram-se companheiros indesejados. A ansiedade representa um estado de impaciência, de inquietação, um desejo recôndito de antecipar uma decisão, de abreviar uma resposta, de aplacar expectativas. A angústia é uma sensação de desconforto, um mal-estar físico que oprime a garganta, comprime o diafragma, acelera o pulso, e um mal-estar psíquico que aflige, agoniza, atormenta. A ansiedade é um tempo que não chega; a angústia, um tempo que não vai embora. Amantes que aguardam pelo encontro é ansiedade; relacionamentos desgastados que não terminam é angústia. O prenúncio do final de semana para um pai divorciado é ansiedade; a despedida dos filhos no domingo é angústia. A espera pelo resultado de um concurso é ansiedade; ter seu nome classificado em uma lista de espera é angústia. A expectativa do primeiro dia de trabalho é ansiedade; o fim do expediente que demora é angústia. “Ninguém muda ninguém; ninguém muda sozinho; nós mudamos nos encontros.” (Roberto Crema) Obra de José de Jesús Alfaro Siqueiros, mais conhecido como David Alfaro Siqueiros, pintor mexicano (1896 - 1974)
  • 11. Opinias - Janeiro 2015 1111111111 Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento”, “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” e coautor de outras seis obras. Visite: www.tomcoelho.com.br. Ficamos angustiados por opção, por força de nossas próprias escolhas, por causa de coisas e pessoas. Assumimos compromissos financeiros que não podemos saldar, adquirimos bens pelos quais não podemos pagar. Tudo em busca de status. Compramos o que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para mostrar a quem não gostamos uma pessoa que não somos. O ato da compra é sublime e fugaz. A obrigação decorrente é amarga e duradoura. E angustiante. Muitas são as pessoas que nos angustiam com suas argumentações, pleitos ou mera presença. O telefone toca e ao identificar o número você hesita em atender. Uma visita é anunciada e sua vontade é simplesmente mandar dizer que não está. De tanto cultivar a ansiedade, de tanto se permitir a angústia, colhemos a depressão. Então lançamos mão de um comprimido de Prozac e fingimos estar tudo bem. Por isso, meu convite é para que você dê um basta em sua angústia. Demita de sua vida quem e o que não lhe faz bem. Pode ser um cliente chato ou um fornecedor desatencioso; um amigo supostamente leal, porém, na verdade, um interesseiro contumaz; ou um amor não correspondido. Tome iniciativas que você tem protelado. Relacione tarefas pendentes e programe datas para conclusão. Limpe gavetas, elimine arquivos desnecessários. Revise sua agenda de contatos e sua coleção de cartões de visita, rejeitando quem você nem mais conhece – e que talvez nunca tenha conhecido. Vá ao encontro de quem você gosta para demonstrar-lhe sua afeição. Peça perdão a quem se diz magoado com você, mesmo acreditando não tê-lo feito. Ofereça flores, uma canção, um abraço e um aperto de mãos. Ofereça seus ouvidos e sua atenção. A vida é breve e parece estar cada vez mais curta porque o tempo escorre-nos pelas mãos. Compromissos inadiáveis, reuniões inter- mináveis, trânsito insuportável. Refeições em fast food, decisões fast track, rela- cionamentos fast love. Cotidiano que sufoca, reprime, deprime. Caminhar pelas ruas, admirar a lua, contar estrelas, observar o desenho que as nuvens formam no céu. Encontrar amigos, saborear os alimentos, apreciar os filhos. Escolha ficar mais leve, viver com serenidade. Libere o peso angustiante que carrega em suas costas. Viva, não apenas se deixe viver.
  • 12. Opinias - Janeiro 2015 1212121212 desconhecido Serra daSerra daSerra daSerra daSerra da CapivaraCapivaraCapivaraCapivaraCapivara um Brasil desconhecido Dentro do Piauí, ao lado de São Raimundo Nonato, está uma região de caatinga muito especial.ASerra da Capivara, patrimônio mundial da UNESCO. Simplesmente o mais incrível conjunto de pinturas rupestres de todo o mundo, além disso um museu ultramoderno (Museu do HomemAmericano) e uma fauna e flora ricas e marcadas peladiversidade. Não posso dizer que é fácil chegar lá. Não tem aeroporto e as estradas são árduas, mas vale, vale cada trilha que você fizer, cada xique-xique, cada mandacaru, cada coroa de frade, rabo de raposa, facheiro ou quipá que você avistar. Para quem não sabe, são cactáceas que abundam no local. Comece pela Serra Vermelha que ao lado tem o Buraco dasAndorinhas. Elas – aos milhares–serecolhemaofinaldodia,fazendoumbarulhoidênticoaummíssil.A subida nas pedras de arenito não é difícil, mas exige pernas fortes.Aliás, em alguns lugares o peito cheio de gás será necessário. Porém a vista de cima, de qualquer paredão é de encher os olhos nos dias sempre claros do Nordeste brasileiro. Por JOÃO BAPTISTA ALENCASTRO Médico, escritor e aventureiro Goiânia - GO jbalencastro@uol.com.br
  • 13. Opinias - Janeiro 2015 1313131313 SugirotambémumavoltanoRupestreeuma paradinha na cerâmica local. Mesmo o mais arrediomochileironãoconseguirádeixarde comprar algo. É belo o trabalho artesanal.Além dos corrupiões que por ali voam sem cerimônia e dos belos galos da campina, com seu topete vermelhorubi.Acaatinga é cheia de vida! Então vá para o principal.APedra Furada e o Baixão do Rodrigues.As pinturas não estão em cavernas, como em Lascaux que é uma besteirinha de 300 metros, no máximo.Aqui são quilômetros de inscrições a céu aberto, com variações mil, de animaislocais,defigurashumanas,deatividades, todas claras, grandes e coloridas. Pode passar também na Jurubeba, no Baixão da Pedra Furada. Até arriscar ir à Invenção – a subida é pesada – e no Baixio das Mulheres, que o espetáculo é garantido. Infelizmenteessamaravilhaestámocozadanomeio do nada.Aliás, mocó é um roedor local que se entoca muito bem. Porém nós temos que olhar para nós mesmos. Galgar rochas e se deslumbrar com o que temos. E de todo modo enfrentar até uma buchada de bode com palma cortadinha para provar que o sulista aqui é porreta! E sabe que dentro do Brasilexistemriquezasinexploradaseprontaspara seremvistas. http://www.fumdham.org.br/parque.asp Saiba mais: FUNDAÇÃO MUSEU DO HOMEM AMERICANO
  • 14. Opinias - Janeiro 2015 1414141414 — Quem saiu de casa foi ele! Pegou duas malas, não teve coragem de conversar com as crianças. Disse que ia viajar a trabalho e na volta resolvia tudo. Esperei seis meses, sem saber o que fazer nem o que dizer para a família e para os meninos. Telefonei muitas vezes, fui ao escritório dele e nunca fui atendida. Isso pode ser normal, doutora? Doze anos juntos e um homem sai de casa assim?! Nunca pensei que um dia ia ter que passar por isso... “Passar por isso” era precisar ir à Justiça para resolver um problema de natureza tão íntima e pessoal. Aos 37 anos, Antônia jamais se imaginou em escritórios de advogado, ocupada com pagamentos, contas. Casou-se cedo e sempre foi cuidada por Sérgio. Há quase dois anos o casamento não ia bem, mas para ela, os sinais externos da crise não chegavam aos cartões de crédito, nem às boletas bancárias que, de uma hora para outra, começaram a empilhar sobre o aparador. Sem falar nos telefonemas e oficiais de justiça que não davam sossego. Ela não tinha ideia de como lidar com a avalanche. Trabalhar e ter independência não foram prioridades dela, mesmo graduada, exem- plarmente, no curso de Psicologia. O projeto de abrir um consultório especializado em crianças, com duas colegas de turma ficou na prateleira, enquanto se encantava com o amor da sua vida, o príncipe e provedor, sonho de consumo de nove entre dez mulheres do seu círculo de amigas. O casal perfeito, o casamento perfeito, os filhos perfeitos, a casa perfeita. A família margarina e feliz. Não eram fúteis nem superficiais e, embora não se preocupassem com a sobrevivência e experimentassem uma vida de conforto e facilidade, viviam uma relação de afeto verdadeiro. No fluxo que escolheram viver, Antônia acostumou-se ao papel de responsável pelo lar e pelos filhos, enquanto Sérgio trabalhava a maior parte do tempo para permitir que a família usufruísse com tranquilidade dos prazeres materiais. Por ANDRÉAPACHÁ Juíza de Direito Petrópolis - RJ http://facebook.com/andrea.pacha1 SUAVESSUAVESSUAVESSUAVESSUAVESprestações Certamente o balanço comercial familiar não era uma matemática simples de entender e parece mesmo que ninguém queria, de verdade, saber como era produzido e de onde vinha o dinheiro, desde que não faltasse. Inúmeras vezes,Antônia assinou documentos bancários e alterações contratuais, sem ler nem sequer uma linha.A confiança em Sérgio era total e o conforto financeiro que experimentavam ao longo de tantos anos era resultado de trabalho diário e de investimentos felizes dos negócios por ele conduzidos. Não eram fúteis nem superficiais e, embora não se preocupassem com a sobrevivência e experimentassem uma vida de conforto e facilidade, viviam uma relação de afeto verdadeiro.
  • 15. Opinias - Janeiro 2015 1515151515 A debacle foi repentina. Sem aviso prévio, sem sinais de terremoto ou restrições de gastos. Jantavam diariamente juntos, uma rotina incorporada pela família e o espaço para as conversas com as crianças, para a troca das experiências, para o carinho compartilhado em volta da mesa. Com os três filhos no colégio, Antônia anunciou que iniciaria uma atividade profissional. Naquela noite, evitou aprofundar o assunto, mas não deixou de perceber o enorme desconforto provocado no marido diante do anúncio da decisão. Como sempre, ele não quis conversar e apostou na estratégia silenciosa da qual era adepto. Era quase uma profissão de fé a crença de que o tempo se encarregava de solucionar tudo e que verbalizar insatisfações era uma maneira de aprofundá-las, nunca de resolvê-las. O acaso encarregou-se da coincidência. Enquanto Antônia fazia planos para o novo trabalho e tentava driblar o que imaginara ser a insatisfação do companheiro, Sérgio passou a chegar mais tarde, sempre depois da refeição familiar. Invariavelmente, os meninos dormiam sem ver o pai. Ele desconversava, pedia que ela não se preocupasse com os compromissos crescentes no trabalho. A nova rotina, com Sérgio mais ausente, começou a intrigar Antônia. A aposta das amigas mais próximas era uma amante, sem dúvidas. E se existe alguma ameaça que atinja os órgãos vitais de um rela- cionamento, a dúvida ocupa o primeiro lugar, seguida pela irracionalidade do medo. Nenhuma amante é mais devastadora do que aquela que nasce na imaginação de quem se sente traído. E o silêncio contaminava a ferida e abria novas chagas em lugares de difícil ou quase impossível cura. Nas noites em que fingia dormir, percebia a agitação de Sérgio, insone, transitando toda a madrugada entre o quarto e o escritório.Se E se existe alguma ameaça que atinja os órgãos vitais de um relacionamento, a dúvida ocupa o primeiro lugar, seguida pela irracionalidade do medo. o medo não tivesse suplantado o amor que cultivaram ao longo de 12 anos, a insônia compartilhada e a lealdade poderiam ter alterado o desfecho triste da relação. Não conversaram. Nem ela falou das suas angústias, nem ele dos próprios problemas que envolviam a derrocada empresarial. Duas ilhas cercadas de lençóis de 400 fios por todos os lados. E um dia, quando o silêncio transbordou e inundou o quarto, arrastando pelas águas turvas e pela corrente feroz uma família outrora feliz, Sérgio saiu de casa e apenas no Tribunal, reencontrava a mulher de quem cuidou por tanto tempo. Seis meses e o silêncio apavorado foi o tempo suficiente para Antônia se surpreender, todos os dias, com as notícias que não paravam de chegar. Poderia ter sido comunicada pelo marido, mas soube, pelas cobranças, telefonemas e ameaças que uma granada explodira nas confortáveis contas bancárias do casal. Dívidas acumuladas com agiotas e bancos, projetos megalomaníacos e a incapacidade de lidar com reduções e restrições impostas pelos novos tempos. Com os bens indisponíveis e com restrições de crédito, Antônia, sócia apenas formal da empresa familiar, não conseguia imaginar por onde começar para conseguir acordar, cuidar das crianças, levar para o colégio, manter a rotina mínima e a casa funcionando enquanto esperava o fim do pesadelo.
  • 16. Opinias - Janeiro 2015 1616161616 — Se fosse outra mulher, acho que eu conseguiria entender e até perdoar, doutora. Mas esconder de mim tudo o que estava acontecendo e, ainda por cima, se esconder de mim e dos filhos, sem nem querer saber como nós estamos vivendo, é o fim! Quem é esse homem que eu achei que conhecia??! O desespero tinha destinatário. Antônia esperava da Justiça uma solução para a pensão alimentícia dos filhos, mas, o que ela desejava, naquele momento, era ouvir de Sérgio, o que ele não teve coragem de dizer durante todos os últimos anos. Não deve ser fácil a escolha pelo silêncio. Ele enrubesceu e parecia fazer um esforço físico imenso ao tentar começar a falar. Era como se as palavras fossem de pedra e metal pesado. Subiam, com dificuldade pela faringe, cresciam na boca e sufocavam Sérgio, antes de se transformar em som. Olhou para o chão, jogou as mãos sobre a mesa e sussurrou: — Desculpa, Antônia. Eu amo você. Antônia também amava Sérgio, mas não tinha certeza se queria continuar com aquele homem em quem ele havia se transformado. Chorando, ela disse que a maior traição foi o abandono que sentiu porque ele escolheu excluí- la da sua vida quando ele mais precisava. — Que amor é esse que mente, joga meu nome na lama e vai embora? Entre enfrentar o problema, dividir com a mulher a ansiedade, reduzir os custos e encontrar alternativas, Sérgio encolheu porque acreditou que seu relacionamento seria impossível sem a segurança e o conforto garantidos por ele. Como provedor, não conseguia assumir nenhum outro papel. Insistia em discutir todos os problemas apenas sob o aspecto patrimonial e financeiro. Mesmo com Antônia sinalizando para as possibilidades de reduzir gastos, demitir empregados e mudar para um imóvel menor, a fim de pactuar um acordo possível, Sérgio não conseguia entender que havia caminhos alternativos e possíveis. Não concordava em pagar o colégio e o plano de saúde porque afirmava não ter dinheiro, mas, parado- xalmente, conseguiu formular uma última proposta, quase indecente: — Vamos voltar, Antônia. Você não precisa se preocupar com esses probleminhas. Mês que vem, os meninos estão de férias. Passamos umas semanas fora, aliviamos a tensão e fica tudo tranquilo. Pode acreditar. Revoltada,Antônia recusou a oferta. Como era possível uma viagem ao exterior e nenhuma perspectiva para pagar as mensalidades escolares e o condomínio em atraso? Fixei a pensão possível para o momento que atravessavam. Não sem levar em conta que, quem pode se responsabilizar por uma viagem de férias, ainda que em suaves prestações, pode assumir uma obrigação mais razoável para o sustento dos filhos. É difícil compreender esse mundo improvável, tão bem desenhado por Woody Allen, em Blue Jasmine: pessoas que não têm dinheiro para comprar carne no açougue, conseguem, simulta- neamente, viajar e frequentar restaurantes caros. Para quem paga as contas em dia e vive de salário no final do mês, uma realidade distante e quase fantástica. Uma pena que Sérgio não tivesse aproveitado o tsunami para chacoalhar o estereótipo que escolheu vestir. Adaptação é sobrevivência. E ainda há quem duvide de Darwin. SEGREDO DE JUSTIÇA Andréa Pachá EditoraAGIR Os dramas humanos vividos todos os dias nos tribunais são o ponto de encontro perfeito entre a juíza e a escritora Andréa Pachá. Em crônicas que contam desde acirradas disputas por pensões até divórcios de partir o coração, a autora divide com o leitor as alegrias e tristezas da vida real, passadas como que em um filme diante da sua tribuna. A VIDA NÃO É JUSTA Andréa Pachá EditoraAGIR Uma senhorinha viciada em sexo virtual; um casal que, junto, supera a dor da doença, mas se separa; pais que vão ao Tribunal decidir a escola do filho; um garoto lutando sozinho pelo seu registro de nascimento. Histórias e mais histórias surpreendentes do dia a dia de trabalho da juíza Andréa Pachá. LIVROS DAAUTORA http://www.travessa.com.br/ Assista a entrevista e saiba mais: https://www.youtube.com/watch?v=SwFjob-FdpI
  • 17. Opinias - Janeiro 2015 1717171717 Destino: AAAAAUSTRÁLIAUSTRÁLIAUSTRÁLIAUSTRÁLIAUSTRÁLIA Por GUSTAVO LIMA Jornalista Sydney - AUSTRÁLIA limao.azevedo@gmail.com Entenda porque a terra dos cangurus é a melhor opção para o seu intercâmbio A Austrália é um dos principais destinos para estudantes quando o assunto é intercâmbio. Dos 23 milhões de cidadãos, cerca de 47% são ou descendem diretamente de estrangeiros. Mais de 260 idiomas são falados em todo o país – sendo os mais comuns inglês, mandarim, italiano, árabe, cantonês e grego. Tal pluralidade cultural, o clima semelhante ao brasileiro e a expansão do mercado de educação também acabam favorecendo a escolha dos alunos tupiniquins. Com a globalização, a necessidade de experiência no exterior, a fluência da língua inglesa e a maleabilidade na hora de abordar diferentes culturas tornaram-se habilidades obrigatórias no currículo. Porém, aproveitar a experiência ao máximo significa traçar um plano e segui-lo da melhor maneira possível. “Quando eu cheguei aqui vi que eu poderia aproveitar a oportunidade melhor”, conta Hugo Bezerra, diretor da agência de intercâmbio Good Day Oz. “Muitos alunos, por exemplo, compram pacotes de ensino sem antes entender como a experiência pode ser aplicada em seus planos”, explica. Da vontade de auxiliar brasileiros a aproveitarem sua estadia no país é que nasceu a Good Day OZ. “A nossa missão é tratar o objetivo das pessoas como um projeto. Se você quiser fazer uma faculdade, voltar para o Brasil falando inglês ou alcançar a residência, nós traçamos o plano juntos e focamos no resultado”, diz Hugo. Good Day, mate Em junho de 2010 nasceu a ideia de uma agência de intercâmbio que pudesse ser flexível às vontades dos estudantes. “De 2006 até 2008 eu trabalhei na indústria de educação. Depois deste período, dediquei para desenvolver um sistema que atendesse aos alunos.”, comenta Hugo. A possibilidade de trabalhar legalmente na Austrália (Estudantes podem trabalhar 40 horas quinzenais e tempo integral durante as férias) é um dos grandes atrativos para os estudantes do mundo inteiro. Tal facilidade criou um boom no mercado de educação. De acordo com o diretor, “a demanda por cursos é grande”. Por isso, o foco da empresa é “usar abordagens e pacotes de ensino diferentes para ajudar os alunos a concluírem seus objetivos”. Além da assessoria na hora de escolher a instituição que melhor serve aos estudantes, a agência também se compromete a auxiliar na abertura da conta bancária, a preencher toda a burocracia e a indicar os principais cursos para facilitar a procura por um trabalho. Pacotes de viagem também podem ser comprados por meio da agência. Para o diretor, a diferença está no vínculo criado com os alunos. “Nós tentamos manter contato com todos que servimos. A Good Day Oz cresceu por conta do boca a boca, por conta do nosso serviço”, diz. HUGO BEZERRA ”Usamos abordagens e pacotes de ensino diferentes para ajudar os alunos a concluírem seus objetivos” Opinias - Janeiro 2015
  • 18. Opinias - Janeiro 2015 1818181818 Graduação e Oportunidades O paulistano Flávio Ferreira é um exemplo de brasileiro que decidiu fazer a graduação na Austrália. Depois de cursar 2 anos de jornalismo no Brasil, começou o curso de filosofia em Sydney. “A diferença na metodologia de ensino é gigante. Enquanto no Brasil existem restrições sobre que matéria fazer, na Austrália há mais liberdade e opção”, disse. Em muitas universidades, as aulas, mesmo sendo integrais, acontecem de 3 a 4 vezes por semana. Mas, de acordo com Flávio, isso não significa que o trabalho do estudante é fácil. “Mesmo com uma carga horária de cerca de 3 horas por semana em cada matéria, é complicado. A responsabilidade fica toda com o aluno que, mais do que estudar, precisa aprender a administrar os estudos de forma eficaz e objetiva”, explica. Para quem sonha com a graduação na Austrália, uma boa notícia: é possível fazer um pacote estudantil com direito a 4 anos de visto. “No primeiro ano o aluno se dedica ao inglês, a alcançar um bom nível de escrita e se adaptar ao país”, explica Hugo. Depois desse período, o aluno passa cerca de 3 anos fazendo o curso. “Uma coisa bacana é que, depois de uma graduação de, no mínimo, 2 anos o aluno tem direito ao Temporary Graduate visa, o “485”, diz o diretor. O visto dá ao aluno recém-graduado a permissão de trabalhar na Austrália por 2 anos. Vale lembrar que, sem essa condição, brasileiros não são aptos a receberem vistos de trabalho. “Além das oportunidades, esse pacote também possui menos burocracia e a resposta é mais rápida do que seria para uma aplicação comum”, explica Hugo. Para Flávio, a graduação em outra cultura pode influenciar no desenvolvimento do aluno. “A formação em inglês possibilita ao estudante a embarcar na era da globalização, onde fronteiras são inexistentes para quem consegue se comunicar em outras línguas. O inglês, sendo uma das principais línguas no mundo, serve como porta de entrada para as mais diversas oportunidades”, comenta. A Austrália oferece não só oportunidades profissionais, mas também a chance de se desenvolver pessoal e culturalmente. “A todo momento existem festivais gratuitos na Austrália. Recentemente, o cantor brasileiro Seu Jorge fez um show em um parque público de Sydney. Existem também diversos museus, exposições e atividades que, para participar, basta querer”, comenta o diretor. Motivação A primeira dica para ser bem sucedido na terra dos cangurus é se perguntar o porquê da decisão. “Antes de decidir viajar, o estudante precisa entender seus motivos para mudar de país. O porquê de aprender a língua e quanto tempo pretende ficar”, comenta. O tempo é um fator a ser analisado. Se o estudante nunca estudou a língua, talvez seja interessante se programar para vistos maiores. “Muita gente que nunca aprendeu inglês acredita que ficará fluente em três meses. Isso é um erro. Se você nunca estudou, você vai precisar de pelo menos seis meses com a possibilidade de renovação”, explica Hugo. De acordo com o diretor, quem pretende retornar ao Brasil também precisa ficar de olho no planejamento. “Ficar mais de um ano fora pode complicar seu retorno ao mercado de trabalho”, comenta. “Nesse caso, é importante dedicar o período de intercâmbio a cursos que acrescentem habilidades essenciais à sua carreira”, completa. Independente do motivo, intercâmbio sempre agrega conhecimento aos alunos. “A universidade influenciou diretamente no desenvolvimento do meu inglês”, explica Flávio. “Eu me sentia capaz de acompanhar as aulas e fazer os trabalhos – mesmo com a dificuldade inicial. Com o tempo, lendo e escrevendo mais, participando de grupos de debates e apresentações individuais tudo ficou mais fácil”, completa. Para maiores informações sobre como viver a melhor experiência de sua vida, acesse: www.gooddayoz.com
  • 19. Opinias - Janeiro 2015 1919191919 Se você está de férias e buscando opções de lazer, poderá encontrar muitas alternativas visitando alguns sítios na internet. Selecionamos três indicações que poderão lhe ajudar a escolher um programa ou então apenas divertir-se navegando. Em SIGNIFICADO DOS NOMES, um passeio virtual pelas curiosidades envolvendo nomes de pessoas. No sítio MEMORIAL, você poderá conhecer um pouco desse importante point cultural paulistano e programar uma visita presencial. Em ADORO CINEMA, um mundo de informações para te ajudar a escolher o próximo filme que irá ver. Em todos os casos, a palavra é: DIVIRTA-SE! Por LUCIANA GOMES GIMENES Administradora de empresas e Coordenadora de compras São Paulo - SP lucianagg@uol.com.br Dicas e linksNETNETNETNETNET SIGNIFICADO DOS NOMES Se você tem curiosidade para saber o significado de seu nome, chegou ao lugar certo. Aqui você encontrará nomes e sua origem na mitologia, nas lendas e nas religiões, dentre outros. Este sítio reúne milhares de informações sobre o tema abrangendo nomes de várias nações e origens. Você também encontrará o significado de nomes bíblicos, indígenas ou relacionados a várias culturas e religiões. O site também se propõe a algumas curiosidades, tais como “sugerir” o significado dos nomes de acordo com a letra inicial, além de mostrar os sobrenomes mais frequentes em listas telefônicas, ou relacionar nomes que considera “estranhos”. Enfim... Visite, conheça e divirta-se! http://www.significado.origem.nom.br/ MEMORIAL O Memorial é um palco único e permanente para todos que desejam manifestar-se artística e cientificamente. É um espaço no conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer, plantado em 84.480 m², no bairro da Barra Funda, em São Paulo. É um convite permanente às manifestações artísticas e científicas latino-americanas, um apelo para que elas façam do conjunto arquitetônico do grande Niemeyer a sua casa em São Paulo. Faça uma visita virtual no link abaixo e se tiver oportunidade, vale a pena conhecer o local pessoalmente. Saiba tudo aqui e divirta-se! http://www.memorial.org.br/ ADORO CINEMA Um excelente site relacionado com a sétima arte. Com um designe cinco estrelas, Adoro Cinema reune milhares de informações sobre o tema, com excelente qualidade de conteúdo. Aqui você encontra de tudo o que acontece: trailers, análise de filmes, programação, biografias, entrevistas e informações sobre profissionais da área, lançamentos, matérias especiais sobre cinema, séries... Enfim, um mundo de informações que certamente agradarão aos amantes da arte cinematográfica. Visite, assista e divirta-se! http://www.adorocinema.com/
  • 20. Opinias - Janeiro 2015 2020202020 ooooo BBBBBRASILRASILRASILRASILRASIL dos acasosdos acasosdos acasosdos acasosdos acasos Por GEOVAH PAULO DA CRUZ Médico, Biólogo e Escritor Ribeirão Preto - SP geovahcruz@uol.com.br O primeiro grande acaso ocorrido entre nós foi a descoberta do Brasil. Embora haja controvérsias, um fato relevante é que a corrente marítima da África ruma do sul para o norte, costeando o continente africano. Deste modo, embarcações movidas a vento não tinham força suficiente para navegar contra esta corrente, o que as obrigava a buscar uma corrente descendente que as levasse para o sul, para contornar o Cabo da Boa Esperança, situado na África do Sul. Buscando esta corrente, as naus portuguesas acabaram atravessando o Atlântico enviesadamente de norte para sul, vindo a aportar na Bahia. Nesta hipótese, a teoria do acaso tem consistência. Significativo acaso foi a vinda da corte portuguesa para o Brasil. Jamais uma corte europeia, por mais insignificante que fosse o país, viria se instalar na América, ou em alguma outra colônia, fosse asiática, australiana ou africana. Isto seria impensável. Em decorrência deste acaso, o Brasil deixou de ser colônia e se beneficiou enormemente deste acontecimento. Além de ficar incluído na modernidade da época, igualando-se a países europeus, adquiriu soberania política e territorial, firmando-se como um País único e indivisível, com língua e fronteiras nacionais. Outro acaso foi o movimento nacionalista que gerou o ato institucional denominado “Fico”, quando D. Pedro I, brasileiro e carioca da gema, um tanto Macunaíma e de caráter tipicamente brasileiro, decidiu-se, como um herói burlesco, a ficar no Brasil como Príncipe Regente, para logo a seguir proclamar a Independência. O jovem príncipe não ia deixar suas mulatas, o clima tropical, as aventuras rocambolescas e o espírito libertário com que se formara. Tanto assim que talvez tenha morrido de saudade e nostalgia quando se viu obrigado a ir para Portugal reivindicar a coroa usurpada por seu irmão Miguel. Não aguentou o clima e talvez a depressão o tenha ajudado a morrer praticamente jovem. Um acaso muito favorável foi a descoberta de ouro e diamante no interior do País. De norte a sul, a cadeia de montanhas da Serra do Mar dividia geograficamente o País em dois: um litorâneo, estreito e insignificante e outro imenso, o planalto, em grande parte pobre em fertilidade da terra e noutra parte, montanhoso e inóspito. Quando o ouro e os diamantes se esgotaram nas minas, o planalto já estava ocupado pelo garimpeiro, agora vertido em pecuarista e mais tarde em agricultor.
  • 21. Opinias - Janeiro 2015 2121212121 Durante 450 anos de relativa pobreza agrícola, e ultimamente sustentada apenas pela monocultura do café e uma pecuária de baixo rendimento, a população estava sujeita a variações de abastecimento, produto de uma agricultura quase de subsistência e de um criatório ineficaz. Num ano faltava arroz, noutro não havia feijão, ora faltava carne, o leite praticamente desaparecia na entressafra, ora o frango era um produto nobre e raro. Aí de novo o acaso nos salvou. Dentro da política antimalthusiana do pós-guerra, prevendo-se que as populações cresceriam mais depressa do que os meios de produção, os norte-americanos iniciaram o que mais tarde veio a se chamar Revolução Verde, investindo maciçamente na ciência e na tecnologia, enquanto a Europa saia da devastação e se reorganizava. Aí veio a grande descoberta quase filosófica: a terra é só um suporte para a planta. Havendo sol e água, o resto se cria. Então a primeira lei agrícola foi estabelecida: as plantas cultivadas, especialmente os grãos, são frágeis demais para suportar um solo ácido, com pH abaixo de 4,5, sendo o ideal algo em torno de 5,5, quando vicejam e produzem abundantemente, em ciclos curtos de insolação, a primavera e o verão. Começaram moendo conchas marinhas para alcalinizar o solo e o resultado foi surpreendente. A seguir, experimentaram moer rocha calcária, que hidrolizada se torna hidróxido de cálcio, uma base. Esta base reage com o ácido da terra e o neutraliza. Pronto: estava inventada a agricultura moderna. Era só enriquecê-la com adubos. Neste mesmo tempo surgiu a soja, a leguminosa milagrosa. Onde está o acaso? Descobriu-se que a zona do cerrado brasileiro era rica em depósitos calcários, praticamente à flor da terra. Foi só começar a moer pedra calcária, espalhar o pó sobre os campos, e o solo ácido, sáfaro, mísero e inaproveitável do cerrado tornou-se o melhor vaso de cultivo agrícola, porque era vasto, plano, mecanizável e muito bem situado geograficamente. Depois disto, nunca mais passamos fome, desabastecimento, nem falta de comida, que se tornou farta e barata. Por causa desta alimentação, de 1950 até hoje a população brasileira teve um ganho enorme de sobrevida. Passou-se dos prováveis 40 a 50 anos, para os atuais 72 anos, e estamos a caminho dos 80 anos de vida média. E por estranho acaso, neste mesmo entretempo, Jânio Quadros renunciou e nos livramos dos nossos comunistas, o que nos manteve inseridos no mundo ocidental. Pena que apesar do Muro de Berlim e da Cortina de Ferro eles voltaram e não por acaso estão aí agarrados ao governo feito porcada magra faminta. Nessa série de acasos, aconteceu a mudança da capital para o planalto central, numa época absolutamente imprópria, levando-se gente do litoral para o interior pobre e atrasado. Logo a seguir veio a revolução agrícola da soja e do milho e a revolução da pecuária com os capins exóticos, particularmente a braquiária de origem australiana, e desde então nunca mais faltou leite, carne, ovos, e o frango salvou o Plano Real. Hoje somos respeitáveis abastecedores do mundo, com projeções para liderar este mercado. Viva o acaso! Não seria por acaso que Deus é brasileiro?
  • 22. Opinias - Janeiro 2015 2222222222 Por: MARLENE TEIXEIRA DE QUEIROZ SILVA Terapeuta Homeopata e Matemática Uberaba - MG mtqs@terra.com.br Princípio VITVITVITVITVITALALALALAL HOMEOPATIA É uma ciência com métodos terapêuticos que faz a aplicação clínica da Lei da Similitude, utilizando substâncias medicamentosas em doses infinitesimais. LEI DA SIMILITUDE De acordo com a Lei da Similitude, pode-se constatar que a cura depende totalmente da primária Lei da Homeopatia, “Simillia Similibus Curentur”. A Lei dos Semelhantes foi apresentada pela primeira vez por Hipócrates em (460 – 370 a.C.). “O que dá febre a um homem são, cura um homem doente”. Postura filosófico-científica de Hipócrates sobre a valorização do doente e não da doença, a observação da individualização e a clínica do indivíduo humano. Paracelso (1514-1564), químico experiente e competente, aceitava a teoria da “Força Vital”, conforme ensinamento de Hipócrates, mas não se limitava a aguardar as reações do organismo, procurando meios de estimulá-la. Nesse sentido, ele foi além dos efeitos dos medicamentos, buscando princípios ativos ocultos em cada substância para se chegar a medi- Marlene é mestre em matemática. Em seus estudos para tornar-se também uma terapeuta homeopata, criou e está aperfeiçoando um aplicativo para computadores que, baseado em cálculos matemáticos feitos a partir da anamnese dos pacientes, busca identificar o simillimum, ou o medicamento ideal para tratar as doenças através da homeopatia. Para compreendermos melhor ela apresenta algumas informações do seu projeto. camentos puros. Ele constatou que determinadas ervas e raízes apresentavam propriedades que provocavam adoecimentos e eram responsáveis pelo surgimento de doenças; buscou então a forma pura para o tratamento para esta enfermidade. Se por um lado Paracelso acreditava nessa forma, por outro, no século XVII Isaac Newton, na análise da Lei da Gravitação Universal, mostra a relação permanente dos semelhantes, que se lê em sua obra Principia “Simila Similibus”. Hahnemann, sensibilizado com as observa- ções de pesquisadores que o precederam e com registros na Matéria Médica de Dr. Willian Cullen sobre a toxicologia da substância química China e de sua semelhança com os sinais e sintomas da malária, iniciou seu uso em pacientes com esta doença, o que o permitiu estabelecer a Lei dos Semelhantes. SIMILLIMUM O Simillimum é a denominação dada ao medicamento que cobre a sintomatologia do indivíduo humano nos seus mais amplos e completos aspectos, a longo ou curto prazo. Este medicamento dentre os ministrados é o que mais similitude teria ao indivíduo tratado, sendo ideal por excelência para a cura e o equilíbrio do indivíduo adoecido. É o medicamento que produz a cura homeopática e o equilíbrio energético do indivíduo tratado. O Simillimum representa a esperança de cura do indivíduo doente e constitui o medicamento cujos sintomas totais apresentados pelo doente têm correspondência na respectiva patogenesia desencadeada por um remédio. Tal definição, juntamente com a cura e equilíbrio destes seres, suscitou uma pesquisa envolvendo, não só o tema Homeopatia, mas, especificamente, o Simillimum que, mais do que
  • 23. Opinias - Janeiro 2015 2323232323 nunca, fortalece a ideia de associação da totalidade de características dos indivíduos humanos com a totalidade de características dos medicamentos. Nessa perspectiva, buscaram-se conhe- cimentos de cálculos matemáticos, com a finalidade de determinar um caminho que, aliado aos conhecimentos de Homeopatia, permitisse encontrar o Simillimum de cada indivíduo humano. Assim, desenvolveu-se um aplicativo compu- tacional para determinar de forma simples o Simillimum e consequentemente viabilizar o equilíbrio e, principalmente, a cura do indivíduo humano. O programa criado é simples e de fácil manuseio. Recebeu a denominação de Princípio Vital, e sua finalidade é auxiliar os profissionais envolvidos com a Homeopatia a encontrar, de maneira eficiente e rápida, o Simillimum da pessoa sob seus cuidados. O Simillimum é o medicamento ideal e único, pois a totalidade de suas características é semelhante à totalidade de características do indivíduo humano a ser tratado, conforme a Lei máxima da Homeopatia “Semelhante cura semelhante”. Se por um lado, algumas dificuldades como a escassez de material foram sanadas na determinação do Simillimum dos indivíduos humanos a ser tratados, por outro, buscou-se auxílio de outras áreas, como os cálculos matemáticos, por exemplo, que suscitaram um estudo prévio do aplicativo “Princípio Vital”. Dessa forma, da unificação de conhecimentos matemáticos, de informática e de Homeopatia, surgiu o desenvolvimento deste aplicativo. A ideia da elaboração do aplicativo “Princípio Vital” surgiu da necessidade de métodos mais eficazes e rápidos na descoberta do Simillimum e em decorrência de observação da estagnação tecnológica da Ciência da Homeopatia, em comparação com outras Ciências, como a Medicina Alopática, a Odontologia, a Veterinária e principalmente a indústria Farmacêutica. Nesse sentido, percebeu-se que houve uma interferência positiva da tecnologia quântica, Nuclear e informática, no que se refere às ciências: Medicina Alopática, Odontologia, Medicina Veterinária, Indústria Farmacêutica dentre outras, enquanto a Homeopatia permaneceu sem o benefício destas tecnologias. Isso significa que a integração de ideias não foi concretizada e que a Homeopatia continuou nos métodos e técnicas estabelecidos em meados século XIX. PRINCÍPIO VITAL O Princípio Vital, é um aplicativo compu- tacional desenvolvido para auxiliar o terapeuta homeopata a identificar o Simillimum do indivíduo humano. Este aplicativo é constituído por um banco de dados, identificação do profissional, cadastro do cliente/paciente, investigação homeopática (anamnese), medicamentos (Aba auxiliar – consulta), Relatório de Resultado (com: Simillimum; Simillimum momentanum; Miasma; Miasma momentâneo; Medicamentos Antídotos, Complementares, Incompatíveis e que seguem ao Simillimum; Sugestão de repertorização para a queixa atual), Matéria médica para consulta e se necessário fazer a correlação com o Simillimum encontrado e uma enciclopédia para consulta. É por meio da investigação homeopática que se obtém os sinais e sintomas do cliente/paciente em atendimento. Nesse caso, pode-se afirmar que o aplicativo, ao receber as informações fornecidas pelo terapeuta, as processa no seu banco de dados, visando a escolha do Simillimum. Se o profissional tiver dúvidas quanto à escolha, recorrerá à opção da ferramenta “Medicamentos homeopáticos”. Verificada a correlação de semelhança entre cliente e o medicamento, concluirá que o medicamento é o Simillimum. Dessa forma, pode-se dizer que de acordo com as respostas positivas dos clientes tratados, o Princípio Vital tem se mostrado um aplicativo eficiente, determinando o Simillimum verdadeiro para equilíbrio e cura, como estabelecido na Lei da Similitude. Dada a importância do Simillimum é possível que este aplicativo possa contribuir com uma minúscula chama para iluminar os caminhos obscuros que muitos profissionais ainda irão trilhar no exercício da Ciência da Homeopatia, em atendimento aos indivíduos humanos adoecidos. www.principiovital.com.br Em fase final de revisão, o aplicativo PRINCÍPIO VITAL estará disponível em breve para profissionais da homeopatia e para o público em geral.
  • 24. Por ALINE ANDRUSKEVICIUS Advogada e Estudante de Medicina São Paulo - SP rsna@globo.com LIBERDADE de expressão marcada Os militares invadiram as ruas e o Brasil foi manchado. Jornalista, escritor ou cantor só escrevia o que era mandado. A censura lançada e nem tudo era publicado. Os espertos, a língua portuguesa, manipulavam de formas arriscadas. Os descobertos, se houvesse tempo, fugiam senão eram torturados. Muitas mortes até hoje não foram explicadas. O comando militar em seu posto foi colocado. Os políticos responsáveis saíram em retirada. A sociedade com respeito foi tratada. A censura ficou calada. A liberdade de expressão determinada. Mas então, o desrespeito foi questionado. O limite foi colocado. O negro, o pobre, o loiro não pode ser descriminado. Charge publicada Allah, Deus, Maomé intitulada Sem respeito foi marcada Com morte apresentada Islã foi acusado Do terrorismo apontado Na defesa do Deus publicado Comoção nacional e “eu sou Charlie” foi marcado Não, a violência é falada Islã incriminado Bomba no lugar de turbante deve ser piada Estrela na bunda de Maomé deve ser engraçado Nossa Senhora chutada Banana no campo lançada Somos macacos foi publicado O pobre contestado Não a censura deve ser lançada Com liberdade de expressão controlada Se tudo quer ler e escrever não se sinta agredido Quando alguém publicar o que te faz ofendido