2. A região do Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do mundo. Diversos fatores contribuem para isso, entre eles: a sua própria história; origem dos conflitos entre árabes, israelenses e palestinos; a posição geográfica, no contato entre três continentes; suas condições naturais, pois a maior parte dos países ali localizados é dependente de água de países vizinhos; a presença de recursos estratégicos no subsolo, caso específico do petróleo; posição no contexto geopolítico mundial.
3.
4. As fronteiras das novas nações, definidas de acordo com interesses europeus, não consideraram a história e as tradições locais, consequentemente vários conflitos ocorreram e continuam ocorrendo no Oriente Médio.
5. Os Estados árabes – Iraque, Kuwait, Síria, Líbano, Jordânia – brigaram por recursos naturais e território. O conflito mais grave ocorreu na Palestina, para onde, até o fim da Segunda Guerra, havia migrado meio milhão de judeus. Quando foi criado o Estado de Israel, cinco países árabes atacaram, na primeira das seis guerras entre árabes e israelenses.
6.
7. As tensões perduram há séculos. Expulsos da Palestina pelos romanos já no século 1 da Era Cristã, os judeus acalentaram durante séculos o sonho de retornar à "Terra Prometida“ , enfrentando todo tipo de discriminação e perseguição. Todavia, o território, durante sua ausência, foi ocupado por outros povos que, igualmente, sentem-se no direito de nele permanecer de modo autônomo.
8.
9. Com o holocausto promovido pelos nazistas durante a Segunda Guerra, a opinião pública, sensibilizada com os sofrimentos dos judeus, concordou com a criação de um Estado judeu na Palestina. A recém-criada Organização das Nações Unidas estabeleceu que a solução para os problemas do Oriente Médio seria sua prioridade, com a anuência dos Estados Unidos e da Inglaterra, interessados em estabelecer um aliado na região, já que não confiavam nos Estados árabes que a cercavam. Os palestinos, por sua vez, também almejavam a criação de um Estado independente em território palestino e, para isso, contavam com o apoio dos países árabes.
10.
11. Desde então, houve três grandes guerras entre Israel e os países árabes: em 1956, 1967 e 1973. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupou a Faixa de Gaza e o deserto do Sinai, que pertenciam ao Egito, as colinas do Golan (Síria), as fazendas de Shebaa (Líbano), Jerusalém Oriental e a Cisjordânia (Jordânia).Em 1979, Israel assinou a paz com o Egito, que recebeu de volta o Sinai. Nunca mais o mundo árabe conseguiria unir-se contra o Estado judeu. Sucessivos governos israelenses incentivaram a criação de colônias judaicas nos territórios ocupados, principalmente a Cisjordânia.
12.
13. O povo palestino baseia suas reivindicações pela Terra de Israel em diversos fatores: 1. Os árabes muçulmanos viveram no local por muitos anos. 2. O povo palestino tem o direito à independência nacional e à soberania sobre a terra onde viveram. 3. Jerusalém é a terceira cidade sagrada na religião muçulmana, local de elevação do profeta Maomé aos Céus. 4. O Oriente Médio é dominado por árabes. Outras religiões ou nacionalidades não pertencem à região. 5. Todos os territórios árabes que foram colonizados tornaram-se estados completamente independentes, exceto a Palestina. 6. Os palestinos tornaram-se refugiados.
14. Intifada A intifada (palavra árabe que significa "sacudir") é uma revolta popular dos palestinos habitantes dos territórios ocupados por Israel desde a guerra de 1967. Como é uma ação entre população de um território ocupado (os palestinos) e as forças de um Estado (Israel), não é uma guerra formal entre dois Estados soberanos, mas teve tanto impacto político na região como qualquer conflito convencional.
15.
16.
17. Organizações Organização para a Libertação da Palestina (OLP)Para defender a luta palestina no sentido da criação de um Estado autônomo, foi criada a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em 1964, tendo como líder Yasser Arafat. Nas fileiras da OLP, surgiu o Al Fatah, braço armado da organização que prega a luta armada e o terrorismo para destruir Israel. A OLP só recentemente foi reconhecida por Israel como representante dos interesses palestinos na questão territorial.
19. HamasO Hamas é uma organização radical palestina que não reconhece a existência do Estado de Israel e que, desde junho de 2007, controla a Faixa de Gaza. Hamas é a abreviatura para HarakatAl-Muqawamaal-Islamia (Movimento de Resistência Islâmica). O Hamas é, ao mesmo tempo, um partido político e um movimento militar, as Brigadas Qassam. São elas que organizam os ataques com mísseis contra Israel. As origens do grupo remontam à Irmandade Islâmica, organização fundamentalista criada em 1928 no Egito. Com o início da primeira Intifada (insurreição, em árabe) contra Israel, em 1987, a Irmandade Islâmica criou o seu braço armado, o qual chamou de Hamas.
21. Hezbollah, que em árabe significa ‘Partido de Deus’, é uma força islâmica xiita com estrutura similar à do Exército e, ao mesmo tempo, um grupo político com sede no Líbano. Ele nasceu em 1982, durante a Guerra Civil Libanesa, a princípio como uma milícia, ou seja, constituída por cidadãos libaneses portadores de armas e de um suposto poder policial. Esta organização paramilitar se destaca cada vez mais na vida política do Líbano, ocupando-se de administrar os trabalhos sociais e instituições escolares e hospitalares xiitas, além de se responsabilizar também pelas atividades agrícolas do país. Ela é apoiada ativamente pelos iranianos, seja no campo doutrinário ou no financeiro. Externamente ele é visto como um grupo terrorista, principalmente nos EUA, em Israel, no Canadá, nos Países Baixos e no Reino Unido. Enquanto isso, no mundo árabe e muçulmano, é respeitado como uma força de defesa contra a inferência exterior. Pode-se afirmar que sua meta principal é construir um Estado Islâmico Libanês, além de extinguir Israel.
22.
23. Teocracia Os poderes político e religioso andam lado a lado. Portanto, quem detêm o controle do Estado regula também os preceitos morais, espirituais, educacionais e culturais. Nada é feito de forma autônoma. Toda e qualquer atitude tomada pelo Estado ou pela sociedade está vinculada a uma única lógica religiosa, que serve como fundamento universal. Irã, Afeganistão são exemplos de Estados teocráticos.