O documento discute o raciocínio clínico e epidemiologia clínica, enfatizando a importância de entender as probabilidades e tomar decisões clínicas baseadas em evidências. Aborda três estratégias de raciocínio clínico - diagnóstico, causal e compilado - e descreve o Teorema de Bayes, que usa probabilidades a priori e a posteriori.
Ferramentas da epidemiologia clínica para um diagnóstico
1. Ricardo Alexandre de Souza
FAMINAS
Ferramentas da epidemiologia
clínica para um diagnóstico
2. Objetivos didáticos
Compreender a diferença entre chance e
probabilidade
Compreender como se dá o raciocínio clínico
Compreender como se dá a tomada de decisões
Sedimentar os conhecimentos sobre VPP, VPN,
S, E, RP+ e RP-
3. Sobre o raciocínio clínico
O raciocínio clínico é uma função essencial da
atividade médica. Embora o desempenho médico
seja dependente de múltiplos fatores, seu
resultado final não poderá ser bom se as
habilidades de raciocínio forem deficientes.
http://www.scielo.br/pdf/ramb/v44n4/1898.pdf
4. Sobre o raciocínio clínico
A eficiência do atendimento médico é altamente
dependente da análise e síntese adequadas dos
dados clínicos e da qualidade das decisões
envolvendo riscos e benefícios dos testes
diagnósticos e do tratamento.
http://www.scielo.br/pdf/ramb/v44n4/1898.pdf
5. Sobre o raciocínio clínico
Tem havido, nas duas últimas décadas, um
grande crescimento na nossa capacidade de
compreensão do raciocínio humano e, em
particular, do raciocínio clínico.
http://www.scielo.br/pdf/ramb/v44n4/1898.pdf
6. Sobre o raciocínio clínico
As pesquisas realizadas nas disciplinas da
ciência cognitiva, teoria de decisão e ciência da
computação têm fornecido uma ampla visão do
processo cognitivo que forma a base das
decisões diagnósticas e terapêuticas em
medicina.
http://www.scielo.br/pdf/ramb/v44n4/1898.pdf
8. Epidemiologia clínica
Embora a epidemiologia nica tenha nascido da
medicina nica e da epidemiologia e, portanto,
seja ria do modelo fico dico, de
cunho positivista, ela pode ser um instrumento
muito til tanto para a tica nica centrada na
pessoa como para a tica ao modelo dico
forma como ele invadiu todos os espaços da
de.
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9. Epidemiologia clínica
o o em compreender e aceitar os
veis avanços da cia instrumental do
modelo cientificista e ao mesmo tempo ser tico
de sua o excessiva em contextos em que
ele pouco pode contribuir para a melhora da
de , algumas vezes, contribui para a sua
piora.
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10. Epidemiologia clínica
Essa cia
excessiva o de
tecnologias caras, es e tratamentos
que podem causar mais cio do que
cio.
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11. Epidemiologia clínica
O exemplo pico a o ria de
(APS), contexto de assistência muito distinto dos
hospitais. Na APS, local em que a maioria das
es de o poderia ser
classificada como “doenças”, uma tica dica
primordialmente centrada na pessoa
possivelmente tera mais sucesso que a o
excessiva de evidências ficas produzidas
em es distintas, com duos
uniformemente selecionados e avaliados sob
uma perspectiva da doença (entidade
gica bem definida, com rios
sticos objetivos)
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12. Epidemiologia clínica
O exemplo pico a o ria de
(APS), contexto de assistência muito distinto dos
hospitais. Na APS, local em que a maioria das
es de o poderia ser
classificada como “doenças”
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13. Epidemiologia clínica
Uma tica dica primordialmente centrada na
pessoa possivelmente tera mais sucesso que a
o excessiva de evidências ficas
produzidas em es distintas, com duos
uniformemente selecionados e avaliados sob uma
perspectiva da doença (entidade gica bem
definida, com rios sticos objetivos)
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01. <vbk:9788536327976#page(189)>.
18. Sintomas inespecíficos
Existem es de meras ndromes
funcionais, e, aparentemente, cada especialidade
tem pelo menos uma: dispepsia funcional,
ndrome do intestino vel, ndrome pre-
menstrual, dor cica o aca,
fibromialgia, cefaleia tensional crônica, ndrome
da fadiga crônica, entre outras.
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19. Epidemiologia clínica
Para Wessely, Nimnuan e Sharpe, a existência
de ndromes funcionais ficas um
artefato da o dica, ou seja, a
o dessas ndromes reflete a
tendência
sua especialidade.
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20. Epidemiologia clínica
As gias, cnicas e gios do processo
stico, Heneghan e colaboradores dividem
o nio stico em três gios:
o das teses sticas, refinamento
das teses e o do stico final.
gias diferentes podem ser utilizadas em
cada um dos gios.
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23. O Raciocínio clínico
De acordo com Kassirer, três cnicas o
envolvidas no desenvolvimento do nio
nico:
24. O Raciocínio clínico
1) o nio stico, que se baseia nas
es sticas entre as veis
expresso na forma de lculos ou
de probabili- dades de uma determinada doença,
na lise da significância dos achados nicos e
na o de testes sticos
25. O Raciocínio clínico
2) o nio causal, que i um modelo
gico e avalia as es referentes ao
doente em termos de coerência, cabendo a ele
verificar as teses sticas;
26. O Raciocínio clínico
A o compilada geralmente foi obtida a
partir do nio stico ou causal.
Como muitos dos sticos realizados pelo
dico o rotineiros, usa-se o stico
stico para resolver esses casos.
27. O Raciocínio clínico
Para Kassirer, o nio stico (para os
casos mais rotineiros) e o stico (que se
baseia nas prevalências de doença) o os mais
frequentemente usados no gio inicial de
o de teses, e o nio causal, fraco
para a o de teses importante na
fase de refinamento e o das teses.
28. O Raciocínio clínico
Em seus textos sicos sobre stico
dico, David Sackett descreve quatro
gias que podem ser utilizadas na tica
stica. Os sticos, muitas vezes, o
feitos porque se reconhece um determinado
o na o de uma doença. Essa
gia recebe o nome de reconhecimento de
o, podendo ser definida como a o
instantânea do stico simplesmente
olhando o doente.
29. O Raciocínio clínico
Em seus textos sicos sobre stico
dico, David Sackett descreve quatro
gias que podem ser utilizadas na tica
stica.
30. O Raciocínio clínico
Os sticos, muitas vezes, o feitos porque
se reconhece um determinado o na
o de uma doença.
31. O Raciocínio clínico
Essa gia recebe o nome de
reconhecimento de o, podendo ser definida
como a o instantânea do stico
simplesmente olhando o doente.
32. O Raciocínio clínico
Essa gia parece ser o tal do “olho nico”
que alguns dicos
vel ou cil para o
dico explicar como ele chegou a esse
stico. O reconhecimento de o
melhora com a experiência nica, mas ja
presente, muitas vezes, no aluno de
propedêutica que inicia seu contato com doentes.
34. O Raciocínio clínico
Nessa gia, uma rie padronizada de
perguntas e de exames deve ser realizada de
forma ria
pergunta anterior.
As teses o
se chegar ao stico mais
vel ou correto.
35. O Raciocínio clínico
Essa gia empregada por
profissionais da de com menos experiência
em fazer sticos.
o caso do profissional de de o dico
que faz a o de risco no pronto-
socorro, organizando o atendimento dos doentes
por gravidade.
36. O Raciocínio clínico
Essa cnica m utilizada quando o
dico tem pouca experiência no assunto, em
protocolos de pesquisa onde o atendimento deve
ser padronizado, ou em es de emergência
em que os sticos realizados implicam em
condutas imediatas.
37. O Raciocínio clínico
Na tica ria, o dico experiente o usa a
gia da o, ja que leva a uma
perda maior de tempo e muitas vezes se prende
a um sinal ou sintoma que o doente o
apresenta, o que impede a o do fluxo
stico.
38. O Raciocínio clínico
A terceira gia vel a da o,
utilizada por muitos anos em rias escolas
dicas. Nesse tipo de gia, todas as
possibilidades sticas o levadas em
o.
39. O Raciocínio clínico
Isso implica em uma ria longa, gastando-se
tempo no rio detalhado dos rios
aparelhos. s a anamnese, realiza-se um exame
sico completo, e, somente s essa etapa, o
realizadas as primeiras teses sticas.
40. O Raciocínio clínico
Essa gia extremamente demorada e o
traz nenhuma vantagem adicional em o s
outras.
41. O Raciocínio clínico
O quarto tipo de gia a cnica tico-
dedutiva, que seria a mais adequada ao dico e
que deveria ser sempre ensinada aos estudantes
de medicina. O dico, o tempo todo, desde o
contato inicial com o doente, vai elaborando
teses e verificando suas plausibilidades de
forma dinâmica.
42. O Raciocínio clínico
As teses o sendo realizadas com base em
conhecimentos vios, es e experiência.
Levantada uma tese, o dico -
la -la por meio de perguntas adicionais e
do exame sico.
43. O Raciocínio clínico
Se uma tese descartada, o dico
imediatamente elabora outra tese, que sera
tratada da mesma forma. Ao terminar a anamnese,
as teses mais veis ja o definidas e,
muitas vezes, o s- tico correto m.
44. O Raciocínio clínico
O objetivo do exame sico buscar
pistas que confirmem as teses mais veis
ou que pelo menos o as contradigam. A
gia tico- -dedutiva se baseia nos
conhecimentos vios do dico, na o
adequada dos sintomas e queixas das pessoas e
no nio gico/ stico,
pensando-se inicialmente nas doenças mais
comuns e partindo-se progressivamente
medida que as teses
sticas iniciais o descartadas.
45. O Raciocínio clínico
Assim, tanto o conhecimento das probabilidades
(prevalência) da doença como o conhecimento dos
mecanismos causais o importantes.
48. O nio stico
Teorema de Bayes
A baseada em
probabilidades a priori (probabilidades
incondicionais das a um evento na
ausência de conhecimento ou o que
suporte sua ocorrência ou ausência) e em
probabilidades a posteriori (probabilidades
condicionais de um evento dada alguma
evidência)
49. O nio stico
Teorema de Bayes
“Se os médicos generalistas aumentam a
probabilidade da enfermidade dos pacientes
referenciados aos especialistas de 1 a 10% e
aceitamos que estes empregam provas de 95% de
sensibilidade e 90% de especificidade. O Valor
Preditivo Positivo passa de 8,7 a 51,3%.” (Ortun y
Gérvas)
51. O nio stico
As estimativas das probabilidades de doença para
esses limiares
-
fico.
52. O nio stico
O o deveria ser iniciado se a
probabilidade de doença for menor que o limiar de
testagem, mas o tratamento deveria ser iniciado,
sem exames
sticos adicionais deveriam ser realizados se
a probabilidade de doença estiver entre os dois
limiares.
54. Exposição da Mesa Redonda "O que o estudante de graduação deve saber sobre Cancerologia" - I
Congresso Acadêmico de Cancerologia (I CONAC), promovido pela Liga Paraibana para o Estudo
do Câncer (Oncoliga), João Pessoa - PB, Brasil. Slide original da Professora Rilva Lopes Sousa-
60. NICA PARA O
PROCESSO STICO
veis cujos
resultados stico:
Visualizac
o
intracraniana (confirmada por medida direta): a
ausência da perda esponta o exclui a
possibilidade de o intracraniana em
100%.
61. NICA PARA O
PROCESSO STICO
veis cujos
resultados stico:
fico): ausência de edema de tornozelo
afasta a possibilidade de ascite em 93% dos casos.
62. NICA PARA O
PROCESSO STICO
veis cujos
resultados stico:
Câncer como causa de lombalgia: a ausência de um
conjunto
ria ou perda de peso inexplicada ou
falência de terapia conservadora, afasta a
possibilidade de câncer como causa de lombalgia
em 100% dos casos.
63. NICA PARA O
PROCESSO STICO
ficos,
cujos resultados stico:
stico
stico em 59 a 82% dos
casos.
64. NICA PARA O
PROCESSO STICO
ficos,
cujos resultados stico:
stico em 100% dos
casos.
65. Curva ROC
-
perda de especificidade. O
aumento da especificidade, por sua vez, gera
queda da sensibilidade.
66. Curva ROC
A o entre sensibilidade e especificidade pode
ser representada graficamente
-
- -
ltiplos pontos de corte.
73. Razão de verossimilhança (Likelihood Ratio)
Razão entre a probabilidade de um resultado de um
teste em portadores da doença e a probabilidade do
mesmo resultado em indivíduos sem a doença.
Chance de se encontrar um resultado positivo (RV=)
entre doentes e não doentes.
RV + = S / 1 - E
Chance de um falso negativo em relação ao
verdadeiro negativo.
RV - = 1 - S / E
74. Exemplo
– -
- - - -teste da doença-alvo (expressa como chances)
ria positiva: 0,24/0,76 = 0,32 ria negativa: 0,24/0,76 = 0,32
(Gustavo 198)
Gustavo , GUSSO,, LOPES, José Mauro Ceratti - organizadores. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – princípios, formação e prática - 2volumes. ArtMed, 2012-01-01. <vbk:9788536327976#page(198)>.