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Terapêutica Anti-VIH
• 1- Fase aguda ou de infecção primária (2 a 4
semanas após infecção)
• Sintomas como febre, adenopatias, faringite, fadiga, dores
de cabeça e perda de peso manifestam-se em 50-90% dos
casos, dependendo da susceptibilidade do indivíduo.
• Altos níveis de virémia, disseminação do vírus no organismo e
desenvolvimento de resposta imune específica que leva ao
declínio da virémia..
• 2- Fase assintomática ou de latência clínica (12
semanas após infecção)
• Aparece depois da seroconversão não apresentando
sintomas clínicos com excepção de adenopatias
generalizadas.
• Pode durar em média 10 anos, havendo diminuição
progressiva do número de células T CD4.
• 3- Fase sintomática Precoce
• Aparecimento de infecções oportunistas como candidose oral, leucoplasia
pilosa oral, neuropatias periféricas e zona.
• 4- Fase sintomática ou fase de SIDA
• Caracterizada por uma contagem de células T CD4 inferior a 200/ml.
Ocorre perda de peso, diarreia e suores nocturnos.
• Os anti-retrovirais disponíveis classificam-se de acordo com o
seu mecanismo de ação:
• Inibidores da fusão
• Inibidores da Protease
• Nucleosidos inibidores da transcriptase reversa
• Não nucleosidos inibidores da transcriptase reversa
• Encontram-se em estudo ou em fase de introdução os inibidores
da integrase.
• Os inibidores da transcriptase reversa, que podem ou não
ser análogos dos nucleosídeos, são:
• o abacavir, didanosina, entricitabina, estavudina,
lamivudina, tenofovir, zalcitabina (recentemente rerirada
do mercado), zidovudina (análogos dos nucleosídeos);
• e efavirenz e nevirapina (não nucleosídeos); a delavirdina
é um novo não nucleosídeo que ainda não se encontra
disponível em Portugal.
• Os análogos dos nucleosídeos só exercem a sua ação
antivírica depois de fosforilados a nível intracelular.
• Os inibidores da protease incluem o amprenavir, atazanavir,
fosamprenavir, indinavir, lopinavir, nelfinavir, ritonavir,
saquinavir.
• Ao contrário dos análogos dos nucleosídeos, não
necessitam de ser convertidos intracelularmente em
metabolitos activos e são eficazes contra a infecção pelo
VIH em estado latente.
• São um novo tipo de compostos que impedem o vírus
de se ligar e entrar nas células humanas CD4;
• Actuam numa fase do ciclo de vida do VIH, antes da
entrada do vírus na célula, impedindo a infecção de
novas células;
• Os inibidores da fusão impedem que o vírus penetre
na célula e desencadeia o processo de replicação
vírica.
• A replicação do vírus é suprimida por que se impede
a transcrição reversa.
• Depois de invadir uma célula humana, o VIH utiliza uma
enzima, a transcriptase reversa, para converter o seu código
genético numa forma que possa ser incorporada no ADN da
célula hospedeira.
• Os NRTI são muito semelhantes na sua estrutura aos
elementos que constituem o ADN (designados por
nucleósidos)
• e por essa razão conseguem incorporar-se na cadeia de
ADN que está a ser produzida por ação da Transcriptase
Reversa
• A síntese da nova cadeia é interrompida.
• A produção de ADN viral é suspensa,
• embora o vírus não seja destruído.
• Os fármacos NNRTI ligam-se à enzima vírica
transcriptase reversa (num local especifico),
bloqueando o seu mecanismo e impossibilitando a
produção de ADN vírico;
• A enzima fica, a partir desse momento, incapaz de interagir
devidamente com RNA víral para produzir ADN víral;
• A produção deste último é interrompida,
• embora o vírus não seja destruído;
• Para o vírus se tornar infeccioso é essencial que as
novas proteínas víricas sejam cortadas e estruturadas
correctamente;
• Os inibidores da protease ligam-se às proteínas
bloqueando o local onde o corte deve ocorrer,
impedindo os novos vírus de amadurecerem e
infectarem outras células;
• O ADN vírico não ficará devidamente estabilizado, o
centro do vírus não estará preparado para os
procedimentos de entrada e os viriões não se tornarão
infecciosos, embora o vírus não seja destruído.
Inibidores da Protease
• Actuam no último estágio da formação do VIH,
impedindo a ação da enzima protease que é
fundamental para a fragmentação das cadeias de
proteínas produzidas pela célula infectada em
proteínas virais estruturais e enzimas que formarão
cada partícula do VIH.
• Indicações:
• Tratamento de infecções pelo VIH, em associação com outros
fármacos anti-retrovirais
• Potentes inibidores ou indutores do citocromo P450
• Podem ser associados com o objectivo de protecção da
metabolização
• Ex. nelfinavir
• Indicações
• Tratamento de infecções pelo VIH, em associação com outros
fármacos anti-retrovirais em doentes previamente tratados
com inibidores da protease.
• Efeitos indesejados
• Náuseas, vómitos, dores abdominais e diarreia.
• Parestesias. Erupções cutâneas que podem ser graves.
• Alterações do humor e alterações do sono. Cefaleias e
fadiga.
• Lipodistrofia.
• Elevação das enzimas hepáticas, glicemia e lípidos
sanguíneos.
• Rabdomiolise.
• Aumento da tendência para hemorragias nos doentes
hemofílicos.
• Contra-indicações e Precauções
• Gravidez e aleitamento.
• Doença hepática.
• Doença renal.
• História de alergias.
• Diabetes.
• Hemofilia.
• Doentes medicados com fármacos metabolizados pelo
CYP3A4,
• nomeadamente terfenadina, astemizol, cisaprida, diazepam,
triazolam, flurazepam, midazolam, ergotamina e análogos e
rifampicina (a co-administração do amprenavir com estes fármacos
constitui mesmo uma contra-indicação absoluta).
• Interacções:
• Os antiácidos podem reduzir a absorção do amprenavir (administrar com
1 a 2 horas de intervalo).
• O amprenavir é simultaneamente um inibidor e um substrato do CYP3A4
• Paralelamente, o amprenavir inibe o metabolismo das estatinas,
• e aumenta as concentrações séricas dos antidepressores tricíclicos e de
muitos sedativos e hipnóticos.
• Em adição, o amprenavir pode ainda aumentar as concentrações
plasmáticas da varfarina, da loratadina e do sildenafil.
• Por poder reduzir os níveis plasmáticos dos contraceptivos orais,.
• A claritromicina e possivelmente a eritromicina poderão aumentar as suas
concentrações plasmáticas.
• A administração concomitante do amprenavir e do itraconazol poderá
determinar um aumento das concentrações séricas de ambos os fármacos.
• A rifampicina e a rifabutina determinam reduções
importantes na AUC do amprenavir e a AUC da rifabutina
aumenta, quando administrada de forma concomitante, em
cerca de 200%.
• A carbamazepina, o fenobarbital e a fenitoína determinam
igualmente reduções significativas das concentrações
plasmáticas do amprenavir
• A erva de S. João ou hipericão (Hipericum perforatum).
• Das interacções do amprenavir com os outros antiretrovirais
• a interação entre o amprenavir e o ritonavir,
• a interação do amprenavir com o efavirenz e a nevirapina,
• e a interação entre o amprenavir e a didanosina.
• Indicações
• Tratamento de infecções pelo VIH -1 em associação com
doses baixas de ritonavir e outros fármacos anti-retrovirais.
• O fosamprenavir é um pró-fármaco do amprenavir.
• Posologia
• Adultos - Via oral:
• 700 mg, 2 vezes/dia a administrar concomitantemente com
ritonavir;
• 100 mg, 2 vezes/dia e outros fármacos anti-retrovíricos.
• Crianças – Não recomendada a sua utilização em crianças e
adolescentes de idade inferior a 17 anos.
• Indicações
• Tratamento de infecções pelo VIH-1 em associação com
outros fármacos antiretrovirais em doentes préviamente
tratados com outros medicamentos anti-retrovíricos.
• Interacções:
• O perfil de interacções metabólicas do ritonavir administrado concomitantemente
com o atazanavir poderá predominar sobre o deste,
• O atazanavir é também um inibidor do CYP3A4.
• Os anti-ácidos e medicamentos tamponados (incluindo a didanosina) podem
reduzir significativamente a absorção do atazanavir (administrar 2 horas antes ou
1 hora após).
• Os inibidores da bomba de protões determinam uma redução significativa (75%)
da AUC do atazanavir não sendo, por isso, recomemdada a sua coadministração.
• Os antagonistas dos receptores H2 originam, muito provavelmente, o mesmo efeito não
sendo igualmente recomendada a sua administração concomitante.
• O atazanavir determina um aumento das concentrações séricas (inibição do
metabolismo) de vários antiarritmicos
• O atazanavir inibe também o metabolismo das estatinas nomeadamente da
sinvastatina, lovastatina e atorvastatina,
• As concentrações séricas da claritromicina são aumentadas pelo atazanavir
• mas as do seu metabolito activo são reduzidas
• O atazanavir causa ainda um aumento das concentrações plasmáticas do
sildenafil com potencial aumento de ocorrência de reacções adversas.
• Determina também um aumento dos níveis séricos do irinotecano, da ciclosporina,
tacrolimus e sirolimus que deverão ser monitorizados criteriosamente.
• A co-administração de atazanavir com ritonavir e rifabutina determina um
aumento significativo da Cmáx e da AUC da rifabutina.
• O atazanavir com ritonavir pode aumentar ou diminuir as concentrações séricas
da varfarina
• Os azóis - cetoconazol e itraconazol - inibem o metabolismo do atazanavir +
ritonavir
• A rifampicina reduz em cerca de 90% as concentrações plasmáticas dos
inibidores da protease sendo muito provável que se observe o mesmo efeito com
o atazanavir;
• O hipericão ou erva de S. João determina uma redução importante nas
concentrações séricas do atazanavir e do ritonavir comprometendo a sua eficácia
terapêutica.
• O tenofovir reduz significativamente as concentrações plasmáticas do atazanavir,
• O efavirenz reduz as concentrções plasmáticas do atazanavir
• A nevirapina, como indutor enzimático, muito provavelmente também reduzirá as
concentrações séricas do atazanavir
• Posologia
• Adultos - Via oral:
• 300 mg, 1 vez/dia
• em associação com ritonavir - 100 mg, 1 vez/dia (administrar com
alimentos).
• Nota : O ritonavir é associado nesta dose com o objectivo de alterar
favoravelmente o perfil farmacocinético do atazanavir.
• Crianças – Não recomendada a sua utilização em crianças e adolescentes
• Indicações
• Tratamento de infecções pelo VIH, em associação com outros fármacos
anti-retrovirais.
• Efeitos indesejados
• Náuseas, vómitos, epigastralgias, flatulência e diarreia.
• Disfunção hepática. IH. IR.
• Hiperglicemia.
• Cefaleias, tonturas e insónia.
• Erupções cutâneas e reacções alérgicas graves.
• Alopécia.
• Pigmentação da pele.
• Lipodistrofia.
• Aumento da tendência para hemorragias nos doentes hemofílicos.
• Indicações
• Tratamento de infecções pelo VIH, em associação com outros
fármacos anti-retrovirais.
• Efeitos indesejados
• Náuseas, vómitos, flatulência e diarreia.
• Erupções cutâneas.
• Leucopenia.
• Elevação das enzimas hepáticas, ureia e creatinina.
• Hiperglicemia. Hiperlipidemia.
• Ginecomastia.
• Lipodistrofia.
• Aumento da tendência para hemorragias nos doentes
hemofílicos.
• A administração concomitante de ritonavir e nelfinavir causa um aumento
superior a 100% nas concentrações plasmáticas do nelfinavir e um
aumento pouco significativo das do ritonavir.
• A co-administração de nelfinavir e saquinavir origina uma elevação de
quase 400% nas concentrações plasmáticas do saquinavir
• A administração simultânea do nelfinavir e indinavir aumenta as
concentrações plasmáticas dos 2 fármacos.
• Indicações
• Tratamento de infecções pelo VIH, em associação com outros
fármacos anti-retrovirais.
• Efeitos indesejados
• Náuseas, vómitos, epigastralgias e diarreia.
• Alterações do paladar. Astenia.
• Neuropatia periférica.
• Erupções cutâneas e urticária.
• Lipodistrofia.
• Aumento da tendência para hemorragias nos doentes
hemofílicos.
• Indicações
• Tratamento de infecções pelo VIH, em associação com outros
fármacos anti-retrovirais.
• Efeitos indesejados
• Náuseas, vómitos, epigastralgias, diarreia e anorexia.
• Elevação das enzimas hepáticas.
• Pancreatite..
• Anemia. Neutropenia.
• Erupções cutâneas. Exantema.
• Astenia. Dores musculares.
• Tonturas, irritabilidade e depressão. Neuropatia periférica.
• Contra-indicações e Precauções
• Gravidez e aleitamento. Doença hepática. Doença renal
Inibidores da Transcriptase Reversa
Análogos Nucleosídeos
• Apresentam um mecanismo de ação antiviral comum de
inibição da ADN polimerase dependente de ARN
(transcriptase reversa) do vírus da imunodeficiência
humana.
• Essa enzima converte o genoma ARN viral numa cópia bifilamentar
de ADN antes de sua integração ao genoma celular, o evento
precoce no ciclo de replicação viral.
• Consequentemente, esses agentes bloqueiam a infecção
aguda de células, mas têm uma ação mínima sobre as
células cronicamente infectadas.
• Esses agentes são inibidores e substratos da transcriptase
reversa.
• Como carecem do grupo 3'-hidroxila, a incorporação gera a interrupção
do alongamento da cadeia de ADN.
• Apesar de terem um mecanismo de ação comum, os agentes
anti-retrovirais diferem substancialmente
• A zidovudina, normalmente denominada AZT, é um análogo da
timidina
• com actividade antiviral contra o VIH-l, o VIH-2, o vírus
linfotrópico T humano (ou da leucemia) e outros retrovírus.
• Em baixas concentrações (<0,001 a 0,04 g/ml) inibem a infecção
aguda por VIH-l em linhagens humanas de células T e em linfócitos
sanguíneos periféricos.
• A zidovudina é menos activa em monócitos-macrófagos
humanos ou em células quiescentes, mas inibe a replicação do
HIV em macrófagos cerebrais.
• A zidovudina também é utilizada para o HBV e o EBV.
• Baixas concentrações de zidovudina inibem o crescimento das células
mielóides e eritróides progenitoras humanas (0,3 a 0.6 g/ml) e a
blastogénese nas células mononucleares do sangue periférico .
• Mecanismos de ação
• Após a difusão para as células hospedeiras, o fármaco é
inicialmente fosforilado pela timidina cinase celular.
• A etapa que limita a velocidade é a conversão em difosfato
pela timidilato cinase.
• O trifosfato de zidovudina, que possui um tempo de semi-
vida de eliminação intracelular de 3 a 4 horas, inibe
competitivamente a transcriptase reversa em relação ao
trifosfato de timidina.
• Como o grupamento 3'-amido impede a formação de ligações 5'-
3'fosfodiester, pelo que a incorporação da zidovudina gera a
interrupção da cadeia de ADN.
• O monofosfato de zidovudina também é um inibidor
competitivo da timidilato cinase celular e gera a redução dos
níveis intracelulares de trifosfato de timidina.
• É possível que esse efeito contribua para sua citotoxicidade e
exacerbe seus efeitos antivirais mediante a redução da competição
pelo trifosfato de zidovudina.
• A selectividade antiviral da zidovudina deve-se à sua maior
afinidade pela trancriptase reversa do VIH do que pelas
ADN polimerases humanas.
• Em termos de resistência, foram recuperados, de pacientes
tratados, estirpes resistentes com reduções entre 10 a mais
de 100 vezes da susceptibilidade e é possível produzi-los in
vitro.
• Absorção, distribuição e eliminação
• A zidovudina é rapidamente absorvida e a
biodisponibilidade oral é de aproximadamente 60 a 70%.
• A absorção varia amplamente nos pacientes infectados por
HIV e fica retardada pela ingestão de alimentos
• As concentrações liquóricas variam amplamente,
• em média, 53% das concentrações plasmáticas nos adultos e 24% nas
crianças.
• As concentrações no sangue do recém-nascido são
discretamente maiores, e as concentrações no liquido
amniótico são várias vezes superiores aos níveis séricos
matemos.
• A semi-vida plasmática de eliminação é de
aproximadamente 0,9 a 1,5 hora.
• A zidovudina sofre metabolismo hepático na primeira
passagem e é rapidamente convertida em seu metabolito 5'-
O-glicuronídio, que possui uma semi-vida de eliminação
plasmática semelhante, mas é isento de actividade anti-VIH.
• Um outro metabolito, a 3'-amino-3'-desoxitimidina, está
presente em baixas concentrações no plasma e possivelmente
contribui uma a mielotoxicidade.
• Após a sua administração oral, a recuperação de zidovudina
e de seu metabolito glicuronídico na urina é, em média, de
14 e 75%, respectivamente.
• A depuração renal envolve tanto a filtração glomerular
quanto a secreção tubular.
• Na cirrose ocorrem aumentos de duas a três vezes nos níveis
plasmáticos e na semi-vida de eliminação.
• Efeitos indesejados.
• As principais toxicidades da zidovudina são a granulocitopenia e
a anemia.
• O risco de toxicidade hematológica aumenta quando as contagens de
CD4 são menores na doença mais avançada, com doses maiores de
zidovudina e na terapia prolongada.
• Nas doses recomendadas, ocorrem anemia e granulocitopenia
graves em cerca de 30 a 40% dos pacientes com SIDA,
• porém em menos de 5% naqueles infectados assintomáticos.
• A granulocitopenia tem sido tratada com G-CSF recombinante ou
com factor estimulante de colônias de granulócitos/macrófagos
(GM-CSF)
• Em mais de 90% dos pacientes ocorre macrocitose.
• Anemias significativas podem ser tratadas mediante suporte transfusional
ou com eritropoietina recombinante em pacientes com baixos níveis
endógenos.
• Náuseas, vómitos, epigastralgias, flatulência e diarreia.
Anorexia. Elevação das enzimas hepáticas e da bilirrubina.
Hepatomegalia grave. Mialgias e miopatias. Acidose láctica.
• Cefaleias, tonturas, confusão mental. Ansiedade, depressão e
insónia. Dispneia e tosse. Erupções cutâneas, prurido e
urticária. Pigmentação da pele e unhas. Síndrome de tipo
gripal.
• Constatou-se anemia e atraso de crescimento nos recém-
nascidos de gestantes tratadas com zidovudina,
• porém não houve aumento no índice de defeitos congénitos,
entretanto, a sua segurança na gestação ainda não foi plenamente
definida.
• A zidovudina é mutagénica in vitro e promove tumores e é
embritóxica em animais
• Contra-indicações e Precauções
• Gravidez (até às 14 semanas).
• Recém-nascidos com hiperbilirrubinemia ou transaminases com um valor 5
vezes superior ao limite máximo normal.
• Anemia ou leucopenia graves.
• Hepatomegalia grave com esteatose
• Interacções
• A administração concomitante de anfotericina B, dapsona, flucitosina,
pentamidina e ganciclovir aumenta o risco de mielossupressão.
• A rifabutina e a rifampicina são capazes de induzir enzimas microssomais
hepáticas e de reduzir as concentrações plasmáticas de zidovudina.
• A claritromicina diminui a absorção de zidovudina.
• O uso concomitante de ganciclovir aumenta acentuadamente o risco de
toxicidade hematológica grave.
• A administração simultânea de sulfadiazina/pirimetamina eleva as
concentrações de zidovudina.
• A co-administração de cotrimoxazol aumenta o risco de aparecimento de
anemia e neutropenia.
• Pode ocorrer sonolência intensa durante o uso associado de zidovudina e
aciclovir.
• A didanosina é um análogo do nucleosídeo das purinas,
activo contra HIV-1 e HIV-2 in vitro,
• inclusive contra a maioria dos isolados resistentes à zidovudina.
• A didanosina é entre l0 e 100 vezes menos potente que a
zidovudina quanto à actividade antiviral e citotoxicidade
em células mononucleares do sangue periférico activadas.
• Entretanto, é mais activa em células quiescentes e em monácitos-
macrófagos humanos que não estejam em processo de divisão-
• Ao contrário da zidovudina, a didanosina não é tóxica
para células precursoras hematopoiéticas ou para
linfócitos em concentrações clinicamente relevantes.
• A estavudina é um análogo nucleosídeo da timidina que inibe
a replicação do VIH-1.
• As estirpes resistentes à zidovudina de VIH-1 são sensíveis à
estavudina.
• A estavudina é mais de 10 vezes menos tóxica para as células
progenitoras da medula óssea in vitro do que a zidovudina,
mas inibe a síntese mitocondrial de ADN.
• Absorção, distribuição e eliminação
• A estavudina é estável em meios ácidos e bem absorvida após a
administração oral, 70 a 86 %.
• A estavudina distribui-se para os espaços extravasculares. As
concentrações liquóricas atingem, em média, 55% das concentrações
plasmáticas em crianças.
• A semi-vida de eliminação plasmática é de cerca de uma hora.
• Aproximadamente 40% da estavudina surgem na urina sem sofrer
modificações por secreção tubular e filtração glomerular.
• Os mecanismos de depuração não-renais são responsáveis por cerca de
50% da eliminação de uma dose,
• mas o destino metabólico da estavudina ainda não foi definido. É possível
que a estavudina seja convertida em timina, que sofre degradação ou é
utilizada para a síntese de timidina.
• A zalcitabina é um análogo nucleosídio da citosina, activo
contra VIH-1 e VIH-2,
• inclusive contra estirpes resistentes à zidovudina.
• A zalcitabina tem uma potência semelhante à da zidovudina
em células mononucleares do sangue periférico,
• mas é aparentemente mais activa em monócitos/macrófagos e em células
em repouso.
• É menos inibitória para as células progenitoras da medula
óssea in vitro.
• Tratamento de infecções pelo VIH em associação com outros fármacos
anti-retrovirais.
• Efeitos indesejados
• Náuseas, vómitos e diarreia.
• Fadiga e cefaleias.
• Anorexia. Febre.
• Reacções alérgicas que podem ser fatais.
• Contra-indicações e Precauções
• Gravidez e aleitamento. IH grave. IR grave.
• Monitorizar a função hepática e a ocorrência de reacções de
hipersensibilidade.
• Interacções
• O etanol e a isotretínoina aumentam as concentrações plasmáticas do
abacavir.
• A rifampicina, o fenobarbital e a fenítoina podem reduzir as
concentrações plasmáticas do abacavir.
• Efeitos indesejados
• Náuseas, vómitos, dores abdominais e diarreia.
• Cefaleias, tonturas, alterações do sono e astenia.
• Anemia e neutropenia.
• Erupções cutâneas, urticária e hiperpigmentação da pele.
• Lipodistrofia.
• Elevação das enzimas hepáticas, bilirrubina, lipase sérica,
amilase pancreática e creatina cinase.
• Alterações metabólicas, nomeadamente hiperglicemia,
hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia e hiperlactemia.
• Tratamento da hepatite B crónica com evidência de replicação
viral (doença hepática descompensada ou inflamação hepática
activa e/ou fibrose hepática histologicamente comprovada).
• Tratamento de doentes com infecção pelo VIH, em associação
com outros fármacos anti-retrovirais.
• Efeitos indesejados
• Náuseas, vómitos, epigastralgias e diarreia.
• Mal estar geral e fadiga.
• Cefaleias.
• Síndrome gripal. Infecções respiratórias.
• Erupções cutâneas e urticária.
• Pancitopenia.
• Neuropatia periférica e hepatotoxicidade,
• que pode ser grave, têm também sido descritas, particularmente em
doentes com infecção pelo VIH.
• Contra-indicações e Precauções
• Gravidez e aleitamento.
• Monitorizar a função hepática
• pelo menos, de 3 em 3 meses; mensalmente nos doentes submetidos a
transplante ou com doença hepática grave.
• Ajustar a posologia nos doentes com clearance de creatinina
< 50 ml/min.
• Interacções
• O cotrimoxazol (trimetoprim) aumenta em cerca de 40% as
concentrações plasmáticas da lamivudina.
• O ganciclovir e o foscarneto sódico não deverão ser
administrados concomitantemente sem que se consulte
informação actualizada.
• Posologia
• Adultos - Via oral:
• 100 mg, 1 vez/dia até ocorrer seroconversão, no tratamento da
hepatite B crónica;
• 150 mg de 12 em 12 horas, no tratamento de doentes com infecção
pelo VIH.
• Não recomendada a sua utilização em crianças de idade inferior a 12
anos. A posologia para crianças de idade superior a 12 anos é igual à
do adulto.
• Efeitos indesejados
• Náuseas, vómitos, diarreia e flatulência. Hepatomegalia com esteatose.
Acidose láctica.
• Contra-indicações e Precauções
• Gravidez e aleitamento.
• IH.
• IR
• não é recomendada a sua administração a doentes com clearance de
creatinina < 60 ml/min. Monitorizar a função hepática e a função
renal.
• Interacções
• A administração concomitante de tenofovir e cidofovir pode
causar um aumento ou redução das concentrações séricas de
cada um destes fármacos.
• A administração concomitante de tenofovir e didanosina na
formulação de comprimidos tamponados causa um aumento
das concentrações séricas da didanosina.
• A administração simultânea de tenofovir e lopinavir/ritonavir
origina uma redução na AUC do lopinavir e um aumento na
AUC do tenofovir.
• Posologia
• Adultos - Via oral: 245 mg, 1 vez/dia a administrar com
alimentos.
Inibidores da Transcriptase Reversa
Análogos não Nucleosídeos
• Apresentam um mecanismo de ação antiviral comum de inibição
da ADN polimerase dependente de ARN (transcriptase reversa)
do vírus da imunodeficiência humana.
• Não são incorporados no ADN, nem necessitam de ser fosforilados
intracelularmente para serem activos.
• Efeitos indesejados
• Náuseas, vómitos e diarreia. Cefaleias e tonturas. Alterações
do sono. Fadiga. Erupções cutâneas. Elevação das enzimas
hepáticas. Pancreatite.
• Contra-indicações e Precauções
• Gravidez e aleitamento.
• IH grave.
• História de doença psiquiátrica ou de alergias.
• Doentes medicados com terfenadina, astemizol, cisaprida,
midazolam ou triazolam.
• Monitorizar função hepática.
• Interacções
• A rifampicina reduz as concentrações plasmáticas do efavirenz.
• A fenitoína e o fenobarbital podem reduzir as concentrações
sanguíneas do efavirenz;
• e as suas concentrações plasmáticas poderão ser também reduzidas pelo
efavirenz.
• O efavirenz reduz as concentrações da claritromicina mas aumenta
as do seu metabolito, que é farmacologicamente activo.
• O efavirenz reduz ainda as concentrações plasmáticas do
indinavir e, significativamente as do saquinavir.
• O efavirenz aumenta as concentrações séricas do nelfinavir e,
• quando associado ao ritonavir, observa-se um aumento da
incidência de efeitos adversos.
• Efeitos indesejados
• Náuseas. Febre. Cefaleias.
• Erupções cutâneas. Exantema, que pode ser grave.
• Síndrome de Stevens-Johnson e síndrome de Lyell.
• Disfunção hepática e hepatite que podem ser fatais.
• Contra-indicações e Precauções
• Gravidez e aleitamento.
• Doença hepática.
• Doença renal.
• Monitorizar função hepática.
• Interacções
• A nevirapina reduz, as concentrações plasmáticas da fenitoína,
glicocorticóides, cetoconazol, contraceptivos orais, cloranfenicol,
cimetidina, doxiciclina, eritromicina, pentamidina, vincristina e
varfarina.
• As concentrações plasmáticas da nevirapina são significativamente
reduzidas pela rifampicina e rifabutina.
• Os macrólidos e a cimetidina podem elevar as concentrações da
nevirapina.
• A administração concomitante de trimetoprim e de antibióticos
associados ao ácido clavulânico aumenta o risco de erupções
cutâneas.
• A co-administração de nevirapina e saquinavir causa uma redução
nas concentrações plasmáticas do saquinavir,
• A nevirapina pode reduzir os níveis sanguíneos do indinavir.
• A nevirapina reduz as concentrações plasmáticas da metadona.
Inibidores da Fusão
Inibidores da Integrase
• Os inibidores da integrase constituem uma nova classe de anti-
retrovírus muito aguardada que bloqueiam a ação da
integrase, a proteína do VIH responsável pela inserção
permanente de ADN viral no código genético da célula
hospedeira
• Autorizados pela EMEA em 2013
• Raltegravir
• Qualidade e duração de vida
• Prevenção de infecções oportunistas
• Alívio de sintomas
• Prevenção da deterioração imunológica
• Restauração da função imunológica
• Impacto nas infecções oportunistas
• Diminuição da incidência
• Suspensão da profilaxia
• Melhoria da resposta à terapêutica
• Redução dos novos casos de SIDA e morte
• Melhoria da função do sistema imune
• Toxicidade
• Aderência
• Interacções
• Horários das doses
• Persistência do vírus nos “santuários”
• Emergência de estirpes resistentes
• Vírus
• Taxa de replicação
• Taxa de mutação
• Santuários
• Fármacos
• Potência inadequada
• Baixa durabilidade
• Baixa tolerabilidade
• Resistências
• Toxicidade
• Doentes
• Baixa adesão
• Toxicidade
• Inconveniência
Inhibit viral replication
• Inhibit viral attachment
• Prevent genetic copying of virus
• Prevent viral protein production
Two types of nucleosides:
Purine nucleosides
• guanine
• adenosine
Pyrimidine nucleosides
• thymine
• cytosine
Agent Antiviral Activity
guanines
acyclovir HSV 1 & 2, VZV
ganciclovir (DHPG) CMV retinitis and systemic
CMV infection
ribavirin (RTCD) Influenza types A and B,
RSV, LV, HV
adenosines
didanosine (ddl) HIV
vidarabine (Ara-A) HSV, herpes zoster
Agent Antiviral Activity
cytosines
lamivudine (3TC) HIV
zalcitabine (ddC) HIV
thymine
idoxuridine (IDU) HSV
stavudine (d4T) HIV
trifluridine HSV
zidovudine (AZT) HIV
amantadine
(Symmetrel) and rimantadine (Flumadine)
• influenza A
foscarnet (Foscavir)
• CMV (retinitis and systemic)
Neuraminidase Inhibitors: oseltamivir (Tamiflu)
and zanamivir (Relenza)
• influenza types A and B
acyclovir
• Burning when topically applied, nausea, vomiting,
diarrhea, headache
amantadine and rimantadine
• Anticholinergic effects, insomnia, lightheadedness,
anorexia, nausea
didanosine (ddl)
• Pancreatitis, peripheral neuropathies, seizures
zidovudine (AZT)
• Bone marrow suppression, nausea, headache
foscarnet (Foscavir)
• Headache, seizures, acute renal failure, nausea, vomiting,
diarrhea
ganciclovir (Cytovene)
• Bone marrow toxicity, nausea, anorexia, vomiting

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  • 2. • 1- Fase aguda ou de infecção primária (2 a 4 semanas após infecção) • Sintomas como febre, adenopatias, faringite, fadiga, dores de cabeça e perda de peso manifestam-se em 50-90% dos casos, dependendo da susceptibilidade do indivíduo. • Altos níveis de virémia, disseminação do vírus no organismo e desenvolvimento de resposta imune específica que leva ao declínio da virémia.. • 2- Fase assintomática ou de latência clínica (12 semanas após infecção) • Aparece depois da seroconversão não apresentando sintomas clínicos com excepção de adenopatias generalizadas. • Pode durar em média 10 anos, havendo diminuição progressiva do número de células T CD4.
  • 3. • 3- Fase sintomática Precoce • Aparecimento de infecções oportunistas como candidose oral, leucoplasia pilosa oral, neuropatias periféricas e zona. • 4- Fase sintomática ou fase de SIDA • Caracterizada por uma contagem de células T CD4 inferior a 200/ml. Ocorre perda de peso, diarreia e suores nocturnos.
  • 4. • Os anti-retrovirais disponíveis classificam-se de acordo com o seu mecanismo de ação: • Inibidores da fusão • Inibidores da Protease • Nucleosidos inibidores da transcriptase reversa • Não nucleosidos inibidores da transcriptase reversa • Encontram-se em estudo ou em fase de introdução os inibidores da integrase.
  • 5. • Os inibidores da transcriptase reversa, que podem ou não ser análogos dos nucleosídeos, são: • o abacavir, didanosina, entricitabina, estavudina, lamivudina, tenofovir, zalcitabina (recentemente rerirada do mercado), zidovudina (análogos dos nucleosídeos); • e efavirenz e nevirapina (não nucleosídeos); a delavirdina é um novo não nucleosídeo que ainda não se encontra disponível em Portugal. • Os análogos dos nucleosídeos só exercem a sua ação antivírica depois de fosforilados a nível intracelular.
  • 6. • Os inibidores da protease incluem o amprenavir, atazanavir, fosamprenavir, indinavir, lopinavir, nelfinavir, ritonavir, saquinavir. • Ao contrário dos análogos dos nucleosídeos, não necessitam de ser convertidos intracelularmente em metabolitos activos e são eficazes contra a infecção pelo VIH em estado latente.
  • 7.
  • 8. • São um novo tipo de compostos que impedem o vírus de se ligar e entrar nas células humanas CD4; • Actuam numa fase do ciclo de vida do VIH, antes da entrada do vírus na célula, impedindo a infecção de novas células; • Os inibidores da fusão impedem que o vírus penetre na célula e desencadeia o processo de replicação vírica.
  • 9. • A replicação do vírus é suprimida por que se impede a transcrição reversa. • Depois de invadir uma célula humana, o VIH utiliza uma enzima, a transcriptase reversa, para converter o seu código genético numa forma que possa ser incorporada no ADN da célula hospedeira.
  • 10. • Os NRTI são muito semelhantes na sua estrutura aos elementos que constituem o ADN (designados por nucleósidos) • e por essa razão conseguem incorporar-se na cadeia de ADN que está a ser produzida por ação da Transcriptase Reversa • A síntese da nova cadeia é interrompida. • A produção de ADN viral é suspensa, • embora o vírus não seja destruído.
  • 11. • Os fármacos NNRTI ligam-se à enzima vírica transcriptase reversa (num local especifico), bloqueando o seu mecanismo e impossibilitando a produção de ADN vírico; • A enzima fica, a partir desse momento, incapaz de interagir devidamente com RNA víral para produzir ADN víral; • A produção deste último é interrompida, • embora o vírus não seja destruído;
  • 12. • Para o vírus se tornar infeccioso é essencial que as novas proteínas víricas sejam cortadas e estruturadas correctamente; • Os inibidores da protease ligam-se às proteínas bloqueando o local onde o corte deve ocorrer, impedindo os novos vírus de amadurecerem e infectarem outras células; • O ADN vírico não ficará devidamente estabilizado, o centro do vírus não estará preparado para os procedimentos de entrada e os viriões não se tornarão infecciosos, embora o vírus não seja destruído.
  • 14. • Actuam no último estágio da formação do VIH, impedindo a ação da enzima protease que é fundamental para a fragmentação das cadeias de proteínas produzidas pela célula infectada em proteínas virais estruturais e enzimas que formarão cada partícula do VIH. • Indicações: • Tratamento de infecções pelo VIH, em associação com outros fármacos anti-retrovirais
  • 15. • Potentes inibidores ou indutores do citocromo P450 • Podem ser associados com o objectivo de protecção da metabolização • Ex. nelfinavir
  • 16. • Indicações • Tratamento de infecções pelo VIH, em associação com outros fármacos anti-retrovirais em doentes previamente tratados com inibidores da protease.
  • 17. • Efeitos indesejados • Náuseas, vómitos, dores abdominais e diarreia. • Parestesias. Erupções cutâneas que podem ser graves. • Alterações do humor e alterações do sono. Cefaleias e fadiga. • Lipodistrofia. • Elevação das enzimas hepáticas, glicemia e lípidos sanguíneos. • Rabdomiolise. • Aumento da tendência para hemorragias nos doentes hemofílicos.
  • 18. • Contra-indicações e Precauções • Gravidez e aleitamento. • Doença hepática. • Doença renal. • História de alergias. • Diabetes. • Hemofilia. • Doentes medicados com fármacos metabolizados pelo CYP3A4, • nomeadamente terfenadina, astemizol, cisaprida, diazepam, triazolam, flurazepam, midazolam, ergotamina e análogos e rifampicina (a co-administração do amprenavir com estes fármacos constitui mesmo uma contra-indicação absoluta).
  • 19. • Interacções: • Os antiácidos podem reduzir a absorção do amprenavir (administrar com 1 a 2 horas de intervalo). • O amprenavir é simultaneamente um inibidor e um substrato do CYP3A4 • Paralelamente, o amprenavir inibe o metabolismo das estatinas, • e aumenta as concentrações séricas dos antidepressores tricíclicos e de muitos sedativos e hipnóticos. • Em adição, o amprenavir pode ainda aumentar as concentrações plasmáticas da varfarina, da loratadina e do sildenafil. • Por poder reduzir os níveis plasmáticos dos contraceptivos orais,. • A claritromicina e possivelmente a eritromicina poderão aumentar as suas concentrações plasmáticas. • A administração concomitante do amprenavir e do itraconazol poderá determinar um aumento das concentrações séricas de ambos os fármacos.
  • 20. • A rifampicina e a rifabutina determinam reduções importantes na AUC do amprenavir e a AUC da rifabutina aumenta, quando administrada de forma concomitante, em cerca de 200%. • A carbamazepina, o fenobarbital e a fenitoína determinam igualmente reduções significativas das concentrações plasmáticas do amprenavir • A erva de S. João ou hipericão (Hipericum perforatum). • Das interacções do amprenavir com os outros antiretrovirais • a interação entre o amprenavir e o ritonavir, • a interação do amprenavir com o efavirenz e a nevirapina, • e a interação entre o amprenavir e a didanosina.
  • 21. • Indicações • Tratamento de infecções pelo VIH -1 em associação com doses baixas de ritonavir e outros fármacos anti-retrovirais. • O fosamprenavir é um pró-fármaco do amprenavir. • Posologia • Adultos - Via oral: • 700 mg, 2 vezes/dia a administrar concomitantemente com ritonavir; • 100 mg, 2 vezes/dia e outros fármacos anti-retrovíricos. • Crianças – Não recomendada a sua utilização em crianças e adolescentes de idade inferior a 17 anos.
  • 22. • Indicações • Tratamento de infecções pelo VIH-1 em associação com outros fármacos antiretrovirais em doentes préviamente tratados com outros medicamentos anti-retrovíricos.
  • 23. • Interacções: • O perfil de interacções metabólicas do ritonavir administrado concomitantemente com o atazanavir poderá predominar sobre o deste, • O atazanavir é também um inibidor do CYP3A4. • Os anti-ácidos e medicamentos tamponados (incluindo a didanosina) podem reduzir significativamente a absorção do atazanavir (administrar 2 horas antes ou 1 hora após). • Os inibidores da bomba de protões determinam uma redução significativa (75%) da AUC do atazanavir não sendo, por isso, recomemdada a sua coadministração. • Os antagonistas dos receptores H2 originam, muito provavelmente, o mesmo efeito não sendo igualmente recomendada a sua administração concomitante. • O atazanavir determina um aumento das concentrações séricas (inibição do metabolismo) de vários antiarritmicos • O atazanavir inibe também o metabolismo das estatinas nomeadamente da sinvastatina, lovastatina e atorvastatina, • As concentrações séricas da claritromicina são aumentadas pelo atazanavir • mas as do seu metabolito activo são reduzidas
  • 24. • O atazanavir causa ainda um aumento das concentrações plasmáticas do sildenafil com potencial aumento de ocorrência de reacções adversas. • Determina também um aumento dos níveis séricos do irinotecano, da ciclosporina, tacrolimus e sirolimus que deverão ser monitorizados criteriosamente. • A co-administração de atazanavir com ritonavir e rifabutina determina um aumento significativo da Cmáx e da AUC da rifabutina. • O atazanavir com ritonavir pode aumentar ou diminuir as concentrações séricas da varfarina • Os azóis - cetoconazol e itraconazol - inibem o metabolismo do atazanavir + ritonavir • A rifampicina reduz em cerca de 90% as concentrações plasmáticas dos inibidores da protease sendo muito provável que se observe o mesmo efeito com o atazanavir; • O hipericão ou erva de S. João determina uma redução importante nas concentrações séricas do atazanavir e do ritonavir comprometendo a sua eficácia terapêutica. • O tenofovir reduz significativamente as concentrações plasmáticas do atazanavir, • O efavirenz reduz as concentrções plasmáticas do atazanavir • A nevirapina, como indutor enzimático, muito provavelmente também reduzirá as concentrações séricas do atazanavir
  • 25. • Posologia • Adultos - Via oral: • 300 mg, 1 vez/dia • em associação com ritonavir - 100 mg, 1 vez/dia (administrar com alimentos). • Nota : O ritonavir é associado nesta dose com o objectivo de alterar favoravelmente o perfil farmacocinético do atazanavir. • Crianças – Não recomendada a sua utilização em crianças e adolescentes
  • 26. • Indicações • Tratamento de infecções pelo VIH, em associação com outros fármacos anti-retrovirais. • Efeitos indesejados • Náuseas, vómitos, epigastralgias, flatulência e diarreia. • Disfunção hepática. IH. IR. • Hiperglicemia. • Cefaleias, tonturas e insónia. • Erupções cutâneas e reacções alérgicas graves. • Alopécia. • Pigmentação da pele. • Lipodistrofia. • Aumento da tendência para hemorragias nos doentes hemofílicos.
  • 27. • Indicações • Tratamento de infecções pelo VIH, em associação com outros fármacos anti-retrovirais. • Efeitos indesejados • Náuseas, vómitos, flatulência e diarreia. • Erupções cutâneas. • Leucopenia. • Elevação das enzimas hepáticas, ureia e creatinina. • Hiperglicemia. Hiperlipidemia. • Ginecomastia. • Lipodistrofia. • Aumento da tendência para hemorragias nos doentes hemofílicos.
  • 28. • A administração concomitante de ritonavir e nelfinavir causa um aumento superior a 100% nas concentrações plasmáticas do nelfinavir e um aumento pouco significativo das do ritonavir. • A co-administração de nelfinavir e saquinavir origina uma elevação de quase 400% nas concentrações plasmáticas do saquinavir • A administração simultânea do nelfinavir e indinavir aumenta as concentrações plasmáticas dos 2 fármacos.
  • 29. • Indicações • Tratamento de infecções pelo VIH, em associação com outros fármacos anti-retrovirais. • Efeitos indesejados • Náuseas, vómitos, epigastralgias e diarreia. • Alterações do paladar. Astenia. • Neuropatia periférica. • Erupções cutâneas e urticária. • Lipodistrofia. • Aumento da tendência para hemorragias nos doentes hemofílicos.
  • 30. • Indicações • Tratamento de infecções pelo VIH, em associação com outros fármacos anti-retrovirais. • Efeitos indesejados • Náuseas, vómitos, epigastralgias, diarreia e anorexia. • Elevação das enzimas hepáticas. • Pancreatite.. • Anemia. Neutropenia. • Erupções cutâneas. Exantema. • Astenia. Dores musculares. • Tonturas, irritabilidade e depressão. Neuropatia periférica. • Contra-indicações e Precauções • Gravidez e aleitamento. Doença hepática. Doença renal
  • 31.
  • 32.
  • 33.
  • 34. Inibidores da Transcriptase Reversa Análogos Nucleosídeos
  • 35. • Apresentam um mecanismo de ação antiviral comum de inibição da ADN polimerase dependente de ARN (transcriptase reversa) do vírus da imunodeficiência humana. • Essa enzima converte o genoma ARN viral numa cópia bifilamentar de ADN antes de sua integração ao genoma celular, o evento precoce no ciclo de replicação viral. • Consequentemente, esses agentes bloqueiam a infecção aguda de células, mas têm uma ação mínima sobre as células cronicamente infectadas.
  • 36. • Esses agentes são inibidores e substratos da transcriptase reversa. • Como carecem do grupo 3'-hidroxila, a incorporação gera a interrupção do alongamento da cadeia de ADN. • Apesar de terem um mecanismo de ação comum, os agentes anti-retrovirais diferem substancialmente
  • 37. • A zidovudina, normalmente denominada AZT, é um análogo da timidina • com actividade antiviral contra o VIH-l, o VIH-2, o vírus linfotrópico T humano (ou da leucemia) e outros retrovírus. • Em baixas concentrações (<0,001 a 0,04 g/ml) inibem a infecção aguda por VIH-l em linhagens humanas de células T e em linfócitos sanguíneos periféricos. • A zidovudina é menos activa em monócitos-macrófagos humanos ou em células quiescentes, mas inibe a replicação do HIV em macrófagos cerebrais. • A zidovudina também é utilizada para o HBV e o EBV. • Baixas concentrações de zidovudina inibem o crescimento das células mielóides e eritróides progenitoras humanas (0,3 a 0.6 g/ml) e a blastogénese nas células mononucleares do sangue periférico .
  • 38. • Mecanismos de ação • Após a difusão para as células hospedeiras, o fármaco é inicialmente fosforilado pela timidina cinase celular. • A etapa que limita a velocidade é a conversão em difosfato pela timidilato cinase. • O trifosfato de zidovudina, que possui um tempo de semi- vida de eliminação intracelular de 3 a 4 horas, inibe competitivamente a transcriptase reversa em relação ao trifosfato de timidina. • Como o grupamento 3'-amido impede a formação de ligações 5'- 3'fosfodiester, pelo que a incorporação da zidovudina gera a interrupção da cadeia de ADN.
  • 39. • O monofosfato de zidovudina também é um inibidor competitivo da timidilato cinase celular e gera a redução dos níveis intracelulares de trifosfato de timidina. • É possível que esse efeito contribua para sua citotoxicidade e exacerbe seus efeitos antivirais mediante a redução da competição pelo trifosfato de zidovudina. • A selectividade antiviral da zidovudina deve-se à sua maior afinidade pela trancriptase reversa do VIH do que pelas ADN polimerases humanas. • Em termos de resistência, foram recuperados, de pacientes tratados, estirpes resistentes com reduções entre 10 a mais de 100 vezes da susceptibilidade e é possível produzi-los in vitro.
  • 40. • Absorção, distribuição e eliminação • A zidovudina é rapidamente absorvida e a biodisponibilidade oral é de aproximadamente 60 a 70%. • A absorção varia amplamente nos pacientes infectados por HIV e fica retardada pela ingestão de alimentos • As concentrações liquóricas variam amplamente, • em média, 53% das concentrações plasmáticas nos adultos e 24% nas crianças. • As concentrações no sangue do recém-nascido são discretamente maiores, e as concentrações no liquido amniótico são várias vezes superiores aos níveis séricos matemos. • A semi-vida plasmática de eliminação é de aproximadamente 0,9 a 1,5 hora.
  • 41. • A zidovudina sofre metabolismo hepático na primeira passagem e é rapidamente convertida em seu metabolito 5'- O-glicuronídio, que possui uma semi-vida de eliminação plasmática semelhante, mas é isento de actividade anti-VIH. • Um outro metabolito, a 3'-amino-3'-desoxitimidina, está presente em baixas concentrações no plasma e possivelmente contribui uma a mielotoxicidade. • Após a sua administração oral, a recuperação de zidovudina e de seu metabolito glicuronídico na urina é, em média, de 14 e 75%, respectivamente. • A depuração renal envolve tanto a filtração glomerular quanto a secreção tubular. • Na cirrose ocorrem aumentos de duas a três vezes nos níveis plasmáticos e na semi-vida de eliminação.
  • 42. • Efeitos indesejados. • As principais toxicidades da zidovudina são a granulocitopenia e a anemia. • O risco de toxicidade hematológica aumenta quando as contagens de CD4 são menores na doença mais avançada, com doses maiores de zidovudina e na terapia prolongada. • Nas doses recomendadas, ocorrem anemia e granulocitopenia graves em cerca de 30 a 40% dos pacientes com SIDA, • porém em menos de 5% naqueles infectados assintomáticos. • A granulocitopenia tem sido tratada com G-CSF recombinante ou com factor estimulante de colônias de granulócitos/macrófagos (GM-CSF) • Em mais de 90% dos pacientes ocorre macrocitose. • Anemias significativas podem ser tratadas mediante suporte transfusional ou com eritropoietina recombinante em pacientes com baixos níveis endógenos.
  • 43. • Náuseas, vómitos, epigastralgias, flatulência e diarreia. Anorexia. Elevação das enzimas hepáticas e da bilirrubina. Hepatomegalia grave. Mialgias e miopatias. Acidose láctica. • Cefaleias, tonturas, confusão mental. Ansiedade, depressão e insónia. Dispneia e tosse. Erupções cutâneas, prurido e urticária. Pigmentação da pele e unhas. Síndrome de tipo gripal. • Constatou-se anemia e atraso de crescimento nos recém- nascidos de gestantes tratadas com zidovudina, • porém não houve aumento no índice de defeitos congénitos, entretanto, a sua segurança na gestação ainda não foi plenamente definida. • A zidovudina é mutagénica in vitro e promove tumores e é embritóxica em animais
  • 44. • Contra-indicações e Precauções • Gravidez (até às 14 semanas). • Recém-nascidos com hiperbilirrubinemia ou transaminases com um valor 5 vezes superior ao limite máximo normal. • Anemia ou leucopenia graves. • Hepatomegalia grave com esteatose
  • 45. • Interacções • A administração concomitante de anfotericina B, dapsona, flucitosina, pentamidina e ganciclovir aumenta o risco de mielossupressão. • A rifabutina e a rifampicina são capazes de induzir enzimas microssomais hepáticas e de reduzir as concentrações plasmáticas de zidovudina. • A claritromicina diminui a absorção de zidovudina. • O uso concomitante de ganciclovir aumenta acentuadamente o risco de toxicidade hematológica grave. • A administração simultânea de sulfadiazina/pirimetamina eleva as concentrações de zidovudina. • A co-administração de cotrimoxazol aumenta o risco de aparecimento de anemia e neutropenia. • Pode ocorrer sonolência intensa durante o uso associado de zidovudina e aciclovir.
  • 46. • A didanosina é um análogo do nucleosídeo das purinas, activo contra HIV-1 e HIV-2 in vitro, • inclusive contra a maioria dos isolados resistentes à zidovudina. • A didanosina é entre l0 e 100 vezes menos potente que a zidovudina quanto à actividade antiviral e citotoxicidade em células mononucleares do sangue periférico activadas. • Entretanto, é mais activa em células quiescentes e em monácitos- macrófagos humanos que não estejam em processo de divisão- • Ao contrário da zidovudina, a didanosina não é tóxica para células precursoras hematopoiéticas ou para linfócitos em concentrações clinicamente relevantes.
  • 47. • A estavudina é um análogo nucleosídeo da timidina que inibe a replicação do VIH-1. • As estirpes resistentes à zidovudina de VIH-1 são sensíveis à estavudina. • A estavudina é mais de 10 vezes menos tóxica para as células progenitoras da medula óssea in vitro do que a zidovudina, mas inibe a síntese mitocondrial de ADN.
  • 48. • Absorção, distribuição e eliminação • A estavudina é estável em meios ácidos e bem absorvida após a administração oral, 70 a 86 %. • A estavudina distribui-se para os espaços extravasculares. As concentrações liquóricas atingem, em média, 55% das concentrações plasmáticas em crianças. • A semi-vida de eliminação plasmática é de cerca de uma hora. • Aproximadamente 40% da estavudina surgem na urina sem sofrer modificações por secreção tubular e filtração glomerular. • Os mecanismos de depuração não-renais são responsáveis por cerca de 50% da eliminação de uma dose, • mas o destino metabólico da estavudina ainda não foi definido. É possível que a estavudina seja convertida em timina, que sofre degradação ou é utilizada para a síntese de timidina.
  • 49. • A zalcitabina é um análogo nucleosídio da citosina, activo contra VIH-1 e VIH-2, • inclusive contra estirpes resistentes à zidovudina. • A zalcitabina tem uma potência semelhante à da zidovudina em células mononucleares do sangue periférico, • mas é aparentemente mais activa em monócitos/macrófagos e em células em repouso. • É menos inibitória para as células progenitoras da medula óssea in vitro.
  • 50. • Tratamento de infecções pelo VIH em associação com outros fármacos anti-retrovirais. • Efeitos indesejados • Náuseas, vómitos e diarreia. • Fadiga e cefaleias. • Anorexia. Febre. • Reacções alérgicas que podem ser fatais. • Contra-indicações e Precauções • Gravidez e aleitamento. IH grave. IR grave. • Monitorizar a função hepática e a ocorrência de reacções de hipersensibilidade. • Interacções • O etanol e a isotretínoina aumentam as concentrações plasmáticas do abacavir. • A rifampicina, o fenobarbital e a fenítoina podem reduzir as concentrações plasmáticas do abacavir.
  • 51. • Efeitos indesejados • Náuseas, vómitos, dores abdominais e diarreia. • Cefaleias, tonturas, alterações do sono e astenia. • Anemia e neutropenia. • Erupções cutâneas, urticária e hiperpigmentação da pele. • Lipodistrofia. • Elevação das enzimas hepáticas, bilirrubina, lipase sérica, amilase pancreática e creatina cinase. • Alterações metabólicas, nomeadamente hiperglicemia, hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia e hiperlactemia.
  • 52. • Tratamento da hepatite B crónica com evidência de replicação viral (doença hepática descompensada ou inflamação hepática activa e/ou fibrose hepática histologicamente comprovada). • Tratamento de doentes com infecção pelo VIH, em associação com outros fármacos anti-retrovirais.
  • 53. • Efeitos indesejados • Náuseas, vómitos, epigastralgias e diarreia. • Mal estar geral e fadiga. • Cefaleias. • Síndrome gripal. Infecções respiratórias. • Erupções cutâneas e urticária. • Pancitopenia. • Neuropatia periférica e hepatotoxicidade, • que pode ser grave, têm também sido descritas, particularmente em doentes com infecção pelo VIH.
  • 54. • Contra-indicações e Precauções • Gravidez e aleitamento. • Monitorizar a função hepática • pelo menos, de 3 em 3 meses; mensalmente nos doentes submetidos a transplante ou com doença hepática grave. • Ajustar a posologia nos doentes com clearance de creatinina < 50 ml/min. • Interacções • O cotrimoxazol (trimetoprim) aumenta em cerca de 40% as concentrações plasmáticas da lamivudina. • O ganciclovir e o foscarneto sódico não deverão ser administrados concomitantemente sem que se consulte informação actualizada.
  • 55. • Posologia • Adultos - Via oral: • 100 mg, 1 vez/dia até ocorrer seroconversão, no tratamento da hepatite B crónica; • 150 mg de 12 em 12 horas, no tratamento de doentes com infecção pelo VIH. • Não recomendada a sua utilização em crianças de idade inferior a 12 anos. A posologia para crianças de idade superior a 12 anos é igual à do adulto.
  • 56. • Efeitos indesejados • Náuseas, vómitos, diarreia e flatulência. Hepatomegalia com esteatose. Acidose láctica. • Contra-indicações e Precauções • Gravidez e aleitamento. • IH. • IR • não é recomendada a sua administração a doentes com clearance de creatinina < 60 ml/min. Monitorizar a função hepática e a função renal.
  • 57. • Interacções • A administração concomitante de tenofovir e cidofovir pode causar um aumento ou redução das concentrações séricas de cada um destes fármacos. • A administração concomitante de tenofovir e didanosina na formulação de comprimidos tamponados causa um aumento das concentrações séricas da didanosina. • A administração simultânea de tenofovir e lopinavir/ritonavir origina uma redução na AUC do lopinavir e um aumento na AUC do tenofovir. • Posologia • Adultos - Via oral: 245 mg, 1 vez/dia a administrar com alimentos.
  • 58.
  • 59. Inibidores da Transcriptase Reversa Análogos não Nucleosídeos
  • 60. • Apresentam um mecanismo de ação antiviral comum de inibição da ADN polimerase dependente de ARN (transcriptase reversa) do vírus da imunodeficiência humana. • Não são incorporados no ADN, nem necessitam de ser fosforilados intracelularmente para serem activos.
  • 61. • Efeitos indesejados • Náuseas, vómitos e diarreia. Cefaleias e tonturas. Alterações do sono. Fadiga. Erupções cutâneas. Elevação das enzimas hepáticas. Pancreatite. • Contra-indicações e Precauções • Gravidez e aleitamento. • IH grave. • História de doença psiquiátrica ou de alergias. • Doentes medicados com terfenadina, astemizol, cisaprida, midazolam ou triazolam. • Monitorizar função hepática.
  • 62. • Interacções • A rifampicina reduz as concentrações plasmáticas do efavirenz. • A fenitoína e o fenobarbital podem reduzir as concentrações sanguíneas do efavirenz; • e as suas concentrações plasmáticas poderão ser também reduzidas pelo efavirenz. • O efavirenz reduz as concentrações da claritromicina mas aumenta as do seu metabolito, que é farmacologicamente activo. • O efavirenz reduz ainda as concentrações plasmáticas do indinavir e, significativamente as do saquinavir. • O efavirenz aumenta as concentrações séricas do nelfinavir e, • quando associado ao ritonavir, observa-se um aumento da incidência de efeitos adversos.
  • 63. • Efeitos indesejados • Náuseas. Febre. Cefaleias. • Erupções cutâneas. Exantema, que pode ser grave. • Síndrome de Stevens-Johnson e síndrome de Lyell. • Disfunção hepática e hepatite que podem ser fatais. • Contra-indicações e Precauções • Gravidez e aleitamento. • Doença hepática. • Doença renal. • Monitorizar função hepática.
  • 64. • Interacções • A nevirapina reduz, as concentrações plasmáticas da fenitoína, glicocorticóides, cetoconazol, contraceptivos orais, cloranfenicol, cimetidina, doxiciclina, eritromicina, pentamidina, vincristina e varfarina. • As concentrações plasmáticas da nevirapina são significativamente reduzidas pela rifampicina e rifabutina. • Os macrólidos e a cimetidina podem elevar as concentrações da nevirapina. • A administração concomitante de trimetoprim e de antibióticos associados ao ácido clavulânico aumenta o risco de erupções cutâneas. • A co-administração de nevirapina e saquinavir causa uma redução nas concentrações plasmáticas do saquinavir, • A nevirapina pode reduzir os níveis sanguíneos do indinavir. • A nevirapina reduz as concentrações plasmáticas da metadona.
  • 65.
  • 66.
  • 68.
  • 69.
  • 70.
  • 72. • Os inibidores da integrase constituem uma nova classe de anti- retrovírus muito aguardada que bloqueiam a ação da integrase, a proteína do VIH responsável pela inserção permanente de ADN viral no código genético da célula hospedeira • Autorizados pela EMEA em 2013 • Raltegravir
  • 73. • Qualidade e duração de vida • Prevenção de infecções oportunistas • Alívio de sintomas • Prevenção da deterioração imunológica • Restauração da função imunológica
  • 74.
  • 75. • Impacto nas infecções oportunistas • Diminuição da incidência • Suspensão da profilaxia • Melhoria da resposta à terapêutica
  • 76. • Redução dos novos casos de SIDA e morte • Melhoria da função do sistema imune • Toxicidade • Aderência • Interacções • Horários das doses • Persistência do vírus nos “santuários” • Emergência de estirpes resistentes
  • 77. • Vírus • Taxa de replicação • Taxa de mutação • Santuários • Fármacos • Potência inadequada • Baixa durabilidade • Baixa tolerabilidade • Resistências • Toxicidade • Doentes • Baixa adesão • Toxicidade • Inconveniência
  • 78.
  • 79.
  • 80.
  • 81.
  • 82.
  • 83.
  • 84. Inhibit viral replication • Inhibit viral attachment • Prevent genetic copying of virus • Prevent viral protein production
  • 85. Two types of nucleosides: Purine nucleosides • guanine • adenosine Pyrimidine nucleosides • thymine • cytosine
  • 86. Agent Antiviral Activity guanines acyclovir HSV 1 & 2, VZV ganciclovir (DHPG) CMV retinitis and systemic CMV infection ribavirin (RTCD) Influenza types A and B, RSV, LV, HV adenosines didanosine (ddl) HIV vidarabine (Ara-A) HSV, herpes zoster
  • 87. Agent Antiviral Activity cytosines lamivudine (3TC) HIV zalcitabine (ddC) HIV thymine idoxuridine (IDU) HSV stavudine (d4T) HIV trifluridine HSV zidovudine (AZT) HIV
  • 88. amantadine (Symmetrel) and rimantadine (Flumadine) • influenza A foscarnet (Foscavir) • CMV (retinitis and systemic) Neuraminidase Inhibitors: oseltamivir (Tamiflu) and zanamivir (Relenza) • influenza types A and B
  • 89. acyclovir • Burning when topically applied, nausea, vomiting, diarrhea, headache amantadine and rimantadine • Anticholinergic effects, insomnia, lightheadedness, anorexia, nausea didanosine (ddl) • Pancreatitis, peripheral neuropathies, seizures
  • 90. zidovudine (AZT) • Bone marrow suppression, nausea, headache foscarnet (Foscavir) • Headache, seizures, acute renal failure, nausea, vomiting, diarrhea ganciclovir (Cytovene) • Bone marrow toxicity, nausea, anorexia, vomiting