O documento discute o que é a adolescência, incluindo as mudanças físicas, emocionais e sociais que ocorrem nessa fase. Também aborda como lidar com os adolescentes, enfatizando a importância de ouvir sem julgar, ter empatia, amor e paciência. Além disso, fornece dicas sobre como ensinar os adolescentes de forma efetiva usando uma linguagem apropriada e cultivando a amizade.
1. ADOLESCÊNCIA
Parte 1
O QUE É ADOLESCÊNCIA ?
A adolescência deve ser encarada normalmente, como as outras fases da vida: infância,
juventude, maturidade e velhice. Em todas essas etapas, enfrentamos mudanças com as
quais devemos nos adaptar. É preciso entender a adolescência como um processo
normal do indivíduo em direção à maturidade.
A peculiaridade dessa faixa etária é que todas as transformações (físicas, emocionais,
psicossociais, intelectuais e espirituais) acontecem ai mesmo tempo e rapidamente.
Duração da adolescência.
Cada dia que passa, as crianças amadurecem mais cedo. Deve-se considerar o contexto
cultural em que cada uma vive. Por isso, não se pode fixar uma idade específica para o
início ou fim da adolescência. Podemos dizer que na maioria dos casos, segundo
pesquisas de comportamento, por volta dos nove anos de idade, começam a despontar as
características da adolescência. As transformações dessa fase prolongam-se até aos
vinte anos. Podemos dividi-la em três etapas:
• Pré- adolescência: 9 aos 12 anos
• Adolescência: 13 aos 16 anos
• Adolescência final ou juventude: 17 a 20 anos
Parte 2
Mudanças físicas
As mudanças físicas causam aos adolescentes embaraços e problemas de auto-aceitação.
É um desafio conviver com o próprio corpo.
É nessa fase que descobrem a sexualidade. As dificuldades em controlar seus impulsos
sexuais, em muitos casos, acabam levando-os à prática da masturbação e as primeiras
experiências de relações sexuais. Por isso, é importante serem instruídos sobre os
padrões bíblicos da sexualidade.
As principais transformações físicas que ocorrem na puberdade são:
• Alteração das proporções do corpo;
• Aumento de massa muscular;
• Mudança de estatura;
• Crescimento acelerado dos órgãos sexuais;
• Crescimento de pelos;
• Mudança na voz;
• Aparecimento de espinhas e cravos;
• Cansaço;
• Crescente atividade das glândulas sudoríparas; e
• Aparecimento da menstruação nas garotas e polução noturna nos rapazes.
2. Outras mudanças
A turma
Na adolescência surge o espírito de independência dos pais e dos valores deles. A
família passa para o segundo plano. Os filhos não querem mais acompanhar os pais em
viagens de férias, festas e passeios.
A comunicação em casa pode se reduzir ao mínimo, provocando um certo
distanciamento.
Os adolescentes procuram seu “grupo” e querem ser aceitos. Buscam identificação com
a turma nos costumes, na maneira de se vestir, na linguagem e nas formas de diversão.
Os modelos
São as pessoas com quem os adolescentes se identificam. Neles, vêem seus sonhos e
aspirações concretizadas. São modelos para se espelharem e se motivam a lutar por seus
ideiais.
Paixões
A adolescência é um período de despertamento das paixões. Sonhar acordado é muito
comum nessa fase, principalmente quando ocorrem as “paixonites” pelo sexo oposto.
Os rompimentos amorosos são muito penosos, deixando as jovens criaturas deprimidas.
Os pais muitas vezes podem tentar impedir um adolescente de namorar, mas evitar que
se apaixone é impossível.
Os sentimentos são inconstantes e volúveis. Um dia o adolescente acorda amando. No
seguinte, pode esquecer completamente seu amor não-correspondido. E, se algo mais
interessante aparecer a sua frente é capaz de apaixonar-se rapidinho por outra pessoa.
Essa instabilidade faz parte do processo de ajuste social do adolescente. O equilíbrio
desejado chegará aos poucos.
Crise de Identidade
Em meio aos conflitos, ficam agressivos e atrevidos na maneira de se expressar. Por trás
dessa “rebeldia”, muitas vezes, escondem suas crises e inseguranças. Os adolescentes
estão fazendo quatro perguntas básicas sobre a vida:
• Quem sou eu ?
• Que atitudes devo tomar ?
• Que autoridade devo respeitar ?
• Qual será meu estilo de vida ?
Infelizmente, muitos adolescentes não encontram oportunidade e ambiente favoráveis
para responder a seus questionamentos. Por isso, tornam-se, mais tarde, adultos
imaturos, que chamamos de ADOLESCENTES MAL RESOLVIDOS, pois na
adolescência não amadureceram suas atitudes infantis.
Coragem e ousadia
3. Os adolescentes acham que são capazes de mudar o mundo com suas brilhantes idéias.
Querem espaço para coloca-las em prática (pelo menos algumas delas). No primeiro
ambiente com que se identificam e se sentem aceitos, eles se estabelecem. Esse
ambiente pode ser a igreja, um clube, ou mesmo uma turma de vândalos e delinqüentes.
A importância de canalizar essa CORAGEM E OUSADIA para o caminho correto é
função, em primeiro lugar, dos pais, e também da igreja.
Desenvolvimento Moral
“Conhecer a Jesus é muito bem, mas a igreja é maçante”.
“Meus pais dizem que devo obedecer a Palavra de Deus, mas eles não praticam o que
pregam”.
“Eu acredito na Bíblia porque meu professor de Escola Dominical disse que deveria,
mas agora não tenho certeza”.
“Sei que disse que fui salvo na terceira série e batizado algum tempo depois, mas, ás
vezes, tenho dúvidas se realmente sou salvo”.
Comentários assim parecem um retrocesso na fé e soam negativamente para os pais e
muitos outros que trabalham com jovens. No entanto, quando você refletir nesses
pensamentos, verá que ilustram de fato o crescimento do adolescente em direção a uma
fé mais madura.
Decisões espirituais
Intimamente relacionado ao seu idealismo está o fato de que, muitas vezes, os
adolescentes tomam sólidas decisões espirituais. Logo que vencem as dúvidas, o
cristianismo torna-se muito pessoal. Embora os livros divirjam sobre média de idade
para conversão a Cristo, o período entre doze anos e reconhecido como o ponto alto
para que o individuo creia e entregue sua vida a Jesus.
Uma advertência se faz necessária aqui. É possível que as decisões dos jovens
adolescentes sejam estritamente emocionais. Eles são muito suscetíveis a apelos
emocionais e podem ser pressionados a tomar quase todo tipo de decisão mediante
investidas perspicazes e públicas em suas emoções. Por exemplo, é muito fácil
pressionar um grupo inteiro de adolescentes a se dedicar novamente ao Senhor ou a ser
voluntário no departamento de missões. Basta fazê-los se sentirem culpados,
independentemente da ação do Espírito Santo.
Parte 3
QUALIDADES DE UM LÍDER QUE DESEJA AJUDAR ADOLESCENTES
Saber ouvir (Tg 1.19) Mesmo que você tenha de ouvir coisas aparentemente sem
importância, seja um bom ouvinte. O adolescente que tem abertura para falar o que é
supérfluo tem liberdade para contar dificuldades maiores.
Cordialidade – Ter cuidado, respeito e preocupação sincera, sem demonstrar decepção
ou surpresa diante do que é relatado.
Empatia – Colocar-se na situação do adolescente. Mostrar-lhe compreensão sem
julgamentos apressados.
4. Amor – Peça a Deus que o amor ÁGAPE o invada, para derramá-lo sobre o adolescente.
Ágape é o amor disposto a sacrificar-se pelo outro como Jesus o fez por nós na cruz.
O que dizer quando o problema for pecado ?
Saber do que o coração humano é capaz – (Jr 17.5,9-10)
Por melhor formação que um adolescente tenha recebido, ele não deixa de ser humano,
descendente de Adão e passível de pecados terríveis. Deus não tem ilusões quanto ao
coração do homem ( é desesperadamente corrupto).
Confrontar com a verdade bíblica para que haja arrependimento - Falar com amor mas
identificar o pecado e mostrar como sair dele. Apóie seu posicionamento sempre com
passagens bíblicas.
Crer que Deus pode modificar situações – (Mt 19.26 ; Lc 18.27) Para Deus, não há
impossíveis em todos os seus propósitos.
Dê atenção integral ao adolescente – Não fique apenas com o corpo presente e a cabeça
pensando em seus problemas. Esteja atento! Ouça-o fitando seus olhos.
Parte 4
ENSINAR OS ADOLESCENTES
Você não precisa ser um expert em comunicação para lidar com os adolescentes. Deus
vai utilizar a sua disposição para transformar ávida dos seus discípulos. Claro que
quanto mais você se informa, mas tem chances de acertar. Mas nem tudo depende de
você.
Faça a sua parte no ensino dos adolescentes no poder do Espírito Santo, e os resultados,
o próprio Deus garante. Jesus quando esteve com seus discípulos não conseguiu 100%
de aprovação. Dos doze, um o traiu, e outro o negou três vezes.
ATITUDES DE UM BOM COMUNICADOR
Eis algumas atitudes que consideramos importantes no ensino dos adolescentes.
1. Identificar-se com o adolescente
É fato preponderante para assimilação de qualquer conceito por parte deles. A
identificação acontece em vários aspectos: vestimenta, maneira de falar, conhecimento
dos seus gostos musicais, de suas inquietações, ansiedades, sonhos e metas.
Não estamos pregando que o líder deva sair por aí de brinco na orelha, cabelo colorido,
tênis rasgado ou coisa assim. Mas, ter o cuidado de que a sua maneira de vestir, falar,
etc, não seja motivo de piada, e, sim, uma ponte para o mundo dos seus adolescentes.
2. Partir do conhecimento para o desconhecido
Para que o adolescente tome uma posição a respeito de uma verdade bíblica, é preciso
levá-lo antes a refletir sobre o assunto. Não adianta apenas dizer: “Deus não quer. É
pecado. Não faça!”. Ele quer saber os porquês, os prós e os contras. Achar sentido para
o fato. Isso faz parte de sua natureza.
5. Ao realizar Estudos Bíblicos, é necessário usar estratégias que o levem a pensar sobre o
assunto. Devem-se promover debates, dinâmicas de grupo, dramatizações etc. Com
aspectos práticos retirados do seu dia-a-dia.
Não adianta saber a genealogia de Cristo de cor (embora seja um assunto importante) se
na segunda-feira ele não sabe como enfrentar a tentação de entrar na onda do mundo ou
de não transar antes do casamento.
3. Usar a linguagem adequada
Isso não quer dizer que você deva falar só gírias e português errado, como muitos deles
fazem. Utilize exemplos e palavras que lhe são conhecidos.
O emprego de vocabulários difíceis pouco produz e nada comunica. Os adolescentes
vão pensar que você é de outro planeta se disser “chavões” como: “vocês não devem
ceder a cobiça carnal. A concupiscência da carne é devastadora, Só o sangue de Jesus
poderá redimir o pecado...” Explique os conceitos difíceis em palavras simples.
4. Manter postura de simplicidade
Dirigir-se ao adolescente com ar de professor sabe-tudo e infalível só o irritará e o
afastará.
O caminho mais acertado é o da coerência, transparência e honestidade. O adolescente
precisa perceber que você é gente como ele, que pode errar, mas reconhece o seu erro.
Agindo assim, em pouco tempo se adquire respeito e autoridade.
5. Ouça o que o adolescente tem para dizer e respeite-o
Algumas vezes o adolescente emite opiniões que no entendimento de um adulto são
inconseqüentes. Não queira rebate-las todas de uma vez e sem explicações. Em nossa
experiência temos constatado que se você ouvir as “abobrinhas” (pequenos problemas)
deles, eles terão mais facilidade para contar, depois, os seus “abacaxis” (suas maiores
dificuldados).
6. Não subestime a capacidade de percepção do adolescente
Não trate como “coitadinho” nem como criança. Em sua comunicação, seja agradável,
brincalhão, mas no momento do desafio, da confrontação com as verdades bíblicas,
mostre seriedade e convicção.
Ficar em cima do muro, não dar respostas objetivas e seguras, não funciona. É melhor
dizer que não sabe e que vai estudar melhor o assunto do que deixar dúvidas.
7. Cultive a amizade
Converse com o adolescente de “amigo para amigo”. Saia do convencional “ E aí tudo
bem?, tudo bem mesmo?, Ta calor né?”. Pergunte: “E as novidades?” ou “ E aí, como
está o coração?”. Você não imagina o efeito que essas frases causam. O adolescente
quer sentir o seu interesse por ele como pessoa, não como um a mais na multidão.
6. Ao realizar Estudos Bíblicos, é necessário usar estratégias que o levem a pensar sobre o
assunto. Devem-se promover debates, dinâmicas de grupo, dramatizações etc. Com
aspectos práticos retirados do seu dia-a-dia.
Não adianta saber a genealogia de Cristo de cor (embora seja um assunto importante) se
na segunda-feira ele não sabe como enfrentar a tentação de entrar na onda do mundo ou
de não transar antes do casamento.
3. Usar a linguagem adequada
Isso não quer dizer que você deva falar só gírias e português errado, como muitos deles
fazem. Utilize exemplos e palavras que lhe são conhecidos.
O emprego de vocabulários difíceis pouco produz e nada comunica. Os adolescentes
vão pensar que você é de outro planeta se disser “chavões” como: “vocês não devem
ceder a cobiça carnal. A concupiscência da carne é devastadora, Só o sangue de Jesus
poderá redimir o pecado...” Explique os conceitos difíceis em palavras simples.
4. Manter postura de simplicidade
Dirigir-se ao adolescente com ar de professor sabe-tudo e infalível só o irritará e o
afastará.
O caminho mais acertado é o da coerência, transparência e honestidade. O adolescente
precisa perceber que você é gente como ele, que pode errar, mas reconhece o seu erro.
Agindo assim, em pouco tempo se adquire respeito e autoridade.
5. Ouça o que o adolescente tem para dizer e respeite-o
Algumas vezes o adolescente emite opiniões que no entendimento de um adulto são
inconseqüentes. Não queira rebate-las todas de uma vez e sem explicações. Em nossa
experiência temos constatado que se você ouvir as “abobrinhas” (pequenos problemas)
deles, eles terão mais facilidade para contar, depois, os seus “abacaxis” (suas maiores
dificuldados).
6. Não subestime a capacidade de percepção do adolescente
Não trate como “coitadinho” nem como criança. Em sua comunicação, seja agradável,
brincalhão, mas no momento do desafio, da confrontação com as verdades bíblicas,
mostre seriedade e convicção.
Ficar em cima do muro, não dar respostas objetivas e seguras, não funciona. É melhor
dizer que não sabe e que vai estudar melhor o assunto do que deixar dúvidas.
7. Cultive a amizade
Converse com o adolescente de “amigo para amigo”. Saia do convencional “ E aí tudo
bem?, tudo bem mesmo?, Ta calor né?”. Pergunte: “E as novidades?” ou “ E aí, como
está o coração?”. Você não imagina o efeito que essas frases causam. O adolescente
quer sentir o seu interesse por ele como pessoa, não como um a mais na multidão.