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1
Sobre o livro “Lilith Negra:
símbolos culturais em um debate
intersemiótico”:
O livro em questão tem como finalidade apresentar
um estudo introdutório e analítico sobre a personagem
Lilith, por meio da evolução dos significados atribuídos a
sua história presente em tradições religiosas, e como
ocorreu a apropriação e exploração desse símbolo na obra
Xenogenesis da escritora afro-americana Octavia Estelle
Butler, como objeto intersemiótico das relações culturais,
sociais e religiosas que abrangem a nossa sociedade.
Para isso, vislumbraremos através de um mito
escatológico de como aconteceu o apocalipse na Terra,
como aqueles que sobreviveram tiveram a oportunidade
de presenciar um renascimento cosmogônico de um novo
Gênesis, do caos ao cosmo. E esse gênesis sempre está
ligado com assuntos que envolvem a sexualidade, viés pelo
qual estará presente ou evidenciado nas narrativas
mitológicas que envolvem o nome de Lilith e
consequentemente estará reafirmado na obra de Octavia.
Lilith e as questões da sexualidade serão o elo de
um diálogo intersemiótico de compreensão dos elementos
construtivos, desconstrutivos e reconstrutivos ligados a
personagem inserida no universo religioso, mitológico e
literário.
2
O livro ―Lilith Negra- Símbolos culturais em um
debate intersemiótico‖ será distribuído pela plataforma
Clube de Autores (a maior comunidade de autopublicação
da América Latina), através da página da escritora no
Clube de Autores, e posteriormente, estará à venda em
outras livrarias digitais que mantém vínculo com o Clube
de Autores como a Amazon, Americanas, Saraiva, Estante
Virtual...
Para mais informações sobre esse lançamento e
entrevistas, acesse o site www.raquel-alves.com e o
blog Lady Black Raven. Você também pode se conectar a
escritora através das redes
sociais Twitter, Pinterest e Youtube.
3
As Ciências das Religiões e Lilith
Por meio deste livro, apontamos caminhos que
desvendasse quem é a Lilith Iyapo, personagem da obra de
ficção científica distópica Xenogenesis de Octavia Estelle
Butler. O intuito foi demonstrar, por meio da Tradução
Intersemiótica, de que maneira esta ficção literária
encontra-se nitidamente referenciada no mito da
personagem que rege certas narrativas religiosas do
âmbito judaico-cristão, denominada de Lilith.
Inicialmente, revivemos a história do campo
teórico/disciplinar das Ciências das Religiões e a definição
do seu objeto: a religião, interligando com o objeto de
estudo deste livro. Filoramo e Carlo Prandi (1999) alocam
este campo de conhecimento numa perspectiva aberta e
dinâmica, em razão da multiplicidade de fazeres religiosos,
oriundo do processo de absorção e transformações
culturais ao longo do tempo, que constituem o núcleo de
um dos principais focos do estudo das Ciências das
Religiões.
Especialmente nas atuações culturais, que ocorriam
esse desenvolvimento do que pode ser denominado de
religião, comprovando o quanto a mesma teve profunda
relação com a história do desenvolvimento humano e suas
postulações sociais, políticas e ademais. Discutimos um
conceito de religião mais ancorado com a cultura,
conforme nos apontou Geertz (2008), entendendo-a
como um sistema cultural de símbolos.
4
Sendo assim, desse composto cultural, do qual a
religião também é seu regente, extraímos o mito daquela
que é peça-chave do nosso estudo: Lilith. Tal personagem
encontra-se inserida no âmbito religioso, histórico,
mitológico e literário que permitiram adentrar em um
campo de discurso e de símbolos que nomeiam as várias
características comportamentais desta Lilith.
Contudo, o primeiro passo adotado foi conceituar o
mito e entender como as nuances desse
acontecimento/história/narrativa/discurso estão
presentes no fazer social, cultural do ser humano, que
estão presentes no fazer sociedade e refletindo, pois, no
mundo e no ser pertencente a este espaço de atuação.
Dois teóricos contribuíram com seu entendimento
sobre o mito: o primeiro, Eliade (1972), explicou como o
mito funciona como um portal da realidade vivenciada,
presente, atuante, gritante, ligado a uma experiência
religiosa, inserido, por exemplo, em ritos que reafirmam a
sua existência em comunhão com a vida humana, como
forma reveladora também dos anseios, dúvidas e questões
transcendentais da existência humana e dos deuses.
Desde antes da escrita, nas pinturas das cavernas,
na tradição oral, o mito esteve presente, pulsando como o
coração daquela sociedade e de sua cultura.
Já para Jung (2000), a noção vinculativa dos mitos
estava nos estudos dos arquétipos e seus símbolos
atuantes na perspectiva construtiva desses
mitos. Acrescentamos ainda que esses arquétipos ou
5
―essas personalidades têm o poder de trazer respostas
tonificadoras, que se encontram além do alcance do
pensamento apenas abstrato‖ (HALLWASS, 2003, p. 08).
O mito de Lilith no contexto
judaico-cristão
Apresentamos o mito de Lilith no contexto judaico-
cristão de sua história: ela teria sido a primeira esposa de
Adão, em algumas interpretações destas narrativas
religiosas. Anteriormente, o Cativeiro na Babilônia foi
determinante na fusão do mito de Lilith no mundo
Judaico-Cristão, a partir do Talmude, do Alfabeto de Ben
Sira, do Zohar, de Evangelhos Apócrifos e citações no
Antigo Testamento Bíblico, que complementam a
transformação de Lilith em demônio feminino pela
desobediência ao seu companheiro, Adão.
A sua fuga e recusa de voltar a Adão,
desobedecendo Deus, o abrigo em uma caverna onde se
transformou em demônio, a aliança matrimonial com o
inimigo de Deus e dos homens, foram alguns dos fatos
apresentados no Talmude e no Alfabeto de Ben Sira, além
do fato da mesma sempre ter sido a perseguidora de mães
e seus bebês, destruidora casamentos, incentivando
poluções noturnas e luxúrias nos jovens e ademais.
Na perspectiva do Zohar, ela era a serpente infame, a
6
mãe dos demônios, sustentando ainda a ideia que Lilith
incitava prazeres imundos nos seres humanos e que devia
ser combatida por meio de artifícios de proteção, como por
exemplo, orações.
Em se tratando da Bíblia, evidências de uma
possível primeira mulher que antecede Eva, constava em
Gênesis. O enfoque também foi na questão da serpente,
que teve o papel de induzir o casal primordial a se afastar
de Deus, cometendo o pecado que castigaria a linhagem do
homem na Terra. Comentamos também algumas
explicações no Livro de Jó, em Levítico e em Provérbios,
bem como em certos Apócrifos, sobre sombras deste
demônio feminino, ainda que possuindo outros nomes.
Contudo, em Isaías 34: 15, que aparece nitidamente seu
nome. Segundo Gomes e Almeida, o nome de Lilith (Lilite)
pode ser traduzido:
Em português [...] por lâmias,
fantasmas e por vezes Lilith. No
hebraico, derivado do aramaico lilitu
que na Babilônia e na Assíria
significa demônio feminino. A
etimologia judaica derivou Lilith do
aramaico layil, que significa ‗noite‘, a
lua 'negra‘, correspondente à lâmia
negra (s/d, p. 10).
Por isso encontramos versões, que durante os
processos de traduções, substituem o nome de Lilith por
semelhantes nomes, como animais noturnos e seus
7
referentes (carregados de uma simbólica
digamos negativa), como na Bíblia do Rei James:
the screech owl (o grito da coruja).
Já os Evangelhos Apócrifos confirmavam que a
serpente era um ser inteligente, de características híbridas
que muito se parecem com as descrições imagéticas de
Lilith nas civilizações mesopotâmicas.
Destacamos também os filhos da serpente (um
deles seria Azazel), cuja promessa de Deus feita ao casal
primordial seria de que o filho oriundo da geração dos
mesmos esmagaria a cabeça do filho da serpente.
Pela perspectiva de outras culturas já apresentadas,
essa serpente infame poderia ser Lilith? Para Laraia
(1997), Lilith ou Eva (a primeira esposa oficial de Adão),
no final das contas, cometeram semelhante pecado, no
qual reinou a desobediência, independente das
justificativas:
―E foram punidas da mesma forma:
todos os dias, por toda eternidade,
Lilith, a mãe dos demônios tem que
se conformar com a morte de 100
lilim; da mesma forma Eva é
responsável pela morte de todos os
seus descendentes que poderiam ser
imortais‖ (LARAIA, 1997, s/d).
8
O outro lado da mulher
Contudo, não podemos deixar de lado outro
discurso, no qual a mulher tinha papel de destaque na
sociedade, nos cultos que constituíram força e poder do
feminino diante daqueles povos antigos.
Consequentemente, sofreu abalos, momentos e
transições, em que houve não só uma substituição, mas
uma luta constante para enfatizar e deixar registrado na
história, um fazer feminino que gerasse medo, dúvidas e
que fosse, muitas vezes, aliado ou marcado como
expressão de uma força chamada mal.
Numa sociedade agrícola, a mulher converte-se em
deusa, mas isso não indica seu status superior: pelo
contrário, indica, além disso, retificação de sua alteridade.
Como Deusa, Natureza, Terra, ela era o "outro" de que os
homens dependiam, e o temor religioso deles apenas
exprimia sua impotência. Quando os homens começaram
a sentir seu poder e a possibilidade de ultrapassagem e
domínio, as deusas femininas foram superadas. Essa
mudança para um deus masculino foi, argumentava
Beauvoir, um estágio necessário no desenvolvimento
humano. Deus devia mudar: da "Outra" natureza
ingovernável para a verdadeira "semelhança" do homem,
um deus poderoso, voluntarioso, castigador, exprimindo o
princípio masculino da "luz, inteligência, ordem" (NYE,
1995, p. 107).
9
Não só esse detalhe, mas a rapidez e a força com
que esse discurso era reproduzido, imprimiu em várias
civilizações e culturas esse lado de temor ao feminino.
Com Lilith, esse medo foi levado ao máximo de seu
expoente, na Idade Média, na qual tal mulher-demônio era
uma ―inimiga do matrimônio e da maternidade, os dois
únicos papéis sociais reservados a mulher durante
séculos‖ (SILVA, 2012, p. 13).
A essa personagem mitológica fora atribuída a
responsabilidade pelas dificuldades que regiam a
maternidade, tais como nascimento de crianças com
algum tipo de deficiência, dores, sangramento, aborto, etc
(SILVA, 2012), o que nos recorda também dos papéis da
maioria das mulheres naquela sociedade, que moldavam
suas vidas em prol do casamento, filhos e religião.
Trazendo as discussões do feminismo,
apresentamos como esse discurso de uma Lilith
nefasta tomou outro rumo, a partir de outras
interpretações de sua história e de como ela pode ensinar
às mulheres atuais (por meio do discurso de igualdade de
gênero e superação de seus medos e traumas) a acreditar
ainda mais em si mesmas e no seu potencial de desafiar e
conquistar novos horizontes.
Lembramos, que antes mesmo de Lilith ser
aclamada no movimento feminista, foi no Romantismo
(XVIII e XIX) onde ela se tornou musa em poesias,
10
romances e pinturas, realçando sua dualidade envolvente
no ente romântico.
No século XX, mais provavelmente entre 1960 e
1970, Lilith ressurge no discurso feminista (LEWIS, 2012),
trazendo em si, o despertar feminino em discursos outrora
de vozes taciturnas. O caráter de deusa sagrada em Lilith,
também é destaque nesse momento, segundo Biggs
(2010).
Lilith e Octavia Estelle Butler
Partimos agora para o campo da Literatura, que em
certos contextos e momentos, ―exerce [...] uma sutil, mas
poderosa função de desconstrução do real e do
estabelecido‖ (NOGUEIRA, 2015, p. 128). Na sua relação
com formas religiosas de expressão, ao contar sobre
deuses, mundos e homens, essa literatura foi capaz de
fazer surgir ―imagens poderosas sobre o mundo e sobre os
deuses que criam uma rede poética de imagens. Narrativas
e metáforas se unem para formar as representações
labirínticas da linguagem da religião‖ (NOGUEIRA, 2015,
p. 118).
Por meio dessa discussão, somos apresentados à
Octavia Estelle Butler, uma autora afro-americana de
ficção científica, de grande destaque oriundo de seus
escritos literários, que figura ao lado de grandes nomes no
11
cenário da literatura americana. Da cidade de Pasadena
(Califórnia) para o mundo, a vida literária de Octavia foi
construída sob o alicerce de muitas lutas. A mesma viveu
uma infância, na qual, percebe as dificuldade e separações
sociais, políticas econômicas e profissionais dos negros,
sempre em segundo plano, vítimas das hostilidades e dos
preconceitos, e isso criou um sentimento de inferioridade,
nos parentes da escritora, que ficaram chocados quando a
mesma revelou, ainda pequena, seu sonho de ser escritora:
tal sonho, era mais alto para uma afro americana na
condição em que Octavia e sua família viviam (SILVA,
2012). Além disso, esse mundo literário da ficção científica
era notadamente um campo disputado por célebres
autores (homens) e raríssimas mulheres poderiam fazer
parte desse mundo.
Contudo, Octavia gosta de desafios. E desistir,
mesmo no mais profundo pessimismo, parecia não ser
uma ação a ser cogitada. A autora deu a volta por cima,
encarou a vida de frente, lutou para sair da mesma
marginalidade imposta à Lilith, e assim como a figura que
ela mesmo evoca das tradições históricas, mitológicas e
religiosas, o nome de Octavia está em um mesmo patamar
de tantos outros escritores de ficção cientifica a nível
mundial.
Especialmente a personagem negra chamada Lilith,
atuará em duas histórias: como uma vampira
em Fledgling (2005) e como uma humana híbrida
12
alienígena na trilogia Xenogenesis (1986), obra esta objeto
de análise.
Octavia conquistou e ocupou um papel de destaque
na literatura, e continuará presente mesmo após ter
partido desta jornada terrena (morreu em 2006), servindo
de exemplo, inspiração e sinônimo de luta, força,
imaginação e de que o sonho pode ser construído na nossa
realidade pela superação, persistência, e passo a passo
conquistando além das estrelas, como gostava de se
pronunciar (In: Site Locus Online, 2000).
Não há no gênero de ficção americana um nome de
uma escritora afro-americana a conquistar tantos prêmios,
a adentrar em tantos espaços e públicos, com histórias
intrigantes, inspiradoras e que condizem com os anseios e
dúvidas da humanidade.
Sobre a autora e a questão da literatura de ficção
científica distópica, a relação de apropriação de uma arte
ocorre por meio de citações e recriações, como a
construção dos temas de um novo gênesis humano na obra
a ser analisada, a trilogia Xenogenesis de Octavia Estelle
Butler, que retomou os aspectos presentes de nossa
realidade, na roupagem do gênero literário ficção
científica e distopia. Sobre o primeira, trouxemos para
debate o que Barbosa et al afirmou:
[...] Ao contrário de diversos outros
gêneros, a FC (ficção científica) é
diretamente ligada a problemáticas
13
tanto científico-tecnológicas quanto
sócio-culturais, [...] o que produz
uma realidade literária que releva e
metaforiza os problemas, fatos e
fatores componentes da realidade
histórica (s/d, p. 04 e 05).
Já a distopia representou uma forma de
apresentação de um mito renovado no fazer literário de
Octavia, onde as características desse gênero demarcam a
forma de mundo apresentado, inserção de personagens
marginais e subversivos, como podemos ou não superar os
problemas que conduzem a humanidade a destruir a si e
ao próximo. Seria uma forma sem esperanças de que as
coisas possam melhorar, pois como a própria autora diz o
homem não é perfeito, então como querer que o próximo e
o mundo sejam perfeitos (McCAFFERY; McMENAMIN,
s/d)? Octavia parecia ser inclinada pelo campo
sociobiológico e achava que havia algo errado na genética
do homem, que o conduzia aos comportamentos
hierárquicos e a utilização da inteligência como forma de
dominar e matar, e com certeza isso é bem distópico. Por
mais que queira reconstruir o homem e o mundo, há algo
além dos limites da compreensão que o fará ser o
construtor de seu próprio destruir.
Quando tocamos no que se referiu aos limites da
interpretação literária desta obra, a mesma poderia se
encaixar perfeitamente em um papel ousado: a
de mitologia distópica, onde destacamos certas
características extraídas da própria mitologia em si, pelo o
14
que entendemos deste conceito: contar (ou recontar) o
surgimento (renascimento, recriação) de um
cosmo/mundo/deuses/seres humanos/planeta
Terra/civilização, que nas páginas da
trilogia Xenogenesis tal mundo fora recém restaurado, e
agora conta com a tentativa de convívio de uma raça
humana, alienígena (Oankali) e híbrida (humanoankali),
que na medida do possível constroem os elementos de sua
cultura, resgatando na perspectiva dos humanos, um
sistema religioso norteador de normas sociais, morais e
éticas que devem coexistir nesta nova tentativa de
humanidade.
Antigas sinas históricas, (que vão além de uma
natureza religiosa, e sim uma natureza humana)
apontavam indícios de que nem todo recomeço, significa
harmonia, equilíbrio, fim das acirradas contradições
humanas, onde esses mesmos erros do passado
permanecem novamente na tentativa de levar o fracasso
do homem, onde é claro tivemos o duelo de forças
emblemáticas nítidas, na posição de certos humanos e
alienígenas, sobre o que cada um pensava ser o correto e o
errado, o bem e o mal, o justo e injusto, ao mesmo tempo,
que ambas as raças pareciam não perceber que a evolução
final das espécies, em um nível de imortalidade terrena e
benefícios genéticos, parecem brotar do útero daquela que
antes foi rebelde em sua história mitológica e religiosa, e
agora é a escolhida como pontapé inicial desta cosmogonia
renovada: a afro-americana Lilith Iyapo, personagem da
trilogia Xenogenesis.
15
Lilith Iyapo
A obra Xenogenesis (1986) tem em seu primeiro
livro Dawn, o dilema do homem despertado em um
mundo recém-salvo por uma raça alienígena
chamada Oankali. E como se não bastasse, para esses
mesmos humanos, uma mulher chamada Lilith seria
responsável por ensina-lhes a viver pacificamente com os
alienígenas, vistos como demônios.
Presenciamos em Em Dawn, que:
Os humanos de Butler enfrentam o
confronto final com o Outro. O
ímpeto desses romances é o medo
xenofóbico humano do Oankali, que
fornecem a única esperança de
sobrevivência— através da mutação e
uma aceitação de uma interpretação
mais ampla da designação ―humana‖
(McCAFFERY; McMENAMIN, s/d,
p. 56) (tradução nossa).
Foi justamente neste tocante que perguntamos o
que significava realmente ser humano, o que constituía o
seu corpo a partir de processos de hibridismos, de
identidades, da aceitação do outro como diferencial do
clássico padrão dual homem e mulher, questionamentos
esses pertinentes em uma ótica da sexualidade que
habilmente Octavia E. Butler explorou em sua obra.
16
Em Aduthood Rites, segundo livro, o destaque foi à
problemática do risco da destruição humana que ainda
pendura. Falamos que a hierarquia e a inteligência foram
os principais pontos aglutinadores de uma tensão nítida
entre os humanos e os Oankali, (quando juntas, não são
usadas sabiamente) que no planeta salvo graças aos
alienígenas, ainda havia hostilidade e a não aceitação de
conviver com as diferenças.
Por fim em Imago, último livro da trilogia, o medo e
ao mesmo tempo fascínio do construído humano-oankali-
ooloi Jodahs foi o foco de discussão. Até quando ser
híbrido, em uma metáfora da história, conduzia a perda de
identidade ou do que vem a ser a humanidade? Essa
também seria uma crítica ou eminente medo de Octavia
quanto à engenharia genética, a moldura dos seres
humanos como o mais perfeito possível, significando a
exclusão ou anulação do outro por padrões reformulados,
reprogramáveis, sem supostas falhas?
Mesmo nesses seres humanos digamos perfeitos,
haveria uma condição biológica programável a despertar
neles, o caminho apocalíptico de sua autodestruição
social/mundo? ―Nesta terceira novela, Octavia Butler
descreve a maturação da raça de Oankali, que, no entanto,
incorpora elementos das qualidades humanas originais de
Lilith: a adaptabilidade, sensação de aventura e
necessidade de busca‖ (Site Enotes, s/d, s/p) (tradução
nossa).
17
A Semiótica como método de
análise
Para construir um caminho de uma análise inicial
que respondesse a problemática deste livro sobre Quem é
esta Lilith octaviana e de que maneira a mesma evoca uma
Lilith mitológica/histórica/religiosa, utilizamos a
Semiótica, e especialmente o seu subcampo, a Tradução
Intersemiótica.
Para isso, falamos sobre o contexto de
desenvolvimento da Semiótica (ciência dos signos),
definida como:
[...] a ciência que tem por objeto de
investigação todas as linguagens
possíveis, ou seja, que tem por
objetivo o exame dos modos de
constituição de todo e qualquer
fenômeno como fenômeno de
produção de significação e de sentido
(SANTAELLA, 1988, p. 02).
Destacamos, de acordo com a proposta deste
trabalho, o teórico Charles Sanders Peirce, que por meio
de seus estudos popularizou a Semiótica e até hoje serve
de referência nesse campo de estudo.
18
[...] Peirce e [...] Saussure foram os
fundadores da semiótica, o estudo
filosófico dos signos e dos sistemas
de signos e do modo como o
significado é produzido e
compartilhado dentro de uma
cultura [...] Peirce observou que,
uma vez que as pessoas visualizam o
mundo através do filtro de
experiências pessoais e culturais
(O‘CONNELL; AIREY, 2010, p. 62).
Por meio dos teóricos Roman Jakobson, Júlio Plaza
e Solange Oliveira, discutimos as questões referentes à
Tradução Intersemiótica, e de que maneira pensaríamos
em uma lógica de debate com Lilith.
Sendo assim, o capítulo de Análise elencará
evidências de um diálogo entre as Liliths, comprovados
por meio da intersemiótica, a partir, a princípio, de um
diagrama que irá utilizar a tricotomia peirceana
(semiótica), e em seguida, um quadro intersemiótico que
explorará os contatos/proximidades das Liliths, enquanto
signo-fonte no campo histórico/mitológico/religioso e a
Lilith como signo ressignificado na obra de ficção
científica de Octavia Butler.
A ótica de entender este universo de Lilith como
mecanismo de tradução, será importante para vislumbrar
a extensão de diálogos, símbolos e significados residentes
nesta Lilith octaviana.A sexualidade constituirá no ponto
19
principal e aglutinador deste debate intersemiótico. Os
elementos que a compõe no nível biológico, religioso,
psicológico e alienígena atuarão como responsáveis na
constituição e características remanescentes na identidade
desta personagem literária.
Referências
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Alexandrino e LIMA, Tailson Rodrigues de. Ficção
Científica e Cyberpunk: Uma breve introdução.
BIGGS, Mark Wayne. The Case of Lilith: 23 Biblical
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Genesis. Samson Books, 2010
BUTLER, Octavia Estelle. Lilith’s Brood (versão epub).
New York: Grand Central Publishing Hachette Book
Group USA, 2000.
________. Ritos de Madurez (Xenogénesis II- versão
epub). Tradução Luiz Vigil. 1988.
FILORAMO, Giovanni; PRANDI, Carlo. Para um estudo
científico da religião. In: As Ciências das Religiões.
São Paulo: Editora Paulus, 1999.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio
de Janeiro: Editora LTC, 2008.
20
ELIADE, Mircea. Mito e realidade. Tradução: Pola
Civelli. São Paulo: Editora Perspectiva, 1972.
JUNG, C. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo.
Tradução Maria Luíza Appy e Dora Mariana R. Ferreira da
Silva. 2ª edição. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2000.
HALLWASS, Andrea. Reflexões sobre a função
psicológica do mito numa abordagem jungiana.
Faculdade de Ciências da Saúde- FACS. Brasília, 2003.
LARAIA, Roque de Barros. Jardim do Éden
revisitado. Revista de Antropologia, vol. 40, nº 1. São
Paulo, 1997.
LEWIS B. A, Rosa Marie. LILITH: The personification of
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Sciences: Georgetown University. Washington D.C, 2012.
McCAFFERY, Larry e McMENAMIN, Jim. An interview
with Octavia Estelle Butler. In: Across the Wounded
Galaxies (p. 54- 70).
NYE, Andrea. Teoria Feminista e as Filosofias do
Homem. Tradução: Nathanael C. Caixeiro. Rio de
Janeiro: Editora Rosa dos Tempos, 1995.
NOGUEIRA, Paulo Augusto de Souza. Religião e
Linguagem: abordagens teóricas interdisciplinares.
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Coleção Sociologia e Religião. São Paulo: Editora Paulus,
2015.
O‗CONNELL, Mark e AIREY, Raje. Almanaque
ilustrado dos símbolos. Tradução: Débora Ginza. São
Paulo: Editora Escala, 2011.
OCTAVIA BUTLER: Persistence. Publicado na Locus
Magazine, em junho de 2000. Site Locus Online.
SANTAELLA, Lúcia. O que é Semiótica? Coleção
Primeiros Passos. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988.
SANTAELLA, Lucia; NÖTH, Winfried. Comunicação e
semiótica. São Paulo: Hacker Editores, 2004
SILVA, Alexander Meireles da. A REDENÇÃO DE
LILITH: O CORPO FEMININO COMO ESTRATÉGIA
TRANSGRESSORA NA FICÇÃO DE OCTAVIA E.
BUTLER In: MILANEZ, Nilton e GAMA-KHALIL, Marisa
Martins (Org). Literatura de Horror e Corpo. Revista
Eletrônica de Estudos do Discurso e do Corpo. Volume 1.
Número 02. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Vitória da Conquista, Bahia, 2012.
Xenogenesis Analysis- Octavia Butler. Site Enotes.
Disponível
em: https://www.enotes.com/topics/xenogenesis/in-
depth
22
Sobre a autora
Raquel Alves é uma escritora cearense, formada em
Letras, Jornalismo e com mestrado em Ciências das
Religiões. Possui um blog literário intitulado "Lady Black
Raven", no qual foi o primeiro espaço de divulgação de
seus escritos.
Tem poesias publicadas em antologias de editoras
conhecidas e de forma independente semeia seus
romances sobrenaturais, histórias fantásticas e poesias
ultrarromânticas.
Prêmios e Participações em Antologias:
Certificado de Participação II Prêmio Licinho Campos de
Poesia de Amor 2013
III Prêmio Literário Cidade da Poesia (Antologia Poética)
2013- Nome da Poesia: Noite dos Corvos
Caderno Literário Pragmatha (poesias) contribuição com
poesias durante quase dois anos
101 Vira-latas (Antologia poética) 2014- Nome da Poesia:
Você e eu
Prêmio Literário Galinha Pulando 2014 (Antologia
poética)-Nome da Poesia: A Saída dessa miséria
23
Participação da X Bienal Internacional do Livro de
Pernambuco (2015) (lançamento do livro O Reino Mágico
de Mystic)
Certificado de Participação VI Concurso de Poesias Prof.
Roberto Tonellotti (2016)- Nome da poesia: O choro de
Lázaro
11º Concurso on-line "Sueli Bittencourt" de poesias- Tema
Paz (2016)- Nome da Poesia: Borboleta
5ª mostra BNB de Poesia- Abril para leitura 2016
(Antologia póetica)- Nome da Poesia: O romantismo
precoce do poeta das penas negras
1ª Coletânea de Poemas- projeto Apparere- 2017 Poema:
Por favor, não morra!
6ª mostra BNB de Poesia- Abril para leitura 2017
(Antologia poética)- Nome da Poesia: A não existência
Participação do I Prêmio Miau de Literatura: Editora
Costelas Felinas (2017)- Nome do livro de Poesias:
Desaparecendo
Participação na 1ª Coletânea de Poesias de Amor- Projeto
Apparere- 2018 Poesia: Adeus
9º lugar no concurso da Revista Inversos (4ª edição) em
homenagem ao Dia Internacional da Criança Africana –
2018 Poesia: Minha criança
Participação da 2ª Mostra de Poemas para a beata Maria
de Araújo. Poesia: Sangue Salvador- 2019
24
8ª mostra BNB de Poesia- Abril para leitura 2019
(Antologia poética)- Nome da Poesia: Medusa- 2019
Livros:
As mulheres de Poe
Raquel Alves
R$ 38,25 Impresso
25
Black Wings
Raquel Alves
R$ 48,90 Impresso
Diário da Mãe-Corvo
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R$ 37,42 Impresso
Jornalismo e Literatura: Análise...
Raquel Alves
26
R$ 40,22 Impresso
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R$ 50,80 Impresso
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R$ 37,17 Impresso
27
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Símbolos culturais de Lilith em debate intersemiótico

  • 1. 0
  • 2. 1 Sobre o livro “Lilith Negra: símbolos culturais em um debate intersemiótico”: O livro em questão tem como finalidade apresentar um estudo introdutório e analítico sobre a personagem Lilith, por meio da evolução dos significados atribuídos a sua história presente em tradições religiosas, e como ocorreu a apropriação e exploração desse símbolo na obra Xenogenesis da escritora afro-americana Octavia Estelle Butler, como objeto intersemiótico das relações culturais, sociais e religiosas que abrangem a nossa sociedade. Para isso, vislumbraremos através de um mito escatológico de como aconteceu o apocalipse na Terra, como aqueles que sobreviveram tiveram a oportunidade de presenciar um renascimento cosmogônico de um novo Gênesis, do caos ao cosmo. E esse gênesis sempre está ligado com assuntos que envolvem a sexualidade, viés pelo qual estará presente ou evidenciado nas narrativas mitológicas que envolvem o nome de Lilith e consequentemente estará reafirmado na obra de Octavia. Lilith e as questões da sexualidade serão o elo de um diálogo intersemiótico de compreensão dos elementos construtivos, desconstrutivos e reconstrutivos ligados a personagem inserida no universo religioso, mitológico e literário.
  • 3. 2 O livro ―Lilith Negra- Símbolos culturais em um debate intersemiótico‖ será distribuído pela plataforma Clube de Autores (a maior comunidade de autopublicação da América Latina), através da página da escritora no Clube de Autores, e posteriormente, estará à venda em outras livrarias digitais que mantém vínculo com o Clube de Autores como a Amazon, Americanas, Saraiva, Estante Virtual... Para mais informações sobre esse lançamento e entrevistas, acesse o site www.raquel-alves.com e o blog Lady Black Raven. Você também pode se conectar a escritora através das redes sociais Twitter, Pinterest e Youtube.
  • 4. 3 As Ciências das Religiões e Lilith Por meio deste livro, apontamos caminhos que desvendasse quem é a Lilith Iyapo, personagem da obra de ficção científica distópica Xenogenesis de Octavia Estelle Butler. O intuito foi demonstrar, por meio da Tradução Intersemiótica, de que maneira esta ficção literária encontra-se nitidamente referenciada no mito da personagem que rege certas narrativas religiosas do âmbito judaico-cristão, denominada de Lilith. Inicialmente, revivemos a história do campo teórico/disciplinar das Ciências das Religiões e a definição do seu objeto: a religião, interligando com o objeto de estudo deste livro. Filoramo e Carlo Prandi (1999) alocam este campo de conhecimento numa perspectiva aberta e dinâmica, em razão da multiplicidade de fazeres religiosos, oriundo do processo de absorção e transformações culturais ao longo do tempo, que constituem o núcleo de um dos principais focos do estudo das Ciências das Religiões. Especialmente nas atuações culturais, que ocorriam esse desenvolvimento do que pode ser denominado de religião, comprovando o quanto a mesma teve profunda relação com a história do desenvolvimento humano e suas postulações sociais, políticas e ademais. Discutimos um conceito de religião mais ancorado com a cultura, conforme nos apontou Geertz (2008), entendendo-a como um sistema cultural de símbolos.
  • 5. 4 Sendo assim, desse composto cultural, do qual a religião também é seu regente, extraímos o mito daquela que é peça-chave do nosso estudo: Lilith. Tal personagem encontra-se inserida no âmbito religioso, histórico, mitológico e literário que permitiram adentrar em um campo de discurso e de símbolos que nomeiam as várias características comportamentais desta Lilith. Contudo, o primeiro passo adotado foi conceituar o mito e entender como as nuances desse acontecimento/história/narrativa/discurso estão presentes no fazer social, cultural do ser humano, que estão presentes no fazer sociedade e refletindo, pois, no mundo e no ser pertencente a este espaço de atuação. Dois teóricos contribuíram com seu entendimento sobre o mito: o primeiro, Eliade (1972), explicou como o mito funciona como um portal da realidade vivenciada, presente, atuante, gritante, ligado a uma experiência religiosa, inserido, por exemplo, em ritos que reafirmam a sua existência em comunhão com a vida humana, como forma reveladora também dos anseios, dúvidas e questões transcendentais da existência humana e dos deuses. Desde antes da escrita, nas pinturas das cavernas, na tradição oral, o mito esteve presente, pulsando como o coração daquela sociedade e de sua cultura. Já para Jung (2000), a noção vinculativa dos mitos estava nos estudos dos arquétipos e seus símbolos atuantes na perspectiva construtiva desses mitos. Acrescentamos ainda que esses arquétipos ou
  • 6. 5 ―essas personalidades têm o poder de trazer respostas tonificadoras, que se encontram além do alcance do pensamento apenas abstrato‖ (HALLWASS, 2003, p. 08). O mito de Lilith no contexto judaico-cristão Apresentamos o mito de Lilith no contexto judaico- cristão de sua história: ela teria sido a primeira esposa de Adão, em algumas interpretações destas narrativas religiosas. Anteriormente, o Cativeiro na Babilônia foi determinante na fusão do mito de Lilith no mundo Judaico-Cristão, a partir do Talmude, do Alfabeto de Ben Sira, do Zohar, de Evangelhos Apócrifos e citações no Antigo Testamento Bíblico, que complementam a transformação de Lilith em demônio feminino pela desobediência ao seu companheiro, Adão. A sua fuga e recusa de voltar a Adão, desobedecendo Deus, o abrigo em uma caverna onde se transformou em demônio, a aliança matrimonial com o inimigo de Deus e dos homens, foram alguns dos fatos apresentados no Talmude e no Alfabeto de Ben Sira, além do fato da mesma sempre ter sido a perseguidora de mães e seus bebês, destruidora casamentos, incentivando poluções noturnas e luxúrias nos jovens e ademais. Na perspectiva do Zohar, ela era a serpente infame, a
  • 7. 6 mãe dos demônios, sustentando ainda a ideia que Lilith incitava prazeres imundos nos seres humanos e que devia ser combatida por meio de artifícios de proteção, como por exemplo, orações. Em se tratando da Bíblia, evidências de uma possível primeira mulher que antecede Eva, constava em Gênesis. O enfoque também foi na questão da serpente, que teve o papel de induzir o casal primordial a se afastar de Deus, cometendo o pecado que castigaria a linhagem do homem na Terra. Comentamos também algumas explicações no Livro de Jó, em Levítico e em Provérbios, bem como em certos Apócrifos, sobre sombras deste demônio feminino, ainda que possuindo outros nomes. Contudo, em Isaías 34: 15, que aparece nitidamente seu nome. Segundo Gomes e Almeida, o nome de Lilith (Lilite) pode ser traduzido: Em português [...] por lâmias, fantasmas e por vezes Lilith. No hebraico, derivado do aramaico lilitu que na Babilônia e na Assíria significa demônio feminino. A etimologia judaica derivou Lilith do aramaico layil, que significa ‗noite‘, a lua 'negra‘, correspondente à lâmia negra (s/d, p. 10). Por isso encontramos versões, que durante os processos de traduções, substituem o nome de Lilith por semelhantes nomes, como animais noturnos e seus
  • 8. 7 referentes (carregados de uma simbólica digamos negativa), como na Bíblia do Rei James: the screech owl (o grito da coruja). Já os Evangelhos Apócrifos confirmavam que a serpente era um ser inteligente, de características híbridas que muito se parecem com as descrições imagéticas de Lilith nas civilizações mesopotâmicas. Destacamos também os filhos da serpente (um deles seria Azazel), cuja promessa de Deus feita ao casal primordial seria de que o filho oriundo da geração dos mesmos esmagaria a cabeça do filho da serpente. Pela perspectiva de outras culturas já apresentadas, essa serpente infame poderia ser Lilith? Para Laraia (1997), Lilith ou Eva (a primeira esposa oficial de Adão), no final das contas, cometeram semelhante pecado, no qual reinou a desobediência, independente das justificativas: ―E foram punidas da mesma forma: todos os dias, por toda eternidade, Lilith, a mãe dos demônios tem que se conformar com a morte de 100 lilim; da mesma forma Eva é responsável pela morte de todos os seus descendentes que poderiam ser imortais‖ (LARAIA, 1997, s/d).
  • 9. 8 O outro lado da mulher Contudo, não podemos deixar de lado outro discurso, no qual a mulher tinha papel de destaque na sociedade, nos cultos que constituíram força e poder do feminino diante daqueles povos antigos. Consequentemente, sofreu abalos, momentos e transições, em que houve não só uma substituição, mas uma luta constante para enfatizar e deixar registrado na história, um fazer feminino que gerasse medo, dúvidas e que fosse, muitas vezes, aliado ou marcado como expressão de uma força chamada mal. Numa sociedade agrícola, a mulher converte-se em deusa, mas isso não indica seu status superior: pelo contrário, indica, além disso, retificação de sua alteridade. Como Deusa, Natureza, Terra, ela era o "outro" de que os homens dependiam, e o temor religioso deles apenas exprimia sua impotência. Quando os homens começaram a sentir seu poder e a possibilidade de ultrapassagem e domínio, as deusas femininas foram superadas. Essa mudança para um deus masculino foi, argumentava Beauvoir, um estágio necessário no desenvolvimento humano. Deus devia mudar: da "Outra" natureza ingovernável para a verdadeira "semelhança" do homem, um deus poderoso, voluntarioso, castigador, exprimindo o princípio masculino da "luz, inteligência, ordem" (NYE, 1995, p. 107).
  • 10. 9 Não só esse detalhe, mas a rapidez e a força com que esse discurso era reproduzido, imprimiu em várias civilizações e culturas esse lado de temor ao feminino. Com Lilith, esse medo foi levado ao máximo de seu expoente, na Idade Média, na qual tal mulher-demônio era uma ―inimiga do matrimônio e da maternidade, os dois únicos papéis sociais reservados a mulher durante séculos‖ (SILVA, 2012, p. 13). A essa personagem mitológica fora atribuída a responsabilidade pelas dificuldades que regiam a maternidade, tais como nascimento de crianças com algum tipo de deficiência, dores, sangramento, aborto, etc (SILVA, 2012), o que nos recorda também dos papéis da maioria das mulheres naquela sociedade, que moldavam suas vidas em prol do casamento, filhos e religião. Trazendo as discussões do feminismo, apresentamos como esse discurso de uma Lilith nefasta tomou outro rumo, a partir de outras interpretações de sua história e de como ela pode ensinar às mulheres atuais (por meio do discurso de igualdade de gênero e superação de seus medos e traumas) a acreditar ainda mais em si mesmas e no seu potencial de desafiar e conquistar novos horizontes. Lembramos, que antes mesmo de Lilith ser aclamada no movimento feminista, foi no Romantismo (XVIII e XIX) onde ela se tornou musa em poesias,
  • 11. 10 romances e pinturas, realçando sua dualidade envolvente no ente romântico. No século XX, mais provavelmente entre 1960 e 1970, Lilith ressurge no discurso feminista (LEWIS, 2012), trazendo em si, o despertar feminino em discursos outrora de vozes taciturnas. O caráter de deusa sagrada em Lilith, também é destaque nesse momento, segundo Biggs (2010). Lilith e Octavia Estelle Butler Partimos agora para o campo da Literatura, que em certos contextos e momentos, ―exerce [...] uma sutil, mas poderosa função de desconstrução do real e do estabelecido‖ (NOGUEIRA, 2015, p. 128). Na sua relação com formas religiosas de expressão, ao contar sobre deuses, mundos e homens, essa literatura foi capaz de fazer surgir ―imagens poderosas sobre o mundo e sobre os deuses que criam uma rede poética de imagens. Narrativas e metáforas se unem para formar as representações labirínticas da linguagem da religião‖ (NOGUEIRA, 2015, p. 118). Por meio dessa discussão, somos apresentados à Octavia Estelle Butler, uma autora afro-americana de ficção científica, de grande destaque oriundo de seus escritos literários, que figura ao lado de grandes nomes no
  • 12. 11 cenário da literatura americana. Da cidade de Pasadena (Califórnia) para o mundo, a vida literária de Octavia foi construída sob o alicerce de muitas lutas. A mesma viveu uma infância, na qual, percebe as dificuldade e separações sociais, políticas econômicas e profissionais dos negros, sempre em segundo plano, vítimas das hostilidades e dos preconceitos, e isso criou um sentimento de inferioridade, nos parentes da escritora, que ficaram chocados quando a mesma revelou, ainda pequena, seu sonho de ser escritora: tal sonho, era mais alto para uma afro americana na condição em que Octavia e sua família viviam (SILVA, 2012). Além disso, esse mundo literário da ficção científica era notadamente um campo disputado por célebres autores (homens) e raríssimas mulheres poderiam fazer parte desse mundo. Contudo, Octavia gosta de desafios. E desistir, mesmo no mais profundo pessimismo, parecia não ser uma ação a ser cogitada. A autora deu a volta por cima, encarou a vida de frente, lutou para sair da mesma marginalidade imposta à Lilith, e assim como a figura que ela mesmo evoca das tradições históricas, mitológicas e religiosas, o nome de Octavia está em um mesmo patamar de tantos outros escritores de ficção cientifica a nível mundial. Especialmente a personagem negra chamada Lilith, atuará em duas histórias: como uma vampira em Fledgling (2005) e como uma humana híbrida
  • 13. 12 alienígena na trilogia Xenogenesis (1986), obra esta objeto de análise. Octavia conquistou e ocupou um papel de destaque na literatura, e continuará presente mesmo após ter partido desta jornada terrena (morreu em 2006), servindo de exemplo, inspiração e sinônimo de luta, força, imaginação e de que o sonho pode ser construído na nossa realidade pela superação, persistência, e passo a passo conquistando além das estrelas, como gostava de se pronunciar (In: Site Locus Online, 2000). Não há no gênero de ficção americana um nome de uma escritora afro-americana a conquistar tantos prêmios, a adentrar em tantos espaços e públicos, com histórias intrigantes, inspiradoras e que condizem com os anseios e dúvidas da humanidade. Sobre a autora e a questão da literatura de ficção científica distópica, a relação de apropriação de uma arte ocorre por meio de citações e recriações, como a construção dos temas de um novo gênesis humano na obra a ser analisada, a trilogia Xenogenesis de Octavia Estelle Butler, que retomou os aspectos presentes de nossa realidade, na roupagem do gênero literário ficção científica e distopia. Sobre o primeira, trouxemos para debate o que Barbosa et al afirmou: [...] Ao contrário de diversos outros gêneros, a FC (ficção científica) é diretamente ligada a problemáticas
  • 14. 13 tanto científico-tecnológicas quanto sócio-culturais, [...] o que produz uma realidade literária que releva e metaforiza os problemas, fatos e fatores componentes da realidade histórica (s/d, p. 04 e 05). Já a distopia representou uma forma de apresentação de um mito renovado no fazer literário de Octavia, onde as características desse gênero demarcam a forma de mundo apresentado, inserção de personagens marginais e subversivos, como podemos ou não superar os problemas que conduzem a humanidade a destruir a si e ao próximo. Seria uma forma sem esperanças de que as coisas possam melhorar, pois como a própria autora diz o homem não é perfeito, então como querer que o próximo e o mundo sejam perfeitos (McCAFFERY; McMENAMIN, s/d)? Octavia parecia ser inclinada pelo campo sociobiológico e achava que havia algo errado na genética do homem, que o conduzia aos comportamentos hierárquicos e a utilização da inteligência como forma de dominar e matar, e com certeza isso é bem distópico. Por mais que queira reconstruir o homem e o mundo, há algo além dos limites da compreensão que o fará ser o construtor de seu próprio destruir. Quando tocamos no que se referiu aos limites da interpretação literária desta obra, a mesma poderia se encaixar perfeitamente em um papel ousado: a de mitologia distópica, onde destacamos certas características extraídas da própria mitologia em si, pelo o
  • 15. 14 que entendemos deste conceito: contar (ou recontar) o surgimento (renascimento, recriação) de um cosmo/mundo/deuses/seres humanos/planeta Terra/civilização, que nas páginas da trilogia Xenogenesis tal mundo fora recém restaurado, e agora conta com a tentativa de convívio de uma raça humana, alienígena (Oankali) e híbrida (humanoankali), que na medida do possível constroem os elementos de sua cultura, resgatando na perspectiva dos humanos, um sistema religioso norteador de normas sociais, morais e éticas que devem coexistir nesta nova tentativa de humanidade. Antigas sinas históricas, (que vão além de uma natureza religiosa, e sim uma natureza humana) apontavam indícios de que nem todo recomeço, significa harmonia, equilíbrio, fim das acirradas contradições humanas, onde esses mesmos erros do passado permanecem novamente na tentativa de levar o fracasso do homem, onde é claro tivemos o duelo de forças emblemáticas nítidas, na posição de certos humanos e alienígenas, sobre o que cada um pensava ser o correto e o errado, o bem e o mal, o justo e injusto, ao mesmo tempo, que ambas as raças pareciam não perceber que a evolução final das espécies, em um nível de imortalidade terrena e benefícios genéticos, parecem brotar do útero daquela que antes foi rebelde em sua história mitológica e religiosa, e agora é a escolhida como pontapé inicial desta cosmogonia renovada: a afro-americana Lilith Iyapo, personagem da trilogia Xenogenesis.
  • 16. 15 Lilith Iyapo A obra Xenogenesis (1986) tem em seu primeiro livro Dawn, o dilema do homem despertado em um mundo recém-salvo por uma raça alienígena chamada Oankali. E como se não bastasse, para esses mesmos humanos, uma mulher chamada Lilith seria responsável por ensina-lhes a viver pacificamente com os alienígenas, vistos como demônios. Presenciamos em Em Dawn, que: Os humanos de Butler enfrentam o confronto final com o Outro. O ímpeto desses romances é o medo xenofóbico humano do Oankali, que fornecem a única esperança de sobrevivência— através da mutação e uma aceitação de uma interpretação mais ampla da designação ―humana‖ (McCAFFERY; McMENAMIN, s/d, p. 56) (tradução nossa). Foi justamente neste tocante que perguntamos o que significava realmente ser humano, o que constituía o seu corpo a partir de processos de hibridismos, de identidades, da aceitação do outro como diferencial do clássico padrão dual homem e mulher, questionamentos esses pertinentes em uma ótica da sexualidade que habilmente Octavia E. Butler explorou em sua obra.
  • 17. 16 Em Aduthood Rites, segundo livro, o destaque foi à problemática do risco da destruição humana que ainda pendura. Falamos que a hierarquia e a inteligência foram os principais pontos aglutinadores de uma tensão nítida entre os humanos e os Oankali, (quando juntas, não são usadas sabiamente) que no planeta salvo graças aos alienígenas, ainda havia hostilidade e a não aceitação de conviver com as diferenças. Por fim em Imago, último livro da trilogia, o medo e ao mesmo tempo fascínio do construído humano-oankali- ooloi Jodahs foi o foco de discussão. Até quando ser híbrido, em uma metáfora da história, conduzia a perda de identidade ou do que vem a ser a humanidade? Essa também seria uma crítica ou eminente medo de Octavia quanto à engenharia genética, a moldura dos seres humanos como o mais perfeito possível, significando a exclusão ou anulação do outro por padrões reformulados, reprogramáveis, sem supostas falhas? Mesmo nesses seres humanos digamos perfeitos, haveria uma condição biológica programável a despertar neles, o caminho apocalíptico de sua autodestruição social/mundo? ―Nesta terceira novela, Octavia Butler descreve a maturação da raça de Oankali, que, no entanto, incorpora elementos das qualidades humanas originais de Lilith: a adaptabilidade, sensação de aventura e necessidade de busca‖ (Site Enotes, s/d, s/p) (tradução nossa).
  • 18. 17 A Semiótica como método de análise Para construir um caminho de uma análise inicial que respondesse a problemática deste livro sobre Quem é esta Lilith octaviana e de que maneira a mesma evoca uma Lilith mitológica/histórica/religiosa, utilizamos a Semiótica, e especialmente o seu subcampo, a Tradução Intersemiótica. Para isso, falamos sobre o contexto de desenvolvimento da Semiótica (ciência dos signos), definida como: [...] a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno como fenômeno de produção de significação e de sentido (SANTAELLA, 1988, p. 02). Destacamos, de acordo com a proposta deste trabalho, o teórico Charles Sanders Peirce, que por meio de seus estudos popularizou a Semiótica e até hoje serve de referência nesse campo de estudo.
  • 19. 18 [...] Peirce e [...] Saussure foram os fundadores da semiótica, o estudo filosófico dos signos e dos sistemas de signos e do modo como o significado é produzido e compartilhado dentro de uma cultura [...] Peirce observou que, uma vez que as pessoas visualizam o mundo através do filtro de experiências pessoais e culturais (O‘CONNELL; AIREY, 2010, p. 62). Por meio dos teóricos Roman Jakobson, Júlio Plaza e Solange Oliveira, discutimos as questões referentes à Tradução Intersemiótica, e de que maneira pensaríamos em uma lógica de debate com Lilith. Sendo assim, o capítulo de Análise elencará evidências de um diálogo entre as Liliths, comprovados por meio da intersemiótica, a partir, a princípio, de um diagrama que irá utilizar a tricotomia peirceana (semiótica), e em seguida, um quadro intersemiótico que explorará os contatos/proximidades das Liliths, enquanto signo-fonte no campo histórico/mitológico/religioso e a Lilith como signo ressignificado na obra de ficção científica de Octavia Butler. A ótica de entender este universo de Lilith como mecanismo de tradução, será importante para vislumbrar a extensão de diálogos, símbolos e significados residentes nesta Lilith octaviana.A sexualidade constituirá no ponto
  • 20. 19 principal e aglutinador deste debate intersemiótico. Os elementos que a compõe no nível biológico, religioso, psicológico e alienígena atuarão como responsáveis na constituição e características remanescentes na identidade desta personagem literária. Referências BARBOSA, Denison Carlos Sousa, MALAFAIA, Rafael Alexandrino e LIMA, Tailson Rodrigues de. Ficção Científica e Cyberpunk: Uma breve introdução. BIGGS, Mark Wayne. The Case of Lilith: 23 Biblical Evidences Identifying the Serpent as Adam‗s First Wife in Genesis. Samson Books, 2010 BUTLER, Octavia Estelle. Lilith’s Brood (versão epub). New York: Grand Central Publishing Hachette Book Group USA, 2000. ________. Ritos de Madurez (Xenogénesis II- versão epub). Tradução Luiz Vigil. 1988. FILORAMO, Giovanni; PRANDI, Carlo. Para um estudo científico da religião. In: As Ciências das Religiões. São Paulo: Editora Paulus, 1999. GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2008.
  • 21. 20 ELIADE, Mircea. Mito e realidade. Tradução: Pola Civelli. São Paulo: Editora Perspectiva, 1972. JUNG, C. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Tradução Maria Luíza Appy e Dora Mariana R. Ferreira da Silva. 2ª edição. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2000. HALLWASS, Andrea. Reflexões sobre a função psicológica do mito numa abordagem jungiana. Faculdade de Ciências da Saúde- FACS. Brasília, 2003. LARAIA, Roque de Barros. Jardim do Éden revisitado. Revista de Antropologia, vol. 40, nº 1. São Paulo, 1997. LEWIS B. A, Rosa Marie. LILITH: The personification of humanity‗s fears. The Gratuate School of Arts and Sciences: Georgetown University. Washington D.C, 2012. McCAFFERY, Larry e McMENAMIN, Jim. An interview with Octavia Estelle Butler. In: Across the Wounded Galaxies (p. 54- 70). NYE, Andrea. Teoria Feminista e as Filosofias do Homem. Tradução: Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Editora Rosa dos Tempos, 1995. NOGUEIRA, Paulo Augusto de Souza. Religião e Linguagem: abordagens teóricas interdisciplinares.
  • 22. 21 Coleção Sociologia e Religião. São Paulo: Editora Paulus, 2015. O‗CONNELL, Mark e AIREY, Raje. Almanaque ilustrado dos símbolos. Tradução: Débora Ginza. São Paulo: Editora Escala, 2011. OCTAVIA BUTLER: Persistence. Publicado na Locus Magazine, em junho de 2000. Site Locus Online. SANTAELLA, Lúcia. O que é Semiótica? Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988. SANTAELLA, Lucia; NÖTH, Winfried. Comunicação e semiótica. São Paulo: Hacker Editores, 2004 SILVA, Alexander Meireles da. A REDENÇÃO DE LILITH: O CORPO FEMININO COMO ESTRATÉGIA TRANSGRESSORA NA FICÇÃO DE OCTAVIA E. BUTLER In: MILANEZ, Nilton e GAMA-KHALIL, Marisa Martins (Org). Literatura de Horror e Corpo. Revista Eletrônica de Estudos do Discurso e do Corpo. Volume 1. Número 02. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Vitória da Conquista, Bahia, 2012. Xenogenesis Analysis- Octavia Butler. Site Enotes. Disponível em: https://www.enotes.com/topics/xenogenesis/in- depth
  • 23. 22 Sobre a autora Raquel Alves é uma escritora cearense, formada em Letras, Jornalismo e com mestrado em Ciências das Religiões. Possui um blog literário intitulado "Lady Black Raven", no qual foi o primeiro espaço de divulgação de seus escritos. Tem poesias publicadas em antologias de editoras conhecidas e de forma independente semeia seus romances sobrenaturais, histórias fantásticas e poesias ultrarromânticas. Prêmios e Participações em Antologias: Certificado de Participação II Prêmio Licinho Campos de Poesia de Amor 2013 III Prêmio Literário Cidade da Poesia (Antologia Poética) 2013- Nome da Poesia: Noite dos Corvos Caderno Literário Pragmatha (poesias) contribuição com poesias durante quase dois anos 101 Vira-latas (Antologia poética) 2014- Nome da Poesia: Você e eu Prêmio Literário Galinha Pulando 2014 (Antologia poética)-Nome da Poesia: A Saída dessa miséria
  • 24. 23 Participação da X Bienal Internacional do Livro de Pernambuco (2015) (lançamento do livro O Reino Mágico de Mystic) Certificado de Participação VI Concurso de Poesias Prof. Roberto Tonellotti (2016)- Nome da poesia: O choro de Lázaro 11º Concurso on-line "Sueli Bittencourt" de poesias- Tema Paz (2016)- Nome da Poesia: Borboleta 5ª mostra BNB de Poesia- Abril para leitura 2016 (Antologia póetica)- Nome da Poesia: O romantismo precoce do poeta das penas negras 1ª Coletânea de Poemas- projeto Apparere- 2017 Poema: Por favor, não morra! 6ª mostra BNB de Poesia- Abril para leitura 2017 (Antologia poética)- Nome da Poesia: A não existência Participação do I Prêmio Miau de Literatura: Editora Costelas Felinas (2017)- Nome do livro de Poesias: Desaparecendo Participação na 1ª Coletânea de Poesias de Amor- Projeto Apparere- 2018 Poesia: Adeus 9º lugar no concurso da Revista Inversos (4ª edição) em homenagem ao Dia Internacional da Criança Africana – 2018 Poesia: Minha criança Participação da 2ª Mostra de Poemas para a beata Maria de Araújo. Poesia: Sangue Salvador- 2019
  • 25. 24 8ª mostra BNB de Poesia- Abril para leitura 2019 (Antologia poética)- Nome da Poesia: Medusa- 2019 Livros: As mulheres de Poe Raquel Alves R$ 38,25 Impresso
  • 26. 25 Black Wings Raquel Alves R$ 48,90 Impresso Diário da Mãe-Corvo Raquel Alves R$ 37,42 Impresso Jornalismo e Literatura: Análise... Raquel Alves
  • 27. 26 R$ 40,22 Impresso Lilith Negra Raquel Alves R$ 50,80 Impresso O Reino Mágico de Mystic Raquel Alves R$ 37,17 Impresso
  • 28. 27 O Reino Mágico de Mystic Raquel Alves R$ 33,95 Impresso