Este documento fornece um resumo biográfico do escritor Edgar Allan Poe. Ele descreve sua infância difícil após a morte de seus pais, seus estudos na Inglaterra e Universidade da Virgínia, seu casamento com sua prima Virginia e trabalho como editor. Também lista alguns de seus contos e poemas mais famosos e detalha sua morte prematura aos 40 anos de idade.
1. Edgar Allan PoeEdgar Allan Poe
by Sílvia Cerqueiraby Sílvia Cerqueira
Ana MariaAna Maria
GéssicaGéssica
2. Edgar Allan PoeEdgar Allan Poe
Edgar Allan Poe nasceu em Boston, em 19 de
janeiro de 1809, filho de pais atores, mas o
destino reservou um duro golpe para o menino
e seus irmãos, matando seus pais de
tuberculose. As crianças foram recolhidas por
pessoas da família e Edgar acabou
encontrando abrigo na casa de um tio rico. No
entanto, as dificuldades do início da vida
provocaram um permanente pessimismo e um
espírito macabro que o acompanharam até sua
morte.
3. Poe estudou na Inglaterra durante suaPoe estudou na Inglaterra durante sua
juventude, mas logo voltou aos Estadosjuventude, mas logo voltou aos Estados
Unidos, onde frequentou asUnidos, onde frequentou as
Universidades de Charlotteville e Virginia.Universidades de Charlotteville e Virginia.
Porém, não conseguiu se enquadrar nosPorém, não conseguiu se enquadrar nos
rígidos padrões da época e acabourígidos padrões da época e acabou
expulso da Universidade de Virginia.expulso da Universidade de Virginia.
4. O casamento com sua prima Virgínia, deO casamento com sua prima Virgínia, de
apenas13 anos, faz Edgar ficar mais confiante.apenas13 anos, faz Edgar ficar mais confiante.
Ele começa a trabalhar em diversos jornais emEle começa a trabalhar em diversos jornais em
Nova Iorque e Filadélfia. Em 1840, publica suaNova Iorque e Filadélfia. Em 1840, publica sua
primeira coleção de contos, Tales of grotesqueprimeira coleção de contos, Tales of grotesque
and arabesque e Os crimes da rua Morgue,and arabesque e Os crimes da rua Morgue,
apresentando a figura do detective Dupin,apresentando a figura do detective Dupin,
antecessor de Sherlock Holmes.antecessor de Sherlock Holmes.
5. Poe escreveu novelas, contos e poemas,Poe escreveu novelas, contos e poemas,
exercendo larga influência em autoresexercendo larga influência em autores
fundamentais como Baudelaire, Maupassantfundamentais como Baudelaire, Maupassant
e Dostoievski. Admite-se hoje que ae Dostoievski. Admite-se hoje que a
culminância de seu talento dá-se no gêneroculminância de seu talento dá-se no gênero
conto. Suas histórias curtas podem serconto. Suas histórias curtas podem ser
classificadas tematicamente em dois gruposclassificadas tematicamente em dois grupos
principais:principais:
6. Devido a brigas com seu pai, Poe foi paraDevido a brigas com seu pai, Poe foi para
7. John Allan Poe ajudou a receber umaJohn Allan Poe ajudou a receber uma
nomeação os E.U. Academia Militar denomeação os E.U. Academia Militar de
West Point.West Point.
8. Poe percebeu que a literatura, e não osPoe percebeu que a literatura, e não os
militares, era o seu verdadeiro "call" emilitares, era o seu verdadeiro "call" e
tentou sair de West Pointtentou sair de West Point..
John Allan Poe se recusou a darJohn Allan Poe se recusou a dar
permissão para que se demitapermissão para que se demita
Poe foi juiz-martialed para a recusa dePoe foi juiz-martialed para a recusa de
apresentar um relatório para a classe ouapresentar um relatório para a classe ou
deverdever..
9. Poe mudou-se para Baltimore, onde elePoe mudou-se para Baltimore, onde ele
vivia com sua tia muito pobre, Mariavivia com sua tia muito pobre, Maria
Clemm Poe e sua filha, Virginia.Clemm Poe e sua filha, Virginia.
Maria Poe ClemmMaria Poe Clemm
Virginia Clemm PoeVirginia Clemm Poe
10. Em 1833, ele escreveu,Em 1833, ele escreveu, “Ms. Found in a“Ms. Found in a
Bottle.Bottle."Isso conduzirá a uma oferta de"Isso conduzirá a uma oferta de
emprego como um editor de uma revistaemprego como um editor de uma revista
em Richmond, Virgínia.em Richmond, Virgínia.
Em 1835, ele aceitou o cargo de editor eEm 1835, ele aceitou o cargo de editor e
casou com sua prima de treze anos decasou com sua prima de treze anos de
idade, Virginia.idade, Virginia.
11. Em 1838, Poe e sua família mudou paraEm 1838, Poe e sua família mudou para
Filadélfia, onde trabalhou como um editorFiladélfia, onde trabalhou como um editor
de Graham's Magazine.de Graham's Magazine.
Ele escreveu algumas das suas maisEle escreveu algumas das suas mais
famosas histórias:famosas histórias:“Fall of the House of“Fall of the House of
Usher,” “Murders in the Rue Morgue,”Usher,” “Murders in the Rue Morgue,”
“The Gold-Bug”“The Gold-Bug” and others.and others.
Em 1842, Virginia ficou doente comEm 1842, Virginia ficou doente com
tuberculosetuberculose..
12. Em 1845, "The Raven", foi publicadoEm 1845, "The Raven", foi publicado
Em 1847, Virginia morreu de tuberculoseEm 1847, Virginia morreu de tuberculose..
Para os próximos dois anos, Poe continuou aPara os próximos dois anos, Poe continuou a
escrever poesia e pequenas históriasescrever poesia e pequenas histórias..
Em 7 de outubro de 1849, enquanto emEm 7 de outubro de 1849, enquanto em
Baltimore, Poe morreu com a idade de 40. HáBaltimore, Poe morreu com a idade de 40. Há
muitos mistérios relativa Poe's morte. Tem sidomuitos mistérios relativa Poe's morte. Tem sido
atribuído à "forte congestionamento doatribuído à "forte congestionamento do
cérebro" overdoses de drogas e álcool.cérebro" overdoses de drogas e álcool.
13.
14. Master of HorrorMaster of Horror
The Short Stories
The Fall of the House of
Usher
The Pit and the Pendulum
The Tell-Tale Heart
The Black Cat
The Premature Burial
The Masque of the Red Death
The Cask of Amontillado
The Poems
Annabel Lee
The Bells
Alone
Tamerlane
The Raven
A Dream Within a
Dream
15. Numa sombria madrugada, enquanto eu meditava, fraco eNuma sombria madrugada, enquanto eu meditava, fraco e
cansado, sobre um estranho e curioso volume de folclorecansado, sobre um estranho e curioso volume de folclore
esquecido; enquanto cochilava, já quase dormindo, de repenteesquecido; enquanto cochilava, já quase dormindo, de repente
ouvi um ruído. O som de alguém levemente batendo, batendo naouvi um ruído. O som de alguém levemente batendo, batendo na
porta do meu quarto. "Uma visita," disse a mim mesmo, "estáporta do meu quarto. "Uma visita," disse a mim mesmo, "está
batendo na porta do meu quarto - É só isto e nada mais."batendo na porta do meu quarto - É só isto e nada mais."
Ah, que eu bem disso me lembro, foi no triste mês de dezembro, eAh, que eu bem disso me lembro, foi no triste mês de dezembro, e
que cada distinta brasa ao morrer, lançava sua alma sobre o chão.que cada distinta brasa ao morrer, lançava sua alma sobre o chão.
Eu ansiava pela manhã. Buscava encontrar nos livros, em vão, oEu ansiava pela manhã. Buscava encontrar nos livros, em vão, o
fim da minha dor - dor pela ausente Leonor - pela donzela radiantefim da minha dor - dor pela ausente Leonor - pela donzela radiante
e rara que chamam os anjos de Leonor - cujo nome aqui não see rara que chamam os anjos de Leonor - cujo nome aqui não se
ouvirá nunca mais.ouvirá nunca mais.
16.
17. E o sedoso, triste e incerto sussurro de cada cortina púrpura meE o sedoso, triste e incerto sussurro de cada cortina púrpura me
emocionava - me enchia de um terror fantástico que eu nunca haviaemocionava - me enchia de um terror fantástico que eu nunca havia
antes sentido. E buscando atenuar as batidas do meu coração, euantes sentido. E buscando atenuar as batidas do meu coração, eu
só repetia: "É apenas uma visita que pede entrada na porta do meusó repetia: "É apenas uma visita que pede entrada na porta do meu
quarto - Uma visita tardia pede entrada na porta do meu quarto; - Équarto - Uma visita tardia pede entrada na porta do meu quarto; - É
só isto, só isto, e nada mais."só isto, só isto, e nada mais."
Mas depois minha alma ficou mais forte, e não mais hesitando falei:Mas depois minha alma ficou mais forte, e não mais hesitando falei:
"Senhor", disse, "ou Senhora, vos imploro sincero vosso perdão."Senhor", disse, "ou Senhora, vos imploro sincero vosso perdão.
Mas o fato é que eu dormia, quando tão gentilmente chegastesMas o fato é que eu dormia, quando tão gentilmente chegastes
batendo; e tão suavemente chegastes batendo, batendo na portabatendo; e tão suavemente chegastes batendo, batendo na porta
do meu quarto, que eu não estava certo de vos ter ouvido". Depois,do meu quarto, que eu não estava certo de vos ter ouvido". Depois,
abri a porta do quarto. Nada. Só havia noite e nada mais.abri a porta do quarto. Nada. Só havia noite e nada mais.
18.
19. Encarei as profundezas daquelas trevas, e permaneci pensando,Encarei as profundezas daquelas trevas, e permaneci pensando,
temendo, duvidando, sonhando sonhos mortal algum ousara antestemendo, duvidando, sonhando sonhos mortal algum ousara antes
sonhar. Mas o silêncio era inquebrável, e a paz era imóvel esonhar. Mas o silêncio era inquebrável, e a paz era imóvel e
profunda; e a única palavra dita foi a palavra sussurrada, "Leonor!".profunda; e a única palavra dita foi a palavra sussurrada, "Leonor!".
Fui eu quem a disse, e um eco murmurou de volta a palavraFui eu quem a disse, e um eco murmurou de volta a palavra
"Leonor!". Somente isto e nada mais."Leonor!". Somente isto e nada mais.
De volta, ao quarto me volvendo, toda minh'alma dentro de mimDe volta, ao quarto me volvendo, toda minh'alma dentro de mim
ardendo, outra vez ouvi uma batida um pouco mais forte que aardendo, outra vez ouvi uma batida um pouco mais forte que a
anterior. "Certamente," disse eu, "certamente tem alguma coisa naanterior. "Certamente," disse eu, "certamente tem alguma coisa na
minha janela! Vamos ver o que está nela, para resolver esteminha janela! Vamos ver o que está nela, para resolver este
mistério. Possa meu coração parar por um instante, para que estemistério. Possa meu coração parar por um instante, para que este
mistério eu possa explorar. Deve ser o vento e nada mais!"mistério eu possa explorar. Deve ser o vento e nada mais!"
20.
21. Abri toda a janela. E então, com umaAbri toda a janela. E então, com uma
piscadela, lá entrou esvoaçante um nobrepiscadela, lá entrou esvoaçante um nobre
Corvo dos santos dias de temposCorvo dos santos dias de tempos
ancestrais. Não pediu nenhuma licença;ancestrais. Não pediu nenhuma licença;
por nenhum minuto parou ou ficou; maspor nenhum minuto parou ou ficou; mas
com jeito de lorde ou dama, pousou sobrecom jeito de lorde ou dama, pousou sobre
a porta do meu quarto. Sobre um busto dea porta do meu quarto. Sobre um busto de
Palas empoleirou-se sobre a porta do meuPalas empoleirou-se sobre a porta do meu
quarto. Pousou, sentou, e nada mais.quarto. Pousou, sentou, e nada mais.
22.
23. Depois essa ave negra, seduzindo meu triste semblante, acabou por meDepois essa ave negra, seduzindo meu triste semblante, acabou por me
fazer sorrir, pelo sério e severo decoro da expressão por ela mostrada.fazer sorrir, pelo sério e severo decoro da expressão por ela mostrada.
"Embora seja raspada e aparada a tua crista," disse eu, "tu, covarde não és"Embora seja raspada e aparada a tua crista," disse eu, "tu, covarde não és
nada. Ó velho e macabro Corvo vagando pela orla das trevas! Dize-me qualnada. Ó velho e macabro Corvo vagando pela orla das trevas! Dize-me qual
é teu nobre nome na orla das trevas infernais!".é teu nobre nome na orla das trevas infernais!".
E o Corvo disse: "Nunca mais."E o Corvo disse: "Nunca mais."
Muito eu admirei esta ave infausta por ouvir um discurso tão atenta, apesarMuito eu admirei esta ave infausta por ouvir um discurso tão atenta, apesar
de sua resposta de pouco sentido, que pouca relevância sustenta. Pois nãode sua resposta de pouco sentido, que pouca relevância sustenta. Pois não
podemos deixar de concordar, que ser humano algum vivente, fora algumapodemos deixar de concordar, que ser humano algum vivente, fora alguma
vez abençoado com a vista de uma ave sobre a porta do seu quarto; ave ouvez abençoado com a vista de uma ave sobre a porta do seu quarto; ave ou
besta sobre um busto esculpido, sobre a porta do seu quarto, tendo umbesta sobre um busto esculpido, sobre a porta do seu quarto, tendo um
nome como "Nunca mais."nome como "Nunca mais."
Mas o corvo, sentado sozinho no busto plácido, disse apenas aquela únicaMas o corvo, sentado sozinho no busto plácido, disse apenas aquela única
palavra, como se naquela única palavra sua alma se derramasse. Depois,palavra, como se naquela única palavra sua alma se derramasse. Depois,
ele nada mais falou, nem uma pena ele moveu, até que eu pouco mais queele nada mais falou, nem uma pena ele moveu, até que eu pouco mais que
murmurei: "Outros amigos têm me deixado. Amanhã ele irá me deixar,murmurei: "Outros amigos têm me deixado. Amanhã ele irá me deixar,
como minhas esperanças têm me deixado."como minhas esperanças têm me deixado."
Então a ave disse "Nunca mais."Então a ave disse "Nunca mais."
24.
25. Impressionado pelo silêncio quebrado por resposta tão precisa, "SemImpressionado pelo silêncio quebrado por resposta tão precisa, "Sem
dúvida," disse eu, "o que ele diz são só palavras que guardou; quedúvida," disse eu, "o que ele diz são só palavras que guardou; que
aprendeu de algum dono infeliz perseguido pela Desgraça sem perdão. Elaaprendeu de algum dono infeliz perseguido pela Desgraça sem perdão. Ela
o seguiu com pressa e com tanta pressa até que sua canção ganhou umo seguiu com pressa e com tanta pressa até que sua canção ganhou um
refrão; até ecoar os lamentos da sua Esperança que tinha como refrão arefrão; até ecoar os lamentos da sua Esperança que tinha como refrão a
frase melancólica 'Nunca - nunca mais.' "frase melancólica 'Nunca - nunca mais.' "
Mas o Corvo ainda seduzia minha alma triste e me fazia sorrir. Logo umaMas o Corvo ainda seduzia minha alma triste e me fazia sorrir. Logo uma
cadeira acolchoada empurrei diante de ave, busto e porta. Depois, deitadocadeira acolchoada empurrei diante de ave, busto e porta. Depois, deitado
sobre o veludo que afundava, eu me entreguei a interligar fantasia asobre o veludo que afundava, eu me entreguei a interligar fantasia a
fantasia, pensando no que esta agourenta ave de outrora, no que estafantasia, pensando no que esta agourenta ave de outrora, no que esta
hostil, infausta, horrenda, sinistra e agourenta ave de outrora quis dizer, aohostil, infausta, horrenda, sinistra e agourenta ave de outrora quis dizer, ao
gritar, "Nunca mais."gritar, "Nunca mais."
Concentrado me sentei para isto adivinhar, mas sem uma sílaba expressarConcentrado me sentei para isto adivinhar, mas sem uma sílaba expressar
à ave cujos olhos ígneos no centro do meu peito estavam a queimar. Isto eà ave cujos olhos ígneos no centro do meu peito estavam a queimar. Isto e
mais eu sentei a especular, com minha cabeça descansada a reclinar, nomais eu sentei a especular, com minha cabeça descansada a reclinar, no
roxo forro de veludo da cadeira que a luz da lâmpada contemplava, masroxo forro de veludo da cadeira que a luz da lâmpada contemplava, mas
cujo roxo forro de veludo que a lâmpada estava a contemplar ela não iriacujo roxo forro de veludo que a lâmpada estava a contemplar ela não iria
mais apertar, ah, nunca mais!mais apertar, ah, nunca mais!
26.
27. Então, me pareceu o ar ficar mais denso,Então, me pareceu o ar ficar mais denso,
perfumado por invisível incensário, agitado porperfumado por invisível incensário, agitado por
Serafim cujas pegadas ressoavam no chãoSerafim cujas pegadas ressoavam no chão
macio. "Maldito," eu gritei, "teu Deus te guiou emacio. "Maldito," eu gritei, "teu Deus te guiou e
por estes anjos te enviou. Descansa! Descansapor estes anjos te enviou. Descansa! Descansa
e apaga o pesar de tuas memórias de Leonor.e apaga o pesar de tuas memórias de Leonor.
Bebe, oh bebe este bom nepenthes e esquece aBebe, oh bebe este bom nepenthes e esquece a
minha perdida Leonor!"minha perdida Leonor!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."E o Corvo disse: "Nunca mais."
28. "Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo! -"Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo! -
Tenhas sido enviado pelo Tentador, tenhas vindo com aTenhas sido enviado pelo Tentador, tenhas vindo com a
tempestade; desolado porém indomável, nesta terra desertatempestade; desolado porém indomável, nesta terra deserta
encantado, neste lar pelo Horror assombrado, dize-me sincero, euencantado, neste lar pelo Horror assombrado, dize-me sincero, eu
imploro. Há ou não - há ou não bálsamo em Gileade? - dize-me -imploro. Há ou não - há ou não bálsamo em Gileade? - dize-me -
dize-me, eu imploro!"dize-me, eu imploro!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."E o Corvo disse: "Nunca mais."
"Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo!"Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo!
Pelo Céu que sobre nós se inclina, pelo Deus que ambosPelo Céu que sobre nós se inclina, pelo Deus que ambos
adoramos, dize a esta alma de mágoa carregada que, antes doadoramos, dize a esta alma de mágoa carregada que, antes do
distante Éden, ela abraçará aquela santa donzela que os anjosdistante Éden, ela abraçará aquela santa donzela que os anjos
chamam de Leonor; que abraçará aquela rara e radiante donzelachamam de Leonor; que abraçará aquela rara e radiante donzela
que os anjos chamam Leonor."que os anjos chamam Leonor."
E o Corvo disse: "Nunca mais."E o Corvo disse: "Nunca mais."
29.
30. "Que essa palavra nos aparte, ave ou inimiga!" eu gritei, levantando"Que essa palavra nos aparte, ave ou inimiga!" eu gritei, levantando
- "Volta para a tua tempestade e para a orla das trevas infernais!- "Volta para a tua tempestade e para a orla das trevas infernais!
Não deixa pena alguma como lembrança dessa mentira que tuaNão deixa pena alguma como lembrança dessa mentira que tua
alma aqui falou! Deixa minha solidão inteira! - sai já desse bustoalma aqui falou! Deixa minha solidão inteira! - sai já desse busto
sobre minha porta! Tira teu bico do meu coração, e tira tua sombrasobre minha porta! Tira teu bico do meu coração, e tira tua sombra
da minha porta!"da minha porta!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."E o Corvo disse: "Nunca mais."
E o Corvo, sem sequer se bulir, se senta imóvel, se senta ainda,E o Corvo, sem sequer se bulir, se senta imóvel, se senta ainda,
sobre o pálido busto de Palas que há sobre a porta do meu quarto.sobre o pálido busto de Palas que há sobre a porta do meu quarto.
E seus olhos têm toda a dor dos olhos de um demônio que sonha; eE seus olhos têm toda a dor dos olhos de um demônio que sonha; e
a luz da lâmpada que o ilumina, projeta a sua sombra sobre o chão.a luz da lâmpada que o ilumina, projeta a sua sombra sobre o chão.
E minh'alma, daquela sombra que jaz a flutuar no chão, levantar-se-E minh'alma, daquela sombra que jaz a flutuar no chão, levantar-se-
á - nunca mais!á - nunca mais!