Este projeto de pesquisa analisou a presença de cistos de parasitas em alfaces comercializadas em Ituverava-SP. Foram coletadas 16 amostras entre maio e junho de 2016. 6% das amostras continham cistos de Entamoeba histolytica, Entamoeba coli e Endolimax nana, podendo E. histolytica causar sérias infecções. Os resultados mostram que alfaces cruas podem transmitir parasitas aos humanos, ressaltando a importância da higiene.
2. Renê Pedro Marques1
, Diego Karison de Oliveira Carvalho1
, Rafael Paranhos de
Mendonça 2
, Larissa De Oliveira Da Silva3
, Ricardo Lima Salomão4
renemarques01@hotmail.com
Faculdade Dr. Francisco Maeda – FAFRAM
1
Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Dr’ Francisco Maeda
2
Prof. Doutor do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Dr’ Francisco Maeda
3
Biomédica do laboratório da Medicina Veterinária Faculdade Dr’ Francisco Maeda
4
Adicionar........................................................................................................................
RESUMO
As enteroparasitoses podem ser veiculadas através do consumo de hortaliças
cruas, sendo um grande problema de saúde pública. O objetivo deste trabalho
foi analisar a presença de cistos de parasitos nas hortaliças comercializadas na
cidade de Ituverava – SP. Foram coletadas e analisadas alfaces da variedade
lisa ou crespa, em supermercados, restaurantes e lanchonetes de diferentes
bairros da cidade. Dezesseis amostras de diferentes locais foram recolhidas
entre os meses de Maio a Junho de 2016. Para avaliação da presença de
cistos foi utilizado o método de sedimentação espontânea de Hoffman, Pons &
Janer. As avaliações laboratoriais mostraram que do total de 16 amostras, 6%
continha alguma contaminação por protozoários. Em 2% das amostras foram
encontrados cistos de Entamoeba histolytica, Entamoeba coli e Endolimax
nana. Desses achados, 4% eram de amostras de hortaliças prontas para
consumo provenientes de restaurantes da cidade, 2% de hortaliças
provenientes de feiras ainda não processadas para o consumo. Dos três
protozoários diagnosticados, tem maior importância patogênica a E. histolytica,
pois pode levar a quadros de disenterias graves. Desse modo, diante dos
dados preliminares obtidos pode se inferir que, a presença de protozoários
patogênicos em hortaliças, mesmo prontas para o consumo, pode ser uma
importante fonte de infecção para humanos, uma vez que são ingeridas cruas.
Palavras chaves: Alfaces. Parasitoses. Saúde Pública
INTRODUÇÃO
3. Para que os seres humanos tenham um desenvolvimento saudável e
adequado, os alimentos se tornam meio importante para sua manutenção,
desde que suas condições higiênico-sanitárias favoreçam seu consumo. As
possíveis contaminações por agentes diferentes entre eles os parasitos, é um
problema observado quanto à disponibilidade de acesso a esses alimentos.
Conforme Zaidem (2004 apud CAVALCANTI, 2010, p. 3) as infecções
parasitárias são causadas pelas associações entre seres vivos, por parasitos
de tipos diferentes, que provocam alterações emocionais, físicas e mentais,
interferindo na qualidade de vida do indivíduo. Devido às diferenças culturais e
ambientais, os agentes etiológicos das parasitoses variam entre os continentes
e mesmo assim são consideradas pandêmicas.
O atraso no desenvolvimento escolar e os problemas gastrointestinais
são problemas que afetam especialmente indivíduos jovens e são causadas
por doenças parasitárias que são apontadas frequetemente como problemas
de saúde pública, sendo indicativo também do desenvolvimento
socioeconômico de um país. (MORAIS, et al, 2000 apud OLIVEIRA et al, 2012,
p. 933-934).
A maior prevalência das doenças parasitárias é em comunidades
empobrecidas, em países em desenvolvimento, ocorrendo à transmissão na
maioria dos casos por via oral passiva. Indivíduos de todas as idades são
afetados pela doença parasitária, que são: má absorção de nutrientes, anemia,
emagrecimento e diarréia, diminuindo a capacidade de trabalho e de
aprendizado, prejudicando também o crescimento. (QUADROS et al, 2008
apud CARMINATE, 2011, p. 2).
Segundo Silva et al (2005 apud OLIVEIRA et al, 2012, p. 935) os
vegetais e hortaliças, por conterem vitaminas, fibras alimentares e sais
minerais, fazem parte da alimentação diária dos indivíduos. Os alimentos que
contém em sua composição substâncias com atividade antioxidante causam
maior atenção e interesse.
Os riscos de muitas doenças aumentam através do hábito de consumir
hortaliças in natura, pois resulta do ciclo de contaminação fecal/oral, recebendo
atenção em todo o mundo. (SILVA et al, 2005 apud OLIVEIRA et al, 2012, p.
935).
Segundo Takayanagui et al (2001 apud OLIVEIRA et al, 2012, p. 935) a
utilização de adubos ou irrigação inadequados, bem como, o transporte ou
manipulação nos postos de vendas podem contaminar as hortaliças. Mais de
70% dos casos de doenças transmitidas por meio de alimentos estão
relacionadas com o manuseio inadequado pelo consumidor final, o que se
torna imprescindível o controle de condições higiênico-sanitárias nas etapas do
preparo dos alimentos.
Os grupos parasitários: protozoários, bactérias e helmintos são
considerados os principais vetores para as parasitoses, são transmissores,
responsáveis pela contaminação seguida de infecção, ao seu hospedeiro,
sendo a fonte de transmissão os alimentos de origem animal ou vegetal,
principalmente os ingeridos in natura. (BARUFFALDI et al, 1984 apud SILVA;
GONTIJO, 2012).
De acordo com Takayanagui et al, (2001 apud SILVA; GONTIJO,
2012):
4. A ingestão de alfaces contaminadas pode resultar em quadros
diarréicos graves em indivíduos imuno comprometidos,
particularmente em crianças, e sendo responsáveis por surtos de
diarréia como: formas larvárias de alguns parasitas podem acarretar
complicações pulmonares, oculares e neurológicos a ingestão de
ovos de alguns helmintos podem justificar a alta prevalência da
cisticercose pela população em âmbito municipal. (TAKAYANAGUI
ET AL, 2001 apud SILVA; GONTIJO, 2012).
Investigar os parasitos existentes em hortaliças é importante, pois,
fornecerá dados sobre as condições higiênicas envolvidas na produção, no
transporte, no armazenamento, no manuseio desses produtos, em
equipamentos e recipientes contaminados em consequência o risco de
contaminação de seus consumidores cuja prevalência varia de 1% a 80%. A
ANVISA – Agência de Vigilância Sanitária, por uma resolução determina que as
hortaliças devem apresentar ausência de sujeiras, larvas e parasitos.
(QUADROS et al, 2008 apud CARMINATE et al, 2011, p. 3).
A alface é considerada importante potencial de transmissão de
infecções parasitológicas para o homem, surgindo aí à necessidade de
pesquisar o perfil dos parasitários nas alfaces do município de Ituverava, para
se conhecer dados das doenças parasitárias até então desconhecidas da
população desse município, com o objetivo de verificar a contaminação por
parasitos e/ou comensais em folhas de alface aí comercializadas.
METODOLOGIA
Serão coletadas amostras de alface, comercializadas em
supermercados, feiras livres, restaurantes e lanchonetes de diferentes bairros
no município de Ituverava SP.
As amostras serão obtidas da seguinte forma, supermercados e feiras
livres, serão coletados no período da manhã, restaurantes no horário do
almoço, e lanchonetes no período da noite.
As coletas para analises ocorreram no período de Maio a Junho de
2016, com 16 amostras, de diferentes lugares.
As amostras eram colocadas à disposição do consumidor em diferentes
fontes de comercialização. Estas foram compradas e acondicionadas
individualmente, em sacos plásticos fornecidos pelos comerciantes, em
restaurantes e lanchonetes foram acondicionadas em recipiente de plástico
próprio para o transporte de refeições.
Primeiramente, as amostras foram lavadas por enxaguadura, colocando
250 ml de água destilada no saco plástico contendo a alface e agitando-o
manualmente por um minuto.
Na segunda lavagem, as verduras foram colocadas em uma bandeja com
um preparo da solução de 250 ml de água destilada e 1ml de detergente
neutro, pinceladas individualmente, com um pincel chato número 20. Quanto às
amostras de alfaces, os pés foram desfolhados, sendo desprezadas as folhas
deterioradas. As soluções das duas lavagens foram filtradas em gaze de oito
dobras e deixadas em repouso em cálice cônico de sedimentação, coberto por
placa de Petri, por 24 horas. Em seguida, utilizou-se uma pipeta de plástico e
outro recipiente (canudo de plástico), coletou-se uma amostra do fundo do
5. vértice do cálice. No caso do canudo, colocou-se fechado em uma das bordas
e posteriormente foi destampado após emergi-lo.
Do sedimento obtido foi colocada uma gota em lâmina corando-a com
uma gota da solução de lugol. Sendo, posteriormente coberta com lamínula e
examinada em microscópio óptico (10x e 40x).
RESULTADO E DISCUSÃO
No período estudado, foram analisadas 16 amostras de alface, as
quais eram servidas em restaurantes e lanchonetes, vendidas em
supermercados e feiras livre.
De um total de 16 amostras analisadas, 6% apresentaram algum
parasita intestinal, 94% das amostras se mostraram negativas quanto à
presença de parasitas.
Nas 3 amostras contaminadas, foram encontrados ENTAMOEBA
HISTOLOGICA, E’COLI, ENDOLIMAX NANA. Em amostra respectivamente,
conforme demonstra a Tabela 1.
TABELA 1- estruturas parasitárias em amostras de alface,
comercializadas na cidade de Ituverava SP
PARASITAS
AMOSTRA
INFECTADAS %
ENDOLIMAX NANA 1
2
É-COLI 1
2
ENTAMOEBA
HISTOLOGICA 1 2
AMOSTRAS NEGATIVAS 13
94
TOTAL: 16 100%
CONCLUSÃO
6. Pode-se concluir que as enteroparasitoses veiculadas em hortaliças cruas,
comercializadas no município de Ituverava-SP teve o resultado positivo de 6%
contaminadas. Dessas amostras coletadas foram encontrados cisto de
Entamoeba histolytica, podendo ser altamente patogênica, manifestando
quadros de diarréia, febre, dores abdominais, fezes com muco, pus e sangue;
Entamoeba coli e Endolimax nana também diagnosticadas no resultado são
comensal, não causando danos aos hospedeiros. Os dados coletados
apresentou importantes percentuais, para mostrar a necessidade de atendo-o
aos consumidores e manipuladores, que hortaliças cruas podem ser habituais
fontes de verminoses para os seres humanas. Tendo em base algumas
simples medidas que permite,um padrão de higiene desde o plantio ate o
consumo, reduzindo os índices contaminação por enteroparasitoses.
REFERÊNCIAS
CAVALCANTE, M. S.; CORREA, E. A. Avaliação parasitológica e condições
higiênico-sanitarias de hortaliças comercializadas na cidade de Cruzeiro do Sul,
Acre, Brasil. Primeira Versão, Porto Velho, a. 9, n. 262, v. 28, p. 1-11, jul.
2010.
CARMINATE, B. et al. Levantamento de enteroparasitas em hortaliças
comercializadas no município de Pedro Canário, ES, Brasil. Enciclopédia
Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v. 7, n. 12, p. 1-7, 2011.
OLIVEIRA, D. C. S.; BRITO, J. K. de; MAIA, M. C. Avaliação parasitológica em
amostras de alfaces (Luctuca sativa ) comercializadas em supermercados de
Ipatinga, Minas Gerais. Nutrir Gerais, Ipatinga, v. 6, n. 11, p. 933-944,
ago./dez. 2012.
SILVA, L. P. et al. Avaliação parasitológica em amostras de alfaces (Lactuca
sativa var. crespa) comercializadas no município de Quatá, São Paulo, Brasil.
Biosa J. Uberlandia, v. 30, n. 4, p. 1252-1258, jul./ago. 2014.
SILVA, M. G.; GONTIJO, É. E. L. Avaliação parasitológica de alfaces (Lactuca
sativa) comercializadas em supermercados e feiras livres do município de
Gurupi, Tocantins. Revista Cientifica do ITPAC. Araguaína, v. 5, n. 4, out.
2012.
7. Pode-se concluir que as enteroparasitoses veiculadas em hortaliças cruas,
comercializadas no município de Ituverava-SP teve o resultado positivo de 6%
contaminadas. Dessas amostras coletadas foram encontrados cisto de
Entamoeba histolytica, podendo ser altamente patogênica, manifestando
quadros de diarréia, febre, dores abdominais, fezes com muco, pus e sangue;
Entamoeba coli e Endolimax nana também diagnosticadas no resultado são
comensal, não causando danos aos hospedeiros. Os dados coletados
apresentou importantes percentuais, para mostrar a necessidade de atendo-o
aos consumidores e manipuladores, que hortaliças cruas podem ser habituais
fontes de verminoses para os seres humanas. Tendo em base algumas
simples medidas que permite,um padrão de higiene desde o plantio ate o
consumo, reduzindo os índices contaminação por enteroparasitoses.
REFERÊNCIAS
CAVALCANTE, M. S.; CORREA, E. A. Avaliação parasitológica e condições
higiênico-sanitarias de hortaliças comercializadas na cidade de Cruzeiro do Sul,
Acre, Brasil. Primeira Versão, Porto Velho, a. 9, n. 262, v. 28, p. 1-11, jul.
2010.
CARMINATE, B. et al. Levantamento de enteroparasitas em hortaliças
comercializadas no município de Pedro Canário, ES, Brasil. Enciclopédia
Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v. 7, n. 12, p. 1-7, 2011.
OLIVEIRA, D. C. S.; BRITO, J. K. de; MAIA, M. C. Avaliação parasitológica em
amostras de alfaces (Luctuca sativa ) comercializadas em supermercados de
Ipatinga, Minas Gerais. Nutrir Gerais, Ipatinga, v. 6, n. 11, p. 933-944,
ago./dez. 2012.
SILVA, L. P. et al. Avaliação parasitológica em amostras de alfaces (Lactuca
sativa var. crespa) comercializadas no município de Quatá, São Paulo, Brasil.
Biosa J. Uberlandia, v. 30, n. 4, p. 1252-1258, jul./ago. 2014.
SILVA, M. G.; GONTIJO, É. E. L. Avaliação parasitológica de alfaces (Lactuca
sativa) comercializadas em supermercados e feiras livres do município de
Gurupi, Tocantins. Revista Cientifica do ITPAC. Araguaína, v. 5, n. 4, out.
2012.