SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 17
Roteiro de Cinema




         Prof. Fernanda Braga
Algumas definições:

O roteiro conta a história de um filme, mas não é a
própria história.

"Roteiro: Documento que contem o texto de filme
cinematográfico, vídeo, programa de rádio, etc." -
Dicionário Novo Aurélio
"O Roteiro Audiovisual é um documento escrito que
desenvolve uma história e indica como deve realizar-
se uma obra para um meio que transmite
mensagens através de som e imagem, como o
cinema e a televisão." Fernando Marés de Souza
Finalidade do roteiro:

O roteiro será o documento chave, onde todos os outros
profissionais envolvidos com a realização de um produto
audiovisual basearão seu trabalho.

"Roteiro é (...) um discurso verbal, escrito de forma a
permitir a pré-visualização do filme por parte do diretor, dos
atores, dos técnicos e dos possíveis financiadores. Um
instrumento de trabalho e de convencimento. (...) Uma
utopia criativa a serviço de um objetivo fundamentalmente
econômico: uma boa definição não só de roteiro, mas da
própria essência do cinema." - Giba Assis Brasil
Como escrever um roteiro:
1) Título das cenas
Aparecem no começo de cada cena e devem
informar as configurações da mesma. São formadas
por três elementos principais: INT. ou EXT., local e
tempo. Por exemplo:EXT. PRAÇA DA CIDADE – DIA
INT. ou EXT. informam se a cena ocorre em locais
fechados (interiores) ou abertos (exteriores). O local
avisa de forma resumida a localização da cena.
O tempo é, normalmente, DIA ou NOITE, mas em
casos específicos pode informar a hora. O título das
cenas deve ser escrito em letras maiúsculas e com
espaços e hífens entre o local e o tempo. Não se
esqueça que uma nova cena ocorre toda vez que o
tempo, local ou ambos mudarem.
2) Ação/Descrição
Descreve o que acontece dentro de uma cena,
quais personagens estão envolvidos e sempre
deve serescrito no presente. Se a ação ocorreu
no passado, essa informação deve estar no título
da cena. Todo título de cena deve conter uma
descrição a baixo, mesmo que for de apenas uma
linha. Exemplo:EXT. PRAÇA DA CIDADE – DIA
PEDRO e VITOR brincam na praça enquanto
JOÃO compra um sorvete de morango.
3) Nome dos personagens
O nome do personagem deve aparecer com
letras maiúsculas acima de cada diálogo em que
este for falar. Você pode ter personagens
menores, que não possuem nome, mas mesmo
assim devem ser identificados. Por exemplo:
PEDESTRE, POLICIAL. Se há mais de um
indivíduo do mesmo tipo, numere-os da seguinte
forma: CRIANÇA #1, CRIANÇA #2 ou BOMBEIRO
#4, etc.
4) Diálogos
São as palavras ditas ou imaginadas pelos
personagens. Esses são os quatro elementos
básicos de um roteiro de cinema.
PEDRO Ei, VITOR! Você se lembra do meu primo
VINICIUS? Ele vem me visitar semana que vem
com minha TIA. Por que você não vai lá em casa
para vê-lo também?
Quando os reunimos, o resultado deve ser esse:
EXT. PRAÇA DA CIDADE – DIA
PEDRO e VITOR brincam na praça enquanto
JOÃO compra um sorvete de morango.
PEDRO Ei, VITOR! Você se lembra do meu primo
VINICIUS? Ele vem me visitar semana que vem
com minha TIA. Por que você não vai lá em casa
para vê-lo também? Podemos chamar o JOÃO e
jogar vídeo game juntos.
FALTA DE ELEMENTOS DO ROTEIRO:

(a) falta de divisão de cenas, ou divisão incorreta ou
confusa, dificultando a visualização das mudanças de
cenário.
 (b) falta de narração, ou narração imprecisa, provocando
furos na visualização das ações, ou não entendimento da
motivação dos personagens;
 (c) falta de descrição dos personagens e cenários que
aparecem pela primeira vez, dificultando a visualização;
 (d) falta de falas ou falas em discurso indireto, ou apenas
referidas;
 (e) falta de rubricas, quando for necessário indicar o tom
da fala ou a ação desenvolvida pelo personagem durante a
fala.
De que filme é este início de roteiro?
1 EXT. CASA DE ALMEIDINHA - DIA 1
Abrimos com a imagem de um FACÃO sendo afiado.
CARACTERES em superposição: 1981
Ouve-se o murmúrio de VOZES alegres, vozes CANTANDO
um samba acompanhado de um BATUQUE. Não vemos as
pessoas. Mas os sons deixam claro que se trata de um
ambiente festivo. A letra do samba tem como tema: comida.
MÃOS NEGRAS amarram com um barbante a PERNA de um
GALO.
O galo é imponente e vistoso. Alternamos o galo --
incomodado por ter a perna amarrada -- a imagens que
sugerem a preparação de um almoço:
ÁGUA FERVENDO numa enorme panela.
O galo parece reagir à imagem anterior.
OBS: ESTAS PRIMEIRAS CENAS SERÃO
INTERCALADAS COM AS CARTELAS DE CRÉDITO.
1. INT QUARTO DIA
O despertador toca, na mesinha de cabeceira. A mão de
uma mulher aciona a trava. Esta ação é repetida três ou
quatro vezes numa montagem rápida, vista em
ângulos ligeiramente diferentes. O despertador silencia.
HELENA senta-se na cama. Fica alguns segundos com os
braços cruzados, o corpo dobrado sobre os joelhos. Em
seguida, balança a cabeça, espantando o sono e olha para
o lado.
CLÁUDIO continua dormindo. Ela tira as cobertas de
Cláudio e dá um cutucão em seu ombro. Cláudio abre o
olho com esforço. Helena não diz nada, apenas vira o
despertador para ele e sai do quarto. Reação de Cláudio.
EXT. BEL AIR BAY CLUB - Pacific Palisades, CA - MANHÃ
É uma bela manhã de primavera nos Palisades. no alto
as falésias, com vista sobre o Oceano Pacífico, fica a
exclusivo BEL AIR Bay Club. Trabalhadores agitados no
quintal gramado. Um quarteto de cordas aquece. Uma
equipe de floristas organizam arranjos de centro de mesa.
BANQUETEIROS definir as toalhas de linho branco ...
INT. Suíte nupcial - DIA
Um simples, vestido de noiva clássico pendura na porta de
um armário em esta suíte nupcial ensolarada. Sentado à
mesa de maquiagem, rodeada por suas damas de honra, é
a noiva bonita, TRACY TURNER. Ela está ocupada fazendo
a maquiagem. Só então, o pai de Tracy entra na suíte.
MR. TURNER
Alguma notícia do Doug?
Ao som de tambores, a partir de uma grande distância, cada
vez mais alto.
Imagem aumenta gradualmente:
Estamos voando através da névoa, uma floresta começa a
aparecer embaixo.
VOZ Quando eu estava lá no VA hospital, com um grande
buraco soprado através no meio da minha vida, eu comecei
a ter esses sonhos de voar.
Estamos muito baixo sobre a floresta, agora, deslizando
rápido.
VOZ (V.O.)
Mais cedo ou mais tarde, porém, você sempre tem para
acordar ...
CORTA PARA: EXT. CIDADE - NOITE
3° ano - Roteiro de cinema

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Projeto de Leitura - " Vidas Secas"
Projeto de Leitura - " Vidas Secas"Projeto de Leitura - " Vidas Secas"
Projeto de Leitura - " Vidas Secas"
Cirlei Santos
 
Conto social 9º
Conto social 9ºConto social 9º
Conto social 9º
Roseny90
 
Tirinhas aula 1- características gerais
Tirinhas  aula 1- características geraisTirinhas  aula 1- características gerais
Tirinhas aula 1- características gerais
Pibid Letras UEA
 
Grade de correção da redação
Grade de correção da redaçãoGrade de correção da redação
Grade de correção da redação
Any Santos
 
Gênero dramático
Gênero dramáticoGênero dramático
Gênero dramático
Glauco Souza
 
AULA 3 - COESÃO E COERÊNCIA
AULA 3 - COESÃO E COERÊNCIAAULA 3 - COESÃO E COERÊNCIA
AULA 3 - COESÃO E COERÊNCIA
aulasdejornalismo
 

Was ist angesagt? (20)

4. generos textuais aula 3
4. generos textuais   aula 34. generos textuais   aula 3
4. generos textuais aula 3
 
Introdução à literatura
Introdução à literaturaIntrodução à literatura
Introdução à literatura
 
Projeto de Leitura - " Vidas Secas"
Projeto de Leitura - " Vidas Secas"Projeto de Leitura - " Vidas Secas"
Projeto de Leitura - " Vidas Secas"
 
Conto social 9º
Conto social 9ºConto social 9º
Conto social 9º
 
O que é literatura
O que é literaturaO que é literatura
O que é literatura
 
Estrutura dissertativa da redação
Estrutura dissertativa da redação  Estrutura dissertativa da redação
Estrutura dissertativa da redação
 
Tirinhas aula 1- características gerais
Tirinhas  aula 1- características geraisTirinhas  aula 1- características gerais
Tirinhas aula 1- características gerais
 
Grade de correção da redação
Grade de correção da redaçãoGrade de correção da redação
Grade de correção da redação
 
O que é Literatura?
O que é Literatura?O que é Literatura?
O que é Literatura?
 
Português instrumental II
Português instrumental IIPortuguês instrumental II
Português instrumental II
 
Resumo - gênero textual
Resumo - gênero textualResumo - gênero textual
Resumo - gênero textual
 
Texto dissertativo argumentativo
Texto dissertativo argumentativoTexto dissertativo argumentativo
Texto dissertativo argumentativo
 
Semântica
SemânticaSemântica
Semântica
 
Projeto "vidas secas"
Projeto "vidas secas"Projeto "vidas secas"
Projeto "vidas secas"
 
Gênero dramático
Gênero dramáticoGênero dramático
Gênero dramático
 
A crônica
A crônicaA crônica
A crônica
 
Gêneros literários
Gêneros literáriosGêneros literários
Gêneros literários
 
Gênero Discursivo Crônicas - 9º Ano
Gênero Discursivo Crônicas - 9º AnoGênero Discursivo Crônicas - 9º Ano
Gênero Discursivo Crônicas - 9º Ano
 
AULA 3 - COESÃO E COERÊNCIA
AULA 3 - COESÃO E COERÊNCIAAULA 3 - COESÃO E COERÊNCIA
AULA 3 - COESÃO E COERÊNCIA
 
Língua-latina-parte-histórica-
Língua-latina-parte-histórica-Língua-latina-parte-histórica-
Língua-latina-parte-histórica-
 

Andere mochten auch (9)

Quadras ao gosto popular atividades 7 e 8 Fernando Pessoa, Apresentação Anton...
Quadras ao gosto popular atividades 7 e 8 Fernando Pessoa, Apresentação Anton...Quadras ao gosto popular atividades 7 e 8 Fernando Pessoa, Apresentação Anton...
Quadras ao gosto popular atividades 7 e 8 Fernando Pessoa, Apresentação Anton...
 
Storyboard
StoryboardStoryboard
Storyboard
 
As Filhas do Dodô
As Filhas do DodôAs Filhas do Dodô
As Filhas do Dodô
 
Introdução ao cinema
Introdução ao cinemaIntrodução ao cinema
Introdução ao cinema
 
Aula linguagem audiovisual 03 roteiro publicitário
Aula linguagem audiovisual 03 roteiro publicitárioAula linguagem audiovisual 03 roteiro publicitário
Aula linguagem audiovisual 03 roteiro publicitário
 
Conto de terror
Conto de terrorConto de terror
Conto de terror
 
Modelo de Roteiro
Modelo de RoteiroModelo de Roteiro
Modelo de Roteiro
 
Carta pessoal
Carta pessoalCarta pessoal
Carta pessoal
 
INTRODUÇÃO À PRODUÇÃO DE ROTEIRO
INTRODUÇÃO À PRODUÇÃO DE ROTEIROINTRODUÇÃO À PRODUÇÃO DE ROTEIRO
INTRODUÇÃO À PRODUÇÃO DE ROTEIRO
 

Ähnlich wie 3° ano - Roteiro de cinema

Sequência didática
Sequência didáticaSequência didática
Sequência didática
sandradipaula
 
Sequência didática
Sequência didáticaSequência didática
Sequência didática
sandradipaula
 
Aula sinais de pontuação
Aula sinais de pontuaçãoAula sinais de pontuação
Aula sinais de pontuação
Péricles Penuel
 

Ähnlich wie 3° ano - Roteiro de cinema (20)

Roteiro de cinema
Roteiro de cinemaRoteiro de cinema
Roteiro de cinema
 
Redação publicitária - criando roteiros vendedores e criativos para TV e w…
Redação publicitária - criando roteiros vendedores e criativos para TV e w…Redação publicitária - criando roteiros vendedores e criativos para TV e w…
Redação publicitária - criando roteiros vendedores e criativos para TV e w…
 
Guião
GuiãoGuião
Guião
 
Prova de arte 4b 9 ano1
Prova de arte 4b 9 ano1Prova de arte 4b 9 ano1
Prova de arte 4b 9 ano1
 
Sequência didática
Sequência didáticaSequência didática
Sequência didática
 
Sequência didática
Sequência didáticaSequência didática
Sequência didática
 
A escritura do roteiro
A escritura do roteiroA escritura do roteiro
A escritura do roteiro
 
O texto dramático.pptx
O texto dramático.pptxO texto dramático.pptx
O texto dramático.pptx
 
Roteiro audiovisual - PJM e Tribos
Roteiro audiovisual - PJM e TribosRoteiro audiovisual - PJM e Tribos
Roteiro audiovisual - PJM e Tribos
 
Carol Fioratti - Do Roteiro à Viabilização - TIP (13/07/2013)
Carol Fioratti - Do Roteiro à Viabilização - TIP (13/07/2013)Carol Fioratti - Do Roteiro à Viabilização - TIP (13/07/2013)
Carol Fioratti - Do Roteiro à Viabilização - TIP (13/07/2013)
 
Ação de formação do livro ao palco
Ação de formação do livro ao palcoAção de formação do livro ao palco
Ação de formação do livro ao palco
 
Roteiro pedro pazelli slide apresentação
Roteiro pedro pazelli slide apresentaçãoRoteiro pedro pazelli slide apresentação
Roteiro pedro pazelli slide apresentação
 
Aula 9
Aula 9Aula 9
Aula 9
 
Oficina de roteiro
Oficina de roteiroOficina de roteiro
Oficina de roteiro
 
Aula 3 - argumento
Aula 3 - argumentoAula 3 - argumento
Aula 3 - argumento
 
Introdução ao Audiovisual
Introdução ao Audiovisual Introdução ao Audiovisual
Introdução ao Audiovisual
 
aula de produção de vídeo para o mercado da publicidade
aula de produção de vídeo para o mercado da publicidadeaula de produção de vídeo para o mercado da publicidade
aula de produção de vídeo para o mercado da publicidade
 
Aula criação de personagem
Aula   criação de personagemAula   criação de personagem
Aula criação de personagem
 
O texto em rádio
O texto em rádioO texto em rádio
O texto em rádio
 
Aula sinais de pontuação
Aula sinais de pontuaçãoAula sinais de pontuação
Aula sinais de pontuação
 

Mehr von ProfFernandaBraga

Mehr von ProfFernandaBraga (20)

Estudo dos verbos Volume 1
Estudo dos verbos Volume 1Estudo dos verbos Volume 1
Estudo dos verbos Volume 1
 
Sintaxe Volume 1
Sintaxe Volume 1Sintaxe Volume 1
Sintaxe Volume 1
 
Propostas de redação 2016 Volume 2
Propostas de redação 2016 Volume 2Propostas de redação 2016 Volume 2
Propostas de redação 2016 Volume 2
 
Prova ANPAD Português Resolvida
Prova ANPAD Português Resolvida Prova ANPAD Português Resolvida
Prova ANPAD Português Resolvida
 
Revista de Redação - Propostas Volume 1
Revista de Redação - Propostas Volume 1Revista de Redação - Propostas Volume 1
Revista de Redação - Propostas Volume 1
 
Redação trote universitário exemplo
Redação trote universitário   exemploRedação trote universitário   exemplo
Redação trote universitário exemplo
 
Redação gravidez na adolescência: textos exemplo
Redação gravidez na adolescência: textos exemploRedação gravidez na adolescência: textos exemplo
Redação gravidez na adolescência: textos exemplo
 
Redação Exemplo: Energia nuclear para o desenvolvimento da nação
Redação Exemplo: Energia nuclear para o desenvolvimento da naçãoRedação Exemplo: Energia nuclear para o desenvolvimento da nação
Redação Exemplo: Energia nuclear para o desenvolvimento da nação
 
Redação: O papel e o limite do humor no Brasil
Redação: O papel e o limite do humor no BrasilRedação: O papel e o limite do humor no Brasil
Redação: O papel e o limite do humor no Brasil
 
Atividade notícia
Atividade notíciaAtividade notícia
Atividade notícia
 
Dois exemplos de redações sobre Bioética
Dois exemplos de redações sobre BioéticaDois exemplos de redações sobre Bioética
Dois exemplos de redações sobre Bioética
 
Exemplos de Redação - Tema: Consumismo
Exemplos de Redação - Tema: ConsumismoExemplos de Redação - Tema: Consumismo
Exemplos de Redação - Tema: Consumismo
 
Temas ENEM 2015
Temas ENEM 2015 Temas ENEM 2015
Temas ENEM 2015
 
15 temas ENEM 2015
15 temas ENEM 201515 temas ENEM 2015
15 temas ENEM 2015
 
Temas para ENEM - Drogas
Temas para ENEM - DrogasTemas para ENEM - Drogas
Temas para ENEM - Drogas
 
Atividades sobre figuras de linguagem
Atividades sobre figuras de linguagemAtividades sobre figuras de linguagem
Atividades sobre figuras de linguagem
 
Proposta de redação seminário Biodiversidade ecologia
Proposta de redação seminário Biodiversidade ecologiaProposta de redação seminário Biodiversidade ecologia
Proposta de redação seminário Biodiversidade ecologia
 
Trabalhos dos alunos Ecologia
Trabalhos dos alunos  EcologiaTrabalhos dos alunos  Ecologia
Trabalhos dos alunos Ecologia
 
Trabalhos dos alunos Biodiversidade
Trabalhos dos alunos  BiodiversidadeTrabalhos dos alunos  Biodiversidade
Trabalhos dos alunos Biodiversidade
 
Trabalhos dos alunos Gêneros Discursivos
Trabalhos dos alunos Gêneros DiscursivosTrabalhos dos alunos Gêneros Discursivos
Trabalhos dos alunos Gêneros Discursivos
 

3° ano - Roteiro de cinema

  • 1. Roteiro de Cinema Prof. Fernanda Braga
  • 2. Algumas definições: O roteiro conta a história de um filme, mas não é a própria história. "Roteiro: Documento que contem o texto de filme cinematográfico, vídeo, programa de rádio, etc." - Dicionário Novo Aurélio "O Roteiro Audiovisual é um documento escrito que desenvolve uma história e indica como deve realizar- se uma obra para um meio que transmite mensagens através de som e imagem, como o cinema e a televisão." Fernando Marés de Souza
  • 3. Finalidade do roteiro: O roteiro será o documento chave, onde todos os outros profissionais envolvidos com a realização de um produto audiovisual basearão seu trabalho. "Roteiro é (...) um discurso verbal, escrito de forma a permitir a pré-visualização do filme por parte do diretor, dos atores, dos técnicos e dos possíveis financiadores. Um instrumento de trabalho e de convencimento. (...) Uma utopia criativa a serviço de um objetivo fundamentalmente econômico: uma boa definição não só de roteiro, mas da própria essência do cinema." - Giba Assis Brasil
  • 4. Como escrever um roteiro: 1) Título das cenas Aparecem no começo de cada cena e devem informar as configurações da mesma. São formadas por três elementos principais: INT. ou EXT., local e tempo. Por exemplo:EXT. PRAÇA DA CIDADE – DIA INT. ou EXT. informam se a cena ocorre em locais fechados (interiores) ou abertos (exteriores). O local avisa de forma resumida a localização da cena. O tempo é, normalmente, DIA ou NOITE, mas em casos específicos pode informar a hora. O título das cenas deve ser escrito em letras maiúsculas e com espaços e hífens entre o local e o tempo. Não se esqueça que uma nova cena ocorre toda vez que o tempo, local ou ambos mudarem.
  • 5. 2) Ação/Descrição Descreve o que acontece dentro de uma cena, quais personagens estão envolvidos e sempre deve serescrito no presente. Se a ação ocorreu no passado, essa informação deve estar no título da cena. Todo título de cena deve conter uma descrição a baixo, mesmo que for de apenas uma linha. Exemplo:EXT. PRAÇA DA CIDADE – DIA PEDRO e VITOR brincam na praça enquanto JOÃO compra um sorvete de morango.
  • 6. 3) Nome dos personagens O nome do personagem deve aparecer com letras maiúsculas acima de cada diálogo em que este for falar. Você pode ter personagens menores, que não possuem nome, mas mesmo assim devem ser identificados. Por exemplo: PEDESTRE, POLICIAL. Se há mais de um indivíduo do mesmo tipo, numere-os da seguinte forma: CRIANÇA #1, CRIANÇA #2 ou BOMBEIRO #4, etc.
  • 7. 4) Diálogos São as palavras ditas ou imaginadas pelos personagens. Esses são os quatro elementos básicos de um roteiro de cinema. PEDRO Ei, VITOR! Você se lembra do meu primo VINICIUS? Ele vem me visitar semana que vem com minha TIA. Por que você não vai lá em casa para vê-lo também?
  • 8. Quando os reunimos, o resultado deve ser esse: EXT. PRAÇA DA CIDADE – DIA PEDRO e VITOR brincam na praça enquanto JOÃO compra um sorvete de morango. PEDRO Ei, VITOR! Você se lembra do meu primo VINICIUS? Ele vem me visitar semana que vem com minha TIA. Por que você não vai lá em casa para vê-lo também? Podemos chamar o JOÃO e jogar vídeo game juntos.
  • 9. FALTA DE ELEMENTOS DO ROTEIRO: (a) falta de divisão de cenas, ou divisão incorreta ou confusa, dificultando a visualização das mudanças de cenário. (b) falta de narração, ou narração imprecisa, provocando furos na visualização das ações, ou não entendimento da motivação dos personagens; (c) falta de descrição dos personagens e cenários que aparecem pela primeira vez, dificultando a visualização; (d) falta de falas ou falas em discurso indireto, ou apenas referidas; (e) falta de rubricas, quando for necessário indicar o tom da fala ou a ação desenvolvida pelo personagem durante a fala.
  • 10. De que filme é este início de roteiro? 1 EXT. CASA DE ALMEIDINHA - DIA 1 Abrimos com a imagem de um FACÃO sendo afiado. CARACTERES em superposição: 1981 Ouve-se o murmúrio de VOZES alegres, vozes CANTANDO um samba acompanhado de um BATUQUE. Não vemos as pessoas. Mas os sons deixam claro que se trata de um ambiente festivo. A letra do samba tem como tema: comida. MÃOS NEGRAS amarram com um barbante a PERNA de um GALO. O galo é imponente e vistoso. Alternamos o galo -- incomodado por ter a perna amarrada -- a imagens que sugerem a preparação de um almoço: ÁGUA FERVENDO numa enorme panela. O galo parece reagir à imagem anterior.
  • 11.
  • 12. OBS: ESTAS PRIMEIRAS CENAS SERÃO INTERCALADAS COM AS CARTELAS DE CRÉDITO. 1. INT QUARTO DIA O despertador toca, na mesinha de cabeceira. A mão de uma mulher aciona a trava. Esta ação é repetida três ou quatro vezes numa montagem rápida, vista em ângulos ligeiramente diferentes. O despertador silencia. HELENA senta-se na cama. Fica alguns segundos com os braços cruzados, o corpo dobrado sobre os joelhos. Em seguida, balança a cabeça, espantando o sono e olha para o lado. CLÁUDIO continua dormindo. Ela tira as cobertas de Cláudio e dá um cutucão em seu ombro. Cláudio abre o olho com esforço. Helena não diz nada, apenas vira o despertador para ele e sai do quarto. Reação de Cláudio.
  • 13.
  • 14. EXT. BEL AIR BAY CLUB - Pacific Palisades, CA - MANHÃ É uma bela manhã de primavera nos Palisades. no alto as falésias, com vista sobre o Oceano Pacífico, fica a exclusivo BEL AIR Bay Club. Trabalhadores agitados no quintal gramado. Um quarteto de cordas aquece. Uma equipe de floristas organizam arranjos de centro de mesa. BANQUETEIROS definir as toalhas de linho branco ... INT. Suíte nupcial - DIA Um simples, vestido de noiva clássico pendura na porta de um armário em esta suíte nupcial ensolarada. Sentado à mesa de maquiagem, rodeada por suas damas de honra, é a noiva bonita, TRACY TURNER. Ela está ocupada fazendo a maquiagem. Só então, o pai de Tracy entra na suíte. MR. TURNER Alguma notícia do Doug?
  • 15.
  • 16. Ao som de tambores, a partir de uma grande distância, cada vez mais alto. Imagem aumenta gradualmente: Estamos voando através da névoa, uma floresta começa a aparecer embaixo. VOZ Quando eu estava lá no VA hospital, com um grande buraco soprado através no meio da minha vida, eu comecei a ter esses sonhos de voar. Estamos muito baixo sobre a floresta, agora, deslizando rápido. VOZ (V.O.) Mais cedo ou mais tarde, porém, você sempre tem para acordar ... CORTA PARA: EXT. CIDADE - NOITE