1. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
POSITIVISMO?
CIENTIFICISMO?
PARNASO?
PERFEIÇÃO FORMAL?
OBJETIVIDADE?
EQUILÍBRIO?
DESCRITIVISMO?
SONETO?
POETA- JOALHEIRO?
ARTE PELA ARTE?
POETA- ESCULTOR?
CULTO À ANTIGUIDADE CLÁSSICA?
RIMA RICA?
UNIVERSALISMO?
2. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
O detalhismo
realista do século XIX, é inspirado
nos padrões clássicos dos
gregos e latinos,
Representado na escultura de Vênus.
Presciliano Silva em desenhou
a lápis,
à mão livre, a figura ao lado,
Gustave Coubert, descreveu cena comum
nas plantações da Europa em “Peneiradeiras de trigo”,
3. SE DEPOIS DA TEMPESTADE, VEM A BONANÇA! ... DEPOIS DO
PARNASIANISMO...
A SUGESTÃO
A MÚSICA
A SINESTESIA
A CONTEMPLAÇÃO
O DESCONHECIDO
O IMPALPÁVEL
O PESSIMISMO
A MORTE
O SENTIMENTO
A SUBJETIVIDADE
A SONORIDADE
SIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMO
SIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMOSIMBOLISMO...
Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
4. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
"Sugerir, eis o sonho.”
(Mallarmé, simbolista francês)
"A música acima de tudo...“
(Paul Verlaine, simbolista francês)
“Para mim, as palavras, como têm colorido
e som, têm, do mesmo modo, sabor.
(Cruz e Sousa, simbolista brasileiro)
5. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
VIAGEM.
Paulo César Pinheiro e João de Aquino
Oh, tristeza, me desculpe / Tou de malas prontas
Hoje a poesia veio ao meu encontro
Já raiou o dia, . . . vamos viajar
Vamos indo de carona / Na garupa leve
Do tempo macio / Que vem caminhando
Desde muito longe / Lá do fim do mar
Vamos visitar a estrela / Da manhã raiada
Que pensei perdida / Pela madrugada
Mas vai escondida, . . . querendo brincar
A letra dessa poética composição pode muito bem servir de roteiro para o
estudo do SIMBOLISMOSIMBOLISMO. Por quê?
6. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
Oh, tristeza, me desculpe / Tou de malas prontas
Hoje a poesia veio ao meu encontro
Já raiou o dia, . . . vamos viajar
Vamos indo de carona / Na garupa leve
Do tempo macio / Que vem caminhando
Desde muito longe / Lá do fim do mar
Vamos visitar a estrela / Da manhã raiada
Que pensei perdida / Pela madrugada
Mas vai escondida, . . . querendo brincar
∗ O EU-LÍRICO se dirige à TRISTEZA e comunica-lhe que irá para outros mundos
porque a POESIA vai levá-lo a LUGARES LONGÍNQUOS. A VIAGEM será em
companhia do TEMPO, tão logo o dia amanheça.
∗ Sugere-se nesses versos que o processo de criação pode ser sinônimo de
alegria, apesar de, outras vezes, o poeta ter sido melancólico. O universo
está à disposição do poeta. As belezas que ele julgava perdidas durante a
noite, são recuperadas quando o dia amanhece.
∗ Os verbos que indicam as ações do eu-lírico estão no plural, índice de que ele
não viajará sozinho.
7. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
Olha, quantas aves brancas / Minha
poesia
Dançam nossa valsa / Pelo céu que um
dia
Fez todo bordado de raios de sol
Oh, poesia, me ajude / Vou colher
avencas
Lírios, rosas, dálias / Pelos campos
verdes
Que você batiza de jardins do céu
Os vocábulos brancas, valsa, raios de
sol, jardins do sol, jardins do céu
transportam o leitor para um mundo
etéreo, impreciso, numa atmosfera
de sonho.
É o sonho que permitirá à voz poética
criar o poema que deseja.
A todo momento, há diálogo com a
poesia.
Os versos desses
compositores
contemporâneos exploram
vários elementos que os
poetas do século XIX, os
simbolistas, valorizavam.
8. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
Vamos visitar a estrela / Da manhã raiada
Que pensei perdida / Pela madrugada
Mas vai escondida, . . . querendo brincar
Senta nessa nuvem clara / Minha poesia
Anda se prepara / Traz uma cantiga
Vamos espalhando música no ar
Mas, pode ficar tranquila / Minha poesia
Pois nós voltaremos / Numa estrela guia
Num clarão de lua . . . .quando serenar
Que formas, você, aluno, imagina o que os
compositores sugeriram até aqui?
O quadro de Pierre Chavannes é intitulado “O
sonho”.
Observe como as formas são imprecisas,
esfumaçadas também.
9. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
Ou talvez até, quem sabe / Nós só
voltaremos
No cavalo baio, no alazão da
noite
Cujo nome é Raio, Raio de Luar
Será que poeta e poesia retornarão à
realidade?
10. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
No plano internacional, o Simbolismo surge como uma negação, uma volta à
realidade subjetiva, em oposição a uma realidade mundial difícil de ser
entendida racionalmente: as últimas décadas do século XX, na Europa, foram
tempos de tensão entre o Capitalismo e o Socialismo que surgia. O
materialismo não trouxera a felicidade para a humanidade e isso justifica o
culto do movimento ao misticismo, ao sonho, à religião, à fé e à análise do
lado subconsciente do ser humano, marcado por frustrações, angústias, falta
de perspectiva.
Surge no Brasil, em 1893, com a publicação de dois livros: "Missal" (prosa) e
"Broquéis" (poesia), ambos de Cruz e Sousa.
Flores negras de tédio e flores vagas
De amores vãos, tantálicos, doentios...
Fundas vermelhidões de velhas chagas
Em sangue, abertas, escorrendo em rios
Tudo! Vivo e nervoso e quente e forte,
Nos turbilhões quiméricos do Senho,
Passe, cantando, ante o perfil medonho
E o tropel da Morte... (Antífona)
11. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
...Flores negras de tédio e flores vagas
De amores vãos, tantálicos(1), doentios...
Fundas vermelhidões(2) de velhas chagas
Em sangue, abertas, escorrendo em rios...
Tudo! Vivo e nervoso e quente e forte,(3)
Nos turbilhões quiméricos(4) do Sonho,(5)
Passe, cantando, ante o perfil medonho
E o tropel cabalístico(6) da Morte... (Antífona) (7)
(1) - Relativo a Tântalo, figura mitológica. No poema é sinônimo de sofrimento.
(2) - Exploração do cromatismo.
(3) - Expressividade pelo uso da repetição da conjunção e.
(4) - Relativo a ilusão, fantasia.
(5) - Uso de maiúsculas, para realce do termo.
(6) - Relativo a sistema filosófico místico e esotérico.
(7) - Relativo a Liturgia, versículo cantado pelo celebrante antes e depois de um
salmo.
A atmosfera do texto é sombria, tristonha, talvez até, macabra e lúgubre.
12. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
No Simbolismo as palavras transcendem o significado, ao mesmo tempo que
apelam para todos os nossos sentidos. É constante o uso de
Sinestesias: Para as estrelas de cristais gelados...(Luz e tato)
Branca, do alvor das âmbulas sagradas
e das níveas camélias regeladas...(Visão, olfato e tato)
Cintila e canta na canção das cores...(Visão e audição)
Era um som feito luz, eram volatas...(Audição e visão)
...sintam aquele aroma estranho e belo...(Olfato e visão)
...origens vivas da Luz, do Aroma, segredantes vozes...(Visão, olfato e
audição)
Luz dolorosa (Visão e tato)
Ó Sons intraduzíveis, Formas, Cores!...(Audição e visão)
(Todos os trechos transcritos pertencem a Cruz e Sousa, obra BroquéisBroquéis.)
13. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
No Simbolismo as palavras transcendem o significado, ao mesmo tempo que
apelam para todos os nossos sentidos. É constante o uso de
Aliterações: E fria, fluente, frouxa claridade... (f)
Errante, errante, ao turbilhão dos ventos... (t)
...de silfos leves, sensuais, lascivos... (s,l)
...és a nervosa/ serpente tentadora e tenebrosa,/ tenebrosa serpente de
cabelos!... (t,p,b)
...vagas visões volúpicas, velozes...(v)
Do imenso Mar maravilhoso, amargos/marulhosos murmurem (m)
Assonâncias: ...acres aromas de algas e sargaços...(a)
Errante, errante, ao turbilhão dos ventos... (ã)
...és a nervosa/ serpente tentadora e tenebrosa,/ tenebrosa serpente de
cabelos!... (e)
(Todos os trechos transcritos pertencem a Cruz e Sousa, obra BroquéisBroquéis.)
14. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
Cruz e Sousa utiliza
Sugestão erótica profunda em imagens carregadas de sensualidade
Quisera ser a serpe venenosa
Que dá-te medo e dá-te pesadelos
Para envolver-me, ó Flor maravilhosa,
Na flavos turbilhões dos teus cabelos.
Quisera ser a serpe veludosa
Para, enroscada em múltiplos novelos,
saltar-te aos seios de fluidez cheirosa.
E babujá-los e depois mordê-los...
Talvez que o sangue impuro e flamejante
Do teu lânguido corpo de bacante,
da langue ondulação de águas do Reno
Completamente se purificasse...
Pois que um veneno de áspide vorace
deve ser morto com igual veneno... (Lubricidade)
∗ A idéia de sensualidade é ligada à figura da serpente; a mulher é ligada ao deus do
vinho, Baco.
∗ Aparecem os termos flavos(dourado), Reno(rio da Alemanha) que sugerem a
atração do poeta pela mulher branca.
∗ Nos dois tercetos, o eu-lírico sugere que o sangue puro da mulher poderia purificar
o sangue impuro dele, caso os desejos sexuais fossem satisfeitos.
".
15. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
Quisera ser a serpe astuciosa
Que te dá medo e faz-te pesadelos
Para esconder-me, ó flor luxuriosa,
Na floresta ideal dos teus cabelos.
Quisera ser a serpe venenosa
Para enroscar-me em múltiplos novelos,
Para saltar-te aos seios cor-de-rosa.
E bajulá-los e depois mordê-los.
Talvez que o sangue impuro e rutilante
Do teu divino corpo de bacante,
Sangue febril como um licor do Reno
Completamente se purificasse
Pois que um veneno orgânico e vorace
Para ser morto é bom outro veneno.
(Aspiração)
Quisera ser a serpe venenosa
Que dá-te medo e dá-te pesadelos
Para envolver-me, ó Flor
maravilhosa,
Na flavos turbilhões dos teus cabelos.
Quisera ser a serpe veludosa
Para, enroscada em múltiplos novelos,
saltar-te aos seios de fluidez cheirosa.
E babujá-los e depois mordê-los...
Talvez que o sangue impuro e flamejante
Do teu lânguido corpo de bacante,
da langue ondulação das águas do Reno
Completamente se purificasse
Pois que um veneno de áspide vorace
deve ser morto com igual veneno...
(Lubricidade)
16. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
Quisera ser a serpe astuciosa
Que te dá medo e faz-te pesadelos
Para esconder-me, ó flor luxuriosa,
Na floresta ideal dos teus cabelos.
Quisera ser a serpe venenosa
Para enroscar-me em múltiplos novelos,
Para saltar-te aos seios cor-de-rosa.
E bajulá-los e depois mordê-los.
Talvez que o sangue impuro e rutilante
Do teu divino corpo de bacante,
Sangue febril como um licor do Reno
Completamente se purificasse
Pois que um veneno orgânico e vorace
Para ser morto é bom outro veneno.
(Aspiração)
O poema “AspiraçãoAspiração”, de autoria do
mesmo Cruz e Souza, é uma paráfrase
de “LubricidadeLubricidade” e foi encontrado
depois da morte do artista. Veja que a
sensualidade é explorada, mas alguns
termos são mais suaves, mais sutis do
que os empregados em “Lubricidade”.
Já no título isso pode ser comprovado.
“AspiraçãoAspiração” significa desejo a ser
alcançado, vontade de realizar, algo o
que sugere a concretização do
envolvimento do eu-lírico apenas no
plano das idéias.
“LubricidadeLubricidade” é sensualidade extrema,
excitação, lascívia. A voz poética expõe
com tintas mais diretas a exacerbação
libidinosa.
Na segunda estrofe “babujarbabujar” é
substituído por “bajularbajular”. O primeiro
termo significa “molhar com saliva”,
enquanto o segundo significa” elogiar
para obter vantagens, adular.
17. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
Cruz e Sousa
utiliza palavras raras, letras maiúsculas, neologismos para valorizar idéias
“As Águias imortais da Fantasia
Deram-te as asas e a serenidade
Para galgar, subir à Imensidade
Onde o clarão de tantos sóis radia.”
tem obsessão pela cor branca e por tudo aquilo que sugere brancura, alvura
"Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
usa termos litúrgicos e musicais
“Vozes veladas, veludosas vozes
Volúpias de violões vozes veladas...
invoca figuras mitológicas
“na confusão de Tântalos aflitos...”
“...raças de Prometeus titânios, rudos...”
tem preferência por parte do dia em que a luz é indefinida
“Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...”
18. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
Alphonsus de Guimaraens, o simbolista de Ouro Preto, escreveu
Cantem outros a clara cor virenteCantem outros a clara cor virente
Cantem outros a clara cor virente
Do bosque em flor e a luz do dia eterno...
Envoltos nos clarões fulvos do oriente,
Cantem a primavera: eu canto o inverno.
Para muitos o imoto céu clemente
É um manto de carinho suave e terno:
Cantam a vida, e nenhum deles sente
Que decantando vai o próprio inferno.
Cantem esta mansão, onde entre prantos
Cada um espera o sepulcral punhado
De úmido pó que há de abafar-lhe os cantos...
Cada um de nós é a bússola sem norte.
Sempre o presente pior do que o passado.
Cantem outros a vida: eu canto a morte...
O mineiro, nascido com o nome de Afonso Henriques da Costa Guimarães, apresenta no
soneto acima um subjetivismo extremado, uma angústia única. O eu-lírico
estabelece oposição entre alegria e tristeza no emprego de termos aplicáveis a si
mesmo e a outros poetas: Outros X eu, primavera X inverno, céu X inferno, vida X
morte.
19. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
∗ POSITIVISMO e CIENTIFICISMO?
∗ PARNASO,PERFEIÇÃO FORMAL?
∗ OBJETIVIDADE, EQUILÍBRIO?
∗ DESCRITIVISMO?
∗ SONETO, POETA-JOALHEIRO,
ESCULTOR?
∗ “ARTE PELA ARTE”?
∗ CULTO AOS CLÁSSICOS?
∗ RIMA RICA, MÉTRICA RÍGIDA?
∗ UNIVERSALISMO?
N Ã O ! ! !N Ã O ! ! !
∗ Metáforas não convencionaisMetáforas não convencionais
∗ Emoções intensasEmoções intensas
∗ SensualismoSensualismo
∗ Tempo interiorTempo interior
∗ EspiritualismoEspiritualismo
∗ IsolamentoIsolamento
∗ ErotismoErotismo
∗ Termos rarosTermos raros
∗ Uso de maiúsculasUso de maiúsculas
∗ Invocação de seres distantesInvocação de seres distantes
∗ ““Antes de tudo a música”Antes de tudo a música”
∗ SinestesiaSinestesia
∗ SugestãoSugestão
∗ MorteMorte
∗ SublimaçãoSublimação
20. Literatura . Aula 03 ABC do SimbolismoABC do Simbolismo
PRINCIPAIS AUTORES DO SIMBOLISMO BRASILEIRO
João da Cruz e Sousa
Alphonsus de Guimaraens
PRINCIPAIS AUTORES DO SIMBOLISMO PORTUGUÊS
Eugênio de Castro
Antônio Nobre
Camilo Pessanha