Você conhece as heresias antigas que atormentaram a Igreja? O que significa na verdade uma heresia? Devemos conhecer para, além de não cair nelas, ajudar a outros que não caiam.
As principais heresias na história do cristianismo
1. Heresias
Por que as heresias?
Na sublime oração, que os exegetas chamam de
'Oração Sacerdotal', Cristo pediu ao Pai, com uma
espécie de angústia, que seus discípulos guardassem,
para sempre, a unidade: 'Pai santo, guardai em vosso
nome os que me destes, para que sejam um como nós.
Não peço por eles, mas por todos aqueles que,
movidos por sua pregação, crerem em mim, para que
todos sejam um como Vós, meu Pai, estais em mim e
Eu em Vós, para que também eles sejam um em nós, a
fim de que o mundo saiba que me enviastes' (Jo 11,2024).
2. Heresias
A fé na Palavra de Deus é livre. Deus não força
ninguém. Mas é inevitável que a fé exija do
homem um esforço de submissão e obediência.
Essa obediência é opção. Foi por isso que São
Paulo pôde dizer: 'É necessário que haja
heresias, a fim de que se manifestem entre vós
os irmãos de virtude experimentada' (Cor1,
11,19).
Monsenhor Cristiani
3. Heresias
O que seria uma heresia
Para ser culpado de heresia, uma pessoa deve
estar obstinada (incorrigível) no erro. Uma
pessoa que está aberta à correção ou que
simplesmente não tem consciência de que o
que ela está dizendo é contrário ao
ensinamento da Igreja, não pode ser
considerada como herética. Basicamente o
herege nega uma ou mais verdades de fé e,
mesmo depois de corrigido, permanece no erro.
4. Heresias
Judaizantes - Muitos dos primeiros Cristãos eram Judeus, e
esses trouxeram para a Fé cristã muitas de suas práticas e
observâncias judaicas. Eles reconheciam em Jesus Cristo o
Messias anunciado pelos profetas e o cumprimento do
Antigo Testamento, mas uma vez que a circuncisão era
obrigatória no Antigo Testamento para a participação na
Aliança com Deus, muitos pensavam que ela era também
necessária para a participação na Nova Aliança que Cristo
veio inaugurar. Portanto eles acreditavam que era
necessário ser circuncidado e guardar os preceitos
mosaicos para se tornar um verdadeiro cristão. Em outras
palavras, uma pessoa deveria se tornar judeu para poder se
tornar cristão. Uma forma ´light´ desta heresia é a dos
Adventistas de Sétimo Dia e outras seitas sabatistas.
5. Heresias
Montanismo (final do Séc. II)
Montano iniciou inocentemente sua carreira pregando um
retorno à penitência e ao fervor. Todavia ele alegava que seus
ensinamentos estavam acima dos ensinamentos da Igreja
porque ele era diretamente inspirado pelo Espírito Santo. Logo,
logo ele começou a ensinar sobre uma eminente volta de Cristo
em sua cidade natal na Frígia. Seu movimento enfatizava
sobretudo a continuidade dos dons extraordinários como falar
em línguas e profecias.
Montano afirmava que a Igreja não tinha capacidade de perdoar
pecados mortais. Esta heresia, de uma certa forma, está
presente em muitas seitas atuais, cuja rigidez de costumes traz
esta idéia no fundo. Um exemplo seria a 'Assembléia de
Deus', ou até a seita suicida africana.
6. Heresias
Adocionismo (+- 180)
Consistia em explicar o título de Filho de Deus, dado a
Cristo, por causa de sua adoção por Deus. Nisso, havia duas
heresias:
1 - Rejeitava-se a Santíssima Trindade;
2 - Negava-se a divindade de Cristo e a Encarnação do
Verbo
O promulgador do adocionismo foi um rico curtidor de
Bizâncio, chamado Teódato e foi condenado pelo Papa Vitor
I, pelo ano 190. Os partidários mais notáveis da heresia
foram um outro Teódoto, banqueiro, e certo Artémon.
7. Heresias
Sabelianismo (210)
Na mesma época, propagava-se um erro mais grave, mais sábio e muito
mais terrível, iniciado por um certo Noet. Mas sua ações foi eclipsada pela de
Praxéas. O principal teólogo dessa tendência foi, entretanto, sabélio, depois
de 210. A heresia costuma também chamar-se de monaquismo. Este
segundo nome provém do fato de que os sabelianos diziam abertamente:
"Só admitimos a monarquia", isto é, a unidade de pessoa como a unidade de
natureza em Deus. O Pai, Filho e Espírito Santo, nomes usados na Igreja
desde o princípio, especialmente na Liturgia do Batismo, significavam uma
pessoa só. Portanto, foi o Pai que se encarnou no seio da Virgem e, no
nascimento, tomou o nome de Filho, que pregou, sofreu e ressuscitou.
Portanto, os ortodoxos os chamam de patri-passiens (os que creem que o
Pai sofreu por nós na cruz) e modalistas, pois para eles, as três pessoas da
Trindade de reduzem a simples modos de expressão. Eles rejeitam o
adocionismo, mas no século III, o bispo Paulo Samosata achou um jeito de
conciliar as duas heresias, sendo condenado no Concílio de Antioquia, em
268.
8. Heresias
Arianismo (318)
Heresia promulgada por Ário, homem austero, distinto, alto e magro,
eloquente e hábil, muito popular, padre numa importante igreja na diocese de
Alexandria. Depois do conflito entre ele e o Bispo de Alexandria, Alexandre,
que tentou todo com todo tipo de persuasão e doçura convencê-lo a
retroceder, reuniu os bispos do Egito e Líbia e, entre os anos 320 e 321,
condenou Ário, que teve que abandonar sua paróquia.
A doutrina era a seguinte: Deus é um e eterno. O Verbo ou Logos é sua
primeira criatura e por Ele foi tirada do nada. Serviu-se dele para criar nosso
mundo. Portanto, o Verbo é superior e anterior a todas as outras criaturas
mas só podemos chama-lo Deus enquanto criador do mundo. Na realidade
não passa do filho adotivo de Deus. O Espírito Santo, por sua vez, é a
primeira criatura do Filho e, por isso mesmo, lhe é inferior. Foi condenado no
Concílio de Niceia, em 325.
9. Heresias
Os pneumatomáquios (360)
Macedôneo, Bispo ariano de Constantinopla deposto em 360, era
ferrenho adversário da Divindade do Espírito, reunindo, em torno de si
bom número de discípulos, que se chamavam macedonianos ou
pneumatômacos (pneuma = espírito; máchomai = combater).
Vários Sínodos rejeitaram a doutrina de Macedônio; o mesmo foi feito
pelos padres capadócios. Mas o pronunciamento definitivo se deve ao
Concílio de Constantinopla I realizado em 381: 150 padres ortodoxos,
depois do afastamento de 36 macedonianos, condenaram o
macedonianismo e, para explicitar claramente a fé ortodoxa,
retomaram o artigo 32 do Símbolo de fé niceno, que rezava apenas:
"Cremos no Espírito Santo"; foram-lhe acrescentadas as palavras:
"Senhor e Fonte de Vida, que procede do Pai (cf. Jo 15,26), adorado e
glorificado juntamente com o Pai e o Filho, e falou pelos Profetas".
Assim teve origem o Símbolo de fé niceno-constantinopolitano, que
refuta tanto a heresia ariana quanto a macedônia.
10. Heresias
Donatismo (312)
Donato, bispo de Cartago (-335 d.C.), foi um ortodoxo extremista. Seu zelo
pela doutrina foi tal que o fez separar-se da Igreja para formar a sua própria
com um pensamento mais 'puro'.
Por volta de 312 d.C., Donato levantou uma questão sobre a eleição de
bispos. Na ordenação de um certo Cecílio para bispo de Cartago, um dos
que o consagrava havia cedido durante a perseguição (cedera livros
sagrados para serem queimados, com medo da morte), e, readmitido à
Igreja, tivera sua posição restaurada. Isso muito desagradou a Donato.
Donato ensinava (a exemplo de Cipriano) que apenas os que não tinham
pecados poderiam ministrar na Igreja, pois a validade das cerimônias
dependia daquele que as celebrava. Se alguém era pecador, ou tinha sido
ordenado por um deles, qualquer ministração (Ceia, batismo, casamento,
etc.) seria inválida. Seguindo esse raciocínio, e, não sendo aceito pela
comunidade da época, Donato formou uma nova comunidade.
11. Heresias
Donatismo (312)
Na comunidade de Donato não havia a interferência do
Estado, eles mesmos faziam seus próprios concílios, e
ordenavam seus bispos.
Hoje, temos um pouco do pensamento de Donato.
Com que olhos percebemos aqueles que tendo muita
comunhão com o Corpo de Cristo, tendo caído,
retornou ao Corpo? Desconfiamos. É claro que não
devemos deixar de lado a precaução, entretanto, não
deve haver o exagero a fim de manter o arrependido
12. Heresias
A questão de Orígenes
O concílio Constantinopla II, de 553 condenou as
doutrinas origenistas. Orígenes, no início do século III,
fora chefe da escola catequética de Alexandria. Dotado
de gênio incomparável, escrevera muitíssimo. Era
inevitável que nessa multidão de obras saídas das
suas mães e ditadas a numerosos copistas, houvesse
doutrinas um tanto perigoas. Nas obras dele que
conhecemos, há realmente de utdo, páginas
esplêndidas, ideias magnífica e teorias aventureiras
que a ortodoxia não pode suportar. Essas teorias
13. Heresias
A questão de Orígenes
1 - a criação eterna e o número infinito de mundos
sucessivos
2 - a preexistência (platônica) das almas e sua queda
nos corpos, a modo de castigo por faltas anteriores;
3 - a corporeidade dos anjos (etéreas)
4 - a negação da eternidade do inferno, também
chamada de restauração universal, por meio da
reabilitação geral dos condenados incluindo, ao que
parece, próprio satanás
5 - a negação da ressurreição da carne, tal como vem
14. Heresias
A questão de Orígenes
6 - a subordinação Verbo ao Pai
7 - a do Espírito Santo em relação ao Verbo. Atribui-se
a Orígenes a doutrina, segunda a qual, o Verbo só age
nos seres racionais e o Espírito nos santos. Por fim,
repreendia-se em Orígenes, como ainda hoje se faz, o
alegorismo generalizado em matéria bíblica.
O que realmente era dele é a pre-existência da alma, a
restauração universal e o fato de que alguns astros
sejam seres animados.
15. Heresias
Gnosticismo
Gnosticismo (do grego Γνωστικισμóς (gnostikismós);
de Γνωσις (gnosis): 'conhecimento') é um movimento
filosófico-religiosas que surgiu ao mesmo tempo que o
cristianismo. A isto se deve o fato de, durante tempos,
se pensasse que a gnose seria uma heresia cristã. Na
verdade, é uma religião parasita.
Salvação
- Possível
- Está nas mãos do homem
- Acontece através de uma fórmula, ou seja, a salvação é
16. Heresias
Gnosticismo
O Gnosticismo pretendia resolver dois problemas:
- Problema da criação
- Problema do mal
Eles construíram audaciosos sistemas para resolver estes
problemas. Segundo eles, além do reino da luz, que é o de
Deus, devemos distinguir o das trevas que é o da Matéria
eterna e das trevas. Entre o Deus-Abismo, como
costumavam falar, e o organizador da Matéria, que
chamavam de Demiurgo, deve ter havido um grande
número de graduações, que chamavam de Eons.
17. Heresias
Gnosticismo
A maioria das seitas juntava um Eon masculino com um
Eon feminino. O Demiurgo, autor de nosso mundo
material, segundo eles, era o último dos Eons, o mais
afastado do Deus-Abismo, ou um Demônio que arrebatara
uma centelha da Plenitude Divina – o Pleroma – a fim de
com ela animar a matéria.
18. Heresias
Gnosticismo
Para se acoplarem ao cristianismo, eles costumavam dizer
que Cristo era um Eon enviado por Deus. Esse Eon se
apoderou do homem Jesus no momento em que foi batizado
no Jordão. Daí em diante teve por missão levar os homens à
“verdadeira Gnose”, que é o Evangelho, para libertar os
homens da matéria. Foi assim que, graças a Ele, se operou a
Redenção. Quando o Evangelho tiver completado sua obra
sobre a terra, todas as parcelas de espírito divino – centelhas
aprisionadas na matéria, voltarão ao Pleroma. E o reino das
trevas ficaria para sempre nas trevas. Em nossos dias,
existem várias dessas ideias, por exemplo, no espiritismo.
19. Heresias
Chefes gnósticos
- Capócrates
- Valentim
- Márcio ou Marcião
Marcião - este deve ser separado dos outros gnósticos. Originário de
Sínope, no Ponto, veio a Roma pelos anos 135-140 e foi recebido na Igreja.
Dez anos mais tarde, rompia ruidosamente e fundava uma seita perniciosa
durante muito tempo. Sua doutrina essencial era a que chamava de Antítese.
Efetivamente um tato ao modo de Lutero mais tarde, opunha ao Antigo
Testamento, obra do Deus justo, ao Novo Testamento, obra do Deus bom.
Lutero contraporá também Lei e Evangelho. A Lei condena e o Evangelho
salva.
20. Heresias
Marxismo - pela explicação material (imanentizadas) para os problemas do mundo.
Quem é o Demiurgo? O capitalismo, pois seria as causas dos males da sociedade.
Eles prometem a justiça e a felicidade agora neste mundoTeologia da Libertação ᾶ
Carrega a característica número 2, ou seja, a realidade … que est¡ errada. O mundo
est¡ errado. Pregam uma igualdade nitidamente inexistente. Valoriza os "coitadinhos".
RCC – O elemento gnóstico se instala na RCC quando, ao invés de dizer que o
problema do mundo está na minha falta de conversão, diz, isso tudo está
acontecendo porque o nosso mundo está dominado pelo demônio.
Teologia da prosperidade - quando eles prometem soluções agora para os
problemas das pessoas, incitam a insatisfação das pessoas. É preciso materializar a
fé. A fé das pessoas é a gnose, o conhecimento e a materialização da fé é o ato
revolucionário.
Espiritismo - Traçam vários joguetes para tentar explicar o mundo adaptado aos
seus métodos lógicos. Acreditam que um tipo de deus criou o mundo e quer que nós
evoluamos através de sucessivas reencarnações até nos tornarmos espíritos
iluminados. Existem muitos fatores da Gnose antiga aí.
21. Heresias
Apolinarismo - Apolinário de Laodicéia (Síria) - Dizia que Jesus tinha assumido a
carne, não tinha uma alma humana, pois, segundo ele, tinha sido substituída pelo
Verbo (Logos). Condenado no concílio de Constantinopla I (381) e foi refutado por
muitos, principalmente São Gregório de Nissa: "O que não foi assumido pelo Verbo,
não foi redimido";
Nestorianismo - Essa heresia sobre a pessoa de Cristo foi iniciada por Nestorio,
bispo de Constantinopla que negava a Maria o título de Theotokos (literalmente 'Mãe
de Deus'). Nestorius alegava que Maria deu origem apenas à pessoa humana de
Cristo em seu útero e chegou a propor como alternativa o título Christotokos ('Mãe de
Cristo'). A teoria de Nestorius dividia Cristo em duas pessoas distintas (uma humana
e outra divina, unidos por uma espécie de 'elo perdido'), sendo que apenas uma
estava no útero de Maria. Foi condenado em 431 no Concílio de Éfeso, definindo
que Maria realmente é Mãe de Deus.
Monofisismo - Êutiques, monge de Constantinopla, admitia que Cristo provém de
duas naturezas, mas sem permanecer em duas naturezas após o processo de união.
Para ele, essa união foi como uma “mistura”, em que o humano foi absorvido pelo
divino e, conseqüentemente, Cristo não é “consubstancial” conosco, na humanidade.
Monifisismo (em grego monos - "um, único" - e physis - "natureza"). Condenado em
Calcedônia, em 451