O documento analisa o potencial da internet como uma nova esfera pública para discussões virtuais. Apoiadores argumentam que a internet é aberta, incentiva o diálogo e participação política. Céticos apontam que a internet pode refletir desigualdades da realidade e faltar reflexividade. Exemplos mostram que a internet pode complementar a esfera pública tradicional, mas não a substitui.
Apresentacao geral minasparticipativa colaboracao em massa
Esfera publica digital
1. Internet como esfera pública? Análise
de usos e repercussões reais das
discussões virtuais
Chalini Torquato Gonçalves de Barros
Rafael Cardoso Sampaio
2. Internet como esfera pública
• Argumento Otimista
• Internet é aberta, incentiva o diálogo, vantagens
da assincronia, maior capacidade de mobilização
e chamar a atenção, arquitetura distribuída, baixo
custo para se tornar falante, falta de
intermediação da mídia, grande quantidade de
material comunicativo produzido pela esfera civil.
• Internet = nova esfera pública, ampliação do
capital social, novas comunidades e maior
participação política.
3. Nova esfera conversacional?
• Pode-se assim, como hipótese, pensar no
ciberespaço como uma nova esfera pública de
conversação onde o “mundo da vida” amplia o
capital social, recriando formas
comunitárias, identitárias (público), ampliando a
participação política. A função conversacional das
mídias de função pós-massiva pode servir como
fator privilegiado de resgate da coisa
pública, embora não haja garantias. A
participação, a colaboração e a conversação são
as bases para uma ação política, mas não
garantem a sua efetividade (LEMOS, 2009, p.27).
4. • Argumento cético
• Cidadãos mal informados, excesso de
informação, acesso restrito às elites, falta de
interação face a face, pouca
reflexividade, reflete desigualdades da
realidade presencial, falta de
respeito, dominação do debate por certos
indivíduos ou grupos.
5. Internet como parte da esfera pública
• Muita exigência em cima da internet, que deixa de ser
considerada ferramenta para se tornar entidade. São
necessárias ações de estímulo ao engajamento
cidadão. Não é uma tecnologia que vai reduzir a apatia
política por si.
• Defendemos seu caráter complementar: espaço
adicional de deliberação com liberdade o suficiente
para permitir formação espontânea e troca de
opiniões.
• Um instrumento com enorme potencial discursivo e
deliberativo, de fato, mas que apenas poderá funcionar
como componente da esfera pública se for utilizada
dessa maneira por instituições, associações coletivas e
indivíduos.
6. Exemplo 1: Twitter
• Cala a Boca Galvão = mentira e enganação =
brincadeira.
• Tópico 1 no TT Mundial do Twitter
• Repercussão internacional e “barriga” de jornais
internacionais - El País, New York Times.
• Resposta oficial da Globo
7.
8. • Cala a Boca Tadeu Schmidt
• Questões mais sérias como: limites do jornalismo, críticas
aos jornalistas, limites da Rede Globo, direito do técnico
limitar o acesso as emissoras..
• Gera #diasemglobo
• Cala a Boca Sylvester Stallone
• Declaração simples dada em uma convenção de quadrinhos
gera novo movimento e, dessa vez, um pedido de desculpas
oficial.
• Interconexão e influência mútua entre internet e mídias
tradicionais.
9. Exemplo 2: Consultas Públicas
• a) Consulta Pública o Relatório de Progresso de País (2008/2009)
sobre os compromissos em HIV/AIDS
• Campanha mais sigilosa, offline e envolvendo diretamente grupos
sociais.
• b) Ministério da Cultura - Consulta Direitos autorais
• Vídeos, comentários do twitter, opiniões individuais e de atores
coletivos,
• Cada parágrafo da nova lei podia ser comentado. Podia-se aceitar
ou não e explicar o motivo, assim como ler dos outros.
• 7863 contribuições.
12. • Condado Lichtenberg da cidade de Berlim,
Alemanha.
• Enquetes, newsletter, entrevistas com políticos,
simulação de orçamento, além de fóruns de
discussão e a possibilidade da criação de wikis,
que foram utilizados para agrupar as diferentes
propostas dos cidadãos.
• 4 mil pessoas participaram das discussões.
• Foram enviadas ao conselho local 42 propostas
de orçamento e de emendas as políticas públicas,
sendo que 37 foram aprovadas.
13. Conclusões
• A internet não é uma esfera pública virtual por si, mas
pode ser utilizada pelos seus usuários para incrementar
as discussões na esfera pública, podendo, em
determinadas situações, desencadear demandas sobre
o sistema político formal. Por outro lado, é possível
acreditar que o ceticismo em relação ao meio on-line
se deve ao fato de esses casos ainda serem exceção e
não regra.
• Contudo, Silveira indica que na lista dos sites mais
acessados nos anos de 2007, 2008 e 2009 estavam
“YouTube, MySpace, Facebook, Blogger e Wikipédia –
todos eles, repositórios de conteúdos produzidos pelos
internautas” (SILVEIRA, 2009, p.83).