2. 3. “Se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o
entre ti e ele somente; se te ouvir, ganhaste a teu
irmão.
Então, Pedro aproximando-se dele disse:
- Senhor, até quantas vezes pecará o meu irmão
contra mim, para que eu lhe perdoe? Será até sete
vezes?
Respondeu-lhe Jesus:
- Não te digo que até sete vezes, mas até setenta
vezes sete.” (Mateus, XVIII: 15, 21, 22)
Bem-Aventurados os Misericordiosos
3. Bem-Aventurados os Misericordiosos
A misericórdia é o complemento da mansuetude,
pois os que não são misericordiosos também não são
mansos e pacíficos.
Allan Kardec
4. Bem-Aventurados os Misericordiosos
Por que os misericordiosos alcançarão a misericórdia?
Porque nós somos regidos pela lei de causa e efeito,
estabelecida pela sabedoria divina, assim do modo
como agimos para com os outros, do mesmo modo
agirão para connosco.
5. A misericórdia consiste no esquecimento e perdão
das ofensas.
Allan Kardec
Bem-Aventurados os Misericordiosos
Perdão e esquecimento devem significar a mesma
coisa?
6. Para muitos, o perdão significa renunciar à vingança,
sem que o ofendido precise esquecer plenamente a
falta do seu irmão.
Mas para o Espírito evangelizado, perdão e
esquecimento devem caminhar juntos, embora
prevaleça para todos os instantes da existência a
necessidade de oração e vigilância.
Aliás a própria lei da reencarnação nos ensina que só
o esquecimento do passado pode preparar a
alvorada da redenção.
Espírito Emmanuel in O Consolador
Bem-Aventurados os Misericordiosos
7. As pessoas que não desejam perdoar, ou pensam ser
impossível fazê-lo, são “sempre inquietas de uma
sensibilidade sombria e amargurada”.
Allan Kardec
Bem-Aventurados os Misericordiosos
Há duas maneiras bem distintas de perdoar:
Uma é verdadeiramente generosa, sem segunda
intenção, tratando com delicadeza o amor-próprio e
a susceptibilidade do adversário, mesmo quando a
culpa foi inteiramente dele.
Allan Kardec
8. Bem-Aventurados os Misericordiosos
A outra é quando ofendido, ou aquele que assim
se julga, impõe condições humilhantes ao
adversário, fazendo-o sentir o peso de um perdão
que irrita, em vez de acalmar. Se estende a mão, não
é por benevolência, mas por ostentação, a fim de
poder dizer a todos:
-Vede quanto sou generoso!
Allan Kardec
9. Bem-Aventurados os Misericordiosos
Esta é uma história de respeito ao ser humano e
aconteceu entre dois dos três maiores tenores que
encantaram o mundo cantando juntos: Plácido
Domingo, José Carrera e Luciano Pavarotti, que
morreu em Setembro de 2007.
Plácido Domingo (madrileno) e José Carrera (catalão),
por motivos políticos, em 1984 tornaram-se inimigos
e só aceitavam cantar mediante um contrato que
garantisse que o adversário não estivesse presente.
Mas um adversário ainda maior apareceu para
Carreras. Em 1987 foi surpreendido por um terrível
diagnóstico: leucemia.
10. Bem-Aventurados os Misericordiosos
Submeteu-se a diversos tratamentos, fez
transplante de medula óssea e era obrigado a
viajar mensalmente até os Estados Unidos para um
tratamento de transfusão de sangue. Sem poder
trabalhar e já tendo dilapidado quase toda a sua
fortuna, estava em dificuldades quando soube de
uma fundação em Madrid chamada “Formosa”,
que apoiava doentes com leucemia.
11. Bem-Aventurados os Misericordiosos
Nesta Fundação Carreras conseguiu vencer a doença,
voltou a cantar e a receber os altos caches que
merecia. Resolveu associar-se a esta fundação para
ajudar mais pessoas e, para sua surpresa, descobriu
que o fundador da mesma era nada menos que
Plácido Domingo, que, a havia fundado
propositadamente para o ajudar, pedindo o
anonimato para não humilhá-lo.
12. Bem-Aventurados os Misericordiosos
Num concerto de Plácido Domingo em Madrid,
Carreras interrompeu a sua actuação, subiu ao palco
e, humildemente, ajoelhou-se a seus pés. Pediu
desculpas e agradeceu publicamente.
Quando Plácido foi indagado por uma repórter de
Qual o motivo tinha feito aquilo, respondeu:
“Porque uma voz como aquela não poderia perder-
se.”
13. Bem-Aventurados os Misericordiosos
Perdoar misericordiosamente, é olhar para o ofensor,
afastando de si a mágoa, ou ressentimento,
auxiliando-o , se e quando houver oportunidade.
“Perdoai para que Deus vos perdoe”, é o título do
comentário de Kardec, lembrando-nos que todos nós,
Espíritos imperfeitos, sujeitos a erros, enganos e
omissões, precisamos aprender a perdoarmo-nos,
mutuamente, a fim de que Deus nos possa perdoar,
dando-nos novas chances de reparação desses erros,
enganos e omissões.
15. Bem-Aventurados os Misericordiosos
A morte , como se sabe, não nos livra dos inimigos. Os
Espíritos vingativos perseguem sempre com o seu
ódio, além da sepultura, aqueles que ainda são
objecto do seu rancor.
Allan Kardec
O Espírito mau espera que aquele a quem quer mal
esteja encerrado em seu corpo, e assim menos livre,
para mais facilmente o atormentar atingindo-o nos
seus interesses ou nas suas mais caras afeições.
Allan Kardec
16. Mas se o adversário não estiver de acordo com o
desejo de reconciliação?
Quando a dureza do adversário torna impossível a
conciliação, resta-nos pedir a Deus que lhe abrande o
coração, certos de que fizemos a nossa parte.
Bem-Aventurados os Misericordiosos
17. Bem-Aventurados os Misericordiosos
Esforcemo-nos para tornar os relacionamento
difíceis em relacionamentos agradáveis, os
adversários em amigos, praticando o perdão, sempre
que houver desentendimentos, “para assim se
extinguirem, antes da morte, todos os motivos de
desavença, toda a causa profunda de animosidade
posterior.”.
Allan Kardec
18. Bem-Aventurados os Misericordiosos
O sacrifício mais agradável a Deus, é o dos próprios
ressentimentos, que antes de pedir perdão a Deus, é
preciso que se perdoe aos outros .
Não adianta considerarmo-nos cristãos, aceitar os
princípios formulados por Jesus, se não houver o
esforço para vivenciar esses ensinos no dia a dia, se
não houver uma melhoria de sentimentos,
pensamentos e acções, se não houver uma
transformação para uma pessoa melhor.
19. Bem-Aventurados os Misericordiosos
O sacrifício mais agradável a Deus, é ter a capacidade
da indulgência para com os opositores, é não
ofendermos ninguém e não nos sentirmos
ofendidos.
Assim fazendo, com a vontade de ter, um dia, uma
consciência tranquila e paz no coração, vamos, como
podemos, manter essa atitude de não nos sentirmos
ofendidos, magoados com alguém, não somente
quando em oração, mas o mais frequente possível,
porque esse é o sacrifício mais agradável a Deus e o
mais benéfico para nós, homens da Terra e Espíritos
em desenvolvimento.
Misericórdia, é o sentimento de dor e solidariedade em relação a alguém que sofre que se manifesta pelo ato concreto de manifestação desse sentimento, como o perdão; indulgência..etc
O misericordioso se apieda, se condói, dos sofrimentos alheios, buscando auxiliá-los, mas também pratica esse sentimento, no perdão às ofensas, quando esse perdão vem da compreensão das fraquezas humanas, dos sentimentos frustrados, da necessidade de ser amado, que todos nós temos dentro de nós.
Este perdão nada tem a ver com o perdão ensinado por Jesus, por ser apenas uma maneira de satisfazer o orgulho do que se julga ofendido.
Este perdão nada tem a ver com o perdão ensinado por Jesus, por ser apenas uma maneira de satisfazer o orgulho do que se julga ofendido.
O obsedado e o possesso, são pois quase sempre, vítimas de uma vingança anterior, a que provavelmente deram motivo da sua conduta.
A misericórdia é o complemento da mansuetude, pois os que não são misericordiosos também não são mansos e pacíficos.