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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA
CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA
CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA
1
UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
Disciplina de Eletrônica de Potência
Disciplina de Eletrônica de Potência –
– ET66B
ET66B
Aula 24
Aula 24 –
– Conversor CC
Conversor CC-
-CC Elevador de Tensão
CC Elevador de Tensão Boost
Boost
Prof. Amauri Assef
Prof. Amauri Assef
amauriassef@utfpr.edu.br
amauriassef@utfpr.edu.br
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
 Conversor CC-CC elevador de tensão - Boost:
 Produz um valor médio de tensão na saída  valor médio da tensão de entrada
 Step-up
 Teoricamente, a tensão mínima de saída é igual a tensão de alimentação E
 Número de componentes empregado é basicamente a mesma do conversor Buck
2
UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
 A indutância L é colocada em série com a fonte de alimentação E
 Assim, a fonte de alimentação terá comportamento de fonte de corrente
 A carga se comporta como uma fonte de tensão
Conversor
CC-CC
Boost
Conversor
CC-CC
Buck
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
 Supondo o valor de C suficientemente grande, pode-se considerar a carga como
uma f.e.m de valor Eo
 O conversor boost alimenta cargas com característica de fonte de tensão contínua,
a partir de uma fonte de corrente contínua
 No conversor Boost a corrente do diodo D é sempre descontínua
 A corrente da fonte de alimentação E (iL) pode ser contínua ou descontínua
 O grau de continuidade da corrente de entrada depende do nível de energia
3
UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
 O grau de continuidade da corrente de entrada depende do nível de energia
armazenada em L durante o tempo de condução da chave
iL
iS
iD
iL
iS
iD
iL
iS
iD
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
 Etapas de funcionamento:
 Etapa 1 (a chave S é fechada 0  t  tc – carga do indutor):
 Durante o intevalo tc, a corrente no indutor L CRESCE, armazenando energia;
 O diodo D é polarizado reversamente, isolando o estágio de saída da fonte
 iS = iL, e iD = 0
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UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
S L D
 Etapa 2 (a chave S é aberta tc  t  T – descarga do indutor):
 Durante o intervalo ta (S aberta), a energia armazenada é TRANSFERIDA para
a carga através do diodo D;
 O diodo entra em condução
 A fonte de corrente iL passa a entregar energia à fonte Eo
 iS = 0 e iL = iD
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
 Principais formas de onda:
(iL)
is
tc ta
t
Etapa 1: 0  t  tc
Chave fechada
(curto-circuito)
iS
iD = 0
iL
VS
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UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
T
(Eo)
Vs
(iL)
iD
(curto-circuito)
Etapa 2: tc  t  T
Chave aberta
t
t
iS = 0
iD
iL
VS
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
 Ganho estático:
Considerando S operando com f fixa e D variável, a energia cedida pela fonte E é:
A energia recebida pela fonte Eo é:
T
I
E
W L
E ⋅
⋅
=
6
UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
Portanto:
Desse modo:
)
tc
T
(
I
E
W
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I
E
W L
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o
L
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⋅
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1
1
T
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D
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=
1
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
 A equação representa a característica ideal de transferência do conversor Boost
 Quando D tende à unidade, Eo tende teoricamente a um valor infinito
 Verifica-se que a mínima tensão de saída é igual a E
 Em regime permanente, o valor da tensão média no indutor é nulo
Eo
=
1
E
Eo
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UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
D
E
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−
=
1
1
E
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Condução contínua:
 A corrente da fonte de alimentação e do indutor L flui continuamente
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
Etapa 1: 0  t  tc
Chave fechada t
E
I
i
t
E
I
i
dt
di
L
E
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E L
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+
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⇒
=
−
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⇒
=
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iL
iD=0
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UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
Chave fechada
(curto-circuito)
Etapa 2: tc  t  T
Chave aberta
tc
L
E
I
I
t
L
E
I
i
t
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−
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iS
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Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
 Condução contínua – Formas de onda:
VS (Vo)
iL
ΔI
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0
IM
Im
iC
0
(-Io)
(IM - Io)
io
t
t
I
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UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
0
0
IM
Im
iS
iD
0
IDmd = Io
0
t
t
t
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tc ta
T
vo
0 t
R
Vo
Io =
Io
( )T
D
ta
DT
tc
−
=
=
1
Condução contínua - Ondulação da corrente de entrada:
 Ao final da 1ª etapa (t=tc) io = IM
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
DT
L
E
I
I
tc
L
E
I
I
m
M
m
M
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=
+
=
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I =
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f
I
E
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 Corrente média – supondo circuito sem perdas
 Valores máximos e mínimos de corrente (pag. 73)
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UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
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L
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M +
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( ) f
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1
Corrente média na chave S:
 Corrente média no diodo D:
 Corrente eficaz na chave S:
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
( )
E
M
m
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D
I
I
I =
⋅
+
=
2
( ) ( ) ( ) E
M
m
D I
D
D
I
I
I −
=
−
⋅
+
= 1
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1
 Corrente eficaz na chave S:
 Corrente eficaz no diodo D:
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UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
( ) E
RMS
s I
D
I ⋅
=
( ) E
RMS
D I
D
I ⋅
−
= 1
*
*
* Equações válidas para pequenas ondulações
de corrente ( 20% ILmed), onde Ilmed = IE
Cálculo do capacitor
 A ondulação da tensão no capacitor ΔVc é igual à ondulação da tensão Δvo
 Durante a condução de S o capacitor C fornece energia à carga (↓Vc)
 Quando S é aberta, a fonte de alimentação recarrega o capacitor (↑Vc)
 Em regime permanente, ocorre a ondulação da tensão do capacitor ΔVc
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
 Considerando uma constante de tempo Ro.Co suficientemente grande, durante o
intervalo de tempo Δt=tc, o capacitor alimenta a carga com corrente constante Io:
Ou seja, a ondulação no capacitor é:
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UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
t
v
C
I
dt
dv
C
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c
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∆
∆
⋅
=
⇒
⋅
=
T
tc
C
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C
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V
V
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CM
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⋅
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∆
∆
⋅
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−
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∆
C
f
Io
D
v
v o
c
⋅
⋅
=
∆
=
∆
Dessa forma, pode-se determinar o valor do capacitor por:
 Tensão média no capacitor
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
c
o v
f
Io
D
v
f
Io
D
C
∆
⋅
⋅
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∆
⋅
⋅
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E
Vo
V =
=
VS (Vo)
iL
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0
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t
t
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Prof. Amauri Assef
D
E
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−
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=
1
0 t
iD
0
IDmd = Io
t
vc
ΔVc
VCmed
0
VCM
VCm
iC
0
IM - Io
t
- Io
Cálculo da indutância crítica
 Para garantir a operação em condução contínua, o mínimo valor da corrente no
indutor deve ser maior do que zero
 Pode-se determinar o mínimo valor de indutor que garante esta condição,
fazendo-se a corrente mínima igual a zero (condução crítica):
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
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UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
( )
D
D
I
f
E
L
L
o
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⋅
⋅
⋅
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≥ 1
2
( ) f
L
E
D
D
I
I
crit
o
m
⋅
⋅
⋅
−
−
=
=
2
1
0
Condução contínua Condução descontínua
Condução descontínua:
 Se durante o tempo de abertura (ta) da chave a corrente IL se anular, significa que
toda a energia armazenada no indutor L foi transferida à carga
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
iL = iE
vS = 0
iD = 0 iC = Io
Io
vL = E
+ -
vD = Vo
- +
+
-
1ª Etapa (0; tc): S fechada = L acumula energia = D bloqueado.
O capacitor C alimenta a carga R.
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UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
iL
vS = 0
vC = Vo
-
iL = iE
vL = vC-E
vS=Vo
iD = iL iC Io
iL = iE = 0
iD = 0
iS = iL
iS = 0
iS = 0
iC = Io
O capacitor C alimenta a carga R.
2ª Etapa (tc; tc + to): S aberta = D em condução.
Transferência da energia da entrada para saída.
3ª Etapa (tc + to; T): Toda a energia armazenada em L foi transferida
à carga = D bloqueado = O capacitor C alimenta a carga R.
vL = 0
- +
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
 Condução descontínua – Formas de onda:
VS
(Vo – tensão na carga)
0
io
0
t
t
v
IDmed = Io
(E – tensão de entrada)
VL
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UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
iL
Ilmed= IDmed
0
(IM)
t
tc to
T
vo
0 t
0 t
(E)
VL
ta
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
 Exercício:
 O regulador boost tem uma tensão de entrada E=5V. A tensão média de saída Vo=15V e a corrente média
da carga Io=0,5A. A frequência de chaveamento é 25kHz. Se L=150uH e C=220uF, determinar: (a) D, (b) a
ondulação do indutor ΔI, (c) a corrente máxima do indutor; (d) a tensão de ondulação do capacitor de
filtro ΔVc.
D
E
V
E o
o
−
=
=
1
D
Lf
E
I =
∆ D
f
I
E
L
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∆
=
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UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
Lf f
Imax
( ) f
L
E
D
D
I
I o
M
⋅
⋅
⋅
+
−
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2
1
2
2
I
I
I
I
I
I
Lmed
m
Lmed
M
∆
−
=
∆
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( ) f
L
E
D
D
I
I o
m
⋅
⋅
⋅
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−
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2
1
( )
D
I
I o
Lmed
−
=
1
C
f
Io
D
v
v o
c
⋅
⋅
=
∆
=
∆
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
 Simulação:
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Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
 Formas de onda (contínuo – L=150μH):
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UTFPR – Campus Curitiba
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Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Boost
Boost
 Formas de onda (descontínuo – L=15μH):
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UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
Eletrônica de Potência
Eletrônica de Potência –
– Buck
Buck
 Referências bibliográficas:
- BARBI, Ivo.  MARTINS Denizar Cruz. Conversores CC-CC Básicos Não-Isolados, 1ª
edição, UFSC, 2001
- MUHAMMAD, Rashid Eletrônica de Potência; Editora: Makron Books, 1999
- ERICKSON, Robert W.; MAKSIMOVIC, Dragan. Fundamentals of power electronics.
New York: Kluwer Academic, 2001. MOHAN, Ned; UNDELAND, Tore M.; ROBBINS,
21
UTFPR – Campus Curitiba
Prof. Amauri Assef
New York: Kluwer Academic, 2001. MOHAN, Ned; UNDELAND, Tore M.; ROBBINS,
William P. Power electronics: converters, applications, and design, New York: John
Wiley, 1995
- AHMED, Ashfaq. Eletrônica de Potência; Editora: Prentice Hall, 1a edição, 2000
- José A. Pomilio, “Eletrônica de Potência”, UNICAMP. Disponível em:
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor/

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  • 2. Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost Conversor CC-CC elevador de tensão - Boost: Produz um valor médio de tensão na saída valor médio da tensão de entrada Step-up Teoricamente, a tensão mínima de saída é igual a tensão de alimentação E Número de componentes empregado é basicamente a mesma do conversor Buck 2 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef A indutância L é colocada em série com a fonte de alimentação E Assim, a fonte de alimentação terá comportamento de fonte de corrente A carga se comporta como uma fonte de tensão Conversor CC-CC Boost Conversor CC-CC Buck
  • 3. Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost Supondo o valor de C suficientemente grande, pode-se considerar a carga como uma f.e.m de valor Eo O conversor boost alimenta cargas com característica de fonte de tensão contínua, a partir de uma fonte de corrente contínua No conversor Boost a corrente do diodo D é sempre descontínua A corrente da fonte de alimentação E (iL) pode ser contínua ou descontínua O grau de continuidade da corrente de entrada depende do nível de energia 3 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef O grau de continuidade da corrente de entrada depende do nível de energia armazenada em L durante o tempo de condução da chave iL iS iD iL iS iD iL iS iD
  • 4. Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost Etapas de funcionamento: Etapa 1 (a chave S é fechada 0 t tc – carga do indutor): Durante o intevalo tc, a corrente no indutor L CRESCE, armazenando energia; O diodo D é polarizado reversamente, isolando o estágio de saída da fonte iS = iL, e iD = 0 4 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef S L D Etapa 2 (a chave S é aberta tc t T – descarga do indutor): Durante o intervalo ta (S aberta), a energia armazenada é TRANSFERIDA para a carga através do diodo D; O diodo entra em condução A fonte de corrente iL passa a entregar energia à fonte Eo iS = 0 e iL = iD
  • 5. Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost Principais formas de onda: (iL) is tc ta t Etapa 1: 0 t tc Chave fechada (curto-circuito) iS iD = 0 iL VS 5 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef T (Eo) Vs (iL) iD (curto-circuito) Etapa 2: tc t T Chave aberta t t iS = 0 iD iL VS
  • 6. Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost Ganho estático: Considerando S operando com f fixa e D variável, a energia cedida pela fonte E é: A energia recebida pela fonte Eo é: T I E W L E ⋅ ⋅ = 6 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef Portanto: Desse modo: ) tc T ( I E W ta I E W L o o L o o − ⋅ ⋅ = ⇒ ⋅ ⋅ = ) tc T ( I E T I E W W L o L o E − ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ = D E Eo − = 1 1 T tc D = Sendo D E Eo − = 1
  • 7. Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost A equação representa a característica ideal de transferência do conversor Boost Quando D tende à unidade, Eo tende teoricamente a um valor infinito Verifica-se que a mínima tensão de saída é igual a E Em regime permanente, o valor da tensão média no indutor é nulo Eo = 1 E Eo 7 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef D E Eo − = 1 1 E D
  • 8. Condução contínua: A corrente da fonte de alimentação e do indutor L flui continuamente Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost Etapa 1: 0 t tc Chave fechada t E I i t E I i dt di L E v E L L + = ⇒ = − = ⇒ = i iL iD=0 8 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef Chave fechada (curto-circuito) Etapa 2: tc t T Chave aberta tc L E I I t L E I i t L E I i min M min L min L + = + = ⇒ = − ( ) ( )ta L V E I I t L V E I i E dt di L E E v E o max min o max L o L o L − + − = − + = ⇒ + = = iS iS=0 iL iC io
  • 9. Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost Condução contínua – Formas de onda: VS (Vo) iL ΔI ILmed 0 IM Im iC 0 (-Io) (IM - Io) io t t I 9 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef 0 0 IM Im iS iD 0 IDmd = Io 0 t t t t tc ta T vo 0 t R Vo Io = Io ( )T D ta DT tc − = = 1
  • 10. Condução contínua - Ondulação da corrente de entrada: Ao final da 1ª etapa (t=tc) io = IM Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost DT L E I I tc L E I I m M m M + = + = D Lf E I = ∆ D f I E L ∆ = Corrente média – supondo circuito sem perdas Valores máximos e mínimos de corrente (pag. 73) 10 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef DT L I I m M + = ( ) f L E D D I I o M ⋅ ⋅ ⋅ + − = 2 1 D Lf I = ∆ D f I L max ∆ = 2 2 I I I I I I Lmed m Lmed M ∆ − = ∆ + = ( ) f L E D D I I o m ⋅ ⋅ ⋅ − − = 2 1 E I V I I V I E o o L o o L ⋅ = ⇒ ⋅ = ⋅ ( ) D I I o Lmed − = 1
  • 11. Corrente média na chave S: Corrente média no diodo D: Corrente eficaz na chave S: Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost ( ) E M m s DI D I I I = ⋅ + = 2 ( ) ( ) ( ) E M m D I D D I I I − = − ⋅ + = 1 2 1 Corrente eficaz na chave S: Corrente eficaz no diodo D: 11 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef ( ) E RMS s I D I ⋅ = ( ) E RMS D I D I ⋅ − = 1 * * * Equações válidas para pequenas ondulações de corrente ( 20% ILmed), onde Ilmed = IE
  • 12. Cálculo do capacitor A ondulação da tensão no capacitor ΔVc é igual à ondulação da tensão Δvo Durante a condução de S o capacitor C fornece energia à carga (↓Vc) Quando S é aberta, a fonte de alimentação recarrega o capacitor (↑Vc) Em regime permanente, ocorre a ondulação da tensão do capacitor ΔVc Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost Considerando uma constante de tempo Ro.Co suficientemente grande, durante o intervalo de tempo Δt=tc, o capacitor alimenta a carga com corrente constante Io: Ou seja, a ondulação no capacitor é: 12 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef t v C I dt dv C i c o c c ∆ ∆ ⋅ = ⇒ ⋅ = T tc C T I v C t I V V v o c o Cm CM c ⋅ ⋅ = ∆ ∆ ⋅ = − = ∆ C f Io D v v o c ⋅ ⋅ = ∆ = ∆
  • 13. Dessa forma, pode-se determinar o valor do capacitor por: Tensão média no capacitor Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost c o v f Io D v f Io D C ∆ ⋅ ⋅ = ∆ ⋅ ⋅ = E Vo V = = VS (Vo) iL ΔI ILmed 0 0 IM Im t t 13 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef D E Vo VCmd − = = 1 0 t iD 0 IDmd = Io t vc ΔVc VCmed 0 VCM VCm iC 0 IM - Io t - Io
  • 14. Cálculo da indutância crítica Para garantir a operação em condução contínua, o mínimo valor da corrente no indutor deve ser maior do que zero Pode-se determinar o mínimo valor de indutor que garante esta condição, fazendo-se a corrente mínima igual a zero (condução crítica): Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost 14 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef ( ) D D I f E L L o crit − ⋅ ⋅ ⋅ = ≥ 1 2 ( ) f L E D D I I crit o m ⋅ ⋅ ⋅ − − = = 2 1 0 Condução contínua Condução descontínua
  • 15. Condução descontínua: Se durante o tempo de abertura (ta) da chave a corrente IL se anular, significa que toda a energia armazenada no indutor L foi transferida à carga Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost iL = iE vS = 0 iD = 0 iC = Io Io vL = E + - vD = Vo - + + - 1ª Etapa (0; tc): S fechada = L acumula energia = D bloqueado. O capacitor C alimenta a carga R. 15 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef iL vS = 0 vC = Vo - iL = iE vL = vC-E vS=Vo iD = iL iC Io iL = iE = 0 iD = 0 iS = iL iS = 0 iS = 0 iC = Io O capacitor C alimenta a carga R. 2ª Etapa (tc; tc + to): S aberta = D em condução. Transferência da energia da entrada para saída. 3ª Etapa (tc + to; T): Toda a energia armazenada em L foi transferida à carga = D bloqueado = O capacitor C alimenta a carga R. vL = 0 - +
  • 16. Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost Condução descontínua – Formas de onda: VS (Vo – tensão na carga) 0 io 0 t t v IDmed = Io (E – tensão de entrada) VL 16 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef iL Ilmed= IDmed 0 (IM) t tc to T vo 0 t 0 t (E) VL ta
  • 17. Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost Exercício: O regulador boost tem uma tensão de entrada E=5V. A tensão média de saída Vo=15V e a corrente média da carga Io=0,5A. A frequência de chaveamento é 25kHz. Se L=150uH e C=220uF, determinar: (a) D, (b) a ondulação do indutor ΔI, (c) a corrente máxima do indutor; (d) a tensão de ondulação do capacitor de filtro ΔVc. D E V E o o − = = 1 D Lf E I = ∆ D f I E L max ∆ = 17 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef Lf f Imax ( ) f L E D D I I o M ⋅ ⋅ ⋅ + − = 2 1 2 2 I I I I I I Lmed m Lmed M ∆ − = ∆ + = ( ) f L E D D I I o m ⋅ ⋅ ⋅ − − = 2 1 ( ) D I I o Lmed − = 1 C f Io D v v o c ⋅ ⋅ = ∆ = ∆
  • 18. Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost Simulação: 18 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef
  • 19. Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost Formas de onda (contínuo – L=150μH): 19 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef
  • 20. Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Boost Boost Formas de onda (descontínuo – L=15μH): 20 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef
  • 21. Eletrônica de Potência Eletrônica de Potência – – Buck Buck Referências bibliográficas: - BARBI, Ivo. MARTINS Denizar Cruz. Conversores CC-CC Básicos Não-Isolados, 1ª edição, UFSC, 2001 - MUHAMMAD, Rashid Eletrônica de Potência; Editora: Makron Books, 1999 - ERICKSON, Robert W.; MAKSIMOVIC, Dragan. Fundamentals of power electronics. New York: Kluwer Academic, 2001. MOHAN, Ned; UNDELAND, Tore M.; ROBBINS, 21 UTFPR – Campus Curitiba Prof. Amauri Assef New York: Kluwer Academic, 2001. MOHAN, Ned; UNDELAND, Tore M.; ROBBINS, William P. Power electronics: converters, applications, and design, New York: John Wiley, 1995 - AHMED, Ashfaq. Eletrônica de Potência; Editora: Prentice Hall, 1a edição, 2000 - José A. Pomilio, “Eletrônica de Potência”, UNICAMP. Disponível em: http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor/