Este documento analisa criticamente as diretrizes curriculares nacionais para a formação médica no Brasil. Discute a necessidade de revisar o currículo levando em conta as mudanças no mercado de trabalho e na realidade da saúde pública. Também aborda os desafios de formar médicos generalistas diante das transformações nas relações médico-paciente e no perfil epidemiológico da população.
ENFERMAGEM - MÓDULO I - HISTORIA DA ENFERMAGEM, ETICA E LEGISLACAO.pptx.pdf
Análise crítica das diretrizes curriculares nacionais para a formação do médico
1. Análise crítica das diretrizes
curriculares nacionais para a
formação do médico
Ricardo Alexandre de Souza
Um convite a reflexão
2. Objetivos
• Provocar, discutir e rever as diretrizes
curriculares nacionais para a formação do
médico, sob o ponto de vista de um MFC
• Analisar levando em consideração o mercado
4. O fato
Governo vai lançar Plano Nacional de Educação
Médica
A presidenta Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira
(30) que demandou aos ministérios da Educação e da
Saúde a criação de um Plano Nacional de Educação
Médica. (...)
Hoje, são formados cerca de 16 mil médicos por ano no
País em 180 escolas médicas, segundo dados do Conselho
Federal de Medicina (CFM). O governo quer ampliar para
20 mil anuais, com perfil para atuar no Sistema Único de
Saúde (SUS).(...)
http://www2.planalto.gov.br/imprensa/noticias-de-governo/governo-vai-lancar-plano-nacional-
de-educacao-medica, 31/08/2011 às 17h20
6. Retrospectiva histórica
“Em umas poucas horas, uma estimativa confiável pôde ser feita a respeito das
possibilidades de ensinar medicina moderna em quase todas as 155 escolas que
7. Retrospectiva histórica
Em sua o, das 155 escolas existentes,
apenas 31 tinham es de continuar
funcionando
“As escolas dicas devem estar baseadas em
Universidade, e os programas educacionais
devem ter uma base fica”
Pagliosa & Da Ros, 2008
8. Retrospectiva histórica
Controle de o; currículo de quatro anos (um
ciclo sico de dois anos, realizado no rio e
ciclo nico de mais dois anos, realizado no
hospital); exigência de rios e es
adequadas.
O ciclo nico deve-se dar fundamentalmente no
hospital, pois ali se encontra o local privilegiado
para estudar as doen- ças. Nas palavras do prio
Flexner: “O estudo da medicina deve ser centrado
na doença de forma individual e concreta”
Pagliosa & Da Ros, 2008
9. Retrospectiva histórica
O ensaio A ideologia e os aparelhos gicos
de Estado, de Althusser, de 1970, apresentou a
base para as ticas marxistas sobre o,
mostrando a o da o com a
ideologia.
Briani, 2001
10. Discutindo a realidade
• Inviável discutir currículo sem discutir
mercado
• Inviável discutir mercado sem discutir público-
alvo
• Discutir o currículo para o privado ou o
público? E quando a IES é privada?
11. Diz o MEC
dico, com o generalista, humanista,
tica e reflexiva. Capacitado a atuar, pautado
em pios ticos, no processo de de-
doença em seus diferentes veis de o,
com es de o, o,
o e o de, na
perspectiva da integralidade da assistência, com
senso de responsabilidade social e compromisso
com a cidadania, como promotor da de
integral do ser humano.
Parecer CNE/CES nº 1.133, de 7 de agosto de 2001
12. Diz o MS
A o sica caracteriza-se por um conjunto
de es de de, no âmbito individual e
coletivo, que abrange a oea o
da de, a o de agravos, o stico,
o tratamento, a o, o de danos e
a o da de com o objetivo de
desenvolver uma o integral (...) e o
imperativo tico de que toda demanda,
necessidade de de ou sofrimento devem ser
acolhidos.
Portaria GM 2.488, de 21 de outubro 2011
13. O que dizem sobre a ESF?
Ciênc. saúde coletiva vol.16 no.11 Rio de Janeiro Nov. 2011
14. Os caminhos
Graduação
Residência Especialização Acadêmico
BRASIL, 2008
16. Competências Gerais
• o de
• Tomada de es
• o
• Liderança
• o e gerenciamento
• o permanente
MEC, 2001
17. A organização do curso
O Curso de o em Medicina deve ter um
projeto gico, do coletivamente,
centrado no aluno como sujeito da
aprendizagem e apoiado no professor como
facilitador e mediador do processo ensino-
aprendizagem
MEC, 2001
19. DOS CURRICULARES
• Conhecimento das bases moleculares e celulares dos processos normais e alterados, da
estrutura e o dos tecidos, os, sistemas e aparelhos, aplicados aos problemas de
sua tica e na forma como o dico o utiliza;
• o dos determinantes sociais, culturais, comportamentais, gicos,
gicos, ticos e legais, nos veis individual e coletivo, do processo de-doença;
• Abordagem do processo de-doença do duo e da o, em seus ltiplos
aspectos de o, ocorrência e o;
• oe nio da propedêutica dica – capacidade de realizar ria nica,
exame sico, conhecimento gico dos sinais e sintomas; capacidade reflexiva e
o tica, gica e stica da o dico-paciente;
• stico, stico e conduta terapêutica nas doenças que acometem o ser humano
em todas as fases do ciclo gico, considerando-se os rios da prevalê ncia, letalidade,
potencial de o e importância gica;
• o da de e o dos processos gicos dos seres humanos –
o, nascimento, crescimento e desenvolvimento, envelhecimento, atividades sicas,
desportivas e as relacionadas ao meio social e ambiental.
MEC, 2001
20. DOS CURRICULARES
• Conhecimento das bases moleculares e celulares dos processos normais e
alterados, da estrutura e o dos tecidos, os, sistemas e aparelhos,
aplicados aos problemas de sua tica e na forma como o dico o utiliza;
• o dos determinantes sociais, culturais, comportamentais,
gicos, gicos, ticos e legais, nos veis individual e coletivo, do
processo de-doença;
• Abordagem do processo de-doença do duo e da o, em seus
ltiplos aspectos de o, ocorrência e o;
• o e nio da propedêutica dica – capacidade de realizar
ria nica, exame sico, conhecimento gico dos sinais e sintomas;
capacidade reflexiva e o tica, gica e stica da o
dico-paciente;
• stico, stico e conduta terapêutica nas doenças que acometem o
ser humano em todas as fases do ciclo gico, considerando-se os rios da
prevalê ncia, letalidade, potencial de o e importância gica;
• o da de e o dos processos gicos dos seres
humanos – o, nascimento, crescimento e desenvolvimento,
envelhecimento, atividades sicas, desportivas e as relacionadas ao meio social e
ambiental.
MEC, 2001
22. Críticas e Desafios
• Mudanças atuais
• Freire e a neurociência
• O volume de informação gerado hoje é
enorme. É necessário se preparar para isso
23. Críticas e Desafios
• Mudança da relação médico-paciente e a
proximidade da comunidade
• A mudança do perfil da população e a
mudança da postura do profissional: as
doenças cronico-degenarativas
• Trabalho comunitário e a abordagem
multiprofissional
24. Desafios
• A formação do generalista não é a mesma do
médico de família e comunidade, mas deve
beber na fonte do humanismo que a
especialidade é balizada.
• Elis Regina já canta sobre nossos ídolos, e
devem os MFC serem o novos ídolos?!
• Fazer com o que o profissional lide com a
incerteza
25. Desafios
• Compreender a limitação do papel do médico
• Da limitação da diagnose
• Da necessidade que a pessoa tem de partilhar,
compartilhar e vivenciar
Abraham Flexner visitou todas as 155 escolas em 180 dias!Flexner se torna presidente da General EducationBoard subsidiado por Rockfeller e assim movimenta 300 milhoes de dólares em 10 anos.
Nos EUA, o número de escolas de Medicinacaiu de 131 para 81 nos 12 anosposterioresaoinforme.número de escolasmédicashomeopáticasdiminuiu de 20 para 4 entre 1910 e 1920.Muitas se converteramaomodelobiomédico. A últimaescola de fisiomedicalismofoifechadaem 1911.Cinco das seteescolasparanegrosforamfechadas. A escolamédica se elitizou e passou a serfreqüentadapelaclassemédiaalta.
O essencialnaargumentação de Althusser é a manutenção da sociedadecapitalistapormeio da reprodução do aparatoeconômico (força de trabalho, meios de produção) e do aparatoideológico, entre estes a religião, a escola, a família e osmeios de comunicação. A escola é central, poisatingepraticamentetoda a populaçãopor um períodoprolongado de tempo.
Mercado é o privado e o públicoPúblico-alvo é a população, sistema de saúde privado e públicoE quando a IES é privada não é direito do aluno se inserir no mercado como quiser e quando quiser??Mercado público carece de médicos generalistas humanizados
Em 1949, com a publicaçãoPrincípiosbásicos de currículo e ensino, de Tyler, consolida-se o modelopropostoem 1918 por Bobbitt, dominandoeste campo até o final da década de 80. Para Tyler, quatroquestõesbásicasdeveriamserrespondidaspelodesenvolvimento do currículo: “1. queobjetivoseducacionaisdeve a escolaprocuraratingir?; 2. queexperiênciaseducacionaispodemseroferecidasquetenhamprobabilidade de alcançaressespropósitos?; 3. comoorganizareficien- tementeessasexperiênciaseducacionais?; 4. comopodemoster a certe- za de queessesobjetivosestãosendoalcançados?” (currículo – ensinoeinstrução–avaliação). Giroux acreditavaserpossível “canalizaropotencialde resistênciademonstradoporestudantes e professoresparadesenvolverumapedago- gia e um currículoquetenham um conteúdoclaramentepolítico e quesejacrítico das crenças e dos arranjossociaisdominantes” . idéias dos teóricos de Frankfurt, poiscompreende o currículopormeio dos conceitos de emancipação e libertação.
Atenção à saúde:Desfechoé a resolução do problema de saúde do pacienteTomada de decisões:EficáciaComunicação: habilidades de comunicaçãoLiderança: dferente de chefiaAdministração e gerenciamento: Educaçãopermanente:aprenderporsisó
Onde está conhecer a pessoa?
Onde está conhecer a pessoa?
As profundasmodificaçõesqueaconteceramemdiferentesáreas do conhecimentonasúltimasdécadasprovocaramgrandeimpactosobre as estratégias de ensino-aprendizagem e osprocessos de produção, desenvolvimento e distribuição do conhecimento. As neurociências e a psicologiacognitivadesvendaramgrande parte dos processospormeio dos quaisaprendemos. Demonstraram, porexemplo, quefatos e conceitossãomaisfacilmenterecordados e mobilizadosquandoensinados, praticados e avaliados no contextoemquesãousados. Istoexige a reconfiguração das situações e ambientes de ensino-aprendiza-gem disponibilizadosparaosestudantesemsuaformaçãoO aumentoincontrolável e incontornável do volume e a grandetransitoriedade da base de conhecimentosnecessários à prática de umaprofissão, a médicaem particular, exigemque a capacidadeparaaprenderdurantetoda a vida – aprender a aprender – sejadesenvolvidadesde o processo de graduação
A distribuição do cuidado da saúdetambémsofreumodificaçõesimportantes. O acesso à saúde das pessoas e comunidadesé consideradohoje um direito social. Isto, aolado do maioracessoàsinformaçõesemsaúde e da conscientização das pessoas, mudou as expectativas e exigências da popula- çãoquantoàscondições de oferta dos serviços e trouxemodificaçõesimportantesnasrelações entre o médico e seu(s) paciente(s). A mudança do perfilepidemiológico da população, com o grandepredomínio das doençascrônico-degenerativas, tambémexigiu um reordenamento das ações e estratégiasnasaúde, com sériasimplicaçõesnaformação dos profissionais. Cadavezmais, o trabalhomultiprofissional e osconheci- mentosinterdisciplinares se fazemnecessáriosparaenfrentar as complexasnecessidades de saúde das pessoas e comunidades. Osconhecimentos e práticas da saúdecoletiva, o entendi- mento e a participaçãonaconstrução das políticaspúblicas e naorganização dos serviços de saúdetornam-se competênciasnecessárias e imprescindíveisaodesempenho dos profissio- nais da saúde.