Este documento discute as categorias de plantas cultivadas e fornece diretrizes para nomear cultivares. Ele explica que cultivares são variedades melhoradas pelo homem que precisam ter características agrícolas úteis. Também fornece exemplos de como nomear corretamente cultivares de acordo com o Código Internacional de Nomenclatura para Plantas Cultivadas, evitando nomes que podem causar confusão.
Identificação das categorias de plantas cultivadas
1.
2. “O MUNDO DA FUNDAG”
OS NOMES DAS CULTIVARES
Esta continua sendo uma série mensal “O MUNDO DA FUNDAG”, agora com o quarto
(4º.) Power Point do segundo semestre de 2023.
Objetiva, principalmente, efetivar a integração dos Funcionários com o Conselho Diretor,
como consta de seu Plano Diretor, através da transmissão de conhecimentos inerentes aos
projetos cadastrados, sempre dentro de Agropecuária e Meio Ambiente, contidos em alguns
poucos slides por mês.
Como tema deste semestre trataremos de algumas “ATIVIDADES DE RECURSOS
FITOGENÉTICOS”, e como lema deste mês teremos as “IDENTIFICAÇÃO DAS
CATEGORIAS DAS PLANTAS CULTIVADAS”, lembrando que não temos a pretensão de
mostrar integralmente o assunto, apenas esclarecer a temática e algumas definições.
Relembramos-lhe de que as aulas são programadas para seguirem a apresentação
automaticamente, após o tempo de leitura, assim, é só assistir!
Com isto desejamos, também, despertar a sua curiosidade em relação aos Projetos - Fundag,
onde o Diretor Administrativo Renato Veiga continua sendo o seu contato para tirar dúvidas
e também aprender com vocês, por isto QUESTIONE-SE, questione-me, e leia mais sobre o
Foto: Dia de campo com cultivares de amendoim - IAC
3. Cultivar: Termo criado por Liberty H. BAILEY, que designa “variedade cultivada” (do latim: varietas culta),
Refere-se a um conjunto de indivíduos (melhorados pelo homem ou selecionado pela própria natureza),
distintos dos demais cultivados da mesma espécie, por qualquer característica (morfológica, fisiológica,
citológica, química, etc.) que se mantenha através de reprodução (sexuada ou assexuada). Necessita, ainda,
possuir características agrícolas interessantes (alta produção, resistência a pragas, etc.).
É importante lembrar que este termo CULTIVAR não tem o mesmo significado que a designação taxonômica
VARIEDADE, tendo assim a preferência de uso comercial para não causar uma confusão taxonômica entre as
plantas melhoradas daquelas de ocorrência natural (variedade botânica, uma categoria infra-específica).
Existem quatro formas para citar o termo CULTIVAR em um mesmo parágrafo: Ex.: a) Coffea arabica L. ‘Mundo Novo’ ou b) Coffea arabica L.
Cv. Mundo Novo ou c) Coffea arabica L. cultivar Mundo Novo ou a menos recomendada d) Coffea arabica L. var. (Cv.) Mundo Novo.
Um outra regra para se seguir é que: Os nomes de cultivares (sempre com a primeira letra em maiúsculo) propostos NÃO
devem ser os mesmos dos nomes botânicos ou comuns. Ex.: Camélia ‘Rose’ (para não confundir com o nome vulgar Rosa
ou mesmo o nome genérico Rosa).
O QUE É UMA CULTIVAR?
SELEÇÃO OU MUTAÇÃO: Uma nova cultivar, originada por seleção ou mutação de outra cultivar, mas com a qual
mantenha forte semelhança, deve receber um nome que indique estas seleções. Ex: Maçã ‘Crinson Branley’ é um mutante
da ‘Branley’s Seedling’.
Novas cultivares NÃO devem receber nomes latinos. Somente aquelas lançadas até 01/01/1959 (Referência: Species
Plantarum, de Linaeus), ainda podem utilizar nomes latinos. Ex: Hibiscus syriacus ‘Totus Albus’ (Foto principal maior).
4. NOMES DE CV. QUE DEVEMOS EVITAR
1. NÃO utilizar nomes contendo SÍMBOLOS OU NÚMEROS, exceto quando houver costume estabelecido. Ex: “costume aceitos”: ‘IAC
Carioca Eté’; ‘IAC 370 ARMAGEDDON’;
2. NÃO utilizar nomes contendo ARTIGO NO INÍCIO. Ex: ‘The Colonel’. Mas, o uso lingüístico recomenda artigos em casos como ‘La
Rochelle’.
3. NÃO utilizar nomes começando com ABREVIATURAS, exceto Mrs. Ex: ‘G.Creelman’ deve ser ‘George Creelman’.
4. NÃO utilizar nomes contendo FORMA DE TRATAMENTO. Ex: Mademoiselle, Miss, Mister, Monsieur, Señor, Senhorita. Permite-se:
Frau, Madame, Mrs, Señora e equivalentes em outras línguas, para mulheres casadas;
5. NÃO utilizar nomes contendo frases ou PALAVRAS LONGAS. Ex: ‘Centenarire de Rozain-Bourcharlat’, ‘Diplongartenbauinspektor’;
6. NÃO utilizar nomes EXAGERANDO a importância da cultivar. Ex: Tomate ‘Earliet of All’, feijão ‘Longest Possible’; Pêssego IAC
‘Delicioso Precoce’;
7. NÃO utilizar nomes que ser referem a ATRIBUTOS COMUNS a outras cultivares. Ex: Rose ‘Yellow’, mas se fosse Rose ‘Yellow Queen’
seria válido, já que a especifica; Pêssegos IAC Ouromel, Dourado e Douradão. Ainda nossoS pêssegoS: ‘Delicioso Precoce’,‘Doçura’.
Maracujá ‘Amarelo’, Pera ‘IAC Tenra’, Maçã ‘ IAC Bonita’, Uva ‘IAC Máximo’.
8. NÃO utilizar nomes que PODEM SER CONFUNDIDOS com nomes do mesmo gênero. Ex: ‘Beatrice’ e ‘Beatrix’; Vale o mesmo exemplo
dos Pêssegos IAC Ouromel, Dourado e Douradão.
9. NÃO utilizar nomes DUPLICADOS em grupos próximos. Ex: Anemone, Pulsatilla e Hewpatica, as vezes colocados como um só gênero.
5. CLONE = É um conjunto geneticamente uniforme de indivíduos, que podem ser de natureza quimeral, derivados originalmente de um único
indivíduo por propagação vegetativa, tais como: estacas, enxertos ou aporquia. Indivíduos propagados por mutação floral formam uma cultivar
distinta da planta original. Ex: Fraxinus excelsior ‘Westhof´s Glorie’; batata ‘Bintje’; Cynodon dactylon ‘Coastal’, etc.
A palavra clone pode ser abreviada (cl.). Desta maneira pode-se utilizar duas formas: Fraxinus excelsior cl. Westhof’s Glorie ou Fraxinus
excelsior ‘Westhof’s Glorie’.
OUTROS SÍMBOLOS E SIGLAS
LINHA = Uma linha é um conjunto de indivíduos, aparentemente uniforme, propagados sexualmente. Aspas simples como para as cultivares.
A propagação pode ser por sementes ou esporos, e sua estabilidade é mantida pela seleção para um padrão. Exemplo: Triticum aestivum ‘Marquis’;
Petunia ‘Rosy Morn’.
ENXERTO = Quando se utiliza um cavalo (planta onde será enxertado) e um cavaleiro (planta que será colocada no cavalo). Exemplo: Siringa X
chinensis + S. vulgaris (mesmo gênero) ou +Crataegomspillus dardanii ‘Dadarii’ (gêneros diferentes).
HÍBRIDOS INTERSPECÍFICOS = Quando se cruza plantas de espécies diferentes.
Ex: Camellia japônica X saluenensis ou Camellia (japônica X saluenensis) ‘Donation’ (Ordem: mãe em 1º. e pai em 2º. )
6. DA PUBLICAÇÃO VÁLIDA
1. Deve ser impressa, distribuída ao público, bibliotecas e às autoridades;
2. Deve ser datada e possuir comparação às principais cultivares anteriores;
3. A comparação deve conter dados que a distinga das demais cultivares, citando a genealogia e o histórico da criação, bem como os nomes dos
criadores;
4. Deve incluir uma ilustração e ter citado o local do depósito da exsicata de herbário;
5. Deve possuir um sumário em inglês, espanhol, francês, alemão ou russo;
6. Não pode ser divulgada antes de ser registrada e protegida, pois, pode perder este direito!
DO GERMOPLASMA INTRODUZIDO
1. No caso de uma cultivar ter sido introduzida do exterior, seu nome original deve ser mantido. Ex: Nectarina: ‘IAC Rubro-sol’, antiga
“Sunred’.
2. O nome pode ser traduzido, transliterado ou mesmo mudado, se isto facilitar a divulgação da cultivar ou se o nome decorrente tiver
implicações indesejáveis. Ex: Pepino ‘Noa´s Forcing’ é a tradução de ‘Noas Treib’, couve ‘Eisenkopf’ é a tradução de ‘Ironhead’. Que tal
traduzir a VIDEIRA: ‘Red Globe’, ou o agricultor não vai chamá-la de Rede Globo?
3. Deve-se manter o nome da primeira tradução, transliteração ou mudança.
7. É TÃO DIFÍCIL SEGUIR UM CÓDIGO INTERNACIONAL?
ALFACE: ‘BRASIL 303’ - Confunde com a sigla BR da EMBRAPA e deveria ser evitada. De qualquer modo a citação deveria ser: ‘IAC Brasil
3003’;
ALHO: ‘IAC-ROXINHO’ (I-5063) – Conota a inexistência de outros com pigmentação arroxeada, o que é uma inverdade. De qualquer modo, a
citação deveria ser ‘IAC Roxinho 5063’;
AMENDOIM: ‘IAC-POITARA’ – Aqui apenas consta sugerir a citação sem o ífem: ‘IAC Poitara’;
ARROZ: ‘IAC 25’ – Do ponto de vista da regra, contém duas coisas não recomendadas, a sigla e números. Enfim, por tradição, o IAC vem
utilizando e assim pode ser mantido. Mas, como sugestão, deveria ser dado um nome para não permanecer apenas como uma linhagem;
CEBOLA: ‘IAC-ROXA DE TRAVIÚ’, não é um nome adequado por tratar de uma característica fenotípica comum “Roxa” e de um local comum
“Traviú”. De qualquer modo, a citação correta seria ‘IAC Roxa-de-traviú’. Tão comum quanto a cultivar de UVA, IAC 1398-21 ‘TRAVIÚ’, que
deveria ser citada como: ‘IAC Traviú 21’; temos o Alho ‘IAC Chinês’ e o Gergelim ‘IAC China’. Aliás, ‘CAMPINAS’ e ‘GUARANI’
“CHEGAAAAAAAAAAAAA!!!!)
CROTALÁRIA: ‘IAC KR’. É inadequada, pois, é difícil para o agricultor citar o nome da cultivar KR ou IACKR. O certo seria dar um nome que
divulgue a cultivar, de fácil memorização;
FEIJÃO: ‘IAC CARIOCA BICO DE OURO’. É inadequado, pois, o código considera o máximo de 3 palavara na composição do nome. Mesmo
que tirásse-mos fora o CARIOCA, ainda assim ficaríamos com 4 palavras. Por que não seguir o código e colocar ‘IAC Carioca ouro’;
GIRASSOL: ‘ IAC URUGUAI’. É inadequado, pois, denota a origem, um país. Existe o risco, inclusive, de ser apenas a procedência. O correto
seria não utilizar deste expediente que confunde o pesquisador de outro país, pois, fica sem saber se é o nome da cultivar ou simplesmente origem
ou procedência. Inclusive: PIMENTA e PIMENTÃO ‘IAC AGRONÔMICO’, É demaissssssssss!
MAIS EXEMPLOS QUE DEVERÍAMOS EVITAR
8. “O MUNDO DA FUNDAG”
Foto: Área in vitro do Quarentenário IAC, 2011.
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QUESTIONE-SE
A primeira edição do ICNCP foi acordada em 1952 em Wageningen e depois publicada em 1953. Houve sete edições subsequentes – a publicada
em 1958 em Utrecht, a seguinte em 1961, que na verdade era uma atualização da edição de 1958, e depois 1969 em Edimburgo, 1980 em Seattle,
1995 novamente em Edimburgo, 2004 em Toronto e 2009 em Wageningen. A nona edição mais recente foi publicada em 2016.