Este documento discute vários tópicos relacionados ao desenvolvimento econômico, incluindo:
1) A importância da educação, especialmente nos primeiros anos, para o desenvolvimento de um país;
2) Os desafios da formação profissional no Brasil, como a fraca educação básica e a dificuldade em combinar oferta e demanda;
3) A importância do profissionalismo e da ética do trabalho bem feito para a produtividade e felicidade.
6. A mão invisível
• A busca do interesse individual é o
grande motor do sistema de
mercado
• Quando todos buscam seu
interesse, o benefício para a
coletividade é maior
(limtações)
11. Mas e o lado bom?
• Roma: 3-4 horas de trabalho para
comprar um pão
• Hoje, 5 minutos
• Pela primeira vez na história os
pobres podem ter um padrão de
vida digno
13. Os mecânicos que sabiam ler:
• Cientistas não inovavam, não faziam
coisas práticas
• Com avanços da
Educação, mecânicos liam e se
correspondiam sobre ciência
• Com a Lei de Patentes, viam na
inovação o caminho do
enriquecimento
15. Civilidade
• Adam Smith supunha civilidade
na Theory of Moral Sentiments
• Traduzindo para hoje: capital
social
16. Alexis de Toqueville
Capital Social: como o capital
físico, a confiança de uns nos
outros, garante as
transações, mesmo para
quem não tem capital físico
É público, não é propriedade
de alguém
Capacidade de colaboração
17. “Boa parte do atraso do
mundo se deve à falta de
confiança” "" (Camões)
(Kenneth Arrow, prêmio Nobel)
19. Errado! Dá certo é ter confiança!
• Gastos de vigiar aumentam custos
• Fiscalizar contratos é oneroso ou impossível
• Casa de campo sem caseiro? Ônibus sem
cobrador?
• Indústria moderna vulnerável aos funcionários
insatisfeitos
• Sem confiança, perdem-se oportunidades
21. Vou colher o milho do vizinho?
• O dele está maduro, o meu só em 15 dias
• Sozinho, perco metade da safra, meu vizinho
também
• Se eu ajudar a colher o dele, depois ele pode
ajudar com o meu
• Mas e se eu ajudar o vizinho e depois ele não
me ajudar?
• Se não houver confiança, ambos perdem
metade da safra, péssimo negócio
22. Se houver cooperação, é o melhor
dos mundos
Mas como conseguir isso?
Esse é o grande problema do
desenvolvimento
23. Capital Social = Confiança
• Crença: se outro ganhar, eu não vou perder
• Ganha-ganha em uma sociedade moderna
• É preciso que uns apostem na honestidade
e na palavra dos outros
• Confiança gera confiança. Quem confia tem
mais chances da outra pessoa cumprir
• Reciprocidade generalizada: altruismo de
curto prazo e interesse próprio de longo
26. • Inúmeras pesquisas estatísticas
• Sempre os mesmos resultados
Educação anda junto com
desenvolvimento
27. Três escolhos na
nossa educação:
É muito ruinzinha
Povo ainda não se convenceu disso
Também não entendeu que sem boa
educação não há desenvolvimento
30. Mostram coisas diferentes
• Estoque mostra o perfil de quem
está disponível para trabalhar
• Reflete o esforço, no passado
• Muda muito lentamente
• Fluxo mostra o esforço da escola
• Mede o desempenho presente
32. Pisa:
Mensageiro da notícia ruim
• Último lugar em 2001
• Brasileiros: noção geral do que está
escrito, mas isso é tudo
• SAEB confirma: na quarta série
predominam analfabetos
• INAF: ¾ de analfabetos funcionais
adultos
33. Os consertos urgentes
• Melhorar a qualidade nos primeiros
anos
• Revolucionar a formação de
professores
• Repensar a estrutura do Médio
34. • Foco na sala de aula e no ensino
• Apoio a alunos mais fracos
• Pré-escola: Expansão seletiva e
focalizada
• Currículo mais leve, mas fácil, mais
explícito
• Carreira docente:
seleção, incentivos, pagamento por
mérito, reduzir rotatividade e
35. • Escolha do diretor por mérito e contrato
de gestão
• Melhorar gestão: mais autonomia, apoio
administrativo, melhorar comunicação e
burocracia
• Consolidar avaliação: usar para premiar e
para identificar escolas precisando de
apoio especial
É fazer o feijão com arroz
37. Ensino Médio
• Europa: uma escola para cada perfil
de aluno ou área do conhecimento
• Estados Unidos: mesma escola, cada
um faz seu currículo
• Brasil: mesma escola, currículo único
para todos
48. “O conhecimento mora na
cabeça, mas entra pelas mãos”
(Corporação de Ofício francesa)
49. Acadêmico e profissional são
bichos diferentes
• Formação profissional tem um
objetivo claro, tem que ter ”pontaria”
• É difícil acoplar oferta e demanda
• Desencontro é o problema mais sério
e mais universal
• Quando anda bem, é a inversão mais
eficiente
50. Desafios da formação profissional
• Recebe alunos com educação
fraca, precisa compensar
• Pouca formação profissional, para o
tamanho da PEA, sobram pequenos
• Pioneiro em EAD e TI, mas não deu o
salto da grande escala
• Juntar teoria e prática: grande
desafio no técnico
51. Uma educação fraca altera a
equação do Sistema S
• Parte dos recursos é usada para
oferecer o ensino básico
• Formação profissional fica mais
cara, para reforçar habilidades
básicas
• Autodidatismo requer boa educação
52. Aprendizado de ofícios
• Mandato histórico
• Bom desempenho, até ótimo
• Não apareceu nada melhor (Lula)
• Persiste deficit de formação
profissional
• O que faz, faz bem, mas falta
muito a ser feito e há ruídos
53. Vulnerabilidade estrutural
• Se o empresariado paga a
conta, cobra resultados e
emprega o graduado melhor
solução!
• Mas se empresariado é fraco ou
passivo, não há cobranças
• Federações frágeis ou politizadas
Sistema S frágil ou politizado
54. Um novo desafio:
• A desvalorização dos ofícios
manuais qualificados clássicos
• Carpinteiros? Caldeireiros?
(Catalão, Feira das
profissões)
• O bacharelismo, “de com
força”, em edição revista e
aumentada
• Custos aumentam, produtividade
55. O Sistema S é de Primeiro
Mundo, nos estados em que as
federações e sindicatos patronais
cobram resultados e se abstém de
clientelismo
66. As raízes do profissionalismo: as
Corporações de Ofício
• Controle social do exercício
profissional: acesso e qualidade
• Sete anos de aprendizagem
• Acesso por dotes morais
• “Obra prima”, “chef d’oeuvre”
(= “tese de doutoramento”)
68. Profissionalismo =
ética do trabalho
• Fazer bem feito é um dever moral
• O hábito da perfeição não depende
de quanto se ganha
• Faço certo porque só sei fazer assim
(tapeteiro)
(crucifixo, encaixe entra cartão de visita?)
• Como só concebo fazer certo, não
preciso ser vigiado
(von Luc)
72. É o mesmo prazer de um ensaio
bem concebido, escrito e burilado
“A língua é uma ferramenta de
comunicação de todas a mais perfeita
, e as ferramentas (pergunte-se a um
operário) têm de estar limpas e em
condições de trabalhar eficazmente”
(José Saramago)
73. Profissionalismo combina:
• Ética do dever cumprido
• Estética do trabalho e das
ferramentas impecáveis (bom para a
alma)
• Felicidade de fazer com perfeição
• Autonomia: presto contas a mim
mesmo
(fechar uma gaveta abra a outra)
74. “Can you see, feel, hear how a
shaving comes out of a plane?”
(J. Krenov, um grande professor de marcenaria sueco-americano)
86. “Pelas mão do marceneiro, as
árvores desejam viver de novo”
(George Nakashima)
87. Profissionalismo não
saiu de moda!
• Mais satisfação no trabalho
• Mais produtividade, mais
qualidade
• Menos supervisão, fiscal mais
duro é o próprio profissional
• Mais qualidade de vida para
todos
(> 8 horas por dia)
88. “Um excelente bombeiro é infinitamente
mais admirável que um filósofo
incompetente. Uma sociedade que
despreza excelência nos bombeiros, por
ser uma ocupação humilde, e admite
mediocridade nos filósofos, por ser uma
atividade glorificada, nem terá bons
bombeiros e nem boa filosofia. Nem os
canos conterão a água e nem a filosofia as
críticas”
(J. Gardner)
91. Universidade Academicista
•
•
•
•
2% gasto com P&D: OK
13ª em pesquisa no mundo: ótimo
Usar as mãos? Jamais!
Experiência desvalorizada, diplomas
exaltados
• Contraste: Land Grant Colleges
(PUC MG)
92. Indústria tímida
• P&D das empresas é pouco
• Pouca inovação
• Pequenas nem sabem imitar
• Poucas patentes (Brasil hoje = US em
1850)
93. E a criatividade individual?
• Só samba e futebol?
• O mundo avança pelas inovações
simples
• Por que os operários não ficam
pensando em melhores soluções?
(CMC)
(Joel
Brastemp)
• Por que o ambiente da fábrica não
incentiva invenções?
(Usiminas, 3k projetos na Embraer!)
95. Lideranças empresariais
•
•
•
•
•
Interesses da indústria ou do próprio?
A burocracia no setor privado?
Empresa tem a cara do CEO
As representações atrazadas
Quem manda na empresa?
(Yale, devoluções)
(VEMAG, UE)
(pedras)
(Jobs)
98. O país do “não pode”
• Abrir empresas? Fechar empresas
(Elisa, Meroz, peças usadas em Nashville)
• Se não prejudica ninguém, por que
proibir?
(picolé na farmácia, injeção, CPF e RG para receber encomendas, RG
sem conferir, carteira motorista vencida)
• Habite-se, luz, água insignificante?
(CEMIG, Caporali)
• Eco-terrorismo: o novo inimigo do
mercado
99. São Tomás de Aquino
”Produzir com
objetivo de lucro trai
os princípios da lei
natural… é pecado tão
grave quanto o
homicídio”
100. O Capitalismo envergonhado
•
•
•
•
Mérito não é valorizado, lucro é feio
Capitalismo de tapetão
A “Síndrome do Coitadinho” (Eike vs Genoino)
A regulamentação como arma de
monopólio
(PRS no RGS)
112. As surpresas
Aparece um empresariado rural
moderno, substituindo o velho
coronel ausente
Agro-negócio só com educação!
A geografia é implacável
113.
114. • Sul maravilha sempre foi menos ruim
na educação
• Centro-Oeste colonizado por fluxos
migratórios do Sul
• Alguns enclaves de penetração dos
colonos sulinos (Bahia, Piaui, Pará)
no Norte e Nordeste