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Comentário acerca da prova prático-profissional de Direito Constitucional da OAB exame 2010.3, lembramos que este gabarito é extra-oficial, elaborado por Rafael Soares, e pode estar diferente do elaborado pela FGV. Dúvidas e sugestões entre em contato.<br />QUESTÃO 1 <br />O Regimento Interno da Assembléia Legislativa de determinado Estado-membro, ao disciplinar o processo de criação e instauração das Comissões Parlamentares de Inquérito, condiciona a criação de CPI à aprovação, pelo Plenário da Casa Legislativa, de requerimento subscrito por, no mínimo, um terço dos Deputados Estaduais. <br />Com base no cenário acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. <br />a) Analise, de maneira justificada, a constitucionalidade da referida previsão regimental. (Valor: 0,8) <br />b) O Diretório Regional de um Partido Político do Estado-membro em questão tem legitimidade para questionar a previsão regimental perante o Supremo Tribunal Federal por meio de ADI? (Valor: 0,2)<br />Padrão de Resposta<br />A – Com breve analise do fato notamos que a norma é inconstitucional, pois a constituição não submeta à CPI à aprovação no plenário, sendo requisito apenas o requerimento de 1/3 dos parlamentares, deputados ou senadores conforme o caso, e com base no princípio da simetria constitucional, tal fato seria incabível conforme o discutido na ADI – 3619 – SP<br />B – Pra o ajuizamento de ADI perante o Supremo Tribunal Federal é necessário que o partido político tenha representação no Congresso Nacional, portanto o diretório regional sem representação no congresso não possui legitimidade para o ingresso de tal ação.<br />QUESTÃO 2 <br />O Supremo Tribunal Federal, ao julgar um recurso extraordinário, declarou a inconstitucionalidade, incidenter tantum, de uma lei estadual. Antônio Augusto, interessado em ser alcançado pelos efeitos da decisão de inconstitucionalidade, impetrou mandado de segurança perante o Supremo Tribunal Federal objetivando a fixação de prazo para que o Senado Federal edite resolução para suspender a execução da mencionada lei estadual. <br />Considerando a situação hipotética narrada, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. <br />a) Quais são os efeitos subjetivos produzidos pela declaração de inconstitucionalidade da lei em questão e qual é a função reservada ao Senado Federal pela norma do artigo 52, inciso X, da CRFB? (Valor: 0,5) <br />b) De acordo com a tradição constitucional brasileira, é cabível o pretendido controle jurisdicional da atuação do Senado Federal em tal hipótese? (Valor: 0,3) <br />c) O Senado Federal pode exercer a competência descrita no artigo 52, inciso X, em se tratando de declaração de inconstitucionalidade de lei estadual? (Valor: 0,2)<br />Padrão de Resposta<br />A – Via de regra os efeitos são inter partes e ex tunc, mas os efeitos podem ser erga omnes em conformidade com o artigo 52, X da Carta Maior pode o Senado Federal editar resolução suspendendo no todo ou em parte norma declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal desde que a decisão seja definitiva e aprovada pela maioria absoluta do tribunal.<br />B – Não é cabível, pois tal ato é meramente político, portanto discricionário, não sendo o Senado obrigado a editar tal resolução, apesar de correntes que apontam neste sentido, entendemos que se fosse o Senado obrigado a editar tal resolução estaria ferindo o princípio da independência entre os poderes.<br />C – Pelo entendimento literal do arigo 52, X da Constituição Federal podemos notar que é possível o Senado Federal suspender eficácia de lei estadual, pois o ato é de competência ampla.<br />QUESTÃO 3 <br />Considere uma lei federal que aumentou a alíquota de determinado tributo, mas sem dispor expressamente que a nova alíquota só poderia ser cobrada no exercício financeiro seguinte. Suponha que uma turma de determinado Tribunal Regional Federal esteja julgando, em grau de recurso, um mandado de segurança impetrado por um contribuinte que se insurgiu contra a cobrança do tributo no mesmo ano em que fora instituído. <br />Diante desse quadro, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. <br />a) Pode a turma do TRF, ao julgar o caso, estabelecer que a nova alíquota só poderá ser cobrada no ano seguinte? (Valor: 0,6) <br />b) Qual é o princípio que fundamenta a cláusula de reserva de plenário? (Valor: 0,4)<br />Padrão de Respostas<br />A – Não pode a turma do TRF julgar, pois trata-se de a cláusula de reserva de plenário assim a Corte Suprema editou a súmula vinculante n° 10 , que viola a cláusula de reserva de plenário , órgão fracionário de tribunal que mesmo que não declare expressamente a inconstitucionalidade afaste a sua incidência.<br />B – É o princípio do Devido Processo Legal.<br />QUESTÃO 4 <br />No início de um ano eleitoral, o Congresso Nacional aprovou e promulgou uma emenda constitucional suprimindo a alínea “a” do inciso II do §1º do art. 14 da Constituição e alterando o §2º do mesmo dispositivo, que passaria a ter a seguinte redação: “Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros, os analfabetos e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.” Ocorre que, no intervalo entre o primeiro e o segundo turno de votação da proposta (PEC) no Senado Federal, o Presidente da República havia decretado intervenção federal num determinado Estado da federação. <br />Diante da dúvida generalizada a respeito do direito de voto dos analfabetos na eleição que ocorreria naquele ano, o Procurador-Geral da República houve por bem ajuizar ADI contra a referida emenda constitucional. <br />A esse respeito, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. <br />a) Uma emenda constitucional pode ser objeto de ADI? (Valor: 0,5) <br />b) Há inconstitucionalidade formal ou material na emenda em questão? (Valor: 0,5)<br />Padrão de Respostas<br />A – Qualquer norma infraconstitucional é passível de ADI, e a emenda constitucional tem de observar os limites postos pelo constituinte originário.<br />B – Há inconstitucionalidade material pois tal fato atenta contra às cláusulas pétreas.<br />QUESTÃO 5 <br />Em 31/12/2010, foi publicada a Lei ordinária federal 2.378, que criou o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR e regulamentou o exercício da profissão de arquiteto e urbanista, estabelecendo, entre outros, as áreas de atuação privativa dos referidos profissionais. Suponha que, a partir da entrada em vigor da referida lei, tenha sido suscitada uma rica discussão sobre a sua constitucionalidade, com argumentos contrários e favoráveis à regulamentação legal daquelas atividades e que foram publicados nos diversos e mais importantes jornais do país, além de publicações em revistas especializadas das áreas de Direito, Urbanismo, Arquitetura e Engenharia. <br />Com base no exposto, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. <br />a) Seria cabível o ajuizamento de uma ADC pelo próprio Conselho criado pela norma? (Valor: 0,4) <br />b) Seria cabível o ajuizamento de uma ADI pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil? (Valor: 0,3) <br />c) Assumindo que fosse cabível o ajuizamento da ADC, qual seria o efeito de uma decisão que julgasse improcedente, no mérito, a ação? (Valor: 0,3)<br />Padrão de Respostas<br /> A – Em breve análise constitucional do caso nota-se que o artigo 103, IX, trata de entidade de classe de âmbito nacional, e dessa forma é cabível tal entidade ajuizar ADC desde que tenha pertinência temática com a matéria.<br />B – Sim, tendo em vista que o conselho federal da OAB é legitimado universal para proposição de ADI.<br />C – O efeito de uma decisão improcedente, declararia a lei inconstitucional e tem efeito erga omnes, e vincula obrigatoriamente os demais órgãos do judiciário.<br />Referências<br />A obra foi elaborada por Rafael Soares, do blog direito direto, amante do direito constitucional.<br />Provas elaboradas pela Fundação Getúlio Vargas, estão disponíveis no sítio da Fundação. http://oab.fgv.br.<br />http://direitoirs.blogspot.com.<br />Sugestões, Dúvidas e reclamações: instituto5deoutubro@gmail.com<br />
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  • 1. Comentário acerca da prova prático-profissional de Direito Constitucional da OAB exame 2010.3, lembramos que este gabarito é extra-oficial, elaborado por Rafael Soares, e pode estar diferente do elaborado pela FGV. Dúvidas e sugestões entre em contato.<br />QUESTÃO 1 <br />O Regimento Interno da Assembléia Legislativa de determinado Estado-membro, ao disciplinar o processo de criação e instauração das Comissões Parlamentares de Inquérito, condiciona a criação de CPI à aprovação, pelo Plenário da Casa Legislativa, de requerimento subscrito por, no mínimo, um terço dos Deputados Estaduais. <br />Com base no cenário acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. <br />a) Analise, de maneira justificada, a constitucionalidade da referida previsão regimental. (Valor: 0,8) <br />b) O Diretório Regional de um Partido Político do Estado-membro em questão tem legitimidade para questionar a previsão regimental perante o Supremo Tribunal Federal por meio de ADI? (Valor: 0,2)<br />Padrão de Resposta<br />A – Com breve analise do fato notamos que a norma é inconstitucional, pois a constituição não submeta à CPI à aprovação no plenário, sendo requisito apenas o requerimento de 1/3 dos parlamentares, deputados ou senadores conforme o caso, e com base no princípio da simetria constitucional, tal fato seria incabível conforme o discutido na ADI – 3619 – SP<br />B – Pra o ajuizamento de ADI perante o Supremo Tribunal Federal é necessário que o partido político tenha representação no Congresso Nacional, portanto o diretório regional sem representação no congresso não possui legitimidade para o ingresso de tal ação.<br />QUESTÃO 2 <br />O Supremo Tribunal Federal, ao julgar um recurso extraordinário, declarou a inconstitucionalidade, incidenter tantum, de uma lei estadual. Antônio Augusto, interessado em ser alcançado pelos efeitos da decisão de inconstitucionalidade, impetrou mandado de segurança perante o Supremo Tribunal Federal objetivando a fixação de prazo para que o Senado Federal edite resolução para suspender a execução da mencionada lei estadual. <br />Considerando a situação hipotética narrada, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. <br />a) Quais são os efeitos subjetivos produzidos pela declaração de inconstitucionalidade da lei em questão e qual é a função reservada ao Senado Federal pela norma do artigo 52, inciso X, da CRFB? (Valor: 0,5) <br />b) De acordo com a tradição constitucional brasileira, é cabível o pretendido controle jurisdicional da atuação do Senado Federal em tal hipótese? (Valor: 0,3) <br />c) O Senado Federal pode exercer a competência descrita no artigo 52, inciso X, em se tratando de declaração de inconstitucionalidade de lei estadual? (Valor: 0,2)<br />Padrão de Resposta<br />A – Via de regra os efeitos são inter partes e ex tunc, mas os efeitos podem ser erga omnes em conformidade com o artigo 52, X da Carta Maior pode o Senado Federal editar resolução suspendendo no todo ou em parte norma declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal desde que a decisão seja definitiva e aprovada pela maioria absoluta do tribunal.<br />B – Não é cabível, pois tal ato é meramente político, portanto discricionário, não sendo o Senado obrigado a editar tal resolução, apesar de correntes que apontam neste sentido, entendemos que se fosse o Senado obrigado a editar tal resolução estaria ferindo o princípio da independência entre os poderes.<br />C – Pelo entendimento literal do arigo 52, X da Constituição Federal podemos notar que é possível o Senado Federal suspender eficácia de lei estadual, pois o ato é de competência ampla.<br />QUESTÃO 3 <br />Considere uma lei federal que aumentou a alíquota de determinado tributo, mas sem dispor expressamente que a nova alíquota só poderia ser cobrada no exercício financeiro seguinte. Suponha que uma turma de determinado Tribunal Regional Federal esteja julgando, em grau de recurso, um mandado de segurança impetrado por um contribuinte que se insurgiu contra a cobrança do tributo no mesmo ano em que fora instituído. <br />Diante desse quadro, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. <br />a) Pode a turma do TRF, ao julgar o caso, estabelecer que a nova alíquota só poderá ser cobrada no ano seguinte? (Valor: 0,6) <br />b) Qual é o princípio que fundamenta a cláusula de reserva de plenário? (Valor: 0,4)<br />Padrão de Respostas<br />A – Não pode a turma do TRF julgar, pois trata-se de a cláusula de reserva de plenário assim a Corte Suprema editou a súmula vinculante n° 10 , que viola a cláusula de reserva de plenário , órgão fracionário de tribunal que mesmo que não declare expressamente a inconstitucionalidade afaste a sua incidência.<br />B – É o princípio do Devido Processo Legal.<br />QUESTÃO 4 <br />No início de um ano eleitoral, o Congresso Nacional aprovou e promulgou uma emenda constitucional suprimindo a alínea “a” do inciso II do §1º do art. 14 da Constituição e alterando o §2º do mesmo dispositivo, que passaria a ter a seguinte redação: “Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros, os analfabetos e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.” Ocorre que, no intervalo entre o primeiro e o segundo turno de votação da proposta (PEC) no Senado Federal, o Presidente da República havia decretado intervenção federal num determinado Estado da federação. <br />Diante da dúvida generalizada a respeito do direito de voto dos analfabetos na eleição que ocorreria naquele ano, o Procurador-Geral da República houve por bem ajuizar ADI contra a referida emenda constitucional. <br />A esse respeito, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. <br />a) Uma emenda constitucional pode ser objeto de ADI? (Valor: 0,5) <br />b) Há inconstitucionalidade formal ou material na emenda em questão? (Valor: 0,5)<br />Padrão de Respostas<br />A – Qualquer norma infraconstitucional é passível de ADI, e a emenda constitucional tem de observar os limites postos pelo constituinte originário.<br />B – Há inconstitucionalidade material pois tal fato atenta contra às cláusulas pétreas.<br />QUESTÃO 5 <br />Em 31/12/2010, foi publicada a Lei ordinária federal 2.378, que criou o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR e regulamentou o exercício da profissão de arquiteto e urbanista, estabelecendo, entre outros, as áreas de atuação privativa dos referidos profissionais. 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