Estudo dirigido linguagens da indexação prof. kátia
Atividade 4 ética e filosofia na ci pdf.
1. UFMG/ECI- CURSO: BIBLIOTECONOMIA
DISCIPLINA: TOPICOS EM GESTAO DA INFORMACAO E DO CONHECIMENTO D (Filosofia e
Ética da Informação) – Código TGI053
PROFESSOR: Marcello Peixoto Bax - ALUNA: Rita de Cássia Gonçalves
DATA: 26 de Março de 2014 - (4ª ATIVIDADE – RESENHAS)
"Eu sempre acreditei em números, nas equações, na lógica que leva à razão. Mas
depois de uma vida inteira nesta jornada, eu me pergunto: O que realmente é a
lógica? Quem decide a razão? Minha busca me levou pelo físico, o metafísico, o
ilusório... E de volta. E eu fiz a descoberta mais importante da minha carreira. É
apenas nas misteriosas equações do amor que qualquer lógica ou razão pode ser
encontrada. Eu só estou aqui por causa de você. Você é a razão do meu ser. Você é
todas as minhas razões". ( Do filme: Uma mente brilhante. Na hora de aceitar o
seu prêmio Nobel, o gênio da matemática John Nash (Russell Crowe) reserva
algumas palavras muito belas à sua esposa, Alicia Nash (Jennifer Connelly).
“Toda consciência é sempre consciência de alguma coisa”. (Edmund Husserl)
1. OS VÁRIOS SENTIDOS DA PALAVRA RAZÃO
2. A ATIVIDADE RACIONAL E SUAS MODALIDADES
3. A RAZÃO: INATA OU ADQUIRIDA?
VOCÁBULOS: RAZÃO, LOGOS, DEDUÇÃO, INDUÇÃO, ABDUÇÃO, REALISMO, IDEALISMO,
INATISMO, EMPIRISMO, CATEGORIAS , A PRIORI, A POSTERIORI,NOUMENON,
PHAINOMENON, FENOMENOLOGIA, DIALÉTICA
1. A palavra/termo razão possui várias acepções (sentidos) : certeza, lucidez, clareza das
ideias, consciência, motivo, causa. Quando o assunto é filosofia, a razão ocupa posto privilegiado. Não
esqueçamos que a filosofia privilegia o pensamento racional (verdadeiro) , logo, que vem da razão, intelecto,
abstração. A razão vista como consciência moral significa “ vontade racional livre que não se deixa dominar
pelos impulsos passionais[...] realiza ações morais como atos corretos ditados pela inteligência.” (CHAUÍ,
p. 69) , em outras palavras, a razão possui uma carga confiável - não permite equívocos ou mesmo enganos,
ela é o contrário de „irracional‟ uma vez que é capaz de atingir o conhecimento verdadeiro das coisas.
No dicionário de filosofia (ABBAGNANO, p.292 ) encontramos o termo e alguns de
seus significados fundamentais:
* Guia autônomo do homem em todos os campos em que uma indagação ou uma investigação é possível,
isso significa tratar-se de uma „faculdade‟ inerente aos homens e que os distinguem dos animais;
* Fundamento ou Razão do ser: essência necessária;
* Argumento ou Prova, ou seja, ter razão é o mesmo que ter argumentos ou provas necessárias para „estar
com a verdade‟;
* A Razão como guia de conduta humana no mundo- investigação livre : força que liberta dos preconceitos,
das opiniões, a razão é comum, universal.
Dessa forma os princípios da razão garantem que a realidade é racional: A)-Princípio de
2. identidade, B)- Princípio da não-contradição, C)- Princípio do terceiro excluído ,D)- Princípio da razão
suficiente. Suas características : validade universal, destituídas de um conteúdo determinado uma vez que são
formas e indispensáveis ao pensamento e para que as coisas, os fatos ocorram. A razão é contrária às
seguintes manifestações:
* Conhecimento ilusório
* Às emoções, sentimentos, paixões desordenadas etc;
* Crenças religiosas;
* Ao êxtase místico.
A)- Refere-se à condição para definir uma coisa e conhecê-la com base na sua definição : “A é A”. Ex: RG,
carteira de identidade.
B)- Este princípio garante o principio da identidade, em outras palavras, significa que “A é A e é impossível
que seja, ao mesmo tempo e na mesma relação , não A”.
C)- “Ou isto ou aquilo”, “certo ou errado” , é o mesmo que dizer que as duas coisas são possíveis, a solução
faz-se valer de apenas uma que seja verdadeira.
D)- Pode ser denominado “Princípio da causalidade”, indica que tudo que acontece ou existe há uma causa ,
nada é sem causa. Recusa o acaso, ações ou fatos acidentais; mesmo para o acaso e para o acidente, ela, a
razão busca esclarecer.
2. MODALIDADES DAATIVIDADE RACIONAL:
2.1 INTUIÇÃO OU RAZÃO INTUITIVA: visão direta e imediata do objeto do conhecimento, sem
necessidade de prova ou demonstração para saber o que conhece; consistem em um único ato do sujeito
cognoscente. A intuição pode depender de conhecimentos anteriores e por meio da síntese o indivíduo
apreende imediatamente o conhecimento das coisas ou fatos.
2.1.1 DOIS TIPOS DE INTUIÇÃO RACIONAL: SENSÍVEL OU EMPÍRICA OU INTUIÇÃO
INTELECTUAL.
*SENSÍVEL OU EMPÍRICA: é possível captar as qualidades do objeto com um olhar imediato,
compreende a singularidade do objeto e do sujeito . Ela não capta o objeto em sua universalidade e é
intransferível.
*INTUIÇÃO INTELECTUAL: universal e necessária. Trata-se do conhecimento direto e imediato dos
princípios da razão (Identidade, contradição, terceiro excluído, razão suficiente).A autora exemplifica com o
“Mito da Caverna” , de Platão: o prisioneiro da caverna tem a intuição sensorial, enquanto o filósofo possui a
intuição intelectual. A Fenomenologia se apresenta como intuição intelectual de essências ou significações.
2.2 A RAZÃO DISCURSIVA: DEDUÇÃO, INDUÇÃO E ABDUÇÃO
Ao intuir e concluir uma ideia ou fato evidencia-se o processo do conhecimento , ou seja, a razão
discursiva ou o raciocínio. O raciocínio exige provas e demonstrações, portanto, são muitos os
atos intelectuais que formam um „processo‟: empírico, prático, inferente , a experiência pode
ser individual, porém, ao atingir critérios de generalidade e universidade ocorrem a dedução (parte de uma
proposição geral e conclui outra proposição geral/particular), indução (parte de dados singulares inferindo
uma verdade universal) e abdução (intuição).
A dedução organiza o conhecimento que se encontra estabelecido para se chegar a novas
conclusões, em que se pode aplicá-la a todos os casos particulares semelhantes . Isto quer dizer que “a
dedução é um procedimento pelo qual um fato [...] particular são conhecidos por inclusão numa teoria geral”.
Ex: “Todos os homens são mortais. Sócrates é homem. Logo Sócrates é mortal”. A conclusão confirma o
que as premissas já estabeleciam de início (2).
3. A Indução precisa da experiência sensível (particularizada) para chegar a uma verdade vista como
totalizante. Ex: “O ferro, a prata, cobre são condutores de eletricidade[...] são metais; conclui-se que o metal
é condutor de eletricidade.” Dedução e indução são também conhecidas como INFERÊNCIA.
Quanto à Abdução , trata-se de uma intuição que visa interpretar indícios ou sinais de forma racional.
Ex: casos policiais, a história.
2.3 REALISMO E IDEALISMO
* RAZÃO OBJETIVA OU REALISMO = nos diz que as coisas existem independentemente da vontade dos
seres humanos, ou seja, uma realidade racional em si e por si mesma.
* RAZÃO SUBJETIVA OU IDEALISMO = contrariamente à razão objetiva, a subjetiva afirma que as
coisas existem porque é possível conhece-las por intermédio da razão humana.
3. A RAZÃO : INATA OU ADQUIRIDA?
São dois os caminhos a seguir para compreender como se dá o processo do conhecimento e
consequentemente paira uma dúvida substancial: como surgiram ou de onde vieram os princípios racionais?
De um lado o inatismo afirma que os princípios racionais são natos, algumas ideias nascem com o ser
humano. Quanto ao empirismo, este afirma que o homem adquiri os princípios racionais por meio da
educação, costume, experiência. Para os pensadores empiristas , a razão é como uma „folha em branco‟.
O filósofo francês Descartes conhecido como “O pai do racionalismo” diz que o espírito humano
possui três tipos de ideias: IDEIAS ADVENTÍCIAS, vindas das sensações , percepções, lembranças;
IDEIAS FICTÍCIAS, criadas na fantasia e imaginação e são falsas, por ex: fadas, duendes, sereias, entre
outros; IDEIAS INATAS, independe da experiência sensorial ou fantasia , existem porque o homem nasce
com elas. Ex: a ideia do infinito. Os inatistas acreditam que as ideias inatas são verdadeiras e critério apto
para validar o conhecimento.
Tanto o inatismo quanto o empirismo criaram problemas difíceis de serem solucionados. O primeiro
se vê diante da „transformação‟ da realidade que exige uma mudança das ideias; quanto ao empirismo , este
enfrenta a impossibilidade do conhecimento verdadeiro uma vez que as ciências são hábitos subjetivos , não
possuem objetividade , „apenas hábitos psicológicos de associar percepções e ideias por semelhança e
diferença, bem como por contiguidade espacial ou sucessão temporal”. A razão é uma estrutura inata
( Universal) portanto , vazia e os inatistas dizem que os conteúdos ou a forma do conhecimento são inatos;
há engano seja pelos inatistas quanto empiristas, porque estes que a razão (estrutura) é adquirida pela
experiência.
Para o filósofo inglês Leibniz (séc. XVII) ,há as verdades inatas e as verdades de fato; as verdades
da razão são inatas (matemática), nascemos com potencial racional, intelectual de conhecer ideias que
independem da experiência para ser verdadeira. Já as verdades de fato exigem a experiência uma vez que são
alcançadas por meio da percepção , sensação ou memória, são empíricas e obedecem a causas (podem ser
conhecidas) que fazem delas sejam o que são ( princípio de razão suficiente) .
3.1 A „REVOLUÇÃO COPERNICANA‟ EM FILOSOFIA – CRITICISMO KANT (SÉC.XVIII)
O filósofo Kant dizia que “o conhecimento não é reflexo do objeto exterior, ou seja, é o próprio
homem que constrói o objeto do seu conhecimento”. (ARANHA, p.113) . Kant, “ o ponto de partida da
4. filosofia não pode ser a realidade (seja interna , seja externa), e sim o estudo da própria faculdade de
conhecer ou o estudo da razão”, (citado por CHAUÍ, p. 90).
Como se deu a formulação kantiana? Inatismo ou empirismo? o conhecimento é constituído de
matéria (as coisas, os conteúdos , a posteriori), e a forma (o sujeito que conhece). Temos um conhecimento
que é anterior à experiência e isso nos ajuda a compreender o objeto quando nos deparamos com ele, são as
formas „a priori‟ do espírito , tempo e espaço- categorias (não é exterior ao homem) antecede à sensação,
porém, necessitamos da experiência sensível para que tal organização se faça. Porém, para Kant as coisas em
si (noumenon) não são passíveis de conhecimento, só mesmo o que se apresenta para o sujeito , o fenômeno
do qual o sujeito é participante. A razão é vazia, universal, necessária ,inata, independente da experiência, a
priori; já os conteúdos são dependentes da experiência, chamados a posteriori . O filósofo expôs seu
pensamento nas seguintes obras: Crítica da Razão Pura, Crítica da Razão Prática.
Neste sentido , a experiência seria é a 'ocasião' dada à razão(inata e universal) para que ela opere o
conteúdo e estabeleça as ideias. A razão administra a atividade do sujeito que conhece.
CATEGORIAS: condições para o conhecimento; qualidade, quantidade, causalidade, finalidade,
verdade, falsidade, universalidade, particularidade.
3.2 HEGEL – SÉCULO XIX (FILOSOFIA DO DEVIR, DO SER COMO PROCESSO, COMO
MOVIMENTO, COMO VIR-A-SER ) DIALÉTICA
A Razão é histórica? Sim. Hegel elabora sua filosofia criticando inatistas, empiristas e Kant.
Segundo o filósofo alemão, a razão não é relativa, pelo contrário ela dá sentido ao tempo; ela é necessário
para objetivo e para o subjetivo. “O real é a obra histórica da razão” porque está em constante mudança
(transformação). A DIALÉTICA (movimento) se faz em três momentos: tese (ideia), antítese (natureza) e
síntese (Espírito), deixa de ser verdade para ser 'desenvolvimento do Espírito', (ARANHA, p. 118 ).
4 REFERÊNCIAS
ABBAGNANO. Nicola. Dicionário de Filosofia.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando: Introdução à filosofia.São Paulo: Moderna, 1993.
CHAUÍ,Marilena. Iniciação à filosofia. São Paulo: Ática. 2010. Unidade II. Capítulos 7 a 9. p. 68-
83.