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Em 25 de novembro de 2010, a Igreja Batista em Campo Grande – IBCG
completou 80 anos de existência, Jubileu de Carvalho. Tivemos uma
Comissão Especial comandada com muito esmero pela irmã Renata Dias
que, junto com os demais pares da Comissão, fez um excelente trabalho
para Deus e aos quais agradecemos.
    Foram meses de árduo trabalho e preocupações, porém com muita fé
que Deus estava e sempre continuará no controle de todas as coisas, e com
muita determinação, todos os preparativos para as comemorações dos
80 anos foram realizados.
    Em tempo récorde, os historiadores Paulo Julião e Fábio Gomes conse-
guiram resgatar muito da história de nossa igreja e, de maneira especial, o
Seminarista Alexandre Duarte nos presenteou com uma bela diagramação
e composição gráfica aos quais também agradecemos.
    Agora, temos a grata satisfação e o privilégio de fazer a apresentação
deste extraordinário documentário da Igreja Batista em Campo Grande –
Recife, PE – Brasil, organizada através da iniciativa de 29 irmãos, em 25 de
novembro de 1930.
    Hoje, contamos com mais de 400 membros, inúmeros congregados e
vários ministérios que estão prestando um bom serviço ao Senhor Jesus.
    Que Deus seja engrandecido por tudo o que nossa igreja já fez e ainda
fará daqui para frente.

   No Cristo Vivo,
   Francisco Dias da Silva Filho
   Pastor Presidente.




                                     2
“E sobre esta pedra edificarei a minha igreja.”
                         (Mateus 16.18b)




                   80 anos de vitórias
           da Igreja Batista em Campo Grande

Contexto histórico
    25 de novembro de 1930. Nessa data Deus resolveu começar mais
uma excelente obra na terra. Mas, antes de relatarmos essa História divi-
na que nos propomos a descrever, iremos mostrar um pouco do momento
histórico em que esse trabalho teve início.
    Em outubro de 1930, após anos vivendo em um país governado por
oligarquias paulistas e mineiras, Getúlio Vargas assume a presidência do
Brasil através de uma estratégia política, com apoio de alguns Estados
que estavam cansados de se submeterem a agricultores e pecuaristas de
São Paulo e Minas Gerais. Nesse período, um pouco antes da chegada de
Vargas à Presidência, eram inúmeras as perseguições contra os evangéli-
cos no Estado de Pernambuco.
    Desde 1891, quando entrou em vigor a primeira Constituição Repu-
blicana, a Igreja Católica deixou de ser uma instituição ligada ao Estado,
o que provocou um enfraquecimento político, religioso e educacional na
Igreja Romana no Brasil. Isso levou a referida instituição a adotar práticas
para conter o crescente número de fiéis que abandonavam efetivamente
a religião romanista. Algumas dessas foram as intensas perseguições con-
tra evangélicos no Estado de Pernambuco. Templos eram depredados,
pregadores eram vigiados, inclusive pela polícia; em algumas empresas
os funcionários eram demitidos ou quando iam à procura de emprego
e se identificassem como um crente em Jesus Cristo não alcançavam a
vaga almejada. O então Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife se
                                     3
mostrava um líder conservador que perseguia
                         abertamente, muitas vezes com o apoio do
                         Estado, todos os credos e filosofias contrários
                         aos princípios católicos.
                             Mas, ao longo da História, percebemos que
                         Deus decide fazer a sua obra em momentos
                         que achamos difíceis ou até impossíveis aos
                         olhos humanos. Esse foi o contexto que o Es-
                         pírito Santo resolveu desafiar o coração de
algumas pessoas para iniciar uma obra tão bela que com muitas lutas,
mas também com inúmeras vitórias, completa 80 anos no dia 25 de no-
vembro de 2010.

Tem início o sonho

    A Igreja Batista em Campo Grande foi organizada em 25 de novembro
de 1930 na Rua São Caetano nº 27 no bairro de Campo Grande por 18
mulheres e 11 homens sob a direção do Senhor Jesus Cristo. Hoje, todos
os membros organizadores já estão na glória do Pai, mas vale relembrar
alguns dos nomes que conseguimos identificar em documentos encon-
trados: Diácono Francisco Gregório (posteriormente foi ordenado e se
tornou o primeiro pastor da Igreja), Quitéria Ferreira, Eugênia Ferreira,
Artur Carneiro Ferreira, Antonia Ferreira, Elmo Ferreira, Vicente Serrano,
Líbia Serrano, João Marques da Silva, Maria Marques, Ester Marques,
Creuza Marques, Ezequiel Marques, Maria Marques Filha, Maria Quei-
roz, Maria Góia, Olice Góia, Napoleão Pereira, Joaquim Taurino Rocha e
José Ferreira.
    As 29 pessoas que iniciaram o trabalho e decidiram ouvir o chamado
divino de saírem da Igreja Batista do Espinheiro, passaram a trabalhar no
sentido de levar a palavra de Deus para um bairro que possuía inúmeros
terreiros das mais diversas manifestações de religiosidades. É claro que
não foi uma obra simples de ser desenvolvida. Além das perseguições
sofridas por parte do Estado, da Igreja Católica e de empresários locais,
trabalhos satânicos eram feitos na tentativa de frear o sonho que Deus
tinha plantado aqui em nosso bairro.
    Percebendo que não era algo simples, nossos primeiros irmãos resol-
veram arregaçar as mangas no sentido de não esmorecerem e tocar de
fato a obra de Deus. Através de muita oração e de muita ação o Espírito
Santo foi resgatando do reino das trevas mais e mais pessoas que aos
poucos iam somando aos vinte e nove membros iniciais. Isso encorajava
os primeiros missionários, pois a cada dia reconheciam que o trabalho no
Senhor não é vão. Crescendo o número de fiéis, a casa na Rua São Caeta-
no foi ficando pequena e, mesmo em uma comunidade que não possuía
                                    4
muitos recursos, Deus novamente os desafiou, dessa vez a procurar um
local mais amplo para receber as novas ovelhas que iam se juntando ao
rebanho campograndense.
    Já naquela época, nossos irmãos sabiam que os recursos para fazer a
obra divina já existiam, só precisaríamos perguntar ao Senhor Jesus, onde e
como iríamos obter. Confiando nessa promessa, foi comprada uma casa na
Rua Pretextato Maciel nº 67, no bairro de Campo Grande, entusiasmando
cada vez mais os irmãos a se empenha-
rem na obra de Deus.
    Nesse novo endereço o trabalho con-
tinuou sendo ampliado. Já no ano de
1934, na liderança do Pastor Francisco
Gregório, nossa Igreja estava entre as
cinco que mais contribuíam para o pe-
riódico O Batista Pernambucano, pois o
referido líder entendia que além de ser
um órgão divulgador do trabalho batis-
ta, era um método de se alcançar mais pessoas para Cristo.
    Com esse mesmo objetivo, no ano de 1935 foi organizada uma escola
popular onde 116 crianças das adjacências aprenderam a ler, escrever, fi-
zeram trabalhos manuais, escutaram a palavra de Deus e entoaram hinos
ao Senhor, lhe rendendo graças, sob a liderança da professora Dolores
Martins a quem O Batista Pernambucano de março daquele mesmo ano
chamava de incansável, pois realizava o trabalho de Cristo sem medir
esforços. Vale ressaltar que as circunstâncias que aquelas crianças foram
alfabetizadas e instruídas biblicamente, eram precárias. Estamos falando
dos anos de 1930, onde os recursos para a educação eram escassos, o nú-
mero de mestres era reduzido, as pessoas não possuíam muitas Bíblias,
e o interesse pela leitura, qualquer que fosse, não era um hábito comum
da população recifense.
    Como nossos primeiros irmãos se mostravam preocupados com a ex-
pansão do trabalho de Cristo não só em Campo Grande, mas em todo o
Estado, os pioneiros da igreja plantaram uma nova obra numa cidade do
interior de Pernambuco. Desse novo projeto de Deus surge a Primeira
Igreja Batista em Aliança. Inicialmente contava com 14 irmãos que pe-
diram carta de transferência da Igreja Batista em Campo Grande, sendo
inaugurada às 18 horas do dia 28 de abril do ano de 1935, pelo Pastor
Francisco Gregório, sob a direção do Espírito Santo. O trabalho tem dado
frutos que permanecem, colaborando com o crescimento do Reino de
Deus, graças aos nossos irmãos daquela cidade que desde o início do
projeto se preocuparam em cumprir o mandamento do Mestre.
    Mas, como dissemos anteriormente, o trabalho de Deus não é fácil.
O inimigo nunca ficará satisfeito em ver a obra do Senhor dando frutos
                                    5
ao resgatar pessoas das trevas para o conví-
                            vio com a Maravilhosa Luz. Em 1937, Getúlio
                            Vargas dá um Golpe de Estado implantan-
                            do o Estado Novo no Brasil. Para governar
                            Pernambuco foi designado o interventor
                            Agamenon Magalhães, católico fervoroso,
                            anti-semita, e que em seus discursos e atos
                            se mostrava com tendência para as propostas
                            fascistas. Com um interventor apresentando
essas características, o trabalho de Deus em Campo Grande passou a
ser perseguido de forma mais enfática.
    Só que aquele que começou a boa obra na vida de nossa igreja não
iria abandoná-la pelo fato de os oposicionistas do trabalho divino terem
aumentado suas perseguições. A igreja, mesmo enfrentando diversas di-
ficuldades, continuava com seus trabalhos de evangelismos locais, es-
colas populares para as crianças, financiamento de obras missionárias e
atendimento a pessoas que, mesmo sem serem membros da comunidade,
procuravam ajuda, pois acreditavam que esse era um local onde podiam
encontrar algum amparo espiritual e também material.
    Mas aprouve a Deus que no ano de 1945 Agamenon Magalhães dei-
xasse a interventoria de Pernambuco. Esse era também o ano que tivera
fim à segunda Guerra Mundial e a partir daí irmãos dos Estados Unidos
da América retomaram o financiamento de missões do trabalho batista
pernambucano, facilitando a expansão da obra de Deus.
    Talvez, por razão desse período turbulento na história de Pernambu-
co entre a década de 1930 e 1950 é que temos um hiato histórico dos
fatos ocorridos na missão campograndense, uma vez que só sabemos que
os que sucederam ao Pr. Francisco Gregório foram os pastores Manuel
Euclides da Cunha e Oséias Dias. Porém, não conseguimos obter docu-
mentos que narram sobre como foi o ministério desses dois pastores, mas
apenas os seus nomes.
    A partir de 1955 a missão campograndense novamente teve um
grande impulso. Agora já na liderança do Pastor Severino Cardoso da
Silva.
                                     O Pastor Cardoso nasceu em 20 de
                                  outubro de 1910 e ainda muito jovem
                                  encontrou-se com Jesus através da men-
                                  sagem do Pastor Severino Batista.
                                     Aos 28 anos casou-se com a jovem
                                  Dinorah Lima da Silva, no dia 11 de fe-
                                  vereiro de 1938, com quem teve 10 fi-
                                  lhos. Ingressou no Seminário Teológico
                                  Batista do Norte do Brasil para fazer o
                                   6
curso de Teologia e foi examinado para o exercício do ministério pastoral
em 26 de dezembro de 1941, a pedido da Igreja Batista do Feitosa, Recife
– PE, onde exerceu seu primeiro ministério.
    Estiveram presentes em seu Concílio pastores ilustres da história ba-
tista, tais como: José Lins de Albuquerque, Lívio Lindoso, Munguba So-
brinho, Antonio Marques Lisboa Dorta, John Mein, dentre outros.
    Pastor Cardoso foi um incansável amigo de suas ovelhas e um grande
pregador da Palavra de Deus. Ele gostava de realizar muitas séries de
conferências evangelísticas para pregar o evangelho, tanto em Pernam-
buco quanto por outros Estados.
    Foi em uma dessas séries de pregações fora do estado que Deus o
usou como canal para levar a palavra ao menino José Almeida Guima-
rães que, posteriormente, viria a se tornar Pastor, Secretário Executivo do
campo Pernambucano e Pastor das Igrejas Batista da Concórdia e Capun-
ga, onde até hoje é Pastor Emérito daquela Igreja.
    Em seu pastorado à frente da Igreja Batista em Campo Grande, o
Pastor Cardoso promoveu vários trabalhos de alfabetização na comuni-
dade, através das escolas populares, que se mostrava como um excelente
método para a capacitação de crianças, jovens e adultos, bem como um
meio de levar a palavra de Cristo às pessoas.
    A preocupação não só com a saúde espiritual mas também com o ma-
terial fez com que a nossa igreja passasse a fazer doações para o Hospital
Evangélico, como continua fazendo em nossos dias. Essa era também
uma forma que o Pastor Severino Cardoso entendia que poderia con-
tribuir com o crescimento do trabalho de Cristo. Outro exemplo para
ilustrar como nossa igreja já possuía uma visão expansionista nesse pe-
ríodo, foi a organização da Igreja Batista na Vila do IPSEP Às 19h30min
                                                             .
do dia 8 de Dezembro de 1959, aquela que por muitos anos tinha sido
uma extensão nossa naquele bairro, se tornou uma comunidade cristã
independente produzindo muitos frutos e colaborando com o trabalho
divino para honra e glória do Senhor Jesus.
    Grande era o avivamento do Espírito Santo naqueles dias. Não es-
tamos tratando aqui de movimentos emocionalistas que levam muitas
pessoas a buscarem igrejas que pregam prosperidade em nossos dias.
Estamos falando de um movimento sólido, baseado na pregação da Pa-
lavra de Deus, no louvor de hinos que verdadeiramente exaltavam o
nome do Senhor, no empenho em que muitos irmãos saíam às ruas para
anunciarem o Evangelho de Cristo, e nos diversos métodos baseados
unicamente na nossa regra de fé e prática – a Bíblia Sagrada – que eram
utilizados para o engrandecimento do Reino de Deus naquele período.
    Esse avivamento levou ao aumento do número de membros em nos-
sa igreja e o prédio da Rua Pretextato Maciel nº 67, que por tantos
anos serviu a essa célula do Reino Celeste aqui na Terra, foi ficando
                                    7
pequeno para o crescente do trabalho de
                            Cristo naquele local. Restava então ao Pastor
                            Severino Cardoso orar a Deus para que lhe
                            mostrasse e confirmasse no coração da igreja
                            as providências a serem tomadas. E não de-
                            morou muito. Quando uma comunidade de
                            fé se propõe a ficar na dependência do Espí-
                            rito Santo a vitória é certa.
                                Em 10 de abril de 1962, numa sessão re-
gular administrativa, Deus teria confirmado a sua vontade de a igreja
adquirir o terreno pertencente ao Sr. João Lira, localizado na Estrada
de Belém 1838 no bairro de Campo Grande – Recife (nosso endereço
atual). O então pastor teria dado um sinal no valor de C$ 160.000,00,
pagando no mês seguinte a quantia de C$ 640.000,00, quitando toda
a dívida, quando então a escritura do
terreno foi passada para o nome da
igreja. Era o Espírito Santo agindo. Os
irmãos orando, trabalhando em con-
junto com a liderança e confiando que
a vitória seria sempre daqueles que en-
tregam o caminho ao Senhor e confiam
Nele, sabendo que tudo Ele fará. Com
mais uma etapa da vontade de Deus
sendo iniciada na vida da nossa comunidade, cabia então aos irmãos
se organizarem, principalmente em oração para Deus os direcionar nas
decisões a serem tomadas com o novo terreno.
    E foi o que fizeram. Tendo Cristo na liderança, nossos irmãos, em 16
de novembro de 1963, designaram uma comissão de construção que to-
maram as medidas cabíveis para o início das obras no novo terreno. No
dia 27 de setembro de 1964 a igreja lançou a pedra fundamental do novo
templo e desde então a Igreja Batista em Campo Grande está localizada
no último endereço citado.
                                       Era um local humilde. O primeiro
                                    prédio do templo ficava onde hoje é
                                    o nosso berçário, espaço apertado na
                                    visão de alguns, mas aconchegante
                                    na visão de outros que tinham uma
                                    visão divina, bem mais ampliada da-
                                    quilo que Deus pretendia fazer na
                                    Igreja Batista em Campo Grande.
    Voltando a falar sobre nossa visão missionária, na década de 1960 de-
mos mais alguns passos para a expansão do Reino de Deus aqui em Reci-
fe. Em 07 de junho de 1963 transformamos nossa então congregação no
                                   8
bairro do Pina em uma igreja e em 13 de outubro de 1964 já estávamos
discutindo a abertura de uma nova congregação na Cidade dos Órfãos –
hoje, Cidade de Deus. Era nossa igreja na liderança do Pastor Severino
Cardoso cumprindo o “ide” de Cristo e anunciando o evangelho, não
apenas para fazer crescer o número de membros no novo templo, cons-
truído em 1964, mas com uma visão de que a mensagem divina deveria
ser levada para onde o Espírito Santo lhe desse a direção. A frase predi-
leta do Pastor Cardoso, quando chegava a alguma cidade e alguém lhe
perguntava o que viria fazer naquele lugar, era: “Vim povoar os Céus!”
    O Pastor Severino Cardoso foi a pessoa que por mais tempo esteve
na liderança das funções eclesiásticas em nossa igreja, isto é, 24 anos
(22/04/1955 a 24/02/1979).
    No início da década de 1970 lançou as bases e construiu um novo
Templo para a Igreja. Ele marcou época no ministério batista de Per-
nambuco.
    Cumprindo o mandamento bíblico onde o
Senhor Jesus Cristo manda-nos honrar a quem
honra seus mandamentos, a missão campogran-
dense decidiu em 15 de outubro de 1978 confe-
rir a Severino Cardoso da Silva o título de Pastor
Emérito de nossa igreja, ato que foi apoiado de
forma unânime por toda a congregação que o
reconheceu, dentre outros motivos, por ser uma
pessoa de visão missionária.
    Em entrevista com o Pastor Miquéias da
Paz Barreto – Pastor Presidente da Igreja Ba-
tista da Concórdia, Recife – PE, o qual em sua
juventude teve a oportunidade de servir a Deus junto com o Pastor
Cardoso, percebemos que a igreja realmente tinha motivos para ho-
menagear nosso líder emérito. Pastor Miquéias nos relatou que já ti-
vera a oportunidade de viajar por várias partes do mundo, mas nunca
tinha visto alguém com a facilidade de transmitir a Palavra de Deus
como Severino Cardoso. Era um servo de Cristo autêntico, que deixou
sua marca em nossas vidas e que um dia teremos o prazer de nos en-
contrarmos no Céu.
    O Pastor Cardoso também pastoreou, concomitantemente à Campo
Grande, as Igrejas: Primeira Igreja Batista do Arruda e Segunda Igreja
Batista de Casa Amarela, ambas em Recife – PE, Betel em Jaboatão e a
Brasileira, na cidade de Moreno – PE.
    Mas, como nada nesse mundo é para sempre, o Pastor Cardoso perce-
be que sua missão em nossa igreja estava chegando ao fim. Guiado pelo
Espírito Santo fez a indicação aos irmãos do próximo líder que deveria
ocupar as funções eclesiásticas em nossa comunidade. Sendo submissa
                                   9
à vontade divina e atendendo ao pedido do
                            então guia espiritual, a Igreja Batista em Cam-
                            po Grande, em sessão realizada no dia 12 de
                            novembro de 1978, aprovou o nome de Saulo
                            Pereira Borges como seu novo pastor, o qual
                            recebeu a presidência da igreja das mãos do
                            Pr. Cardoso, em 24 de fevereiro 1979.
                                Durante os anos em que esteve à frente de
                            nossa igreja, o Pastor Saulo Borges deu ênfase
aos trabalhos sociais como forma de alcançar pessoas para Cristo. Se-
guindo a tradição do protestantismo histórico – que busca não apenas a
regeneração espiritual, mas também a regeneração material dos indiví-
                     duos – o referido pastor procurou atrair as pessoas
                     para Cristo através do investimento na educação e
                     na saúde, sem esquecer, é claro, que isso era um mé-
                     todo de anunciar o evangelho.
                         Já em 15 de junho de 1980, com apenas um ano
                     de pastorado, Saulo Borges, com a aprovação da co-
                     munidade, resolveu enviar uma proposta à Secreta-
                     ria de Educação do Estado de Pernambuco para a
                     implantação de uma escola de primeiro grau – atual
 Pr. Saulo Borges
                     ensino fundamental – nas dependências da igreja.
A proposta foi aprovada e em fevereiro do ano seguinte a escola que
recebeu o nome de Poeta Jônatas Braga começou a funcionar – Jônatas
Braga foi um grande poeta batista de nosso Estado que deixou suas poe-
sias divinas em O Batista Pernambucano durante boa parte do século XX.
     Sentindo-se no dever de também investir na saúde física das pessoas,
o Pastor Saulo faz uma proposta à igreja, no ano de 1983, para que fosse
instalado um posto médico em nossas dependências, o que por motivos
superiores não chegou a ser executado.
     Mas, como Deus teria colocado o referido pastor em nossa comunida-
de para trabalhar também com obras sociais, Ele mesmo se encarregou
de plantar de forma mais incisiva no coração do Seu servo o desejo de
cuidar das crianças da comunidade.
     Em 1984, a gerente do Projeto Social da Visão Mundial que funcio-
nava nas dependências da Igreja Batista de Salgadinho, irmã Adineide
Nolasco Andrade Dias, veio à nossa igreja e perguntou ao Pr. Saulo se
a missão campograndense tinha interesse em assumir o Projeto Social
de Salgadinho. De imediato, o pastor comprou a idéia e levou a igreja,
junto com a Visão Mundial, a alugar uma casa na Rua Newton Braga no
bairro de Sítio Novo – Olinda, PE para que o Projeto funcionasse.
     Com o crescimento do trabalho social, o Pr. Saulo e a gerente do
projeto, irmã Adineide, que a essa altura já estava frequentando nossa
                                   10
igreja, propõem à igreja a compra e construção de um local próprio
para funcionamento do Centro Social, o que de imediato foi aprova-
do por todos. Pouco tempo depois, com recursos financeiros da igreja,
Visão Mundial e LBA – Legião Brasileira de Assistência, o terreno foi
comprado.
     Três anos depois, no dia 15 de novembro de 1987, os irmãos são
informados que a construção do novo centro social tinha sido iniciada.
O centro foi inaugurado em 16 de julho
de 1988 com o nome de Creche Pastor
Cardoso, abençoando a vida de centenas
de famílias, inclusive a de um dos histo-
riadores que escreveu o presente texto,
Paulo Julião da Silva.
                                                          Pr. Saulo e Adineide
     Com o pedido de exoneração do Pr.                   Construção da Creche
Saulo Borges no final dos anos 80 ele in-
dicou para ser seu sucessor o seu pastor
adjunto, Pr. Edmilson Ribeiro da Silva. Assim, em 26 de maio de 1991 o
Pr. Edmilson é convidado para ser pastor efetivo da Igreja.
     Na sessão do dia 16 de junho de 1993 o Pr. Edmilson expõe à igre-
                   ja que necessita de um seminarista para trabalhar na
                   área de evangelismo e integração. Diante dessa neces-
                   sidade, sob a orientação e direção do Espírito Santo, a
                   irmã Adineide Nolasco Andrade Dias, que à época já
                   era líder na igreja, apresenta ao Pr. Edmilson o nome
                   do Seminarista Francisco Dias da Silva Filho para
                   ocupar as funções à frente do Departamento de Evan-
 Pr. Edmilson      gelismo e Integração, o que foi acatado pelo pastor e
                   comunicado à Igreja que teria um novo seminarista,
na sessão do dia 21 de julho de 1991.
     O jovem Francisco Dias, quando ainda era criança, deu os primei-
ros passos na vida cristã, tendo entregado sua vida nas mãos de Cristo
aos nove anos de idade, através da mensagem pregada pelo Professor
Rubens Barros, que hoje já está na glória do Pai. Francisco Dias foi
batizado em 21 de novembro de 1976 no Templo da Primeira Igreja
Batista de Beberibe – Recife, PE, pelo seu pastor, João Virgílio Ramos
André.
     Desde criança, Francisco aprendeu a amar o ministério que hoje
exerce. Com apenas 12 anos de idade sentiu o desejo vindo do Espíri-
to Santo de anunciar o evangelho e, com a ajuda de seu pai, Diácono
Francisco Dias (in memoriam), preparou e proferiu seu primeiro ser-
mão numa quinta feira à noite do ano de 1979. O local foi à casa do
irmão Ivanildo, no bairro da Linha do Tiro. Logo após, aos 15 anos,
realizou sua primeira série de conferências como pregador evangelista
                                     11
no templo da Primeira Igreja Batista de Cam-
                           pina Grande – PB e também pregou em sua
                           primeira concentração evangelística na Praça
                           do Açude Novo naquela cidade. Era o início
                           da grande obra que Deus tinha para realizar
                           em sua vida e chegar até nós na missão cam-
                           pograndense!
                              Seu contato com a Igreja Batista em Cam-
                           po Grande não se deu apenas no momento
do convite do Pr. Edmilson Ribeiro. Sua história com Campo Grande
vem de longas datas; ainda em sua adolescência. Já no ano de1986
ele foi convidado pelo irmão Silvano Barros, hoje pastor na cidade de
João Pessoa – PB, para falar sobre combate às drogas para os alunos da
Escola Poeta Jônatas Braga que funcionava nas dependências da Igreja.
    Em 1987, Francisco Dias foi convidado para pregar e cantar num
culto de evangelismo na casa da irmã Balbina Linhares, membro da
missão campograndense. E em 1988, o então Pastor da Igreja, Pr. Saulo
Borges, conhecedor do dom musical de Francisco Dias, o convidou para
gravar uma das faixas no LP Louvores Nota 10, disco que, com suas
vendas, ajudara nos projetos sociais e no sustento da Creche Pastor
Cardoso.
                                               Durante seu primeiro ano
                                            como Seminarista, Francisco
                                            Dias fez um grande trabalho
                                            de evangelismo realizando
                                            logo de início uma visita a
                                            mais de 1000 pessoas da
                                            comunidade, apoiado pelos
                                            jovens e adolescentes da
época, no sentido de mapear os principais pontos a serem atingidos
com o evangelismo da igreja. Esse belo trabalho fez com que outras
igrejas tivessem interesse no Seminarista.
    Diante dessa realidade, em 1992 ele foi convidado pela Comissão
de Sucessão Pastoral da Igreja Batista de Linha do Tiro, Recife – PE, no
desejo daquela igreja de solicitar e realizar seu concílio para torná-lo
Pastor Presidente daquela Igreja.
    Nesse ínterim, o Corpo Diaconal da missão campograndense, por
sugestão da Diaconisa Maria Anunciada, conversou com o Pr. Edmilson
Ribeiro para que fosse feito o convite ao Seminarista Francisco Dias de
ser ordenado na missão campograndense e não em Linha do Tiro, o que
foi proposto ao Seminarista.
    Toda essa situação mexeu muito com o coração do seminarista e o
mesmo pediu tempo às duas igrejas para orar e ouvir a voz de Deus.
                                  12
Não demorou muito e o Espírito Santo confirmou no coração do
Seminarista que ele deveria desenvolver seu ministério como Pastor
Adjunto da Igreja Batista em Campo Grande. Tendo tomado essa deci-
são e comunicado à Igreja de Linha do Tiro, foi feita uma sessão do dia
20 de setembro de 1992 e o Pr. Edmilson Ribeiro propôs que a igreja
convocasse um Concílio Examinatório de Pastores para avaliar o Semi-
narista Francisco Dias, com vista ao pastorado adjunto da igreja, o que
foi aprovado por todos.
    A igreja convocou um Concílio de Pastores junto à Ordem dos Pas-
tores Batistas do Brasil – Secção Pernambuco e o Seminarista Francisco
Dias foi examinado e aprovado na tarde
do sábado de 17 de outubro de 1992 na
presença de 27 pastores. O examinador
do Concílio foi o Pastor e Professor Dr. Jil-
ton Moraes Castro, professor do Seminá-
rio Teológico Batista do Norte do Brasil.
A consagração se deu em 31 de outubro
de 1993 num culto festivo abençoado por
Deus e com a ilustre presença do Espírito
Santo. Essa data é muito marcante para o
Pr. Francisco Dias, já que foi nessa mesma
data que, em 1517, teve início a Reforma
Protestante e também nasceu, em 2002,
sua primeira filha.
    Curiosamente, a primeira pessoa batizada pelo Pastor Francisco foi a
jovem ovelha, Renata Danielle Santos Luna, que quatro anos mais tarde
se tornaria Renata Dias, ao casar-se com o responsável pelo seu batismo.
    Mas, como tudo na vida de quem deseja servir a Deus não se resume
a festas e momentos de alegria, o ministério do Pastor Francisco, desde
o início, foi bombardeado de dificuldades. O trabalho que crescera com
seu dom evangelístico e as palestras que dava na comunidade e nas
escolas passou a gerar ciúmes e contestações. Diante da situação, pe-
dindo a direção do Espírito Santo, o Pastor Francisco em março de 1993
resolve entregar uma carta pedindo sua exoneração e afastamento do
cargo de Pastor Adjunto da Igreja.
    Nesse período a nossa comunidade passou por várias crises de âmbito
espiritual e material. Mas como os fiéis confiavam em Cristo para reso-
lução das tribulações, com muita oração e dedicação na Casa do Senhor
superaram todos os obstáculos. Aprouve a Deus que igreja e pastor viven-
ciassem aqueles momentos para que ambos crescessem e aprendessem a
depender de Deus.
    Assim, em 21 de março de 1993, no mesmo dia em que foi lido o pedi-
do de exoneração e afastamento do Pastor Francisco Dias, o Pr. Edmilson
                                  13
Ribeiro também lê uma carta com sua solici-
                            tação de afastamento como pastor efetivo da
                            igreja. Dali por diante, a crise só aumentou e
                            em 18 de abril de 1993 ocorre à exoneração
                            do Pr. Edmilson Ribeiro.
                                Diante da situação, a Igreja resolveu con-
                            vidar um Pastor Interino para acompanhar a
                            igreja nesses momentos difíceis e de 23 de
                            maio de 1993 a 11 de julho de 1993 o Pr.
Wagner Tenório, então pastor da Igreja Batista de Cajueiro, Recife –
PE, assumiu o pastorado interino da igreja e foi usado por Deus para
que a missão campograndense ouvisse a voz de Deus.
    Considerando que o trabalho que havia sido convocado a fazer jun-
to à igreja havia encerrado, o Pr. Wagner deixa a interinidade e no dia
08 de agosto de 1983 a igreja elege o irmão Antonio Rafael de Almei-
da como moderador. A primeira medida do moderador foi convocar a
igreja para eleger uma Comissão de Sucessão Pastoral. Aquele foi um
período de amadurecimento e crescimento espiritual para toda a Igreja.
    Percebendo que Deus de fato tinha escolhido o seu servo Francisco
Dias para liderar nossa comunidade, a igreja, através da Comissão de
Sucessão Pastoral, resolveu convidá-lo para pregar no culto da passagem
de ano de 1993 para 1994 e naquele dia todos os presentes sentiram que
Deus desejava o retorno do Pr. Francisco Dias.
    Deste modo, no dia 9 de janeiro de 1994 o irmão Albérico Souza de
Santana Filho, representando a Comissão de Sucessão Pastoral, apresen-
ta à Assembleia o nome do Pr. Francisco Dias para ser Pastor Interino da
Igreja.
    Em 30 de janeiro de 1994, com 90% dos votos dos membros presen-
tes à Assembleia, Francisco Dias da Silva Filho se torna Pastor Interino
da Igreja.
    Em 12 de maio de 1994 o Pastor Francisco Dias, na qualidade de Pas-
tor Interino da Igreja, passa por um dos momentos mais tristes: realizar a
cerimônia fúnebre e sepultar um dos grandes incentivadores de seu pas-
torado em Campo Grande, o Pastor Severino Cardoso da Silva. O Pastor
Cardoso fazia questão de vir à Igreja todas as manhãs de domingo para
ouvir o Pastor Francisco Dias a quem chama de o “fogoso”, referindo-se
ao jeito alegre e ousado com que o Pastor Francisco pregava nos sermões.
    No dia 16 de junho de 1994, às 20h, o Pastor Francisco deixa de
ser pastor interino e é aprovado em sessão realizada na Igreja Batis-
ta em Campo Grande como Pastor Presidente da mesma. Três dias
depois, em 19 de junho de 1994 ele preside a primeira Assembleia
Administrativa da igreja, já como pastor efetivo e presidente da igreja
até os dias atuais.
                                   14
Como Pastor Presidente, a missão
do Pr. Francisco não foi fácil. Como
citamos anteriormente, nas depen-
dências de nosso prédio funciona-
va uma escola de 1º grau, que tinha
boas intenções para a nossa comuni-
dade, como a de servir na formação
de cidadãos em nosso bairro. Porém,
a comunidade escolar depredava o es-
paço que lhe era concedido. Banheiros
eram depredados, paredes riscadas, o uso de drogas nas dependências da
Igreja já era grande e a situação começou a ficar insuportável.
    Com a direção de Deus e o apoio da missão campograndense, o Pastor
Francisco Dias passou a dialogar junto à Secretaria de Educação do Es-
tado de Pernambuco, para que a mesma providenciasse um novo prédio
onde funcionaria a escola.
    Em sua visão, esse novo local ajudaria a comunidade de duas formas:
primeiro, teriam um espaço mais adequado para o funcionamento de
uma unidade escolar; e segundo, abriria mais espaços para que a igreja
pudesse trabalhar pela vida espiritual dos seus membros e da comunida-
de como um todo.
    Depois de muitas idas e vindas à Secretaria de Educação, a partir de
fevereiro de 1997 foi encontrado um novo local e a Escola Poeta Jônatas
Braga passou a funcionar na Rua São Caetano, Campo Grande, Recife –
PE, onde permanece até os dias atuais, abençoando a centenas de jovens
de nossa comunidade.

Um novo tempo
    Com o prédio depredado, porém à disposição da igreja, Deus inquietou
o coração do Pr. Francisco para que ele reformasse o prédio, ampliasse o
templo, fizesse berçário, banheiros e ajustes nas salas de aula. Mas, como
fazer uma ampliação numa comunidade com escassos recursos? O Diáco-
no Laércio Guedes, entendendo a real motivação pastoral exclamou numa
sessão: “A igreja não tem dinheiro, mas é movida por fé, e eu quero ser o
primeiro a apoiar o pastor e ajudar financeiramente na reforma”. E foi o
que aconteceu: com fé, em tempo recorde – apenas quatro meses – o tem-
plo foi ampliado e inaugurado em novembro de 1997 para honra e glória
do Senhor Jesus. No início da obra, a igreja só dispunha de R$ 350,00 e
assinou um contrato com a construtora para pagar a quantia de mais de R$
23.000,00 em apenas quatro meses e Deus supriu todas as necessidades.
    Em suas funções como líder, o Pr. Francisco Dias sempre foi ousado
e resolveu quebrar alguns paradigmas históricos. Dentre eles, a consa-
gração de uma mulher ao pastorado batista.
                                   15
Por três anos, de 1998 a 2001, o Pr.
                           Francisco, concomitantemente à presidên-
                           cia de nossa igreja, assumiu a liderança da
                           1ª Igreja Batista no Arquipélago de Fernan-
                           do de Noronha – PE, realizando um traba-
                           lho de resgate de vidas para Cristo naquele
                           local. Vendo a necessidade de recomendar
                           alguém para assumir aquele ministério de
                           forma integral, uma vez que só tinha condi-
ções de ir à ilha uma semana por mês, pediu ao Espírito Santo uma
pessoa dedicada na obra de Deus para que assumisse seu lugar ali
naquela igreja.
                                           Como resposta das orações
                                       Deus lhe deu autorização, jun-
                                       tamente com a liderança da 1ª.
                                       Igreja Batista de Fernando Noro-
                                       nha, através do vice-moderador,
                                       irmão José Maurício, e demais
                                       membros para consagrar ao pas-
                                       torado batista a Bacharel em Te-
                                       ologia Eridinaide Alves da Cunha
                                       e Silva no dia 24 de março de
                                       2001, passando a ser a primeira
pastora batista do estado de Pernambuco.
   Essa atitude legou ao Pr. Francisco muitas perseguições fora das
dependências de nossa igreja. Vários líderes e Instituições ligadas à
denominação naquela época resolveram bombardear o pastor com
acusações funestas, sem plausibilidade, que em diversas ocasiões fez o
pastor pensar até em desistir de seu ministério. Porém, a missão cam-
pograndense sempre esteve do seu lado, pois Deus não escolhe pessoas
que se acham capacitadas, mas capacita a quem Ele escolhe.
   Por sua vez, o trabalho na missão campograndense a cada dia ia
sendo acrescentado por Deus, aumentando a quantidade de pessoas
que aceitavam a Jesus Cristo, gerando inclusive controvérsias. Diante
do número de conversões que acontecia, um dos membros da igreja
se dirigiu ao nosso líder para que ele não fizesse mais apelo, não
cumprindo assim a missão de resgatar vidas do reino das trevas para
o convívio com a Luz Divina. Como argumento, dizia que a igreja não
tinha condições de receber tantas pessoas que estavam chegando, o
que poderia gerar um caos.
   Percebendo que esse tipo de atitude não provinha da vontade de
Deus, o Pr. Francisco levou a igreja a orar no sentido de Deus lhe dar
respostas sobre o que fazer para acomodar e cuidar de tantas pessoas.
                                  16
Assim, a liderança da Igreja so-
licita ao Pr. Francisco que apresen-
te à Igreja, no auditório do Teatro
Ribeira no Centro de Convenções
de Pernambuco, de 17 a 18 de
agosto de 2001, um Seminário,
no sentido de mostrar à igreja
qual o caminho a ser percorrido
a partir de então. 178 membros
estiveram presentes a esse Semi-
nário.
    Sem perder tempo Deus, em
sua soberania, dá ordens ao Seu
servo para que, junto com a lide-
rança e Igreja, não apenas apresentasse o Seminário proposto, mas
também um planejamento estratégico para o futuro da igreja e criasse
um Pacto de Membresia, servindo como Regimento Interno da igreja
para que a partir dali começasse uma nova fase na missão campo-
grandense.
    O inimigo mais uma vez tentou agir contra a vontade de Deus. Tanto
que só em novembro de 2001, mês da assinatura do Pacto de Mem-
bresia, algo que fora aprovado em sessão administrativa pela maioria
absoluta dos membros, cerca de 80 pessoas resolveram pedir desliga-
mento do rol de membros, pois não concordavam com a direção dada
pelo Espírito Santo ao Pr. Francisco e demais líderes.
    Na ocasião, muitos líderes ficaram preocupados, uma vez que a saída
de tantas pessoas poderia afetar diretamente o orçamento da igreja que
já era pequeno para suprir tantas necessidades, uma vez que o mesmo
girava em torno de R$ 3.500,00. Temia-se um caos financeiro em nossa
                                comunidade.
                                   Só que as pessoas às vezes se esquecem
                                de que quem plantou a Igreja Batista em
                                Campo Grande foi o próprio Deus. Em sua
                                Palavra Ele nos ensina que NUNCA vai dei-
                                xar um justo sequer desamparado, muito
                       Culto de menos a sua igreja que Ele tem como me-
                    Lançamento nina de Seus olhos.
                       da Pedra
                   Fundamental     No mês seguinte à saída daqueles
                                membros que não concordaram com o
                                Pacto de Membresia, um milagre aconte-
                                ceu: a arrecadação da igreja dobrou, e só
                                vem aumentando até os nossos dias, como
                                prova de que quando a igreja se coloca na
                                   17
dependência de Deus, Ele supre toda e qual-
                          quer dificuldade.
                             Logo a seguir, o número de pessoas que
                          iam sendo salvas também crescia a cada dia,
                          a ponto das pessoas se acomodarem nas la-
                          terais do nosso templo para assistirem aos
                          cultos, o que incomodava, e muito, o coração
                          de nosso guia espiritual e o mesmo sentiu o
                          desejo de fazer um novo templo.
    Foi assim que em 16 de junho de 2003 em um culto bastante festivo,
foi lançada a Pedra Fundamental do novo templo.

   Em 15 de setembro de 2003 teve início a construção.




    Vale lembrar que nessa época também compramos um terreno de dois
hectares na cidade de Igarassu – PE para ser construído um centro de vi-
vência da família campograndense.
    Novamente, diante do crescimento
da igreja e da visão expansionista, pesso-
as que não estavam ligadas no que Deus
planejava para nossa igreja passaram a
fazer oposição aos projetos divinos. Essa
turbulência não se dava apenas a respei-
to de um novo prédio, mas também em
relação a palmas nos cultos, grupos de coreografias e a maneira con-
temporânea das pregações do pastor Francisco, bem como seu jeito de
buscar a unidade da igreja e dos acampamentos anuais.
    Quanto aos acampamentos, um em específico é de grande impor-
tância nos determos, pois marcou profundamente a história de nossa
igreja. Sentindo que o inimigo tentaria a todo custo dividir a missão
campograndense, agora que essa estava construindo um novo templo,
o Pr. Francisco pediu a todos os membros que participassem de nosso
retiro espiritual anual para que Deus quebrantasse nossos corações, no
sentido de entender seu propósito para nossas vidas.
                                  18
Pelo que nos lembramos, aquele foi um retiro que, em todos os as-
pectos, sentimos a presença de Deus. Nas diversas formas de lazer, nos
cultos, nas brincadeiras, e em reuniões que fazíamos sem ao menos fa-
zerem parte da programação, o poder de Deus era manifestado. Grandes
foram as bênçãos recebidas por todos aqueles que resolveram participar
daquele evento. Mas, nem todos entenderam que o objetivo maior era
de termos um só acampamento na igreja e vivermos em unidade de pro-
pósitos. Assim, um grupo que já havia feito um acampamento paralelo
ao da igreja um ano antes, resolveu mais uma vez ir de encontro ao
pré-estabelecido pela Assembleia Geral da igreja e liderança espiritual,
realizando outro acampamento paralelo.
    Talvez o ocorrido se deu porque o grupo, à época, não percebeu a
dimensão e repercussão de terem tomado tal atitude por dois anos con-
secutivos, acabando por gerar um grande mal estar na igreja.
    Diante de tal situação, como no meio do grupo havia líderes, o Pr. Fran-
cisco pediu à liderança da igreja, em reunião, que exigisse uma retratação
diante da igreja do grupo que havia se insurgido contra a busca de uni-
dade naquele momento tão importante de nossa história. Mas a maioria
dos líderes não achara que tal atitude fosse necessária e desqualificaram a
atitude do guia espiritual.
    Cabe aqui relembrar que, em junho de 2003, tínhamos feito o culto de
lançamento da Pedra Fundamental do templo atual e iniciado sua constru-
ção em 15 de setembro do mesmo ano. Assim, esses acontecimentos aba-
laram as estruturas emocionais tanto da nossa igreja quanto do seu líder,
fazendo com que esse tomasse a decisão, depois de conversar e orar com
sua esposa, de entregar à igreja uma carta pedindo exoneração de suas ati-
vidades frente à liderança da nossa comunidade de fé, visto que sentia que a
liderança da igreja também já estava dividida e que não lhe era mais possível
dirigir uma igreja dividida. Esse ato se deu no dia 21 de março de 2004.
    Aquele foi um mês para ser esquecido. Pois durante quase 30 dias o
pastor esteve ausente de seus trabalhos eclesiásticos, período que Deus
usou para mostrar à igreja e ao próprio Pr. Francisco que a vida dele e o
ministério pastoral da Igreja Batista em Campo Grande não pertencem a
homens, mas ao Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
    Na igreja, o grupo escolhido para
dar prosseguimento no caminhar das
atividades sentiu no coração em fazer
uma Assembleia Extraordinária para
tratar da homologação do pedido de
exoneração do pastor. Mas Deus não
permitiu que a carta fosse homologa-
da. Como o Espírito Santo era quem
estava no controle daquela Assembleia
                                    19
que foi dirigida pelo vice-presidentes Anto-
                            nio Alexandre Duarte Silva e pelo Diácono
                            Sérgio Salomão da Silva, o pedido de homo-
                            logação foi posto em votação e, por 144 vo-
                            tos a 14, fora algumas abstenções, o pedido
                            de exoneração feito pelo pastor Francisco à
                            igreja não foi aceito e todos os líderes naque-
                            la sessão declinaram seus cargos, solicitando
                            que se fizesse uma carta pedindo ao Pr. Fran-
cisco Dias que reconsiderasse sua posição e voltasse para a igreja para
criar a diretoria que quisesse e dar prosseguimento ao que Deus havia
determinado ao seu coração. Dessa forma, Deus mostrava à igreja a Sua
vontade e o que Ele pretendia com a missão campograndense.
    Ao pastor Francisco, Cristo também falou de diversas maneiras.
Através de pastores amigos, tais como: Pr. Anthenor Bittencourt, Pr. Ado-
nias Freitas, Pr. José Gilcélio, Pr. Paulo Carlos, dentre outros, além dos
membros da missão campograndense, familiares, enfim, foram vários
momentos que o Senhor proporcionou ao nosso líder para mostrar a
sua vontade. Dentre esses momentos, dois o marcaram profundamente.
    O primeiro foi quando o então pastor da Igreja Batista da Capunga,
Pr. José de Almeida Guimarães, lhe aconselhou dizendo: “relaxe seu jo-
vem coração e deixe Deus concluir o trabalho que Ele começou com você
ali naquele lugar. Se for da vontade de Deus que você volte, a Igreja irá
se manifestar e não aceitará seu pedido de exoneração”. O segundo mo-
mento foi quando, chegando ao Seminário Teológico Batista do Norte do
Brasil, o irmão Sebastião, um homem de 80 anos que o viu crescer brin-
cando pelos pátios do Seminário juntamente com o filho do Pr. Ramos
André, o Joãozinho, então lhe disse: “meu filho, eu lhe conheço desde
pequeno, eu soube do que aconteceu, volte para aquela igreja e conclua
a Obra que Deus tem para você naquele lugar”.
    Esses mandamentos divinos fizeram com que o Pr. Francisco Dias da
Silva Filho retornasse à presidência da Igreja Batista em Campo Grande
logo no mês seguinte, até os nossos dias.
    Com seu retorno, o Pastor manteve a liderança que assim desejou
trabalhar em unidade, a construção do novo templo foi retomada e al-
gumas coisas maravilhosas começaram a acontecer durante esse perío-
do da construção que valem a pena serem ressaltadas, tais como: antes
mesmo da retomada da construção, o desenhista que havia sido con-
tratado pela igreja para fazer as plantas arquitetônicas do prédio, con-
forme o sonho que Deus deu ao Pr. Francisco Dias abandonou a obra.
Dali por diante, Deus usou um jovem membro da Igreja, Eduardo Lins,
que na época era formado em matemática e técnico em edificações, e
também a irmã Ana Elizabeth que estudava arquitetura para ajudarem
                                   20
a Igreja e o pastor, confeccionando todas as plantas arquitetônicas que
Deus ia definindo através de sonhos para o Pr. Francisco Dias. Mas fal-
tava algo: a presença de um Engenheiro Civil para que assinasse a obra.
    Foi aí que mais uma vez Deus fez algo extraordinário. Numa bela tar-
de de sábado, quando o coral da igreja estava ensaiando, um Engenheiro
Civil que estava esperando no carro sua esposa que havia ido numa loja
de aluguel de roupas que fica próxima à igreja, ouviu as músicas que
estavam sendo ensaiadas pelo coral da igreja.
    Ao se aproximar da janela do templo para ver os que estavam can-
tando deu de frente com a perspectiva do templo que estava afixada na
parede e que havia sido feito pelo irmão Antonio Alexandre Duarte Silva
e pelo Pr. Francisco Dias. De imediato aquele Engenheiro perguntou aos
que estavam ensaiando: “quem é o engenheiro responsável pela obra?”
ao que lhe responderam: “ainda não temos; estamos orando a Deus por
um, porque é muito caro”.
    Imediatamente aquele homem disse: “diga ao pastor
da igreja que agora vocês já tem um Engenheiro. Eu vou
assinar as plantas gratuitamente e acompanhar a obra
desta igreja até o fim”. O nome desse homem: Dr. Fer-
nando Guimarães – Engenheiro Civil. Por providência
divina, ele trabalhava no escritório do Dr. Cláudio Mota,
engenheiro calculista que havia sido contratado pela
igreja para fazer o cálculo estrutural da igreja e que Dr.
Fernando não sabia. Isso não foi coincidência, mas providência de Deus.
    Dali por diante, Deus foi realizando dia-a-dia vários milagres através
de inúmeras pessoas. Para ter uma ideia, logo no início da obra a igreja
                      recebeu da empresa CIMPOR a quantidade de 50
                      sacos de cimento para ajudar na concretagem da
                      base do Templo. E, para concluir a base do templo,
                      Deus usou o jovem Eduardo Lins para que o mesmo
                      conversasse com seus amigos, Engº Fábio Patrício,
                      Engº Otávio Carvalho e a Engª Carla Dantas, todos
                      do grupo Votorantim Cimentos, para que eles viabi-
                      lizassem uma ajuda à obra.
                          A surpresa foi muito grande. Poucos dias depois
                      desse contato e da visita de um desses engenheiros
                      à obra, recebemos a doação de uma carreta com
                      200 sacos de cimento do Grupo Votorantim.
                          Durante toda a obra, a Construtora Queiroz Gal-
                      vão, através do irmão Eduardo Lins que trabalhava
                      lá e do Engº Marcos Miguel Russo, nos apoiou do-
                      ando todas as Xerox das plantas de obra e o acom-
                      panhamento do processo.
                                   21
Mas as doações não pararam por aí: da
                           empresa Weber Quartzolite (Grupo Saint-
                           -Gobain), através da Engª Milena Borges,
                           recebemos a doação de toda argamassa que
                           precisávamos; das tintas Coral do Nordeste,
                           através da Engª Ana Regina Cavalcanti, rece-
                           bemos todas as tintas para a pintura interna
                           do templo; da Construtora Norberto Odebre-
                           cht, através da Engª Ana Carolina Pedrosa re-
cebemos toda parte de cerâmica que foi utilizada no batistério, cascata e
em diversas áreas da igreja; da Pedreira Guarany, através do Engº João
Afonso, recebemos a doação e perfuração das três grandes rochas que es-
tão na fonte que fica na parte externa da igreja; e a CBA – Cia. Brasileira
de Alumínio doou todas as telhas do Salão de Festas que fica em cima
do Templo.
    Além de todas essas doações, tivemos ainda o favorecimento de pre-
ços bastante diferenciados durante toda obra das seguintes empresas:
Armazém Rumar (através de Sr. Olívio e Sra. Ana), Armazém Riva (atra-
vés do Sr. Riva), Cerâmica Elizabeth, Acinol, Supermix, Albino Silva,
Guerdau, Imel, Aço Mais e Agroflora Carinjó.
    Mas, mesmo com essas ajudas e o esforço de todos os membros e con-
gregados da Igreja, como estamos ressaltando, desde o início da escrita
deste texto, nada do que nos propomos a fazer para Deus se realiza com
facilidade.
    Durante boa parte do ano de 2006 e 2007, nossa construção andou
a passos lentos, pois faltavam os recursos necessários à conclusão da
obra.
                                      A igreja já tinha levantado durante
                                  setembro de 2003 a janeiro de 2007,
                                  através de bazares, venda de almoços,
                                  brindes e doações dos irmãos, mais de
                                  R$ 360.000,00. Mas faltava a parte elé-
                                  trica, todo o reboco interno, piso, forro
                                  do teto, painel de vidro frontal, torre.
                                  gradil externo e todos os demais acaba-
                                  mentos e detalhes arquitetônicos.

   Mas, novos milagres ainda estavam por vir.

   Em fevereiro de 2007 nosso pastor esteve numa viagem missionária
em Boa Vista, Roraima e na Venezuela. Nessa viagem Deus começou a
mostrar ao pastor Francisco que faria um novo milagre na vida dele e da
nossa igreja.
                                   22
Contra a previsão do maior dos otimistas, ao retornar da viagem o Pr.
Francisco revela à liderança que Deus teria lhe ordenado a concluir o tem-
plo da igreja em 120 dias. Aos olhos humanos, esse seria um trabalho
que se fosse feito às pressas, precisaria de no mínimo mais doze meses de
construção para ser concluído, além da disponibilidade de todos os recur-
sos financeiros, o que não era o nosso caso. Não tínhamos mais nenhum
recurso.
    Mas Deus novamente mostrou seu poder. Depois de uma semana de
oração, a liderança da igreja resolveu apoiar a proposta do seu líder e a
contar 120 dias para inaugurar o templo, a partir do dia 25 de março,
reiniciando, pela fé, as obras da construção do novo templo da igreja.
    Porém, como concluir um empreendimento que necessitaria de tantos
recursos e em tão pouco tempo se nossa igreja não os tinha? Foi aí que
aprendemos a viver literalmente no invisível poder de Deus. Através da ora-
ção de todos aqueles que abraçaram o projeto, os recursos foram chegando.
    Um dos maiores milagres nesse
período se deu no dia 13 de abril de
2007, quando o Pr. Francisco foi acor-
dado durante a madrugada por Deus
que lhe mandou que enviasse um e-
-mail para o presidente da Indústria
Farmacêutica HEBRON pedindo-lhe
ajuda. E como servo de Deus, o Pres-
bítero Josimar Henrique da Silva (Presidente da HEBRON), ouvindo a
voz de Deus, reuniu sua equipe no dia 4 de maio de 2007 e decidiram
doar a quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para ajudar na
conclusão da obra.
    Contudo, não foi só através da HEBRON que nesse período dos 120
dias finais da obra nossa construção foi abençoada. Até mesmo pessoas não
evangélicas foram levantadas diariamente para vir fazer doações. Outras
pagaram votos a Deus que tinham feito há anos, através de doações finan-
ceiras para nossa empreitada. Todos foram tocados pelo Espírito Santo para
nos ajudar. E é claro, a igreja também se empenhou. E muito!
    Vários irmãos que nunca tinham pegado em uma colher de pedreiro se
tornaram ajudantes de pedreiro. E o melhor, durante a obra houve recon-
ciliação de inúmeras pessoas e muitas vidas foram salvas. Vários membros
combinaram férias e se dedicaram ao trabalho do Senhor; e muitos dos
que eram letrados, estudantes de altos níveis, que nunca tinham tra-
balhado de forma tão pesada, se transformaram em simples servos, que
apenas ouvindo a voz de Deus cumpriram sua vontade naqueles dias.
    Paralelamente às despesas da construção, nossa igreja também con-
vidou e ajudou financeiramente para atuar como líder da juventude o
Pr. Paulo Carlos da Silva, que esteve por dois anos em nosso convívio e
                                   23
fez um maravilhoso trabalho junto à juventu-
                            de. Também convidamos o ministro de músi-
                            ca Marcelino José Monte Silva, que até hoje
                            exerce essa função em nossa igreja de manei-
                            ra extraordinária.
                                Voltando a nossa construção, pela graça
                            divina, inauguramos o Templo na data marca-
                            da: às 18h do dia 22 de julho de 2007.
                                Vale lembrar que a pintura do templo, o re-
vestimento da plataforma, o gesso do teto e as luminárias, a montagem
das cadeiras, as pedras da fonte e conclusão da torre, não estavam pron-
tas até um dia antes da inauguração. Mas, no dia, tudo estava pronto, o
milagre havia sido completado.




    Foi tudo realmente uma bênção de Deus em nossas vidas; e, mesmo
após termos acabado a construção do templo, a empresa CBA – Compa-
nhia Brasileira de Alumínio nos doou todas as telhas de alumínio para
cobrir o salão de festa que foi construído em cima do templo. Tudo isso
foi fruto de oração.
    Atualmente, até as pessoas que saíram da Igreja na sessão de 2004
por não entenderem à época tudo o que Deus estava realizando na mis-
são campograndense, hoje já voltaram a ter uma boa relação tanto com
nosso pastor como com o restante da Igreja.
    A razão dessa reconciliação é simples: assim como na Bíblia, Paulo e
Barnabé, servos e apóstolos do Senhor, enfrentaram divergências e tive-
ram que se separar por um tempo para que a Obra do Senhor crescesse,
Ele também permitiu isso em nossa história. Pois todos somos filhos do
mesmo Deus e Pai que intercede por nós. Aquilo que nos une (JESUS)
é maior do que o que nos separa! Por tudo isso é que nossa igreja tem
crescido a cada dia e tem sido muito abençoada por Deus. Da mesma
forma, passados todos os conflitos e vivendo dias de paz, nosso pastor
também conseguiu realizar sonhos pessoais, tais como: sua formação
em psicologia, sua licenciatura e mestrado em psicologia da família.
    Atualmente, como igreja possuímos duas congregações: uma na ci-
dade de Jaboatão dos Guararapes – PE, que passou a ser Igreja em
                                   24
setembro de 2010, dirigida pelo Pr. José Gilcélio, que tem feito um ex-
celente trabalho ali naquele local, e outra na cidade de Brejão, agreste
pernambucano, dirigida pela Missionária Rute Andrade que também
tem feito o reino de Deus crescer naquela localidade.
    Ainda como investimento na Obra Missionária, temos atualmente
quatro membros da igreja que estão se preparando para o ministério pas-
toral; são eles: Antonio Alexandre Duarte Silva, Manoel Geraldo da Silva
Júnior, Sérgio Salomão da Silva e Rômulo Anderson Matias Ferreira.
    Também, no âmbito denominacional, contribuímos financeiramen-
te com o Plano Cooperativo, Plano de Adoção Missionária, ofertas de
missões (CBPE, JMN e JMM), Hospital Evangélico de Pernambuco, De-
safio Jovem do Recife, além de inúmeras outras frentes missionárias e
pastores necessitados.
    Em nossos dias, além da liderança do Pr. Francisco Dias da Silva Fi-
lho, a Igreja Batista em Campo Grande conta também com o Pr. Ronaldo
Robson Luiz como pastor adjunto. O Pr. Robson, como nós o chamamos,
chegou a nossa igreja em meados de 2004, ainda como
seminarista. Sentindo que era propósito do Espírito
Santo de se tornar membro de nossa comunidade, orou
a Deus junto com sua esposa, irmã Márcia Karina, para
que Ele confirmasse esse desejo em seu coração.
    Ainda como seminarista, por autorização do Pr. Fran-
cisco e em consonância com a liderança da missão cam- Pr. Ronaldo Robson
pograndense, realizou seu primeiro batismo. Esteve à
frente do Ministério de Integração e Discipulado e fez um excelente traba-
lho, sendo responsável pelo discipulado de mais de cem pessoas. Também
passou um ano à frente do ministério da juventude.
    A pedido do pastor Francisco Dias, registramos seu agradecimento a
todos os líderes que têm marcado a história da Igreja Batista em Campo
                  Grande, tanto os do passado quanto os do presente. O
                  mesmo afirma que para não cometer o equívoco de es-
                  quecer o nome de todos esses líderes, deseja representar
                  a todos através da diaconisa Mirian Alexandre da Silva
                  que tem sido um baluarte no Reino de Deus, em especial
                  na missão campograndense.
    Diac. Mirian      A missão campograndense não pretende parar
     Alexandre
                  por aqui porque acredita que ainda há muitos sonhos
e projetos de Deus a serem realizados. Um desses sonhos está sendo
realizado em novembro de 2010 através da doação de R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais) da HEBRON ASEEC, a compra de todos os instru-
mentos para formação da Orquestra Filarmônica Cristã de Pernambuco.
Um sonho antigo, acalentado no coração do Pr. Francisco Dias e do
Ministro de Música Marcelino Monte.
                                   25
Como projeto embrionário da Orquestra
                           Marcelino, apoiado por sua esposa, irmã Fernan-
                           da Monte, e uma grande equipe de professores
                           e dinamizadores, tem realizado, semanalmente,
                           um projeto de musicalização infantil com 170
                           crianças nas dependências da igreja.
                               Hoje, contamos com mais de 400 famílias
                           e um número significativo de congregados,
                           além dos que, dominicalmente, o Senhor e
Salvador Jesus Cristo tem acrescentado em nosso meio (Atos 2.47).
   É por tudo isso que em 25 de novembro de 2010, sob a liderança da
irmã Renata Dias, Relatora da Comissão dos 80 anos e seus pares de Co-
missão, a Presidência do Pastor Francisco Dias e o apoio do Pastor Adjun-
to Ronaldo Robson, do grande trabalho do Ministro de Música Marcelino
Monte, todo o Corpo Diaconal, Comissão de Finanças e toda a Liderança
e Membresia da IBCG, foi prestado a Deus um grande culto de gratidão
no Teatro Guararapes do Centro de Convenções de Pernambuco, tendo
como Orador Oficial o Pr. Eli Fernandes de Oliveira, Pastor Titular da
Igreja Batista da Liberdade em São Paulo.
   Que tudo isso seja apenas mais um passo em direção ao foco princi-
pal que é o de trazer pessoas descrentes e sem esperança ao encontro
de Jesus e torná-las membros de Sua família, para um dia irmos morar
no Céu com Deus Pai, Filho e a maravilhosa e inseparável presença do
Espírito Santo. Amém!




   2º Vice-presidente: Sem. e Diác. Sérgio Salomão

                                              26
Fontes Primárias:
Fotografias e Boletins dos 80 anos da História da IBCG;
Livro de atas da Igreja Batista em Campo Grande das Décadas de 1950
   a 1970 e do ano de 1997 a 2010;
Periódico: O Batista Pernambucano: Junho de 1934; Agosto de 1934;
   Maio de 1935; Março de 1937.

Entrevistas:
Alice Alves Mangueira. Entrevista concedida a José Fábio Gomes da
Silva na residência da entrevistada em 18 de agosto de 2010.
Diaconisa Mirian Alexandre da Silva. Entrevista concedida a Paulo
Julião da Silva na residência da entrevistada em 31 de agosto de 2010.

Pr. Francisco Dias da Silva Filho. Entrevista concedida a Paulo Julião
da Silva na casa do entrevistado em 21 de agosto de 2010.

Pr. Miquéias da Paz Barreto. Entrevista concedida a José Fabio Gomes
da Silva na Igreja Batista da Concórdia em 19 de agosto de 2010.

Pr. Ronaldo Robinson Luiz. Entrevista concedida a Paulo Julião da
Silva na Igreja Batista em Campo Grande em 04 de setembro de 2010.

Rivalne Maria de Oliveira Santos. Entrevista concedida a Paulo Julião
da Silva na Igreja Batista em Campo Grande em 22 de agosto de 2010.

Rivalneide Santos Luna. Entrevista concedida a Paulo Julião da Silva
na Igreja Batista em Campo Grande em 22 de agosto de 2010.

     Paulo Julião da Silva é Doutorando em História pela
     Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e mem-
     bro da Igreja Batista em Campo Grande desde 18 de no-
     vembro de 2001, data da realização de seu batismo.

     José Fabio Gomes da Silva é graduando (4º período)
     em Licenciatura Plena em História pela Fundação de En-
     sino Superior de Olinda (FUNESO), e membro da Igreja
     Batista em Campo Grande desde janeiro de 2010.

Edição, diagramação e design: Seminarista Antonio Alexandre Duarte
Silva (ordenação ao Ministério Pastoral em 2011) e Pr. Francisco Dias da
Silva Filho.
Apoio fotográfico: Poliana da Rocha Silva e Daniel Santos.
                                  27
Manoel Cosmo, Sérgio Salomão, Carlos Felipe, Laércio Guedes, Elias da Silva, José Edson
   e Levi Silva, Alice de Melo, Mirian Alexandre, Adineide Nolasco e Albérico Santana.




Samuel Dias, Adineide Nolasco, Sérgio Salomão, Carlos Felipe, André Baltar, Paulo Julião, Alexandre Duarte, Pr. Ronaldo
Robson, Márcia Karina, Renata Dias, Pr. Francisco Dias, José Edson, Cristina Beltrão, Débora Regina, Lorena Matias, Vastir
Nóia, Éverton Bonner, Mirian Alexandre, Rute Rodolfo, Marcelino Monte, Fernanda Monte, Elias da Silva, Edneide Cabral,
Carmelita Nóia, Simone Santos, Balbina Linhares e Rivalne Santos.
Ministério Feminino




Coordenadores e Professores da Escola Bíblica Dominical




                Ministério de Homens
80 anos da Igreja Batista em Campo Grande
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80 anos da Igreja Batista em Campo Grande

  • 1.
  • 2. Em 25 de novembro de 2010, a Igreja Batista em Campo Grande – IBCG completou 80 anos de existência, Jubileu de Carvalho. Tivemos uma Comissão Especial comandada com muito esmero pela irmã Renata Dias que, junto com os demais pares da Comissão, fez um excelente trabalho para Deus e aos quais agradecemos. Foram meses de árduo trabalho e preocupações, porém com muita fé que Deus estava e sempre continuará no controle de todas as coisas, e com muita determinação, todos os preparativos para as comemorações dos 80 anos foram realizados. Em tempo récorde, os historiadores Paulo Julião e Fábio Gomes conse- guiram resgatar muito da história de nossa igreja e, de maneira especial, o Seminarista Alexandre Duarte nos presenteou com uma bela diagramação e composição gráfica aos quais também agradecemos. Agora, temos a grata satisfação e o privilégio de fazer a apresentação deste extraordinário documentário da Igreja Batista em Campo Grande – Recife, PE – Brasil, organizada através da iniciativa de 29 irmãos, em 25 de novembro de 1930. Hoje, contamos com mais de 400 membros, inúmeros congregados e vários ministérios que estão prestando um bom serviço ao Senhor Jesus. Que Deus seja engrandecido por tudo o que nossa igreja já fez e ainda fará daqui para frente. No Cristo Vivo, Francisco Dias da Silva Filho Pastor Presidente. 2
  • 3. “E sobre esta pedra edificarei a minha igreja.” (Mateus 16.18b) 80 anos de vitórias da Igreja Batista em Campo Grande Contexto histórico 25 de novembro de 1930. Nessa data Deus resolveu começar mais uma excelente obra na terra. Mas, antes de relatarmos essa História divi- na que nos propomos a descrever, iremos mostrar um pouco do momento histórico em que esse trabalho teve início. Em outubro de 1930, após anos vivendo em um país governado por oligarquias paulistas e mineiras, Getúlio Vargas assume a presidência do Brasil através de uma estratégia política, com apoio de alguns Estados que estavam cansados de se submeterem a agricultores e pecuaristas de São Paulo e Minas Gerais. Nesse período, um pouco antes da chegada de Vargas à Presidência, eram inúmeras as perseguições contra os evangéli- cos no Estado de Pernambuco. Desde 1891, quando entrou em vigor a primeira Constituição Repu- blicana, a Igreja Católica deixou de ser uma instituição ligada ao Estado, o que provocou um enfraquecimento político, religioso e educacional na Igreja Romana no Brasil. Isso levou a referida instituição a adotar práticas para conter o crescente número de fiéis que abandonavam efetivamente a religião romanista. Algumas dessas foram as intensas perseguições con- tra evangélicos no Estado de Pernambuco. Templos eram depredados, pregadores eram vigiados, inclusive pela polícia; em algumas empresas os funcionários eram demitidos ou quando iam à procura de emprego e se identificassem como um crente em Jesus Cristo não alcançavam a vaga almejada. O então Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife se 3
  • 4. mostrava um líder conservador que perseguia abertamente, muitas vezes com o apoio do Estado, todos os credos e filosofias contrários aos princípios católicos. Mas, ao longo da História, percebemos que Deus decide fazer a sua obra em momentos que achamos difíceis ou até impossíveis aos olhos humanos. Esse foi o contexto que o Es- pírito Santo resolveu desafiar o coração de algumas pessoas para iniciar uma obra tão bela que com muitas lutas, mas também com inúmeras vitórias, completa 80 anos no dia 25 de no- vembro de 2010. Tem início o sonho A Igreja Batista em Campo Grande foi organizada em 25 de novembro de 1930 na Rua São Caetano nº 27 no bairro de Campo Grande por 18 mulheres e 11 homens sob a direção do Senhor Jesus Cristo. Hoje, todos os membros organizadores já estão na glória do Pai, mas vale relembrar alguns dos nomes que conseguimos identificar em documentos encon- trados: Diácono Francisco Gregório (posteriormente foi ordenado e se tornou o primeiro pastor da Igreja), Quitéria Ferreira, Eugênia Ferreira, Artur Carneiro Ferreira, Antonia Ferreira, Elmo Ferreira, Vicente Serrano, Líbia Serrano, João Marques da Silva, Maria Marques, Ester Marques, Creuza Marques, Ezequiel Marques, Maria Marques Filha, Maria Quei- roz, Maria Góia, Olice Góia, Napoleão Pereira, Joaquim Taurino Rocha e José Ferreira. As 29 pessoas que iniciaram o trabalho e decidiram ouvir o chamado divino de saírem da Igreja Batista do Espinheiro, passaram a trabalhar no sentido de levar a palavra de Deus para um bairro que possuía inúmeros terreiros das mais diversas manifestações de religiosidades. É claro que não foi uma obra simples de ser desenvolvida. Além das perseguições sofridas por parte do Estado, da Igreja Católica e de empresários locais, trabalhos satânicos eram feitos na tentativa de frear o sonho que Deus tinha plantado aqui em nosso bairro. Percebendo que não era algo simples, nossos primeiros irmãos resol- veram arregaçar as mangas no sentido de não esmorecerem e tocar de fato a obra de Deus. Através de muita oração e de muita ação o Espírito Santo foi resgatando do reino das trevas mais e mais pessoas que aos poucos iam somando aos vinte e nove membros iniciais. Isso encorajava os primeiros missionários, pois a cada dia reconheciam que o trabalho no Senhor não é vão. Crescendo o número de fiéis, a casa na Rua São Caeta- no foi ficando pequena e, mesmo em uma comunidade que não possuía 4
  • 5. muitos recursos, Deus novamente os desafiou, dessa vez a procurar um local mais amplo para receber as novas ovelhas que iam se juntando ao rebanho campograndense. Já naquela época, nossos irmãos sabiam que os recursos para fazer a obra divina já existiam, só precisaríamos perguntar ao Senhor Jesus, onde e como iríamos obter. Confiando nessa promessa, foi comprada uma casa na Rua Pretextato Maciel nº 67, no bairro de Campo Grande, entusiasmando cada vez mais os irmãos a se empenha- rem na obra de Deus. Nesse novo endereço o trabalho con- tinuou sendo ampliado. Já no ano de 1934, na liderança do Pastor Francisco Gregório, nossa Igreja estava entre as cinco que mais contribuíam para o pe- riódico O Batista Pernambucano, pois o referido líder entendia que além de ser um órgão divulgador do trabalho batis- ta, era um método de se alcançar mais pessoas para Cristo. Com esse mesmo objetivo, no ano de 1935 foi organizada uma escola popular onde 116 crianças das adjacências aprenderam a ler, escrever, fi- zeram trabalhos manuais, escutaram a palavra de Deus e entoaram hinos ao Senhor, lhe rendendo graças, sob a liderança da professora Dolores Martins a quem O Batista Pernambucano de março daquele mesmo ano chamava de incansável, pois realizava o trabalho de Cristo sem medir esforços. Vale ressaltar que as circunstâncias que aquelas crianças foram alfabetizadas e instruídas biblicamente, eram precárias. Estamos falando dos anos de 1930, onde os recursos para a educação eram escassos, o nú- mero de mestres era reduzido, as pessoas não possuíam muitas Bíblias, e o interesse pela leitura, qualquer que fosse, não era um hábito comum da população recifense. Como nossos primeiros irmãos se mostravam preocupados com a ex- pansão do trabalho de Cristo não só em Campo Grande, mas em todo o Estado, os pioneiros da igreja plantaram uma nova obra numa cidade do interior de Pernambuco. Desse novo projeto de Deus surge a Primeira Igreja Batista em Aliança. Inicialmente contava com 14 irmãos que pe- diram carta de transferência da Igreja Batista em Campo Grande, sendo inaugurada às 18 horas do dia 28 de abril do ano de 1935, pelo Pastor Francisco Gregório, sob a direção do Espírito Santo. O trabalho tem dado frutos que permanecem, colaborando com o crescimento do Reino de Deus, graças aos nossos irmãos daquela cidade que desde o início do projeto se preocuparam em cumprir o mandamento do Mestre. Mas, como dissemos anteriormente, o trabalho de Deus não é fácil. O inimigo nunca ficará satisfeito em ver a obra do Senhor dando frutos 5
  • 6. ao resgatar pessoas das trevas para o conví- vio com a Maravilhosa Luz. Em 1937, Getúlio Vargas dá um Golpe de Estado implantan- do o Estado Novo no Brasil. Para governar Pernambuco foi designado o interventor Agamenon Magalhães, católico fervoroso, anti-semita, e que em seus discursos e atos se mostrava com tendência para as propostas fascistas. Com um interventor apresentando essas características, o trabalho de Deus em Campo Grande passou a ser perseguido de forma mais enfática. Só que aquele que começou a boa obra na vida de nossa igreja não iria abandoná-la pelo fato de os oposicionistas do trabalho divino terem aumentado suas perseguições. A igreja, mesmo enfrentando diversas di- ficuldades, continuava com seus trabalhos de evangelismos locais, es- colas populares para as crianças, financiamento de obras missionárias e atendimento a pessoas que, mesmo sem serem membros da comunidade, procuravam ajuda, pois acreditavam que esse era um local onde podiam encontrar algum amparo espiritual e também material. Mas aprouve a Deus que no ano de 1945 Agamenon Magalhães dei- xasse a interventoria de Pernambuco. Esse era também o ano que tivera fim à segunda Guerra Mundial e a partir daí irmãos dos Estados Unidos da América retomaram o financiamento de missões do trabalho batista pernambucano, facilitando a expansão da obra de Deus. Talvez, por razão desse período turbulento na história de Pernambu- co entre a década de 1930 e 1950 é que temos um hiato histórico dos fatos ocorridos na missão campograndense, uma vez que só sabemos que os que sucederam ao Pr. Francisco Gregório foram os pastores Manuel Euclides da Cunha e Oséias Dias. Porém, não conseguimos obter docu- mentos que narram sobre como foi o ministério desses dois pastores, mas apenas os seus nomes. A partir de 1955 a missão campograndense novamente teve um grande impulso. Agora já na liderança do Pastor Severino Cardoso da Silva. O Pastor Cardoso nasceu em 20 de outubro de 1910 e ainda muito jovem encontrou-se com Jesus através da men- sagem do Pastor Severino Batista. Aos 28 anos casou-se com a jovem Dinorah Lima da Silva, no dia 11 de fe- vereiro de 1938, com quem teve 10 fi- lhos. Ingressou no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil para fazer o 6
  • 7. curso de Teologia e foi examinado para o exercício do ministério pastoral em 26 de dezembro de 1941, a pedido da Igreja Batista do Feitosa, Recife – PE, onde exerceu seu primeiro ministério. Estiveram presentes em seu Concílio pastores ilustres da história ba- tista, tais como: José Lins de Albuquerque, Lívio Lindoso, Munguba So- brinho, Antonio Marques Lisboa Dorta, John Mein, dentre outros. Pastor Cardoso foi um incansável amigo de suas ovelhas e um grande pregador da Palavra de Deus. Ele gostava de realizar muitas séries de conferências evangelísticas para pregar o evangelho, tanto em Pernam- buco quanto por outros Estados. Foi em uma dessas séries de pregações fora do estado que Deus o usou como canal para levar a palavra ao menino José Almeida Guima- rães que, posteriormente, viria a se tornar Pastor, Secretário Executivo do campo Pernambucano e Pastor das Igrejas Batista da Concórdia e Capun- ga, onde até hoje é Pastor Emérito daquela Igreja. Em seu pastorado à frente da Igreja Batista em Campo Grande, o Pastor Cardoso promoveu vários trabalhos de alfabetização na comuni- dade, através das escolas populares, que se mostrava como um excelente método para a capacitação de crianças, jovens e adultos, bem como um meio de levar a palavra de Cristo às pessoas. A preocupação não só com a saúde espiritual mas também com o ma- terial fez com que a nossa igreja passasse a fazer doações para o Hospital Evangélico, como continua fazendo em nossos dias. Essa era também uma forma que o Pastor Severino Cardoso entendia que poderia con- tribuir com o crescimento do trabalho de Cristo. Outro exemplo para ilustrar como nossa igreja já possuía uma visão expansionista nesse pe- ríodo, foi a organização da Igreja Batista na Vila do IPSEP Às 19h30min . do dia 8 de Dezembro de 1959, aquela que por muitos anos tinha sido uma extensão nossa naquele bairro, se tornou uma comunidade cristã independente produzindo muitos frutos e colaborando com o trabalho divino para honra e glória do Senhor Jesus. Grande era o avivamento do Espírito Santo naqueles dias. Não es- tamos tratando aqui de movimentos emocionalistas que levam muitas pessoas a buscarem igrejas que pregam prosperidade em nossos dias. Estamos falando de um movimento sólido, baseado na pregação da Pa- lavra de Deus, no louvor de hinos que verdadeiramente exaltavam o nome do Senhor, no empenho em que muitos irmãos saíam às ruas para anunciarem o Evangelho de Cristo, e nos diversos métodos baseados unicamente na nossa regra de fé e prática – a Bíblia Sagrada – que eram utilizados para o engrandecimento do Reino de Deus naquele período. Esse avivamento levou ao aumento do número de membros em nos- sa igreja e o prédio da Rua Pretextato Maciel nº 67, que por tantos anos serviu a essa célula do Reino Celeste aqui na Terra, foi ficando 7
  • 8. pequeno para o crescente do trabalho de Cristo naquele local. Restava então ao Pastor Severino Cardoso orar a Deus para que lhe mostrasse e confirmasse no coração da igreja as providências a serem tomadas. E não de- morou muito. Quando uma comunidade de fé se propõe a ficar na dependência do Espí- rito Santo a vitória é certa. Em 10 de abril de 1962, numa sessão re- gular administrativa, Deus teria confirmado a sua vontade de a igreja adquirir o terreno pertencente ao Sr. João Lira, localizado na Estrada de Belém 1838 no bairro de Campo Grande – Recife (nosso endereço atual). O então pastor teria dado um sinal no valor de C$ 160.000,00, pagando no mês seguinte a quantia de C$ 640.000,00, quitando toda a dívida, quando então a escritura do terreno foi passada para o nome da igreja. Era o Espírito Santo agindo. Os irmãos orando, trabalhando em con- junto com a liderança e confiando que a vitória seria sempre daqueles que en- tregam o caminho ao Senhor e confiam Nele, sabendo que tudo Ele fará. Com mais uma etapa da vontade de Deus sendo iniciada na vida da nossa comunidade, cabia então aos irmãos se organizarem, principalmente em oração para Deus os direcionar nas decisões a serem tomadas com o novo terreno. E foi o que fizeram. Tendo Cristo na liderança, nossos irmãos, em 16 de novembro de 1963, designaram uma comissão de construção que to- maram as medidas cabíveis para o início das obras no novo terreno. No dia 27 de setembro de 1964 a igreja lançou a pedra fundamental do novo templo e desde então a Igreja Batista em Campo Grande está localizada no último endereço citado. Era um local humilde. O primeiro prédio do templo ficava onde hoje é o nosso berçário, espaço apertado na visão de alguns, mas aconchegante na visão de outros que tinham uma visão divina, bem mais ampliada da- quilo que Deus pretendia fazer na Igreja Batista em Campo Grande. Voltando a falar sobre nossa visão missionária, na década de 1960 de- mos mais alguns passos para a expansão do Reino de Deus aqui em Reci- fe. Em 07 de junho de 1963 transformamos nossa então congregação no 8
  • 9. bairro do Pina em uma igreja e em 13 de outubro de 1964 já estávamos discutindo a abertura de uma nova congregação na Cidade dos Órfãos – hoje, Cidade de Deus. Era nossa igreja na liderança do Pastor Severino Cardoso cumprindo o “ide” de Cristo e anunciando o evangelho, não apenas para fazer crescer o número de membros no novo templo, cons- truído em 1964, mas com uma visão de que a mensagem divina deveria ser levada para onde o Espírito Santo lhe desse a direção. A frase predi- leta do Pastor Cardoso, quando chegava a alguma cidade e alguém lhe perguntava o que viria fazer naquele lugar, era: “Vim povoar os Céus!” O Pastor Severino Cardoso foi a pessoa que por mais tempo esteve na liderança das funções eclesiásticas em nossa igreja, isto é, 24 anos (22/04/1955 a 24/02/1979). No início da década de 1970 lançou as bases e construiu um novo Templo para a Igreja. Ele marcou época no ministério batista de Per- nambuco. Cumprindo o mandamento bíblico onde o Senhor Jesus Cristo manda-nos honrar a quem honra seus mandamentos, a missão campogran- dense decidiu em 15 de outubro de 1978 confe- rir a Severino Cardoso da Silva o título de Pastor Emérito de nossa igreja, ato que foi apoiado de forma unânime por toda a congregação que o reconheceu, dentre outros motivos, por ser uma pessoa de visão missionária. Em entrevista com o Pastor Miquéias da Paz Barreto – Pastor Presidente da Igreja Ba- tista da Concórdia, Recife – PE, o qual em sua juventude teve a oportunidade de servir a Deus junto com o Pastor Cardoso, percebemos que a igreja realmente tinha motivos para ho- menagear nosso líder emérito. Pastor Miquéias nos relatou que já ti- vera a oportunidade de viajar por várias partes do mundo, mas nunca tinha visto alguém com a facilidade de transmitir a Palavra de Deus como Severino Cardoso. Era um servo de Cristo autêntico, que deixou sua marca em nossas vidas e que um dia teremos o prazer de nos en- contrarmos no Céu. O Pastor Cardoso também pastoreou, concomitantemente à Campo Grande, as Igrejas: Primeira Igreja Batista do Arruda e Segunda Igreja Batista de Casa Amarela, ambas em Recife – PE, Betel em Jaboatão e a Brasileira, na cidade de Moreno – PE. Mas, como nada nesse mundo é para sempre, o Pastor Cardoso perce- be que sua missão em nossa igreja estava chegando ao fim. Guiado pelo Espírito Santo fez a indicação aos irmãos do próximo líder que deveria ocupar as funções eclesiásticas em nossa comunidade. Sendo submissa 9
  • 10. à vontade divina e atendendo ao pedido do então guia espiritual, a Igreja Batista em Cam- po Grande, em sessão realizada no dia 12 de novembro de 1978, aprovou o nome de Saulo Pereira Borges como seu novo pastor, o qual recebeu a presidência da igreja das mãos do Pr. Cardoso, em 24 de fevereiro 1979. Durante os anos em que esteve à frente de nossa igreja, o Pastor Saulo Borges deu ênfase aos trabalhos sociais como forma de alcançar pessoas para Cristo. Se- guindo a tradição do protestantismo histórico – que busca não apenas a regeneração espiritual, mas também a regeneração material dos indiví- duos – o referido pastor procurou atrair as pessoas para Cristo através do investimento na educação e na saúde, sem esquecer, é claro, que isso era um mé- todo de anunciar o evangelho. Já em 15 de junho de 1980, com apenas um ano de pastorado, Saulo Borges, com a aprovação da co- munidade, resolveu enviar uma proposta à Secreta- ria de Educação do Estado de Pernambuco para a implantação de uma escola de primeiro grau – atual Pr. Saulo Borges ensino fundamental – nas dependências da igreja. A proposta foi aprovada e em fevereiro do ano seguinte a escola que recebeu o nome de Poeta Jônatas Braga começou a funcionar – Jônatas Braga foi um grande poeta batista de nosso Estado que deixou suas poe- sias divinas em O Batista Pernambucano durante boa parte do século XX. Sentindo-se no dever de também investir na saúde física das pessoas, o Pastor Saulo faz uma proposta à igreja, no ano de 1983, para que fosse instalado um posto médico em nossas dependências, o que por motivos superiores não chegou a ser executado. Mas, como Deus teria colocado o referido pastor em nossa comunida- de para trabalhar também com obras sociais, Ele mesmo se encarregou de plantar de forma mais incisiva no coração do Seu servo o desejo de cuidar das crianças da comunidade. Em 1984, a gerente do Projeto Social da Visão Mundial que funcio- nava nas dependências da Igreja Batista de Salgadinho, irmã Adineide Nolasco Andrade Dias, veio à nossa igreja e perguntou ao Pr. Saulo se a missão campograndense tinha interesse em assumir o Projeto Social de Salgadinho. De imediato, o pastor comprou a idéia e levou a igreja, junto com a Visão Mundial, a alugar uma casa na Rua Newton Braga no bairro de Sítio Novo – Olinda, PE para que o Projeto funcionasse. Com o crescimento do trabalho social, o Pr. Saulo e a gerente do projeto, irmã Adineide, que a essa altura já estava frequentando nossa 10
  • 11. igreja, propõem à igreja a compra e construção de um local próprio para funcionamento do Centro Social, o que de imediato foi aprova- do por todos. Pouco tempo depois, com recursos financeiros da igreja, Visão Mundial e LBA – Legião Brasileira de Assistência, o terreno foi comprado. Três anos depois, no dia 15 de novembro de 1987, os irmãos são informados que a construção do novo centro social tinha sido iniciada. O centro foi inaugurado em 16 de julho de 1988 com o nome de Creche Pastor Cardoso, abençoando a vida de centenas de famílias, inclusive a de um dos histo- riadores que escreveu o presente texto, Paulo Julião da Silva. Pr. Saulo e Adineide Com o pedido de exoneração do Pr. Construção da Creche Saulo Borges no final dos anos 80 ele in- dicou para ser seu sucessor o seu pastor adjunto, Pr. Edmilson Ribeiro da Silva. Assim, em 26 de maio de 1991 o Pr. Edmilson é convidado para ser pastor efetivo da Igreja. Na sessão do dia 16 de junho de 1993 o Pr. Edmilson expõe à igre- ja que necessita de um seminarista para trabalhar na área de evangelismo e integração. Diante dessa neces- sidade, sob a orientação e direção do Espírito Santo, a irmã Adineide Nolasco Andrade Dias, que à época já era líder na igreja, apresenta ao Pr. Edmilson o nome do Seminarista Francisco Dias da Silva Filho para ocupar as funções à frente do Departamento de Evan- Pr. Edmilson gelismo e Integração, o que foi acatado pelo pastor e comunicado à Igreja que teria um novo seminarista, na sessão do dia 21 de julho de 1991. O jovem Francisco Dias, quando ainda era criança, deu os primei- ros passos na vida cristã, tendo entregado sua vida nas mãos de Cristo aos nove anos de idade, através da mensagem pregada pelo Professor Rubens Barros, que hoje já está na glória do Pai. Francisco Dias foi batizado em 21 de novembro de 1976 no Templo da Primeira Igreja Batista de Beberibe – Recife, PE, pelo seu pastor, João Virgílio Ramos André. Desde criança, Francisco aprendeu a amar o ministério que hoje exerce. Com apenas 12 anos de idade sentiu o desejo vindo do Espíri- to Santo de anunciar o evangelho e, com a ajuda de seu pai, Diácono Francisco Dias (in memoriam), preparou e proferiu seu primeiro ser- mão numa quinta feira à noite do ano de 1979. O local foi à casa do irmão Ivanildo, no bairro da Linha do Tiro. Logo após, aos 15 anos, realizou sua primeira série de conferências como pregador evangelista 11
  • 12. no templo da Primeira Igreja Batista de Cam- pina Grande – PB e também pregou em sua primeira concentração evangelística na Praça do Açude Novo naquela cidade. Era o início da grande obra que Deus tinha para realizar em sua vida e chegar até nós na missão cam- pograndense! Seu contato com a Igreja Batista em Cam- po Grande não se deu apenas no momento do convite do Pr. Edmilson Ribeiro. Sua história com Campo Grande vem de longas datas; ainda em sua adolescência. Já no ano de1986 ele foi convidado pelo irmão Silvano Barros, hoje pastor na cidade de João Pessoa – PB, para falar sobre combate às drogas para os alunos da Escola Poeta Jônatas Braga que funcionava nas dependências da Igreja. Em 1987, Francisco Dias foi convidado para pregar e cantar num culto de evangelismo na casa da irmã Balbina Linhares, membro da missão campograndense. E em 1988, o então Pastor da Igreja, Pr. Saulo Borges, conhecedor do dom musical de Francisco Dias, o convidou para gravar uma das faixas no LP Louvores Nota 10, disco que, com suas vendas, ajudara nos projetos sociais e no sustento da Creche Pastor Cardoso. Durante seu primeiro ano como Seminarista, Francisco Dias fez um grande trabalho de evangelismo realizando logo de início uma visita a mais de 1000 pessoas da comunidade, apoiado pelos jovens e adolescentes da época, no sentido de mapear os principais pontos a serem atingidos com o evangelismo da igreja. Esse belo trabalho fez com que outras igrejas tivessem interesse no Seminarista. Diante dessa realidade, em 1992 ele foi convidado pela Comissão de Sucessão Pastoral da Igreja Batista de Linha do Tiro, Recife – PE, no desejo daquela igreja de solicitar e realizar seu concílio para torná-lo Pastor Presidente daquela Igreja. Nesse ínterim, o Corpo Diaconal da missão campograndense, por sugestão da Diaconisa Maria Anunciada, conversou com o Pr. Edmilson Ribeiro para que fosse feito o convite ao Seminarista Francisco Dias de ser ordenado na missão campograndense e não em Linha do Tiro, o que foi proposto ao Seminarista. Toda essa situação mexeu muito com o coração do seminarista e o mesmo pediu tempo às duas igrejas para orar e ouvir a voz de Deus. 12
  • 13. Não demorou muito e o Espírito Santo confirmou no coração do Seminarista que ele deveria desenvolver seu ministério como Pastor Adjunto da Igreja Batista em Campo Grande. Tendo tomado essa deci- são e comunicado à Igreja de Linha do Tiro, foi feita uma sessão do dia 20 de setembro de 1992 e o Pr. Edmilson Ribeiro propôs que a igreja convocasse um Concílio Examinatório de Pastores para avaliar o Semi- narista Francisco Dias, com vista ao pastorado adjunto da igreja, o que foi aprovado por todos. A igreja convocou um Concílio de Pastores junto à Ordem dos Pas- tores Batistas do Brasil – Secção Pernambuco e o Seminarista Francisco Dias foi examinado e aprovado na tarde do sábado de 17 de outubro de 1992 na presença de 27 pastores. O examinador do Concílio foi o Pastor e Professor Dr. Jil- ton Moraes Castro, professor do Seminá- rio Teológico Batista do Norte do Brasil. A consagração se deu em 31 de outubro de 1993 num culto festivo abençoado por Deus e com a ilustre presença do Espírito Santo. Essa data é muito marcante para o Pr. Francisco Dias, já que foi nessa mesma data que, em 1517, teve início a Reforma Protestante e também nasceu, em 2002, sua primeira filha. Curiosamente, a primeira pessoa batizada pelo Pastor Francisco foi a jovem ovelha, Renata Danielle Santos Luna, que quatro anos mais tarde se tornaria Renata Dias, ao casar-se com o responsável pelo seu batismo. Mas, como tudo na vida de quem deseja servir a Deus não se resume a festas e momentos de alegria, o ministério do Pastor Francisco, desde o início, foi bombardeado de dificuldades. O trabalho que crescera com seu dom evangelístico e as palestras que dava na comunidade e nas escolas passou a gerar ciúmes e contestações. Diante da situação, pe- dindo a direção do Espírito Santo, o Pastor Francisco em março de 1993 resolve entregar uma carta pedindo sua exoneração e afastamento do cargo de Pastor Adjunto da Igreja. Nesse período a nossa comunidade passou por várias crises de âmbito espiritual e material. Mas como os fiéis confiavam em Cristo para reso- lução das tribulações, com muita oração e dedicação na Casa do Senhor superaram todos os obstáculos. Aprouve a Deus que igreja e pastor viven- ciassem aqueles momentos para que ambos crescessem e aprendessem a depender de Deus. Assim, em 21 de março de 1993, no mesmo dia em que foi lido o pedi- do de exoneração e afastamento do Pastor Francisco Dias, o Pr. Edmilson 13
  • 14. Ribeiro também lê uma carta com sua solici- tação de afastamento como pastor efetivo da igreja. Dali por diante, a crise só aumentou e em 18 de abril de 1993 ocorre à exoneração do Pr. Edmilson Ribeiro. Diante da situação, a Igreja resolveu con- vidar um Pastor Interino para acompanhar a igreja nesses momentos difíceis e de 23 de maio de 1993 a 11 de julho de 1993 o Pr. Wagner Tenório, então pastor da Igreja Batista de Cajueiro, Recife – PE, assumiu o pastorado interino da igreja e foi usado por Deus para que a missão campograndense ouvisse a voz de Deus. Considerando que o trabalho que havia sido convocado a fazer jun- to à igreja havia encerrado, o Pr. Wagner deixa a interinidade e no dia 08 de agosto de 1983 a igreja elege o irmão Antonio Rafael de Almei- da como moderador. A primeira medida do moderador foi convocar a igreja para eleger uma Comissão de Sucessão Pastoral. Aquele foi um período de amadurecimento e crescimento espiritual para toda a Igreja. Percebendo que Deus de fato tinha escolhido o seu servo Francisco Dias para liderar nossa comunidade, a igreja, através da Comissão de Sucessão Pastoral, resolveu convidá-lo para pregar no culto da passagem de ano de 1993 para 1994 e naquele dia todos os presentes sentiram que Deus desejava o retorno do Pr. Francisco Dias. Deste modo, no dia 9 de janeiro de 1994 o irmão Albérico Souza de Santana Filho, representando a Comissão de Sucessão Pastoral, apresen- ta à Assembleia o nome do Pr. Francisco Dias para ser Pastor Interino da Igreja. Em 30 de janeiro de 1994, com 90% dos votos dos membros presen- tes à Assembleia, Francisco Dias da Silva Filho se torna Pastor Interino da Igreja. Em 12 de maio de 1994 o Pastor Francisco Dias, na qualidade de Pas- tor Interino da Igreja, passa por um dos momentos mais tristes: realizar a cerimônia fúnebre e sepultar um dos grandes incentivadores de seu pas- torado em Campo Grande, o Pastor Severino Cardoso da Silva. O Pastor Cardoso fazia questão de vir à Igreja todas as manhãs de domingo para ouvir o Pastor Francisco Dias a quem chama de o “fogoso”, referindo-se ao jeito alegre e ousado com que o Pastor Francisco pregava nos sermões. No dia 16 de junho de 1994, às 20h, o Pastor Francisco deixa de ser pastor interino e é aprovado em sessão realizada na Igreja Batis- ta em Campo Grande como Pastor Presidente da mesma. Três dias depois, em 19 de junho de 1994 ele preside a primeira Assembleia Administrativa da igreja, já como pastor efetivo e presidente da igreja até os dias atuais. 14
  • 15. Como Pastor Presidente, a missão do Pr. Francisco não foi fácil. Como citamos anteriormente, nas depen- dências de nosso prédio funciona- va uma escola de 1º grau, que tinha boas intenções para a nossa comuni- dade, como a de servir na formação de cidadãos em nosso bairro. Porém, a comunidade escolar depredava o es- paço que lhe era concedido. Banheiros eram depredados, paredes riscadas, o uso de drogas nas dependências da Igreja já era grande e a situação começou a ficar insuportável. Com a direção de Deus e o apoio da missão campograndense, o Pastor Francisco Dias passou a dialogar junto à Secretaria de Educação do Es- tado de Pernambuco, para que a mesma providenciasse um novo prédio onde funcionaria a escola. Em sua visão, esse novo local ajudaria a comunidade de duas formas: primeiro, teriam um espaço mais adequado para o funcionamento de uma unidade escolar; e segundo, abriria mais espaços para que a igreja pudesse trabalhar pela vida espiritual dos seus membros e da comunida- de como um todo. Depois de muitas idas e vindas à Secretaria de Educação, a partir de fevereiro de 1997 foi encontrado um novo local e a Escola Poeta Jônatas Braga passou a funcionar na Rua São Caetano, Campo Grande, Recife – PE, onde permanece até os dias atuais, abençoando a centenas de jovens de nossa comunidade. Um novo tempo Com o prédio depredado, porém à disposição da igreja, Deus inquietou o coração do Pr. Francisco para que ele reformasse o prédio, ampliasse o templo, fizesse berçário, banheiros e ajustes nas salas de aula. Mas, como fazer uma ampliação numa comunidade com escassos recursos? O Diáco- no Laércio Guedes, entendendo a real motivação pastoral exclamou numa sessão: “A igreja não tem dinheiro, mas é movida por fé, e eu quero ser o primeiro a apoiar o pastor e ajudar financeiramente na reforma”. E foi o que aconteceu: com fé, em tempo recorde – apenas quatro meses – o tem- plo foi ampliado e inaugurado em novembro de 1997 para honra e glória do Senhor Jesus. No início da obra, a igreja só dispunha de R$ 350,00 e assinou um contrato com a construtora para pagar a quantia de mais de R$ 23.000,00 em apenas quatro meses e Deus supriu todas as necessidades. Em suas funções como líder, o Pr. Francisco Dias sempre foi ousado e resolveu quebrar alguns paradigmas históricos. Dentre eles, a consa- gração de uma mulher ao pastorado batista. 15
  • 16. Por três anos, de 1998 a 2001, o Pr. Francisco, concomitantemente à presidên- cia de nossa igreja, assumiu a liderança da 1ª Igreja Batista no Arquipélago de Fernan- do de Noronha – PE, realizando um traba- lho de resgate de vidas para Cristo naquele local. Vendo a necessidade de recomendar alguém para assumir aquele ministério de forma integral, uma vez que só tinha condi- ções de ir à ilha uma semana por mês, pediu ao Espírito Santo uma pessoa dedicada na obra de Deus para que assumisse seu lugar ali naquela igreja. Como resposta das orações Deus lhe deu autorização, jun- tamente com a liderança da 1ª. Igreja Batista de Fernando Noro- nha, através do vice-moderador, irmão José Maurício, e demais membros para consagrar ao pas- torado batista a Bacharel em Te- ologia Eridinaide Alves da Cunha e Silva no dia 24 de março de 2001, passando a ser a primeira pastora batista do estado de Pernambuco. Essa atitude legou ao Pr. Francisco muitas perseguições fora das dependências de nossa igreja. Vários líderes e Instituições ligadas à denominação naquela época resolveram bombardear o pastor com acusações funestas, sem plausibilidade, que em diversas ocasiões fez o pastor pensar até em desistir de seu ministério. Porém, a missão cam- pograndense sempre esteve do seu lado, pois Deus não escolhe pessoas que se acham capacitadas, mas capacita a quem Ele escolhe. Por sua vez, o trabalho na missão campograndense a cada dia ia sendo acrescentado por Deus, aumentando a quantidade de pessoas que aceitavam a Jesus Cristo, gerando inclusive controvérsias. Diante do número de conversões que acontecia, um dos membros da igreja se dirigiu ao nosso líder para que ele não fizesse mais apelo, não cumprindo assim a missão de resgatar vidas do reino das trevas para o convívio com a Luz Divina. Como argumento, dizia que a igreja não tinha condições de receber tantas pessoas que estavam chegando, o que poderia gerar um caos. Percebendo que esse tipo de atitude não provinha da vontade de Deus, o Pr. Francisco levou a igreja a orar no sentido de Deus lhe dar respostas sobre o que fazer para acomodar e cuidar de tantas pessoas. 16
  • 17. Assim, a liderança da Igreja so- licita ao Pr. Francisco que apresen- te à Igreja, no auditório do Teatro Ribeira no Centro de Convenções de Pernambuco, de 17 a 18 de agosto de 2001, um Seminário, no sentido de mostrar à igreja qual o caminho a ser percorrido a partir de então. 178 membros estiveram presentes a esse Semi- nário. Sem perder tempo Deus, em sua soberania, dá ordens ao Seu servo para que, junto com a lide- rança e Igreja, não apenas apresentasse o Seminário proposto, mas também um planejamento estratégico para o futuro da igreja e criasse um Pacto de Membresia, servindo como Regimento Interno da igreja para que a partir dali começasse uma nova fase na missão campo- grandense. O inimigo mais uma vez tentou agir contra a vontade de Deus. Tanto que só em novembro de 2001, mês da assinatura do Pacto de Mem- bresia, algo que fora aprovado em sessão administrativa pela maioria absoluta dos membros, cerca de 80 pessoas resolveram pedir desliga- mento do rol de membros, pois não concordavam com a direção dada pelo Espírito Santo ao Pr. Francisco e demais líderes. Na ocasião, muitos líderes ficaram preocupados, uma vez que a saída de tantas pessoas poderia afetar diretamente o orçamento da igreja que já era pequeno para suprir tantas necessidades, uma vez que o mesmo girava em torno de R$ 3.500,00. Temia-se um caos financeiro em nossa comunidade. Só que as pessoas às vezes se esquecem de que quem plantou a Igreja Batista em Campo Grande foi o próprio Deus. Em sua Palavra Ele nos ensina que NUNCA vai dei- xar um justo sequer desamparado, muito Culto de menos a sua igreja que Ele tem como me- Lançamento nina de Seus olhos. da Pedra Fundamental No mês seguinte à saída daqueles membros que não concordaram com o Pacto de Membresia, um milagre aconte- ceu: a arrecadação da igreja dobrou, e só vem aumentando até os nossos dias, como prova de que quando a igreja se coloca na 17
  • 18. dependência de Deus, Ele supre toda e qual- quer dificuldade. Logo a seguir, o número de pessoas que iam sendo salvas também crescia a cada dia, a ponto das pessoas se acomodarem nas la- terais do nosso templo para assistirem aos cultos, o que incomodava, e muito, o coração de nosso guia espiritual e o mesmo sentiu o desejo de fazer um novo templo. Foi assim que em 16 de junho de 2003 em um culto bastante festivo, foi lançada a Pedra Fundamental do novo templo. Em 15 de setembro de 2003 teve início a construção. Vale lembrar que nessa época também compramos um terreno de dois hectares na cidade de Igarassu – PE para ser construído um centro de vi- vência da família campograndense. Novamente, diante do crescimento da igreja e da visão expansionista, pesso- as que não estavam ligadas no que Deus planejava para nossa igreja passaram a fazer oposição aos projetos divinos. Essa turbulência não se dava apenas a respei- to de um novo prédio, mas também em relação a palmas nos cultos, grupos de coreografias e a maneira con- temporânea das pregações do pastor Francisco, bem como seu jeito de buscar a unidade da igreja e dos acampamentos anuais. Quanto aos acampamentos, um em específico é de grande impor- tância nos determos, pois marcou profundamente a história de nossa igreja. Sentindo que o inimigo tentaria a todo custo dividir a missão campograndense, agora que essa estava construindo um novo templo, o Pr. Francisco pediu a todos os membros que participassem de nosso retiro espiritual anual para que Deus quebrantasse nossos corações, no sentido de entender seu propósito para nossas vidas. 18
  • 19. Pelo que nos lembramos, aquele foi um retiro que, em todos os as- pectos, sentimos a presença de Deus. Nas diversas formas de lazer, nos cultos, nas brincadeiras, e em reuniões que fazíamos sem ao menos fa- zerem parte da programação, o poder de Deus era manifestado. Grandes foram as bênçãos recebidas por todos aqueles que resolveram participar daquele evento. Mas, nem todos entenderam que o objetivo maior era de termos um só acampamento na igreja e vivermos em unidade de pro- pósitos. Assim, um grupo que já havia feito um acampamento paralelo ao da igreja um ano antes, resolveu mais uma vez ir de encontro ao pré-estabelecido pela Assembleia Geral da igreja e liderança espiritual, realizando outro acampamento paralelo. Talvez o ocorrido se deu porque o grupo, à época, não percebeu a dimensão e repercussão de terem tomado tal atitude por dois anos con- secutivos, acabando por gerar um grande mal estar na igreja. Diante de tal situação, como no meio do grupo havia líderes, o Pr. Fran- cisco pediu à liderança da igreja, em reunião, que exigisse uma retratação diante da igreja do grupo que havia se insurgido contra a busca de uni- dade naquele momento tão importante de nossa história. Mas a maioria dos líderes não achara que tal atitude fosse necessária e desqualificaram a atitude do guia espiritual. Cabe aqui relembrar que, em junho de 2003, tínhamos feito o culto de lançamento da Pedra Fundamental do templo atual e iniciado sua constru- ção em 15 de setembro do mesmo ano. Assim, esses acontecimentos aba- laram as estruturas emocionais tanto da nossa igreja quanto do seu líder, fazendo com que esse tomasse a decisão, depois de conversar e orar com sua esposa, de entregar à igreja uma carta pedindo exoneração de suas ati- vidades frente à liderança da nossa comunidade de fé, visto que sentia que a liderança da igreja também já estava dividida e que não lhe era mais possível dirigir uma igreja dividida. Esse ato se deu no dia 21 de março de 2004. Aquele foi um mês para ser esquecido. Pois durante quase 30 dias o pastor esteve ausente de seus trabalhos eclesiásticos, período que Deus usou para mostrar à igreja e ao próprio Pr. Francisco que a vida dele e o ministério pastoral da Igreja Batista em Campo Grande não pertencem a homens, mas ao Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Na igreja, o grupo escolhido para dar prosseguimento no caminhar das atividades sentiu no coração em fazer uma Assembleia Extraordinária para tratar da homologação do pedido de exoneração do pastor. Mas Deus não permitiu que a carta fosse homologa- da. Como o Espírito Santo era quem estava no controle daquela Assembleia 19
  • 20. que foi dirigida pelo vice-presidentes Anto- nio Alexandre Duarte Silva e pelo Diácono Sérgio Salomão da Silva, o pedido de homo- logação foi posto em votação e, por 144 vo- tos a 14, fora algumas abstenções, o pedido de exoneração feito pelo pastor Francisco à igreja não foi aceito e todos os líderes naque- la sessão declinaram seus cargos, solicitando que se fizesse uma carta pedindo ao Pr. Fran- cisco Dias que reconsiderasse sua posição e voltasse para a igreja para criar a diretoria que quisesse e dar prosseguimento ao que Deus havia determinado ao seu coração. Dessa forma, Deus mostrava à igreja a Sua vontade e o que Ele pretendia com a missão campograndense. Ao pastor Francisco, Cristo também falou de diversas maneiras. Através de pastores amigos, tais como: Pr. Anthenor Bittencourt, Pr. Ado- nias Freitas, Pr. José Gilcélio, Pr. Paulo Carlos, dentre outros, além dos membros da missão campograndense, familiares, enfim, foram vários momentos que o Senhor proporcionou ao nosso líder para mostrar a sua vontade. Dentre esses momentos, dois o marcaram profundamente. O primeiro foi quando o então pastor da Igreja Batista da Capunga, Pr. José de Almeida Guimarães, lhe aconselhou dizendo: “relaxe seu jo- vem coração e deixe Deus concluir o trabalho que Ele começou com você ali naquele lugar. Se for da vontade de Deus que você volte, a Igreja irá se manifestar e não aceitará seu pedido de exoneração”. O segundo mo- mento foi quando, chegando ao Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, o irmão Sebastião, um homem de 80 anos que o viu crescer brin- cando pelos pátios do Seminário juntamente com o filho do Pr. Ramos André, o Joãozinho, então lhe disse: “meu filho, eu lhe conheço desde pequeno, eu soube do que aconteceu, volte para aquela igreja e conclua a Obra que Deus tem para você naquele lugar”. Esses mandamentos divinos fizeram com que o Pr. Francisco Dias da Silva Filho retornasse à presidência da Igreja Batista em Campo Grande logo no mês seguinte, até os nossos dias. Com seu retorno, o Pastor manteve a liderança que assim desejou trabalhar em unidade, a construção do novo templo foi retomada e al- gumas coisas maravilhosas começaram a acontecer durante esse perío- do da construção que valem a pena serem ressaltadas, tais como: antes mesmo da retomada da construção, o desenhista que havia sido con- tratado pela igreja para fazer as plantas arquitetônicas do prédio, con- forme o sonho que Deus deu ao Pr. Francisco Dias abandonou a obra. Dali por diante, Deus usou um jovem membro da Igreja, Eduardo Lins, que na época era formado em matemática e técnico em edificações, e também a irmã Ana Elizabeth que estudava arquitetura para ajudarem 20
  • 21. a Igreja e o pastor, confeccionando todas as plantas arquitetônicas que Deus ia definindo através de sonhos para o Pr. Francisco Dias. Mas fal- tava algo: a presença de um Engenheiro Civil para que assinasse a obra. Foi aí que mais uma vez Deus fez algo extraordinário. Numa bela tar- de de sábado, quando o coral da igreja estava ensaiando, um Engenheiro Civil que estava esperando no carro sua esposa que havia ido numa loja de aluguel de roupas que fica próxima à igreja, ouviu as músicas que estavam sendo ensaiadas pelo coral da igreja. Ao se aproximar da janela do templo para ver os que estavam can- tando deu de frente com a perspectiva do templo que estava afixada na parede e que havia sido feito pelo irmão Antonio Alexandre Duarte Silva e pelo Pr. Francisco Dias. De imediato aquele Engenheiro perguntou aos que estavam ensaiando: “quem é o engenheiro responsável pela obra?” ao que lhe responderam: “ainda não temos; estamos orando a Deus por um, porque é muito caro”. Imediatamente aquele homem disse: “diga ao pastor da igreja que agora vocês já tem um Engenheiro. Eu vou assinar as plantas gratuitamente e acompanhar a obra desta igreja até o fim”. O nome desse homem: Dr. Fer- nando Guimarães – Engenheiro Civil. Por providência divina, ele trabalhava no escritório do Dr. Cláudio Mota, engenheiro calculista que havia sido contratado pela igreja para fazer o cálculo estrutural da igreja e que Dr. Fernando não sabia. Isso não foi coincidência, mas providência de Deus. Dali por diante, Deus foi realizando dia-a-dia vários milagres através de inúmeras pessoas. Para ter uma ideia, logo no início da obra a igreja recebeu da empresa CIMPOR a quantidade de 50 sacos de cimento para ajudar na concretagem da base do Templo. E, para concluir a base do templo, Deus usou o jovem Eduardo Lins para que o mesmo conversasse com seus amigos, Engº Fábio Patrício, Engº Otávio Carvalho e a Engª Carla Dantas, todos do grupo Votorantim Cimentos, para que eles viabi- lizassem uma ajuda à obra. A surpresa foi muito grande. Poucos dias depois desse contato e da visita de um desses engenheiros à obra, recebemos a doação de uma carreta com 200 sacos de cimento do Grupo Votorantim. Durante toda a obra, a Construtora Queiroz Gal- vão, através do irmão Eduardo Lins que trabalhava lá e do Engº Marcos Miguel Russo, nos apoiou do- ando todas as Xerox das plantas de obra e o acom- panhamento do processo. 21
  • 22. Mas as doações não pararam por aí: da empresa Weber Quartzolite (Grupo Saint- -Gobain), através da Engª Milena Borges, recebemos a doação de toda argamassa que precisávamos; das tintas Coral do Nordeste, através da Engª Ana Regina Cavalcanti, rece- bemos todas as tintas para a pintura interna do templo; da Construtora Norberto Odebre- cht, através da Engª Ana Carolina Pedrosa re- cebemos toda parte de cerâmica que foi utilizada no batistério, cascata e em diversas áreas da igreja; da Pedreira Guarany, através do Engº João Afonso, recebemos a doação e perfuração das três grandes rochas que es- tão na fonte que fica na parte externa da igreja; e a CBA – Cia. Brasileira de Alumínio doou todas as telhas do Salão de Festas que fica em cima do Templo. Além de todas essas doações, tivemos ainda o favorecimento de pre- ços bastante diferenciados durante toda obra das seguintes empresas: Armazém Rumar (através de Sr. Olívio e Sra. Ana), Armazém Riva (atra- vés do Sr. Riva), Cerâmica Elizabeth, Acinol, Supermix, Albino Silva, Guerdau, Imel, Aço Mais e Agroflora Carinjó. Mas, mesmo com essas ajudas e o esforço de todos os membros e con- gregados da Igreja, como estamos ressaltando, desde o início da escrita deste texto, nada do que nos propomos a fazer para Deus se realiza com facilidade. Durante boa parte do ano de 2006 e 2007, nossa construção andou a passos lentos, pois faltavam os recursos necessários à conclusão da obra. A igreja já tinha levantado durante setembro de 2003 a janeiro de 2007, através de bazares, venda de almoços, brindes e doações dos irmãos, mais de R$ 360.000,00. Mas faltava a parte elé- trica, todo o reboco interno, piso, forro do teto, painel de vidro frontal, torre. gradil externo e todos os demais acaba- mentos e detalhes arquitetônicos. Mas, novos milagres ainda estavam por vir. Em fevereiro de 2007 nosso pastor esteve numa viagem missionária em Boa Vista, Roraima e na Venezuela. Nessa viagem Deus começou a mostrar ao pastor Francisco que faria um novo milagre na vida dele e da nossa igreja. 22
  • 23. Contra a previsão do maior dos otimistas, ao retornar da viagem o Pr. Francisco revela à liderança que Deus teria lhe ordenado a concluir o tem- plo da igreja em 120 dias. Aos olhos humanos, esse seria um trabalho que se fosse feito às pressas, precisaria de no mínimo mais doze meses de construção para ser concluído, além da disponibilidade de todos os recur- sos financeiros, o que não era o nosso caso. Não tínhamos mais nenhum recurso. Mas Deus novamente mostrou seu poder. Depois de uma semana de oração, a liderança da igreja resolveu apoiar a proposta do seu líder e a contar 120 dias para inaugurar o templo, a partir do dia 25 de março, reiniciando, pela fé, as obras da construção do novo templo da igreja. Porém, como concluir um empreendimento que necessitaria de tantos recursos e em tão pouco tempo se nossa igreja não os tinha? Foi aí que aprendemos a viver literalmente no invisível poder de Deus. Através da ora- ção de todos aqueles que abraçaram o projeto, os recursos foram chegando. Um dos maiores milagres nesse período se deu no dia 13 de abril de 2007, quando o Pr. Francisco foi acor- dado durante a madrugada por Deus que lhe mandou que enviasse um e- -mail para o presidente da Indústria Farmacêutica HEBRON pedindo-lhe ajuda. E como servo de Deus, o Pres- bítero Josimar Henrique da Silva (Presidente da HEBRON), ouvindo a voz de Deus, reuniu sua equipe no dia 4 de maio de 2007 e decidiram doar a quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para ajudar na conclusão da obra. Contudo, não foi só através da HEBRON que nesse período dos 120 dias finais da obra nossa construção foi abençoada. Até mesmo pessoas não evangélicas foram levantadas diariamente para vir fazer doações. Outras pagaram votos a Deus que tinham feito há anos, através de doações finan- ceiras para nossa empreitada. Todos foram tocados pelo Espírito Santo para nos ajudar. E é claro, a igreja também se empenhou. E muito! Vários irmãos que nunca tinham pegado em uma colher de pedreiro se tornaram ajudantes de pedreiro. E o melhor, durante a obra houve recon- ciliação de inúmeras pessoas e muitas vidas foram salvas. Vários membros combinaram férias e se dedicaram ao trabalho do Senhor; e muitos dos que eram letrados, estudantes de altos níveis, que nunca tinham tra- balhado de forma tão pesada, se transformaram em simples servos, que apenas ouvindo a voz de Deus cumpriram sua vontade naqueles dias. Paralelamente às despesas da construção, nossa igreja também con- vidou e ajudou financeiramente para atuar como líder da juventude o Pr. Paulo Carlos da Silva, que esteve por dois anos em nosso convívio e 23
  • 24. fez um maravilhoso trabalho junto à juventu- de. Também convidamos o ministro de músi- ca Marcelino José Monte Silva, que até hoje exerce essa função em nossa igreja de manei- ra extraordinária. Voltando a nossa construção, pela graça divina, inauguramos o Templo na data marca- da: às 18h do dia 22 de julho de 2007. Vale lembrar que a pintura do templo, o re- vestimento da plataforma, o gesso do teto e as luminárias, a montagem das cadeiras, as pedras da fonte e conclusão da torre, não estavam pron- tas até um dia antes da inauguração. Mas, no dia, tudo estava pronto, o milagre havia sido completado. Foi tudo realmente uma bênção de Deus em nossas vidas; e, mesmo após termos acabado a construção do templo, a empresa CBA – Compa- nhia Brasileira de Alumínio nos doou todas as telhas de alumínio para cobrir o salão de festa que foi construído em cima do templo. Tudo isso foi fruto de oração. Atualmente, até as pessoas que saíram da Igreja na sessão de 2004 por não entenderem à época tudo o que Deus estava realizando na mis- são campograndense, hoje já voltaram a ter uma boa relação tanto com nosso pastor como com o restante da Igreja. A razão dessa reconciliação é simples: assim como na Bíblia, Paulo e Barnabé, servos e apóstolos do Senhor, enfrentaram divergências e tive- ram que se separar por um tempo para que a Obra do Senhor crescesse, Ele também permitiu isso em nossa história. Pois todos somos filhos do mesmo Deus e Pai que intercede por nós. Aquilo que nos une (JESUS) é maior do que o que nos separa! Por tudo isso é que nossa igreja tem crescido a cada dia e tem sido muito abençoada por Deus. Da mesma forma, passados todos os conflitos e vivendo dias de paz, nosso pastor também conseguiu realizar sonhos pessoais, tais como: sua formação em psicologia, sua licenciatura e mestrado em psicologia da família. Atualmente, como igreja possuímos duas congregações: uma na ci- dade de Jaboatão dos Guararapes – PE, que passou a ser Igreja em 24
  • 25. setembro de 2010, dirigida pelo Pr. José Gilcélio, que tem feito um ex- celente trabalho ali naquele local, e outra na cidade de Brejão, agreste pernambucano, dirigida pela Missionária Rute Andrade que também tem feito o reino de Deus crescer naquela localidade. Ainda como investimento na Obra Missionária, temos atualmente quatro membros da igreja que estão se preparando para o ministério pas- toral; são eles: Antonio Alexandre Duarte Silva, Manoel Geraldo da Silva Júnior, Sérgio Salomão da Silva e Rômulo Anderson Matias Ferreira. Também, no âmbito denominacional, contribuímos financeiramen- te com o Plano Cooperativo, Plano de Adoção Missionária, ofertas de missões (CBPE, JMN e JMM), Hospital Evangélico de Pernambuco, De- safio Jovem do Recife, além de inúmeras outras frentes missionárias e pastores necessitados. Em nossos dias, além da liderança do Pr. Francisco Dias da Silva Fi- lho, a Igreja Batista em Campo Grande conta também com o Pr. Ronaldo Robson Luiz como pastor adjunto. O Pr. Robson, como nós o chamamos, chegou a nossa igreja em meados de 2004, ainda como seminarista. Sentindo que era propósito do Espírito Santo de se tornar membro de nossa comunidade, orou a Deus junto com sua esposa, irmã Márcia Karina, para que Ele confirmasse esse desejo em seu coração. Ainda como seminarista, por autorização do Pr. Fran- cisco e em consonância com a liderança da missão cam- Pr. Ronaldo Robson pograndense, realizou seu primeiro batismo. Esteve à frente do Ministério de Integração e Discipulado e fez um excelente traba- lho, sendo responsável pelo discipulado de mais de cem pessoas. Também passou um ano à frente do ministério da juventude. A pedido do pastor Francisco Dias, registramos seu agradecimento a todos os líderes que têm marcado a história da Igreja Batista em Campo Grande, tanto os do passado quanto os do presente. O mesmo afirma que para não cometer o equívoco de es- quecer o nome de todos esses líderes, deseja representar a todos através da diaconisa Mirian Alexandre da Silva que tem sido um baluarte no Reino de Deus, em especial na missão campograndense. Diac. Mirian A missão campograndense não pretende parar Alexandre por aqui porque acredita que ainda há muitos sonhos e projetos de Deus a serem realizados. Um desses sonhos está sendo realizado em novembro de 2010 através da doação de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) da HEBRON ASEEC, a compra de todos os instru- mentos para formação da Orquestra Filarmônica Cristã de Pernambuco. Um sonho antigo, acalentado no coração do Pr. Francisco Dias e do Ministro de Música Marcelino Monte. 25
  • 26. Como projeto embrionário da Orquestra Marcelino, apoiado por sua esposa, irmã Fernan- da Monte, e uma grande equipe de professores e dinamizadores, tem realizado, semanalmente, um projeto de musicalização infantil com 170 crianças nas dependências da igreja. Hoje, contamos com mais de 400 famílias e um número significativo de congregados, além dos que, dominicalmente, o Senhor e Salvador Jesus Cristo tem acrescentado em nosso meio (Atos 2.47). É por tudo isso que em 25 de novembro de 2010, sob a liderança da irmã Renata Dias, Relatora da Comissão dos 80 anos e seus pares de Co- missão, a Presidência do Pastor Francisco Dias e o apoio do Pastor Adjun- to Ronaldo Robson, do grande trabalho do Ministro de Música Marcelino Monte, todo o Corpo Diaconal, Comissão de Finanças e toda a Liderança e Membresia da IBCG, foi prestado a Deus um grande culto de gratidão no Teatro Guararapes do Centro de Convenções de Pernambuco, tendo como Orador Oficial o Pr. Eli Fernandes de Oliveira, Pastor Titular da Igreja Batista da Liberdade em São Paulo. Que tudo isso seja apenas mais um passo em direção ao foco princi- pal que é o de trazer pessoas descrentes e sem esperança ao encontro de Jesus e torná-las membros de Sua família, para um dia irmos morar no Céu com Deus Pai, Filho e a maravilhosa e inseparável presença do Espírito Santo. Amém! 2º Vice-presidente: Sem. e Diác. Sérgio Salomão 26
  • 27. Fontes Primárias: Fotografias e Boletins dos 80 anos da História da IBCG; Livro de atas da Igreja Batista em Campo Grande das Décadas de 1950 a 1970 e do ano de 1997 a 2010; Periódico: O Batista Pernambucano: Junho de 1934; Agosto de 1934; Maio de 1935; Março de 1937. Entrevistas: Alice Alves Mangueira. Entrevista concedida a José Fábio Gomes da Silva na residência da entrevistada em 18 de agosto de 2010. Diaconisa Mirian Alexandre da Silva. Entrevista concedida a Paulo Julião da Silva na residência da entrevistada em 31 de agosto de 2010. Pr. Francisco Dias da Silva Filho. Entrevista concedida a Paulo Julião da Silva na casa do entrevistado em 21 de agosto de 2010. Pr. Miquéias da Paz Barreto. Entrevista concedida a José Fabio Gomes da Silva na Igreja Batista da Concórdia em 19 de agosto de 2010. Pr. Ronaldo Robinson Luiz. Entrevista concedida a Paulo Julião da Silva na Igreja Batista em Campo Grande em 04 de setembro de 2010. Rivalne Maria de Oliveira Santos. Entrevista concedida a Paulo Julião da Silva na Igreja Batista em Campo Grande em 22 de agosto de 2010. Rivalneide Santos Luna. Entrevista concedida a Paulo Julião da Silva na Igreja Batista em Campo Grande em 22 de agosto de 2010. Paulo Julião da Silva é Doutorando em História pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e mem- bro da Igreja Batista em Campo Grande desde 18 de no- vembro de 2001, data da realização de seu batismo. José Fabio Gomes da Silva é graduando (4º período) em Licenciatura Plena em História pela Fundação de En- sino Superior de Olinda (FUNESO), e membro da Igreja Batista em Campo Grande desde janeiro de 2010. Edição, diagramação e design: Seminarista Antonio Alexandre Duarte Silva (ordenação ao Ministério Pastoral em 2011) e Pr. Francisco Dias da Silva Filho. Apoio fotográfico: Poliana da Rocha Silva e Daniel Santos. 27
  • 28. Manoel Cosmo, Sérgio Salomão, Carlos Felipe, Laércio Guedes, Elias da Silva, José Edson e Levi Silva, Alice de Melo, Mirian Alexandre, Adineide Nolasco e Albérico Santana. Samuel Dias, Adineide Nolasco, Sérgio Salomão, Carlos Felipe, André Baltar, Paulo Julião, Alexandre Duarte, Pr. Ronaldo Robson, Márcia Karina, Renata Dias, Pr. Francisco Dias, José Edson, Cristina Beltrão, Débora Regina, Lorena Matias, Vastir Nóia, Éverton Bonner, Mirian Alexandre, Rute Rodolfo, Marcelino Monte, Fernanda Monte, Elias da Silva, Edneide Cabral, Carmelita Nóia, Simone Santos, Balbina Linhares e Rivalne Santos.
  • 29.
  • 30. Ministério Feminino Coordenadores e Professores da Escola Bíblica Dominical Ministério de Homens