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Discussão
Caso +
Revisão
Setor de Plástica Ocular
R2 Pietro B. de Azevedo
30.05.2014
• Masculino, 67 anos, aposentado (ex-bancário)
• Hipertireoidismo subclínico
• Oftalmopatia de Graves leve
• Encaminhado pela endócrino HCPA
• “olhos saltados, lacrimejamento e diplopia eventual”
• Ex-tabagista
• HF: 2 irmãs com tireoidopatia
AV c/c 1,0 AO J1
PIO: 15/16
Exofltalmometria:
20 <- 106mm -> 19
MRD: D E
Sup 4,5 4
Inf 5 5
Motilidade ocular preservada
Sem sinais inflamatórios no
momento
Leve hiperemia conjuntival
AV 1,0 / 0,67
Motilidade ocular: restrição da
abdução
Diplopia em PPO e supra e
infraversão
Teste de Ishihara : sem alteração
Bio: córnea sem alteração, nada
corando
Fo: papilas ok, áreas de
pregueamento de coroide
região macular Ao, mais
importante a esquerda.
OCT: acúmulo de líquido
subretiniano, pregueamento de
coróide e retina que podem ser
provocadas por compressão
orbitária. Membrana epirretiniana
• 1884: 1º caso Nettleship
• “peculiar lines in the choroid” + papilite
• Homem 36 anos tumor encefálico c/ extensão orbitária
• Ondulações no EPR, memb. Bruch, camadas internas da
coroide ± retina
• “Excesso de área da coroide”
• Compressão escleral / congestão da coroide
• Unilateral  lesões malignas
Dobras de coroide ≠ dobras de retina (MER)
• Idiopática
• “congênita”: hipermétropes (AV Ok)
• Hipermetropia adquirida idiopática: ↑PIC deve ser excluída, mesmo sem papiledema
• Principal causa?
• Papiledema
• ↑PIC crônica
• BAV
• Doença orbitária
• Tumores retrobulbares
• Oftalmopatia de Graves
• BAV
• Congestão da coroide
• Esclerite posterior
• Buckling
• Maculopatia hipotônica
• Pouco sintomáticas
• BAV
• Sinais
• linhas escuras e claras intercaladas profundas à retina
• Crista: clara (afinamento do EPR?)
• Vale: escuro (adensamento EPR?)
• Mais frequente: horizontal
• Direção dá pista sobre a causa
• Polo posterior, mais temporal ao disco
• AF e OCT auxiliam no Dx, especialmente nos mais recentes
Alterações em FO: 19/28
• Provavelmente subdiagnosticadas
• Edema de papila foi a mais comum
• Literatura: dobras de coroide
• Quanto maior a proptose, maior a chance de alterações no FO
• Intraconal  mais edema de papila e dobras de coroide
• Identação é importante, mascongestão da coroide (por obstrução
venosa) também é necessária p/ produzir dobras de coroide
• BAV ocorre mais por edema de papila
• Cirurgia melhorou os achados FO em todos os pctes
Alterações em FO: 19/28
• Provavelmente subdiagnosticadas
• Edema de papila foi a mais comum
• Literatura: dobras de coroide
• Quanto maior a proptose, maior a chance de alterações no FO
• Intraconal  mais edema de papila e dobras de coroide
• Identação é importante, mascongestão da coroide (por obstrução
venosa) também é necessária p/ produzir dobras de coroide
• BAV ocorre mais por edema de papila
• Cirurgia melhorou os achados FO em todos os pctes
Hipertireoidismo e Dobras de Coroide
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Hipertireoidismo e Dobras de Coroide
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Hipertireoidismo e Dobras de Coroide

  • 1. Discussão Caso + Revisão Setor de Plástica Ocular R2 Pietro B. de Azevedo 30.05.2014
  • 2.
  • 3. • Masculino, 67 anos, aposentado (ex-bancário) • Hipertireoidismo subclínico • Oftalmopatia de Graves leve • Encaminhado pela endócrino HCPA • “olhos saltados, lacrimejamento e diplopia eventual” • Ex-tabagista • HF: 2 irmãs com tireoidopatia
  • 4. AV c/c 1,0 AO J1 PIO: 15/16 Exofltalmometria: 20 <- 106mm -> 19 MRD: D E Sup 4,5 4 Inf 5 5 Motilidade ocular preservada Sem sinais inflamatórios no momento Leve hiperemia conjuntival AV 1,0 / 0,67 Motilidade ocular: restrição da abdução Diplopia em PPO e supra e infraversão Teste de Ishihara : sem alteração Bio: córnea sem alteração, nada corando Fo: papilas ok, áreas de pregueamento de coroide região macular Ao, mais importante a esquerda. OCT: acúmulo de líquido subretiniano, pregueamento de coróide e retina que podem ser provocadas por compressão orbitária. Membrana epirretiniana
  • 5.
  • 6.
  • 7.
  • 8.
  • 9.
  • 10. • 1884: 1º caso Nettleship • “peculiar lines in the choroid” + papilite • Homem 36 anos tumor encefálico c/ extensão orbitária
  • 11. • Ondulações no EPR, memb. Bruch, camadas internas da coroide ± retina • “Excesso de área da coroide” • Compressão escleral / congestão da coroide • Unilateral  lesões malignas Dobras de coroide ≠ dobras de retina (MER)
  • 12. • Idiopática • “congênita”: hipermétropes (AV Ok) • Hipermetropia adquirida idiopática: ↑PIC deve ser excluída, mesmo sem papiledema • Principal causa? • Papiledema • ↑PIC crônica • BAV • Doença orbitária • Tumores retrobulbares • Oftalmopatia de Graves • BAV • Congestão da coroide • Esclerite posterior • Buckling • Maculopatia hipotônica
  • 13. • Pouco sintomáticas • BAV • Sinais • linhas escuras e claras intercaladas profundas à retina • Crista: clara (afinamento do EPR?) • Vale: escuro (adensamento EPR?) • Mais frequente: horizontal • Direção dá pista sobre a causa • Polo posterior, mais temporal ao disco • AF e OCT auxiliam no Dx, especialmente nos mais recentes
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18. Alterações em FO: 19/28 • Provavelmente subdiagnosticadas • Edema de papila foi a mais comum • Literatura: dobras de coroide • Quanto maior a proptose, maior a chance de alterações no FO • Intraconal  mais edema de papila e dobras de coroide • Identação é importante, mascongestão da coroide (por obstrução venosa) também é necessária p/ produzir dobras de coroide • BAV ocorre mais por edema de papila • Cirurgia melhorou os achados FO em todos os pctes
  • 19. Alterações em FO: 19/28 • Provavelmente subdiagnosticadas • Edema de papila foi a mais comum • Literatura: dobras de coroide • Quanto maior a proptose, maior a chance de alterações no FO • Intraconal  mais edema de papila e dobras de coroide • Identação é importante, mascongestão da coroide (por obstrução venosa) também é necessária p/ produzir dobras de coroide • BAV ocorre mais por edema de papila • Cirurgia melhorou os achados FO em todos os pctes