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ARTE AFRICANA BENIN
O Benin, oficialmente República do Benin (em francês: République du Bénin),
é um país da região ocidental da África, limitado a norte por Burquina Faso e
pelo Níger, a leste pela Nigéria, a sul pela Enseada do Benin e a oeste pelo Togo. A
capital constitucional é a cidade de Porto-Novo, mas Cotonou é a sede do governo e a
maior cidade do país. Ainda hoje cultua seus ancestrais, elege seu obá (rei) e tem fortes
ligações culturais com o Brasil. O território onde o Benin se situa era ocupado no
período pré-colonial por monarquias tribais, das quais a mais poderosa foi a do Império
do Daomé, que foi o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil. Este reino
dos povos Dahomey, também conhecidos como Fon, foi criado por volta de 1625, e
produziu uma rica vida cultural e artística, com máscaras de madeira de Dahomey,
estátuas de bronze, tapeçarias e cerâmica, que ganharam renome mundial.
As cidades dos orixás
Os iorubás, iorubas, iorubanos ou nagôs (em iorubá: Yorùbá) constituíram um
dos maiores grupos étnico-linguísticos da África Ocidental. Eles se diziam descendentes
do orixá guerreiro chamado Oduduwa (Oduduá ou Odua), considerado o primeiro
governante iorubá e fundador de Ilê-Ifé, a cidade sagrada. Entre os séculos XI e XVI, a
cidade de Ifé foi o principal centro religioso e comercial iorubano ligado às rotas
transaarianas (rota comercial através do Deserto do Saara). Dali eram levados ouro,
escravos, marfim, dendê, sal, peixe seco, pimentas e noz-de-cola embarcados de barco,
pelo rio Níger e pela costa atlântica. Em troca, Ifé recebia tecidos, armas, cobre, latão e
artigos de luxo. No século XIV, outras duas cidades iorubanas ganharam destaque –
Oyó e Benin – cujas origens também estão vinculadas a heróis descendentes de
Oduduá. Oduduá é uma das divindades primordiais. Ela é considerada, ao lado de
Obatalá como os seres primordiais e propulsores da criação. Cada um foi incumbido de
determinadas funções no papel da criação do Aiyê, o universo incluindo o mundo em
que vivemos. Segundo a tradição, um dos primeiros soberanos de Oyó foi Xangô que,
depois de morto, transformou-se no orixá dos raios e trovões. O herói mítico de Benin
foi o príncipe Ogun, orixá do ferro, patrono dos ferreiros, caçadores, guerreiros,
entalhadores, etc.
Guerra contra Benin
No final do século XIX, a política europeia em relação à África mudou. Já não
mais interessavam as relações comerciais e sim o domínio do território. O país iorubá
foi conquistado pelos missionários e pelas autoridades britânicas sediadas em Lagos. O
obá de Benin, contudo, resistiu e manteve sua soberania com determinação afastando de
seus domínios toda presença europeia. A situação culminou em 1897, quando uma
expedição liderada pelo cônsul James Phillips entrou no território de Benin mesmo sem
autorização do obá Ovonramwen (coroado em 1888). A delegação britânica foi
emboscada por guerreiros edo e quase todos foram mortos, incluindo o cônsul.
Rapidamente, a Marinha britânica organizou uma expedição punitiva contra Benin. A
ordem era capturar o obá e destruir a cidade. Benin resistiu por 10 dias e seu obá foi
aprisionado e exilado para Calabar, uma cidade a leste, aonde veio a falecer em 1914.
A cidade foi pilhada e incendiada. O Museu Britânico ficou com parte do
espólio de guerra. Outra parte foi entregue a oficiais do Exército e Marinha Britânica. A
maioria dos bronzes de Benin vendidos em leilão foi adquirida por museus,
principalmente na Alemanha. A dispersão da arte africana de Benin para diversos
museus mostrou ao mundo uma arte refinada com pleno domínio da tecnologia que, até
então, não se imaginava ser possível entre culturas ditas “primitivas” pelos europeus. Os
bronzes de Benin levaram a uma reavaliação da arte e da cultura africana. Foram
copiados e inspiraram artistas europeus, exercendo uma forte influência sobre a arte
modernista. Somente em 1975 o país adotou o atual nome de Benin, por conta da
Enseada Benin.
Arte e Cultura
A arte do Benin tem dois eixos principais: um é a arte cortesã herdada do antigo
Reino de Dahomey, cujas principais mostras são joias (braceletes, colares, brincos e
outros objetos produzidos em ouro, prata e cobre pelos magníficos ourives do país); e o
outro, o artesanato dos distintos grupos étnicos. Deste artesanato tradicional tem
especial fama a Arte Ioruba com distintos elementos arquitetônicos como colunas ou
portas esculpidas e outros objetos como tronos ou máscaras realizadas para as danças
tribais, tronos, portas esculpidas, colunas, etc.
Bibliografia
https://ensinarhistoriajoelza.com.br/bronzes-de-benin-arte-africana-tecnologia/ - Blog:
Ensinar História - Joelza Ester Domingues.
Wikipedia

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  • 1. ARTE AFRICANA BENIN O Benin, oficialmente República do Benin (em francês: République du Bénin), é um país da região ocidental da África, limitado a norte por Burquina Faso e pelo Níger, a leste pela Nigéria, a sul pela Enseada do Benin e a oeste pelo Togo. A capital constitucional é a cidade de Porto-Novo, mas Cotonou é a sede do governo e a maior cidade do país. Ainda hoje cultua seus ancestrais, elege seu obá (rei) e tem fortes ligações culturais com o Brasil. O território onde o Benin se situa era ocupado no período pré-colonial por monarquias tribais, das quais a mais poderosa foi a do Império do Daomé, que foi o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil. Este reino dos povos Dahomey, também conhecidos como Fon, foi criado por volta de 1625, e produziu uma rica vida cultural e artística, com máscaras de madeira de Dahomey, estátuas de bronze, tapeçarias e cerâmica, que ganharam renome mundial. As cidades dos orixás Os iorubás, iorubas, iorubanos ou nagôs (em iorubá: Yorùbá) constituíram um dos maiores grupos étnico-linguísticos da África Ocidental. Eles se diziam descendentes do orixá guerreiro chamado Oduduwa (Oduduá ou Odua), considerado o primeiro governante iorubá e fundador de Ilê-Ifé, a cidade sagrada. Entre os séculos XI e XVI, a
  • 2. cidade de Ifé foi o principal centro religioso e comercial iorubano ligado às rotas transaarianas (rota comercial através do Deserto do Saara). Dali eram levados ouro, escravos, marfim, dendê, sal, peixe seco, pimentas e noz-de-cola embarcados de barco, pelo rio Níger e pela costa atlântica. Em troca, Ifé recebia tecidos, armas, cobre, latão e artigos de luxo. No século XIV, outras duas cidades iorubanas ganharam destaque – Oyó e Benin – cujas origens também estão vinculadas a heróis descendentes de Oduduá. Oduduá é uma das divindades primordiais. Ela é considerada, ao lado de Obatalá como os seres primordiais e propulsores da criação. Cada um foi incumbido de determinadas funções no papel da criação do Aiyê, o universo incluindo o mundo em que vivemos. Segundo a tradição, um dos primeiros soberanos de Oyó foi Xangô que, depois de morto, transformou-se no orixá dos raios e trovões. O herói mítico de Benin foi o príncipe Ogun, orixá do ferro, patrono dos ferreiros, caçadores, guerreiros, entalhadores, etc. Guerra contra Benin No final do século XIX, a política europeia em relação à África mudou. Já não mais interessavam as relações comerciais e sim o domínio do território. O país iorubá foi conquistado pelos missionários e pelas autoridades britânicas sediadas em Lagos. O
  • 3. obá de Benin, contudo, resistiu e manteve sua soberania com determinação afastando de seus domínios toda presença europeia. A situação culminou em 1897, quando uma expedição liderada pelo cônsul James Phillips entrou no território de Benin mesmo sem autorização do obá Ovonramwen (coroado em 1888). A delegação britânica foi emboscada por guerreiros edo e quase todos foram mortos, incluindo o cônsul. Rapidamente, a Marinha britânica organizou uma expedição punitiva contra Benin. A ordem era capturar o obá e destruir a cidade. Benin resistiu por 10 dias e seu obá foi aprisionado e exilado para Calabar, uma cidade a leste, aonde veio a falecer em 1914. A cidade foi pilhada e incendiada. O Museu Britânico ficou com parte do espólio de guerra. Outra parte foi entregue a oficiais do Exército e Marinha Britânica. A maioria dos bronzes de Benin vendidos em leilão foi adquirida por museus, principalmente na Alemanha. A dispersão da arte africana de Benin para diversos museus mostrou ao mundo uma arte refinada com pleno domínio da tecnologia que, até então, não se imaginava ser possível entre culturas ditas “primitivas” pelos europeus. Os bronzes de Benin levaram a uma reavaliação da arte e da cultura africana. Foram copiados e inspiraram artistas europeus, exercendo uma forte influência sobre a arte modernista. Somente em 1975 o país adotou o atual nome de Benin, por conta da Enseada Benin. Arte e Cultura A arte do Benin tem dois eixos principais: um é a arte cortesã herdada do antigo Reino de Dahomey, cujas principais mostras são joias (braceletes, colares, brincos e
  • 4. outros objetos produzidos em ouro, prata e cobre pelos magníficos ourives do país); e o outro, o artesanato dos distintos grupos étnicos. Deste artesanato tradicional tem especial fama a Arte Ioruba com distintos elementos arquitetônicos como colunas ou portas esculpidas e outros objetos como tronos ou máscaras realizadas para as danças tribais, tronos, portas esculpidas, colunas, etc. Bibliografia https://ensinarhistoriajoelza.com.br/bronzes-de-benin-arte-africana-tecnologia/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues. Wikipedia