3. Introdução IA:
Denominamos Insuficiência Aórtica (IA), ou
Regurgitação Aórtica, a condição em que existe um
refluxo de sangue para o ventrículo esquerdo
durante a diástole ventricular, devido a uma
incompetência do mecanismo de fechamento valvar
aórtico.
O VE trabalha com uma grande sobrecarga
volumétrica. A HVE excêntrica aumenta a sua
capacidade de ejeção.
6. Fisiopatologia IA:
Insuficiência Aórtica Fase Descompensada:
Insuficiência Cardíaca Congestiva
Isquemia Miocárdica (bradicardia-dependente)
A bradicardia aumenta o tempo diastólico e também a fração
regurgitante
A queda da PAD prejudica ainda mais a perfusão coronariana
HVE leva ao aumento do consumo de O2
7. Insuficiência Aórtica Aguda
Não há mecanismo compensatório!
O VE não consegue albergar um volume regurgitante
> 50-60%.
Leva a hipotensão arterial e ao choque cardiogênico.
Causas:
Endocardite Infecciosa
Dissecção Aórtica
Trauma Cardíaco, Febre Reumática Aguda.
8. Etiologia IA:
Valva:
Cardiopatia Reumática Crônica
Espondilite Anquilosante
Degeneração Mixematosa
Endocardite Aórtica (aguda)
Aorta:
Aterosclerose
Aortite Sifilítica
Necrose Cística da Média
Arterite de Takayasu
9. História Clínica IA:
Fase Compensada:
Percepção dos batimentos cardíacos
Percepção de pulsações fortes durante noite
Fase Descompensada:
Dispnéia e Ortopnéia
Angina Noturna (bradicardia-dependente)
10. Exame Físico IA:
Sinais Periféricos de IA Grave:
Pulso em Martelo d água: Elevação ampla e colapso
abrupto
Pulso Bisferiens: Dois pulsos sistólicos
Sinal de Quinke: Pulsação capilares subungueais
Sinal de Musset: Pulsação da cabeça
Sinal de Muller: Pulsação da úvula
Sinal de Traube: ruído sistólico e diastólico audíveis na
artéria femoral.
Sinal de Hill: PAS de MMII > PAS de MMSS.
11. Exame Físico IA:
Ausculta:
Sopro Holodiastólico: (Aspirativo)
- Valvar: Mais intenso no foco aórtico acessório (BEEM).
- Dilatação Aorta: Mais audível foco aórtico (BEDA).
Sopro de Austin-Flint: Jato regurgitante diastólico
alcança o folheto ant. mitral, promovendo redução da
abertura desta valva na diástole – Estenose mitral
dinâmica.
Presença de B3: Sobrecarga volumétrica.
Sopro Sisto-diastólico: Hiperfluxo da valva aórtica.
15. Tratamento IA:
Clínico: Pacientes sintomáticos
iECA ou Nifedipina Retard + Diuréticos
Nível ideal da PA sistólica < 140 mmHg
Cirúrgico:
Paciente Sintomático com IA grave
Assintomáticos com IA grave e FE< 50%
Pacientes submetidos a revascularização coronária
com IA grave Assintomática
18. Introdução IM:
Denominamos Insuficiência Mitral (IM), ou
Regurgitação Mitral, a condição em que existe um
refluxo de sangue para o átrio esquerdo durante a
sístole ventricular, devido a uma incompetência do
mecanismo de fechamento valvar mitral.
As câmaras esquerdas AE e VE trabalham com
sobrecarga de volume. Para melhorar a sua
performance o VE evolui com HVE excêntrica.
19. Fisiopatologia IM:
Fase compensada:
Aumento da complacência do AE e VE
Aumento da pré-carga ventricular
HVE excêntrica
Grande fração de ejeção FE> 70%
Fase Descompensada:
Dispnéia e ortopnéia
Assintomáticos com fração de ejeção FE< 60%
20. Classificação de Gravidade da IM:
Leve: Jato central menos que 4cm² ou < 20% da área
do átrio esquerdo. Grau angiográfico 1+.
Moderada: Sinais de regurgitação mitral maiores que
citados para IM leve, porém sem critérios para IM
severa. Grau angiográfico 2+.
Severa: Jato central área > 40% do átrio esquerdo ou
jato que atinge a parede do átrio. Grau angiográfico 3
ou 4+.
21. Etiologia IM:
Degeneração Mixomatosa (prolapso mitral)
Cardiopatia reumática crônica
Seqüela de IAM anterior (Imagem; apenas parte do
musc. papilar foi rompida. A rotura total é
incompatível com a vida).
22. Etiologia IM:
Rotura Espontânea da Cordoália
Calcificação Anular Senil
Endocardite Infecciosa (Imagem; vegetações
destruindo o folheto valvar)
24. Exame Físico IM:
Inspeção e Palpação:
Pulso normal ou amplitude aumentada.
Ictus de VE difuso e deslocado para esquerda da linha
hemiclavicular e para baixo do 5° espaço intercostal.
Pode haver um impulso protodiastólico palpável no foco
mitral, bem como frêmito holosssistólico na ponta,
também um impulso sistólico no 2° ou 3° EICE,
correspondente ao batimento do AE aumentado.
25. Exame Físico IM:
Ausculta:
Sopro Holossistólico: Não se altera com a inspiração profunda
diferença da IT.
Click Mesossistólico: Produzido pela vibração do aparelho
mitral no momento do prolapso. Valsava e posição ortostática
antecipam o click e decúbito e posição de cócoras, retardam o
click.
Presença de B3: diferente da IC sistólica, a B3 é simplesmente
pela sobrecarga de volume crônica – o fluxo da fase de
enchimento rápido do VE é muito intenso, levando à vibração
da parede ventricular.
26. Exames Complementares IA:
RX Tórax: Cardiomegalia com a ponta cardíaca
“mergulhando” no diafragma – aumento de VE, sinal
do duplo contorno e abaulamento do 3° arco.
28. Exames Complementares IA:
Eco cardiograma - Doppler:
Identifica Etiologia
Classifica a Insuficiência Mitral
Avalia periodicamente a função do VE (fração de
ejeção e volume sistólico final VEs)
29. Tratamento IM:
Medicamentoso: Somente pacientes sintomáticos
iECa + Beta Bloqueador + Diuréticos + Digitais
Anticoagulação na presença de FA
Cirúrgico:
Assintomático FE> 60% e/ou VEs < 4 cm na presença de FA ou
Hipertensão pulmonar
Assintomático FR<60% e/ou VEs > 4 cm
Sintomáticos com FE> 30% e VEs < 5,5 cm (inquestionável). Pacientes
maiores de 75 anos só deverão ser submetidos à cirurgia caso haja
sintomas independente da função ventricular
30. Tratamento IM:
Troca Valvar Mitral
Valvuloplastia com anel de Carpentier (Menor
mortalidade e melhores resultados pós – operatórios).
31. Referências:
Diretriz Brasileira de Valvopatias – SBC 2011 – I
Diretriz Interamericana de Valvopatias – SIAC 2011;
Arq Bras Cardiol 2011; 97(5 supl.1):1-67
Rick A. Nishimura, MD, MACC, FAHA et al;
Orientação para o tratamento de pacientes com
doença cardíaca valvular; AHA / ACC - 2014