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USO DO PARTOGRAMA
Patricia de Rossi
Partograma
É a representação gráfica do trabalho de
parto.
 Permite o acompanhamento da evolução
do parto
 Documentação
 Diagnosticar alterações
 Indicar a tomada de condutas
Objetivos do Partograma
 Reconhecimento da evolução do parto
 Melhora da qualidade da assistência
 Correção precoce dos partos disfuncionais
 Diminuição da incidência de cesárea
 Identificação dos casos de necessidade de
utilização de ocitócitos
 Recomendado pela OMS – uso obrigatório nas
maternidades
Períodos do trabalho de parto
(Friedman)
 Período Preparatório
◦ Amolecimento, esvaecimento e início da dilatação do colo
◦ Início da descida fetal
 Período de dilatação
◦ Dilatação completa do colo
 Período pélvico
◦ Período expulsivo do parto
Construção do Partograma
 Com metodologia objetiva pode-se quantificar a
evolução do parto – a dilatação do colo e a descida da
apresentação representam o progresso do trabalho de
parto
 Gráfico de dilatação cervical em função do tempo
 Definição de linhas de alerta e ação.
◦ Eixo X: Tempo
(horas)
◦ Eixo Y: dilatação
cervical e descida
da apresentação
(cm)
Construção do Partograma
 Iniciar o registro gráfico apenas na fase ativa do
trabalho de parto
◦ Duas a três contrações eficientes / 10min
◦ Dilatação cervical >= 3 cm
◦ Na dúvida aguardar uma hora e realizar novo toque
Se velocidade de dilatação = 1cm /h  fase ativa do TP
 Registrar a dilatação cervical com um triângulo
 Registrar a apresentação
e variedade de posição
com uma circunferência
Modelo de Partograma
Parte 1 – Evolução do TP
 Dilatação do colo
 Descida da apresentação
 Variedade de posição
 Contrações uterinas
◦ Freqüência
◦ Duração
Parte 1
 Linha de alerta
◦ Desenhada a partir de 3 cm de dilatação
◦ Velocidade de dilatação cm/h
 Linha de ação
◦ Desenhada 4hs (4 cm) à direita da linha de
alerta
◦ Define necessidade de tomadas de ações para
correção
Parte 2 – Condições Fetais
 Batimentos cardíacos fetais
 Estado das membranas
 Líquido amniótico
Parte 3 – Condições Maternas
 Sinais vitais: PA e FC
 Drogas:
◦ Analgésicos
◦ Ocitocina: velocidade de infusão
◦ Fluidos IV
 Diurese
 Resultados de exames
Exemplo de Partograma
Detalhe do partograma
Partograma iniciado precocemente
Partograma iniciado precocemente
(errado)
Diagnóstico?
Fase ativa prolongada (distócia
funcional)
 Dilatação do colo < 1 cm/h
 Contrações uterinas ineficientes (falta de
motor)
Diagnóstico?
Parada secundária da dilatação
◦ Ausência de progressão da dilatação >= 2 h
 Contrações normais
 Desproporção cefalopélvica
 Absoluta (pólo cefálico maior que a bacia)
 Relativa (defeito de posição da apresentação – defletidas, transversas
ou posteriores)
* Também pode ocorrer por falta de dinâmica uterina *
Diagnóstico?
Parto taquitócito
 Dilatação cervical e período expulsivo <= 4h
 Contrações uterinas – taquissistolia /
hiperssistolia
 Risco de sofrimento fetal
 Risco de lacerações do trajeto
Diagnóstico?
Período pélvico prolongado
 Dilatação completa do colo uterino
 Descida da apresentação excessivamente lenta
 Motivo: contratilidade uterina deficiente
Período pélvico prolongado
 Correção: melhora da contratilidade
uterina
◦ Administração de ocitocina
◦ Amniotomia
◦ Uso de fórcipe – considerar critérios de
aplicabilidade
Diagnóstico?
Parada secundária da descida
 Parada da descida >= 1h após seu início
 Ocorre no período expulsivo
◦ Dilatação total do colo
◦ Diagnóstico por 2 toques sucessivos com intervalo de
1h
 Causa mais frequente: desproporção
cefalopélvica
◦ Cesárea
◦ Fórcipe de tração ou de rotação
* Também pode ocorrer por falta de dinâmica uterina *
Resumo das distócias
 Fase ativa prolongada (distócia funcional)
 Parada secundária da dilatação
 Parto precipitado (taquitócito)
 Período pélvico prolongado
 Parada secundária da descida
A UTILIZAÇÃO DO
PARTOGRAMA MELHORA A
QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA
CLÍNICA AO PARTO, DEVENDO
SER FEITO ROTINEIRAMENTE

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Uso do partograma

  • 2. Partograma É a representação gráfica do trabalho de parto.  Permite o acompanhamento da evolução do parto  Documentação  Diagnosticar alterações  Indicar a tomada de condutas
  • 3. Objetivos do Partograma  Reconhecimento da evolução do parto  Melhora da qualidade da assistência  Correção precoce dos partos disfuncionais  Diminuição da incidência de cesárea  Identificação dos casos de necessidade de utilização de ocitócitos  Recomendado pela OMS – uso obrigatório nas maternidades
  • 4. Períodos do trabalho de parto (Friedman)  Período Preparatório ◦ Amolecimento, esvaecimento e início da dilatação do colo ◦ Início da descida fetal  Período de dilatação ◦ Dilatação completa do colo  Período pélvico ◦ Período expulsivo do parto
  • 5. Construção do Partograma  Com metodologia objetiva pode-se quantificar a evolução do parto – a dilatação do colo e a descida da apresentação representam o progresso do trabalho de parto  Gráfico de dilatação cervical em função do tempo  Definição de linhas de alerta e ação. ◦ Eixo X: Tempo (horas) ◦ Eixo Y: dilatação cervical e descida da apresentação (cm)
  • 6. Construção do Partograma  Iniciar o registro gráfico apenas na fase ativa do trabalho de parto ◦ Duas a três contrações eficientes / 10min ◦ Dilatação cervical >= 3 cm ◦ Na dúvida aguardar uma hora e realizar novo toque Se velocidade de dilatação = 1cm /h  fase ativa do TP  Registrar a dilatação cervical com um triângulo  Registrar a apresentação e variedade de posição com uma circunferência
  • 8. Parte 1 – Evolução do TP  Dilatação do colo  Descida da apresentação  Variedade de posição  Contrações uterinas ◦ Freqüência ◦ Duração
  • 9. Parte 1  Linha de alerta ◦ Desenhada a partir de 3 cm de dilatação ◦ Velocidade de dilatação cm/h  Linha de ação ◦ Desenhada 4hs (4 cm) à direita da linha de alerta ◦ Define necessidade de tomadas de ações para correção
  • 10. Parte 2 – Condições Fetais  Batimentos cardíacos fetais  Estado das membranas  Líquido amniótico
  • 11. Parte 3 – Condições Maternas  Sinais vitais: PA e FC  Drogas: ◦ Analgésicos ◦ Ocitocina: velocidade de infusão ◦ Fluidos IV  Diurese  Resultados de exames
  • 17. Fase ativa prolongada (distócia funcional)  Dilatação do colo < 1 cm/h  Contrações uterinas ineficientes (falta de motor)
  • 19. Parada secundária da dilatação ◦ Ausência de progressão da dilatação >= 2 h  Contrações normais  Desproporção cefalopélvica  Absoluta (pólo cefálico maior que a bacia)  Relativa (defeito de posição da apresentação – defletidas, transversas ou posteriores) * Também pode ocorrer por falta de dinâmica uterina *
  • 21. Parto taquitócito  Dilatação cervical e período expulsivo <= 4h  Contrações uterinas – taquissistolia / hiperssistolia  Risco de sofrimento fetal  Risco de lacerações do trajeto
  • 23. Período pélvico prolongado  Dilatação completa do colo uterino  Descida da apresentação excessivamente lenta  Motivo: contratilidade uterina deficiente
  • 24. Período pélvico prolongado  Correção: melhora da contratilidade uterina ◦ Administração de ocitocina ◦ Amniotomia ◦ Uso de fórcipe – considerar critérios de aplicabilidade
  • 26. Parada secundária da descida  Parada da descida >= 1h após seu início  Ocorre no período expulsivo ◦ Dilatação total do colo ◦ Diagnóstico por 2 toques sucessivos com intervalo de 1h  Causa mais frequente: desproporção cefalopélvica ◦ Cesárea ◦ Fórcipe de tração ou de rotação * Também pode ocorrer por falta de dinâmica uterina *
  • 27. Resumo das distócias  Fase ativa prolongada (distócia funcional)  Parada secundária da dilatação  Parto precipitado (taquitócito)  Período pélvico prolongado  Parada secundária da descida
  • 28. A UTILIZAÇÃO DO PARTOGRAMA MELHORA A QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA CLÍNICA AO PARTO, DEVENDO SER FEITO ROTINEIRAMENTE