Este documento analisa indicadores bibliométricos de colaboração científica na enfermagem brasileira entre 2012-2016. Os resultados mostram que 99,8% dos artigos foram escritos em coautoria e que a colaboração ocorre principalmente entre grupos pequenos de indivíduos e instituições próximas geograficamente. A colaboração internacional ainda é baixa nesta área.
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Indicadores bibliométricos de colaboração científica na Enfermagem brasileira (2012-2016)
1. Indicadores bibliométricos de colaboração
científica na Enfermagem brasileira
(2012-2016)
Rubens da Costa Silva Filho (UFRGS)
Gonzalo Rúben Alvarez (UFRGS)
Samile Andréa de Souza Vanz (UFRGS)
2. Introdução
A expansão das universidades e institutos federais, o
maior aporte de recursos públicos e políticas de
incentivo para o desenvolvimento da Ciência e
Tecnologia no Brasil, fez com que a pesquisa científica
no campo da Enfermagem experimentasse um avanço
sem precedentes nos últimos anos (CAPES, 2017).
3. Introdução
Baseado na análise de publicações escritas em
coautoria, indicadores de colaboração podem ampliar a
compreensão acerca dos padrões de comportamento
produtivo e das relações entre produtores ou agentes
científicos em nível de autores, instituições e países em
determinados contextos investigativos.
4. Introdução
A colaboração na pesquisa científica é um assunto complexo dado que
envolve princípios, crenças, interesses e motivações de diferentes atores
sociais, entretanto, torna-se primordial porque estimula a produção conjunta
e a interação entre os cientistas na busca de um mesmo objetivo.
5. Introdução
A colaboração como fenômeno social traz claros benefícios para
as comunidades científicas em termos de partilha de
conhecimentos, métodos de pesquisa, técnicas e habilidades,
propiciando a geração de novas ideias e perspectivas (KATZ;
MARTIN, 1997).
Embora a coautoria não meça a colaboração entre
pesquisadores, instituições ou países na sua complexidade
(VANZ; STUMPF, 2010), ela pode ser utilizada em estudos
bibliométricos como indicador eficiente para medir as interações
sociais que permeiam à atividade científica (MALTRÁS BARBA,
2003; LETA; CRUZ, 2003).
6. Objetivo
A pesquisa analisa as redes de colaboração
identificadas na produção científica brasileira em
Enfermagem, considerando todos os artigos publicados
entre 2012 e 2016 em periódicos indexados pela base
de dados multidisciplinar Web of Science (WoS).
7. Métodos
Através dos dados coletados sobre coautoria, os
indicadores bibliométricos revelam os níveis de
colaboração nacional e internacional, assim como as
redes existentes entre autores, instituições e países.
8. Métodos
O corpus da pesquisa refere-se ao conjunto de artigos
abrangidos pela categoria de assunto WC "Nursing"
que possuem ao menos um autor vinculado ao Brasil
no campo C1 (author address) dos registros
bibliográficos da WoS.
9. Resultados Parciais
e Dicussão
Em análise das 2.795 publicações no campo da
Enfermagem, os indicadores bibliométricos revelam o
predomínio da colaboração de indivíduos, uma vez que
2.789 (99,8%) artigos foram escritos em coautoria (≥ 2
autores).
14. Resultados Parciais
e Dicussão
Tanto a média de autores por artigo (4,4) quanto a
mediana (4) apresentam valores similares, indicando
pouca dispersão no que se refere ao número de
autores/artigo (desvio padrão de 1,7).
15. Resultados Parciais
e Dicussão
De fato, observa-se uma alta concentração de grupos
pequenos de colaboração (2-6 autores), altamente
produtivos, correspondendo a 2.624 publicações
(93,9%).
16. Resultados Parciais
e Dicussão
A proximidade entre os autores indivíduos revela a
existência de pequenos clusters na rede de
colaboração, vinculados a instituições públicas de
ensino superior, demonstrando o protagonismo das
universidades brasileiras na produção científica do
campo, por meio dos seus programas de pós-
graduação.
17. Resultados Parciais
e Dicussão
Quanto à colaboração institucional, 61,5% dos artigos
foram escritos em grupos de até 10 instituições.
A equivalência do valor da média e mediana de
instituições por artigo (2) e a escassa presença de
valores discrepantes em termos de número de
autores/artigo indicam novamente uma alta
concentração de grupos pequenos de colaboração
institucional (2-4 instituições), correspondendo a 1.613
publicações (58,1%).
18. Considerações Parciais
O agrupamento das instituições mais produtivas na rede sugere,
de modo geral, um padrão regional de colaboração, confirmando
a hipótese de que a proximidade geográfica propicia a interação
entre dois ou mais parceiros com interesses em comum.
Em nível de países, a proporção de coautorias internacionais
(12,0%) é largamente inferior aos índices de colaboração
verificados na produção científica brasileira (todas as áreas) em
anos recentes (VANZ; STUMPF, 2012, LETA; THIJS; GLÄNZEL,
2013), denotando a baixa internacionalização da pesquisa em
Enfermagem.
19. Considerações Parciais
A análise dos indicadores bibliométricos de
colaboração demonstram que a produção científica
brasileira em Enfermagem acontece através de grupos
regionais de indivíduos e instituições.
A colaboração internacional, no campo da enfermagem
brasileira, ainda é incipiente.
20. Referências
COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL
SUPERIOR. Relatório de avaliação 2013-2016: quadrienal 2017.
Brasília, DF: CAPES, 2017.
LETA, J.; THIJS, B; GLÄNZEL, W. A macro-level study of science in
Brazil: seven years later. Encontros Bibli, Florianópolis, v. 18, n.
36, p. 51-66, 2013.
VANZ, S. A. S.; STUMPF, I. R. C. Scientific output indicators and
scientific collaboration network mapping in Brazil. Collnet
Journal of Scientometrics and Information Management,
Oxford, v. 6, n. 2, p. 1-20, 2012.