2. Na pecuária antibióticos são costumeiramente usados para prevenir
doenças e distúrbios metabólicos e para melhorar a conversão
alimentar;
Uso de antibióticos tem aumentado devido ao surgimento de bactérias
resistentes que podem representar um risco para a saúde humana;
Busca-se o desenvolvimento de alternativas a antibióticos. Os extratos
de plantas oferecem uma oportunidade única neste sentido;
Metabolitos secundários possuem propriedades
antimicrobianas. Estes compostos têm sido
estudados para modular a fermentação no rúmen e
melhorar a utilização de nutrientes .
3. Contrariamente ao seu nome, óleos essenciais não são
óleos verdadeiros (lípidos) e são comumente derivados
dos componentes responsáveis pela fragrância, ou
essência das plantas;
São considerados seguros para consumo humano e
animal; - Não deixam resíduos
Propriedades antimicrobianas do óleos essênciais foram
demonstradas contra diversos
microorganismos, incluindo
bactérias, protozoários, fungos.
4. A revisão discute a evolução da utilização de
óleos essenciais como benefício na produção de
ruminantes:
Mecanismos de ação;
Efeitos sobre a microbiota ruminal;
Fermentação ruminal;
Desempenho animal;
Controle de patógenos;
5. Óleos essenciais ocorrem em plantas comestíveis, medicinais
e em ervas aromáticas;
Compostos aromáticos, em grande parte volátil geralmente
extraído por destilação a vapor ou extração com solvente;
Os óleos podem ser extraídos a partir de muitas partes de
uma planta, incluindo as
folhas, flores, caules, sementes, raízes e cascas;
A composição pode variar entre as diferentes partes da
mesma planta / Entre plantas de mesma espécie dependendo
da idade e local de desenvolvimento.
6. São misturas variáveis principalmente de
terpenóides: monoterpenos e
sesquiterpenos, diterpenos e uma variedade de
hidrocarbonetos alifáticos de baixo peso
molecular, ácidos, álcoois, aldeídos, ésteres
acíclicos, lactonas cumarinas e homólogos de
fenilpropanóides.
8. Metabólitos secundários de plantas têm sido explorados pela sua
essência, sabor, propriedades anti-sépticas e conservantes;
Uso de extratos de plantas na Mesopotâmia aproximadamente
2600 a.C;
O aparecimento de bactérias resistentes, e o risco que representa
para saúde humana, renovou o interesse em extratos vegetais;
Actividades antimicrobianas de óleos essenciais foram
demonstradas contra diversos microorganismos, incluindo
bactérias Gram-positivas e Gram-negativas.
9. AÇÃO:
Atribui-se principalmente ao número/
proporção/ interação de compostos terpenóides
e fenólicos presentes.
Elevado número de componentes = Elevado
número de mecanismos de ação = Maior gama
de alvos na célula bacteriana (transporte de
elétrons, gradientes de íons, translocação de
proteína, fosforilação, e outras enzimas,etc)
10. Ao avaliar a concentração mínima inibitória do óleo
bruto de orégano e os seus dois componentes
principais (timol e carvacrol) contra Staphylococcus
aureus e Pseudomonas aeruginosa, Lambert et al.
(2001) observaram que a combinação de timol e
carvacrol apresentaram maior atividade
antibacteriana do que qualquer um dos compostos
sozinhos e que o efeito inibitório do óleo essencial
de orégano é principalmente devido à interação
destes dois compostos.
11. Óleos essenciais: Caráter lipofílico Elevada afinidade para lipídeos das
membranas celulares bacterianas e suas propriedades antibacterianas
são, evidentemente, associado com a seu caráter lipofílico –
Capacidade de passar pela bicamada lipídica!
Bactérias Gram-positivas (1 só camada): mais susceptíveis às
propriedades antibacterianas do que bactérias Gram-negativas;
Helander et al. (1998) relataram que o timol e caravacrol (fenólicos)
também inibiram o crescimento de bactérias Gram-negativas por
perturbar a membrana celular exterior. Parece que o pequeno peso
molecular do óleo lhes permite penetrar na membrana interna de
bactérias Gram-negativas.
12. Trombetta et al. (2005) relatou que
monoterpenos, mentol e timol foram ativos
contra bactérias Gram-positivas
Staphylococcus, Staphlococcus e Gram-negativas
Escherichia coli, e sugeriu que o efeito
antimicrobiano destes monoterpenos é devido à
ruptura da membrana do plasma de
bactérias, interferindo assim na permeabilidade
da membrana causando vazamento intracelular.
13. Inicialmente, os nutricionistas de ruminantes
estavam interessados em EO principalmente por
causa do seu papel na redução da palatabilidade de
algumas espécies de plantas. - Defesa
Com o tempo, testes foram indicando que
determinados tipos de óleos essenciais inibiam
bactérias ruminais.
Atualmente tem-se centrado sobre o seu potencial
para melhorar o aproveitamento do nitrogênio
ruminal e utilização da energia.
14. Resultados inconsistentes – Diversidade de
compostos nos óleos/ modos de ação;
Maioria das pesquisas in vitro;
15. Foram testados:
Óleos puros / Misturas de óleos / Compostos
isolados;
Concentrações diferentes;
In vitru, in situ, in vivo (Animais diferentes);
Tempos de exposição variados;
Acúmulo de aminoácidos/ Menor concentração de
amônia devido a redução na desaminação de
aminoácidos por bactérias ruminais.
16. Foi testada também a ação inibitória dos óleos
essenciais em protozoários ciliados do rúmen:
diversidade de resultados
17. Estudos variados;
A suplementação com óleos essenciais ou seus
compostos aumentou a concentração total de AGV
ruminal = Digestão de alimentos melhorada, em um
número limitado de estudos;
Doses elevadas de óleos essenciais/ compostos = Ação
antimicrobiana elevada = Redução na produção de AGV.
18. Estudos mostram que certos óleos essencias e
seus componentes tem ação de uma maneira
semelhante à de monensina: Diminuição de
acetato e aumentou proporções de propionato
(McGuffey et al, 2001)
Estudos mostraram a redução de propionato /
não alteração
19. É possível que efeitos da mistura de óleos
essenciais sobre a concentração total de AGV possa
depender da composição da dieta:
Benchaar et al. (2007) relataram que MEO (750 mg
/ dia) tendeu a aumentar a concentração total de
AGV no rúmen de vacas em lactação quando a dieta
continha silagem de alfafa, mas tendiam
para diminuir a concentração total de AGV quando
a dieta continha silagem de milho.
20. Desafio: Identificar as doses de óleos essenciais/
componentes que podem alterar favoravelmente
aspectos do metabolismo do rúmen, sem reduzir
as concentrações totais de AGV.
Entretanto..
Estudos mostram que as populações microbianas
são capazes de se adaptar aos óleos essenciais ao
longo do tempo, apresentando um desafio para a
aplicação comercial deste aditivo.
21. Inibir a metanogênese no rúmen:
Identificar os óleos
essenciais, que reduzem a
produção de metano, sem uma
redução concomitante na
digestão de alimentos.
Interesse mundial: Redução do metano na pecuária
(Efeito estufa: aquecimento global)
22. Busquet et al. Observaram que o óleo de alho e
dialil dissulfureto (300 mg/ L de fluído ruminal)
reduziram a produção de metano em 74 e
69%, respectivamente, sem alterar a
digestibilidade.
Monensina não reduziu a produção de metano
para a mesma extensão;
Inibição da produção de metano por estes
compostos deveu-se à inibição direta da rúmen
arqueas metanogênicas.
Faltam estudos in vivo para concretizar resultados!
23. Estudos in vitru outros tipos de óleos/ compostos
também demonstraram redução na produção de metano;
Não existem estudos que avaliaram efeitos a longo prazo
dos óleos essenciais e seus componentes sobre a
produção de metano.
Há potencial para selecionar compostos de óleos
essenciais que reduzem o metano, quando utilizados em
níveis que não reduzam a digestibilidade - Novas
pesquisas são necessárias para avaliar estes compostos in
vivo.
24. Poucos estudos – Vacas leiteras / bovinos de
corte;
Maioria dos estudos citados = Não houve
mudança;
25. Benchaar et al. (2007) relataram que não houve
mudança no perfil de ácidos graxos do leite
quando as vacas foram suplementadas
diariamente com 750 mg de Mistura de óleos
essenciais. No entanto, completando a mesma
mistura em uma concentração mais elevada (2 g
/ dia) aumentou a concentração de ácido
linoleico conjugado (CLA) = Promoção da saúde
de ácidos graxos, na gordura do leite.
26. Benchaar et al. Avaliaram a performance de
crescimento de bovinos de corte alimentados com
silagem suplementada com 2 ou 4 g/ dia de uma
mistura comercial de compostos de óleos
essenciais;
Os resultados mostraram que o consumo de MS e o
ganho médio diário não foram afetados;
Além desta mistura compostos óleos essenciais. No
entanto, a conversão dessa MS melhorou 4x com a
dose de 2 g/ dia de alimentação = Melhoria na
eficiência alimentar.
27. Estudos comprovam a eficácia de óleos essenciais no
combate de Escherichia. coli, Staphylococcus
aureus, Listeria monocytogenes e Salmonella;
É possível que óleos essenciais/ componentes também
têm atividade contra outros parasitas que residem no
intestino tal como Cryptosporidium, coccídios e
nematódeos;
Óleo essencial a partir de hortelã-pimenta inibiu a
atividade da Giardia (Vidal et al., 2007) um protozoário
parasita altamente prevalente em bovinos.
28. Efeitos dos óleos essenciais sobre parasitas no
trato digestivo inferior é dependente da
capacidade dos componentes antimicrobianos
de permanecerem ativos após a passagem
através no rúmen.
A extensão em que óleos essencias passam pelo
rúmen e seu fluxo para a parte inferior trato
digestivo não foi examinado.
29. Óleos essenciais derivados de plantas podem ser úteis na
melhoria da eficiencia alimentar de ruminantes, além de
reduzir o impacto ambiental de sua produção;
Apesar da maioria dos estudos serem in vitro e com pouco
tempo de exposição indicaram que os óleos essenciais e seus
componentes podem ter ação favorável na fermentação
ruminanal, inibindo a desaminação de aminoácidos e
reduzindo a produção de metano
Estudos in vitro e in vivo com maior tempo de exposição
demonstraram que espécies de microrganismos podem se
adaptar a ação de óleos essenciais;
30. Diferentes variedades, composições, atividades dos
óleos essenciais dificultam a obtenção de resultados
consistentes da sua ação sobre a produção de
ruminantes.