1. Segundo Reinado – 1840-89
Fases do Império
1º. “Pax Imperial” (ou Pax romana): paz que favorece as elites. Características: implantação
do parlamentarismo, do protecionismo alfandegário (tarifa Alves Branco) e tem seu fim a
repressão ao trafico negreiro para o Brasil (Lei Eusébio de Queiroz, de 1850).
2º. De 1851 a 1963: crescimento da economia cafeeira ( e de outras atividades econômicas:
transportes, comunicações, indústria, etc), Gabinete da Conciliação (entre liberais e
conservadores), política externa intervencionista nos países platinos (Uruguai e Argentina)
para mantermos nossa hegemonia na região.
3º. De 1864 a 1870: predomínio da política externa sob a interna (guerra contra Uruguai e
Paraguai).
4º. 1871 a 1889: crise do Segundo reinado (questões: republicanas, religiosa, militar e
abolicionista).
Parlamentarismo às avessas:
Início em 1843 com a convocação do gabinete pelo Marques do Paraná e consolidou-se em
1847 com a criação do cargo de Presidente do Conselho (1° Ministro ou Chefe de Gabinete).
Como funcionava: o gabinete nomeado pelo 1° Ministro se encarregava de convocar as
eleições para a Câmara dos Deputados (com fraudes, conhecidas com “Eleições do Cacete).
Esse modelo ao contrário do Inglês se encerrava com as eleições (daí o nome às avessas)
Revoltas do Segundo Reinado
Levantes Liberais (1842): em contrapartida ao Golpe da Maioridade os liberais fizeram parte
do primeiro ministério do Segundo Reinado e, em decorrência disso, conseguiram a maioria
na Câmara dos Deputados (obviamente de forma fraudulenta) → Os conservadores reagiram
a exigiram a dissolução do Ministério Liberal → D. Pedro II dissolveu o Ministério Liberal →
Gerando revoltas dos liberais em São Paulo e Minas Gerais.
Revolução Praieira 1848 (o nome se origina do jornal dos liberais que Diário Novo que ficava
na Rua da Praia): causas: crise econômica (queda do preço do açúcar e algodão), controle do
comercio por estrangeiros e deposição do governador liberal de Pernambuco (Pinto Chamorro
Gama). Propostas (manifesto ao Mundo): voto livre e universal para todos os brasileiros, com
a conseqüência extinção do voto censitário; - liberdade de imprensa; extinção do Poder
Moderador; Garantia de trabalho para todos os cidadãos brasileiros; Nacionalização do
comércio varejista; Extinção do Senado Vitalício.
Rebelião dos Quebra-Quilos (1874): obrigatoriedade do alistamento militar, aumento dos
impostos e imposição autoritária do Sistema métrico decimal de pesos e medidas (que foi a
gota d‟água). Difundiu-se pelas províncias de Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte.
Revolta do Vintém (1880): a população pobre do Rio de Janeiro se rebela contra o aumento
das passagens dos bondes, ainda puxados por burros e trens. A chamada Revolta do Vintém
explode dia 1º de janeiro. A polícia tenta contê-la e os manifestantes respondem quebrando
bondes, arrancando trilhos e virando os veículos. A revolta só pára com a intervenção do
Exército, que abre fogo contra a multidão e mata várias pessoas.
SEGUNDO REINADO ECONOMIA AGRARIA E O CAFÉ
Introdução
No comércio continuava dominado pelos produtos ingleses (que tinham privilégios
alfandegários no Brasil desde 1810 e foram confirmados em 1827).
2. Segundo Reinado – 1840-89
A base da nossa economia permanecia agrária e baseada no tripé: monocultura, latifúndio e
trabalho escravo.
Expansão do café
Origens: originário da Abissínia (Etiópia) e chegou a Europa através dos árabes (cruzadas,
trocas comerciais). Na América, chegou primeiro ás Antilhas, espalhou-se pelo Caribe e
atingiu a América do Sul.
Ao Brasil chegou através do Pará vindo da Guiana Francesa. Há discórdias se quem
introduziu o produto no Brasil foi Francisco Melo Paleta ou Francisco Xavier.
Importante: a introdução da cafeicultura não substituiu a atividade açucareira. Pois ele só se
tornou fundamental ao país quando caiu no gosto europeu e norte-americano. Somente a parti
de 1831-40 superou as exportações do açúcar.
O café se desenvolveu principalmente no Vale do Paraíba – até 1870, baseado no tripé:
monocultura, latifúndio e trabalho escravo (brecha camponesa: esse termo se refere ao
costume que alguns senhores de engenho tinham em liberar alguns lotes de sua propriedade
para que os escravos pudessem realizar a produção de gêneros agrícolas voltados para o
próprio consumo e a venda no mercado interno. Tal medida seria benéfica aos escravos ao
abrir oportunidade para a compra de outros produtos e a relativa melhora de sua condição de
vida.) – e se consolidou no Oeste Paulista – dotados de uma mentalidade mais empresarial
introduziram o trabalho “livre” imigrante, melhoraram as técnicas do cultivo e beneficiamento
do café; diversificaram seus investimentos de capitais.
A implantação da lavoura cafeeira em comparação com a atividade açucareira
Diferenças: Necessitava de menos gastos para a sua implantação (esses gastos foram
reduzidos ainda mais com a diminuição do trabalho escravo). Os capitais vieram do próprio
mercado interno (lembrem-se os engenhos açucareiros foram financiados pelos holandeses):
do comércio, da mineração em decadência, dos capitais liberados pelo fim do trafico
internacional de escravos. O cafeicultor integrava todas as etapas do processo (produção,
beneficiamento e comercialização)
Semelhanças: monocultura e produção para o mercado externo.
Transição do trabalho escravo para o assalariado
Deu-se devido as pressões internas (abolicionistas) e inglesas (Bill Aberdeen: autorizava a
marinha inglesa prender ou afundar „tumbeiros” e julgar sua tripulação) em busca de expandir
seu mercado consumidor (e segurar a mão-de-obra africana na África) o que culminou no
Brasil com a Lei Eusébio de Queiroz (fim do tráfico internacional de escravos).
Isso gerou: diminuição da oferta de escravos (restou o tráfico interprovincial), aumento do
preço do escravo e o tráfico internacional de escravos se tornou uma atividade arriscada.
SAÍDA: IMIGRAÇÃO.
A emigração para o Brasil
3. Segundo Reinado – 1840-89
“esclarecendo as coisas” na realidade se inicia com os portugueses (“colonizadores”),
franceses (“invasores”) e africanos (escravos).
Inicio da imigração oficial: 1818 com 100 famílias suíças e 1824 com imigrantes alemães.
Sistema de parcerias: crida pelo senador Nicolau Vergueiro. Os custos da instalação dos
colonos ficavam pó conta do proprietário da fazenda. Esse sistema mostrou-se tirano com o
colono que nunca conseguia zerar suas dividas com a fazenda. Ademais gerou conflitos
diplomáticos (A Prússia proibiu a emigração para o Brasil).
Sistema subvencionado: o governo arcava com as despesas do imigrante durante o seu
primeiro ano no Brasil. E os colonos recebiam um salário fixo e variável conforme a produção.
Atenção esses processo visavam o branqueamento da população.
SEGUNDO REINADO NO Brasil- CAMPANHA ABOLICIONISTA
O Choque de interesses
Pressões inglesas (iniciadas rio Tratado de Aliança e Amizade de 1810 e reforçado em 1927 -
Para reconhecer a independência brasileira) que visavam aumentar o seu mercado
consumidor no Brasil (com o aumento do trabalho assalariado e a diminuição dos gastos com
a compra e escravos peças elites) e posteriormente (com o imperialismo) manter a mão-de-
obra africana na África Bill Aberdeen em 1844.
Os interesses britânicos esbarravam nos interesses das elites escravistas brasileiras que
tinham maior espaço político no Império.
Leis Abolicionistas
07-11-1831, Feijó: afirmava que todo escravo que desembarcasse no Brasil a partir dessa
data seria considerado livre e quem o transportasse ou comercializasse seria preso lei sem
aplicação ou seja "lei para inglês ver".
Bill Aberdeen: a Inglaterra proibia o trafico internacional de escravos aumentou o trafico de
escravos.
14-09-1850; Lei Eusébio de Queiroz: proibia o trafico internacional de escravos para o Brasil
gerou o aumento do tráfico interprovincial.
05-06-1854; lei Nabuco Araujo: reforçava a Lei Eusébio de Queiroz.
28-09-1871; Lei Visconde do Rio Branco ou do Ventre Livre: liberta todos os filhos de escravos
nascidos após aquela data. Os donos ou receberiam uma indenização ou permaneciam com a
posse do filho de seu escravo até os 21 anos de idade. Essa lei na' realidade demonstrava o
real interesse de protelar o fim da escravidão no Brasil.
28-09-1885; Lei Saraiva-Contengipe ou lei dos Sexagenários: os escravos com mais de 60 -
anos não poderiam ser vendidos, entretanto trabalhariam até os 65 anos como forma de
indenização aos seus proprietários.
Leis Áurea de 13-05-1888
Contexto: auge das campanhas abolicionistas (Joaquim Nabuco, Jose do Patrocínio, Andre
Rebouças, Clubes Abolicionistas, Sociedades Contra a Escravidão)
Em discurso representando o império (pela terceira vez e em virtude de doenças e viagens de
D. Pedro I), de forma direta, a Princesa Isabel declara abolida a escravidão no Brasil.
4. Segundo Reinado – 1840-89
Depois da abolição: pouca coisa mudou na economia (pois a escravidão já vinha sendo
gradativamente substituída pelo imigrante) e na vida do escravo. Em compensação a política
imperial sofreu a perda do apoio das elites escravistas que ficaram alheias a sorte do império.
POLÍTICA EXTERNA NO SEGUNDO REINADO
Questão Christie (1862-65)
Foi o rompimento diplomático entre Brasil e Inglaterra
Antecedentes: submissão brasileira a Inglaterra desde os Tratados de 1810 (e reafirmados em
1827)
Fatores: A carga saqueada do navio inglês pela população gaucha em 1861, prisão dos
marinheiros ingleses embriagados e arruaceiros (no Ceará a gente diz “bonequeiros”).
Reação inglesa: exigência de uma indenização (3200 libras) pelo embaixador Inglês William
Douglas Christie aprisionamento de cinco navios mercantes brasileiros.
Resultados: diante da decisão do intermediador Leopoldo I (Rei da Bélgica), o Brasil pagou a
indenização e rompeu com a Inglaterra em 1865 o ministro inglês Thorton pede desculpas
oficiais ao Brasil (já envolvido na Guerra do Paraguai).
Questões Platinas
Foi a intervenção (imperialistas) do Brasil nos assuntos internos do Uruguai e Argentina.
Objetivos do Brasil: Evitar a restauração do antigo Vice- Reinado do Prata (para manter sua
hegemonia na região Patina e garantir a navegação brasileira na Bacia do Prata que era
importante para garantir o acesso a Mato Grosso)
No Uruguai: o Brasil apoiava os Colorados (burguesia uruguaia favorável as relações
comerciais com o Brasil. EX: Acordos de Outubro de 1851) contra os Blancos (liderados por
Manuel Oribe e depois por Anastácio Aguirre). Conflitos contra: Manuel Oribe e Anastácio
Aguirre
Na Argentina: contra o Federalista Manuel Rosas (federalista, favorável a unificação dos
países platinos).
Guerra do Paraguai (1864-70)
Situação do Paraguai: combate ao analfabetismo, crescimento sem divida externa, reforma
agrária, consolidação da sua indústria de base, etc. Principais lideres: Francia (1811-40),
Carlos Lopez (1840-62) e Solano Lopez ( 1862-70).
Fatores da Guerra: expansionismo paraguaio (pois necessitava do controle da Bacia do Prata
para assegurar o escoamento da sua produção), interesses ingleses (em eliminar a possível
concorrência paraguaia na região) e brasileiros (manter sua hegemonia na Região do Prata).
Causa imediata: intervenção brasileira no Uruguai ( e recusando a intermediação paraguaia)
13/11/1864: o Paraguai aprisiona o navio brasileiro Marquês de Olinda.
O Conflito: Paraguai x Tríplice Aliança (Brasil + Uruguai + Argentina). Objetivos da Tríplice
Aliança (depor Solano Lopez, conquistar e dividir parte do território paraguaio e
responsabilizá-lo pelos custos da Guerra).
Resultados da Guerra: destruição da economia e da população do Paraguai (reduzida a
aproximadamente 1/5 da população, mesmo assim com apenas crianças, idosos e mulheres).
Para o Brasil: endividamento com a Inglaterra, difusão de ideais republicanos e abolicionistas,
o militares retornaram “se sentindo os salvadores da Pátria” (exigindo com isso maior
participação e espaço político no Segundo Reinado, iniciando também o histórico de
intervenções na política interna feito pelos militares ao longo da nossa história).
INDÚTRIA E URBANIZAÇÃO NO SEGUNDO REINADO
5. Segundo Reinado – 1840-89
Introdução:
Fatores do atraso da industrialização brasileira: tratados de 1810 com a Inglaterra ( que dava
privilégios alfandegários aos produtos ingleses, tornando-os dominadores do mercado
consumidor interno), governo pautado nos interesses da elites agroexportadoras ( não tomava
medidas necessárias à industrialização nacional).
Fatores que favoreceram a industrialização – SURTO INDUSTRIAL: tarifa Alves Branco (1844,
lei que aumentava os impostos alfandegários, seu objetivo era aumentar a arrecadação, mas
logo se tornou protecionista), capitais oriundos do fim do trafico internacional de escravos (Lei
Eusébio de Queiroz de 1850) e da cafeicultura.
Pioneirismo de Visconde de Mauá: grande empreendedor industrial brasileiro. Possuiu:
estaleiros, companhias de rebocadores e de navegação, banco, estradas de ferro. Seu
sucesso incomodou as empresas estrangeiras(acredita-se que tenha sido sabotado e
perseguido). Não suportou a “concorrência” (principalmente por conta da Tarifa Silva Ferraz
de 1860 que diminuiu as tarifas alfandegárias) da e faliu.
Boa parte dos lucros dos industriais brasileiros acabava investido em café.
E vale ressaltar que nesse período a indústria não representava nem a sombra da economia
agrária no país.
O crescimento das cidades
Industrialização → atração populacional → crescimento urbano.
Surgem trabalhadores especializados → cada vez mais o trabalho escravo é menos tolerável.
As cidades vão se modernizando (para as elites): bondes, iluminação á gás, hotéis, tetros,
jardins públicos, jornais.