[1] O documento discute as teorias construtivistas de Piaget e Emilia Ferreiro sobre a alfabetização e aprendizagem da criança. [2] Ferreiro criticou a alfabetização tradicional por dar ênfase aos aspectos motores em vez dos conceitos da escrita. [3] Ela também destacou que a alfabetização deve estar ligada ao letramento e que as crianças passam por quatro fases no aprendizado da leitura e escrita.
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Psicogênese da língua escrita segundo maria emilia ferreiro
1. Estudos da aluna Roseli Parré
Professora Tutora: Regina Aparecida Ragazzi
Unidas Professor Toledo
Pedagogia 5° semestre
Março de 2012
2. “Um dos maiores danos que se pode causar a uma criança é
levá-la a perder a confiança na sua própria capacidade de
pensar”
Maria Emilia Ferreiro
3. As pesquisas de Emilia Ferreiro, que estudou e
trabalhou com Piaget, concentram o foco nos
mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à
escrita. De maneira equivocada, muitos
consideram o construtivismo um método.
4. Tanto as descobertas de Piaget como as de Emilia
levam à conclusão de que as crianças têm um
papel ativo no aprendizado. Elas constroem o
próprio conhecimento - daí a palavra
construtivismo.
A principal implicação dessa conclusão para a
prática escolar é transferir o foco da escola - e da
alfabetização em particular - do conteúdo
ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o
aluno.
5. O princípio de que o processo de conhecimento
por parte da criança deve ser gradual corresponde
aos mecanismos deduzidos por Piaget, segundo
os quais cada salto cognitivo depende de uma
assimilação e de uma reacomodação dos
esquemas internos, que necessariamente levam
tempo.
É por utilizar esses esquemas internos, e não
simplesmente repetir o que ouvem, que as
crianças interpretam o ensino recebido.
6. Para o construtivismo, nada mais revelador do
funcionamento da mente de um aluno do que
seus supostos erros, porque evidenciam como
ele "releu" o conteúdo aprendido. O que as
crianças aprendem não coincide com aquilo
que lhes foi ensinado.
7. Emilia Ferreiro critica a alfabetização
tradicional, porque julga a prontidão das
crianças para o aprendizado da leitura e da
escrita por meio de avaliações de percepção
(capacidade de discriminar sons e sinais, por
exemplo) e de motricidade (coordenação,
orientação espacial etc.).
8. Dessa forma, dá-se peso excessivo para um
aspecto exterior da escrita (saber desenhar as
letras) e deixa-se de lado suas características
conceituais, ou seja, a compreensão da
natureza da escrita e sua organização. Para os
construtivistas, o aprendizado da alfabetização
não ocorre desligado do conteúdo da escrita.
9. Segundo Emilia Ferreiro, a alfabetização também
é uma forma de se apropriar das funções sociais
da escrita.
De acordo com suas conclusões, desempenhos
díspares apresentados por crianças de classes
sociais diferentes na alfabetização não revelam
capacidades desiguais, mas o acesso maior ou
menor a textos lidos e escritos desde os primeiros
anos de vida.
10. Na sua opinião, há alguma diferença entre
letramento e alfabetização?
É possível alfabetizar sem letrar e letrar sem
alfabetizar?
14. Curiosamente, as críticas que Ferreiro teceu à
Educação Brasileira em 2006 - ou seja, há 6
anos - continuam atuais e eminentes.
15. De acordo com a teoria exposta em
Psicogênese da Língua Escrita, toda criança
passa por quatro fases até que esteja
alfabetizada:
16. pré-silábica: não consegue relacionar as
letras com os sons da língua falada;
17.
18. Silábica: interpreta a letra a sua maneira,
atribuindo valor de sílaba a cada uma;
19. silábico-alfabética: mistura a lógica da fase
anterior com a identificação de algumas
sílabas;
20.
21. alfabética: domina, enfim, o valor das letras
e sílabas.
22.
23. "...a aprendizagem da leitura e da escrita não se dá
espontaneamente; ao contrário, exige uma ação
deliberada do professor e, portanto, uma
qualificação de quem ensina. Exige
planejamento e decisões a respeito do tipo,
frequência, diversidade, sequência das
atividades de aprendizagem. Mas essas decisões
são tomadas em função do que se considera como
papel do aluno e do professor nesse processo; por
exemplo, as experiências que a criança teve ou
não em relação à leitura e à escrita. Incluem,
também, os critérios que definem o estar
alfabetizado no contexto de uma cultura” (grifo
nosso).