As fissuras labiopalatinas são malformações craniofaciais frequentes caracterizadas pela interrupção dos tecidos do lábio, alvéolo e palato durante a embriogênese, causando problemas estéticos e funcionais. O tratamento é multidisciplinar e envolve cirurgias corretivas e ortopédicas realizadas em diferentes idades para corrigir as deformidades de forma a permitir uma vida normal para o paciente. A etiologia é complexa e envolve fatores genéticos e ambientais.
2. FISSURAS LABIOPALATINAS
Malformação craniofacial mais frequente
Caracterizadas pela interrupção na continuidade dos tecidos do lábio superior,
rebordo alveolar superior e palato durante a embriogênese
3. Além de grave problema estético, apresentam distúrbios funcionais, como deficiência
funcional avançada da fala, mastigação e deglutição.
Impacto emocional de ver a criança facialmente desfigurada
FISSURAS LABIOPALATINAS
4. Os pais devem ser esclarecidos de que a malformação é corrigível e
não afetará negativamente o futuro da criança.
Entretanto, eles devem estar preparados para um tratamento longo a
fim de corrigir as deformidades da fissura e de permitir que o
indivíduo conviva com elas.
FISSURAS LABIOPALATINAS
5. No Brasil, há referência de que a cada 650 crianças nascidas uma é
portadora de fissura labiopalatina.
Estimativas mundiais mostram que uma a cada 1.000 crianças nascidas é
portadora de fissura labiopalatina.
29% dos pacientes apresentam malformações congênitas associadas.
FISSURAS LABIOPALATINAS
6.
7. A formação da face e da cavidade oral é de natureza complexa e envolve o
desenvolvimento de múltiplos processos teciduais que devem se unir e fusionar
de modo extremamente ordenado.
Etiologia
8. Distúrbios no crescimento desses
processos teciduais ou nas suas
fusões podem resultar na
formação de fendas orofaciais.
Etiologia
9. A fusão defeituosa do processo nasal mediano com o processo maxilar resulta na fenda labial
A falha na fusão das cristas palatinas resulta na fenda palatina
Etiologia
10. Etiologia
Existem evidências que componentes genéticos e fatores ambientais atuam em
associação no desenvolvimento das fissuras labiopalatinas.
Dentre os fatores ambientais mais citados destacam-se:
Uso abusivo de drogas
Uso abusivo álcool ou cigarros
Exposição a Radiação
Idade dos pais
Deficiência nutricional
11. Progenitor Fissurado + Parente Fissurado:15% de chance de ter filho fissurado
A hereditariedade tem sido mencionada como o fator de maior
importância no desenvolvimento de fissura
Casal com um filho fissurado: 4,5% de chance de ter outro filho fissurado
13. As fissuras de lábio e de palato podem ocorrer isoladamente, associadas entre si
ou mesmo em combinação com outras malformações, apresentando-se em
diversos graus de severidade
Síndrome de Treacher Collins
Sequência de Pierre Robin
14. É possível o diagnóstico através da ultrassonografia pré-natal
15. Manifestam se em uma variedade de formas, de modo que cada cirurgia deve ser individualizada
para se estabelecer uma morfologia normal
CLASSIFICAÇÃO
16. Em relação à classificação, muitas se desenvolveram ao longo dos anos, mas a mais utilizada é a
de Spina por possuir uma denotação simples e ao mesmo tempo abrangente.
CLASSIFICAÇÃO
17. CLASSIFICAÇÃO
Completa
GRUPO I
Fissuras pré-
forame incisivo
Bilateral
Mediana
Unilateral
Incompleta
Direita
Ou esquerda
Completa
Incompleta
GRUPO II
Fissuras
transforame
incisivo
Unilateral
Bilateral
Mediana
GRUPO III
Fissuras pós-
forame incisivo
Incompleta
Completa
Direita
Ou esquerda
GRUPO IV
Fissuras raras da
face
Spina (1979)
22. Alterações odontológicas dos pacientes fissurados
Uma fissura do alvéolo pode frequentemente afetar o desenvolvimento dos dentes
decíduos e permanentes, além da própria maxila
Ausência dos incisivos laterais permanentes Ausência do incisivo lateral permanente no lado esque
Supranumerários na região da fissura.
23. Alterações odontológicas dos pacientes fissurados
Os indivíduos fissurados, mostram discrepância esquelética entre as arcadas dentarias
O retardo do crescimento maxilar é o
principal fator responsável pela
maloclusão.
25. Alterações no Ouvido
O músculo elevador e tensor do palato mole perde sua inserção na existência de fissura no
palato mole
Esses músculos permitem a abertura do óstio da tuba auditiva para a nasofaringe
26. Alterações na Fala
Para uma fala clara, é necessário que o indivíduo possua completo controle da passagem do ar
da orofaringe para a nasofaringe
20% apresentam fechamento inadequado
do mecanismo velofaríngeo
Fala Hipernasalizada
27. Compreender o crescimento e o desenvolvimento do esqueleto craniofacial é importante
ao plano de tratamento.
Tratamento das fissuras labial e palatina
28. Tratamento das fissuras labial e palatina
O objetivo do tratamento da fissura labiopalatina é
corrigir cirurgicamente a fissura e problemas
associados, ocultando assim a anomalia de modo que
os pacientes possam levar uma vida normal.
29. Equipes, geralmente, incluem:
Cirurgião Buco-Maxilo-Facial
Cirurgião dentista clínico geral ou pediátrico
Ortodontista
Cirurgião plástico
Otorrinolaringologista
Pediatra
Fonoaudiólogo
Psicólogo
Assistente social
Tratamento das fissuras labial e palatina
Tratamento multidisciplinar
30. Tratamento das fissuras labial e palatina
O momento do cirurgia reparadora tem sido um contínuo debate entre os cirurgiões
É atraente tentar corrigir todas as deformidades, assim que o bebê é capaz de suportar o
procedimento cirúrgico
10 semanas de idade
10 g /mL de hemoglobina no sangue
33. Ortopedia pré-operatória
A fixação não cirúrgica do lábio com fita adesiva é uma técnica simples e de custo razoável que pode aproximar os
segmentos
34. Tratamento das fissuras labial e palatina
Tratamento Precoce
Melhor desenvolvimento muscular do palato e faringe, uma vez reparado.
Facilidade de alimentação.
Melhor desenvolvimento da fonação
Melhor função da tuba auditiva
Melhor higiene bucal e função nasal competente
Melhor condição psicológica para os pais e o bebe
Dificuldade técnica da correção cirúrgica
Restrição do crescimento maxilar
Embora exista diferença entre as equipes com relação aos tempos cirúrgicos para realização do fechamento da
fissura, um princípio amplamente aceito é o compromisso.
35. Tratamento das fissuras labial e palatina
Procedimento; Época
Queiloplastia primária Após 10 semanas
Palatoplastia primária 9-18 meses
Retalho faríngeo ou faringoplastia 3-5 anos (depende do desenvolvimento da
linguagem)
Reconstrução alveolar/maxilar com enxerto ósseo 6-9 anos (depende do desenvolvimento dentário)
Cirurgia ortognática 14-16 anos em meninas e 16-18 anos em meninos.
(Após maturidade esquelética)
Rinoplastia Após 5 anos, mas preferencialmente após a
maturidade esquelética; após cirurgia ortognática,
quando possível
Queiloplastia secundária Após 5 anos (Maturidade cicatricial)
36. Queiloplastia
Tratamento das fissuras labial e palatina
Queiloplastia é o mais antigo procedimento cirúrgico utilizado para corrigir fissuras e é
realizado assim que clinicamente possível
39. Tratamento das fissuras labial e palatina
Palatoplastia
Realinhar as inserções aberrantes dos músculos palatinos e selar a comunicação entre as cavidades bucal e nasal
41. Tratamento das fissuras labial e palatina
Enxerto do Alvéolo Fissurado
A fissura alveolar normalmente não é corrigida nas cirurgias primárias de correção da fissura labial e fissura palatina
Passagem de fluido bucal para dentro da cavidade nasal
Secreções nasais drenam para dentro da cavidade bucal
Dentes irrompem na fenda alveolar
Colapso dos segmentos alveolares
Fissura ampla, a fala é afetada negativamente
43. Tratamento das fissuras labial e palatina
Correção de Desarmonias Maxilomandibulares
O paciente fissurado geralmente apresenta uma maxila com retrusão e atrésica, resultante da contração cicatricial das
cirurgias primárias.
44. PROFESSOR DR. EMANUEL DIAS
PROFESSORA DRA. ANA CLÁUDIA GOMES
FISSURAS LABIOPALATINAS
Recife-PE
28 de agosto de 2018
Residente: Rômulo Augusto de Paiva Macedo
Hinweis der Redaktion
Em razão de sua localização, fissuras são deformidades que envolvem as especialidades odontológicas como um todo no seu longo período de tratamento. O clínico geral se envolverá no tratamento das necessidades dentais especiais desses pacientes, pois eles podem ter anodontia parcial e dentes supranumerários. Maloclusão geralmente está presente, e a terapia ortodôntica com ou sem indicação de tratamento cirúrgico é frequentemente indicada.
O desenvolvimento da porção central da face tem início por volta do final da quarta semana de desenvolvimento humano, com o aparecimento dos placoides nasais (olfatórios) de cada lado da parte inferior do processo frontonasal. A proliferação de ectomesênquima em ambos os lados de cada placoide resulta na formação dos processos nasal mediano e nasal lateral. Entre cada par dos processos existe uma depressão ou fossa nasal, que corresponde à narina primitiva. Durante a sexta e sétima semanas de desenvolvimento, o lábio superior se forma por meio da união dos processos nasais medianos e com os processos maxilares do primeiro arco branquial. Logo, a parte média do lábio superior é derivada dos processos nasais medianos, e as partes laterais são derivadas dos processos maxilares. Os processos nasais laterais não estão envolvidos na formação do lábio superior, mas dão origem à asa do nariz. O palato primário também é formado pela união dos processos nasais medianos para compor o segmento intermaxilar. Tal segmento dá origem à pré-maxila, uma estrutura óssea com formato triangular que irá abrigar os quatro incisivos superiores. O palato secundário, que constitui mais de 90% do palato duro e palato mole, é formado pelos processos maxilares do primeiro arco branquial.
Fenda Palatina
Falta de suporte para a musculatura da língua
Deslocamento posterior da língua
Obstrução das vias aéreas
Reflexo da complexidade dos problemas enfrentados por indivíduos com fissuras bucofaciais
Forças ortopédicas suaves pré operatórias para moldar os segmentos alveolares e as narinas 0 a 3 meses após o nascimento tem mostrado Beneficios